Eleição na Argentina: por que Javier Milei preocupa governo Lula:bonus real bet

Crédito, Amilcar Orfali/Getty Images
Empresários e analistas também ouvidos pela reportagem coincidiram que Milei tem potencial para se tornar uma dorbonus real betcabeça para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva caso eleito, ainda que todos avaliem que uma ruptura total entre Brasil e Argentina é pouco provável, dada a enorme interdependência entre os vizinhos.
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Na Casa Rosada, se cumprir o que tem falado, o candidato pode turbinar o mal-estar já instalado no Mercosul,bonus real betmeio a uma longa e complicada renegociação do acordo comercial do bloco com a União Europeia. Pode ainda frustrar os planos do governo Lulabonus real better a Argentina como uma aliada do Brasil no Brics ampliado, já que os dois países seriam os únicos da América Latina na nova configuração do grupo.
Amorim: “A preservação do Mercosul é uma preocupação legítima”
“Tudo é meio imprevisto,bonus real betcasobonus real betvitória dele”, disse uma alta fonte do governobonus real betBrasília. “Ele é o que gera o maior graubonus real betincerteza”, disse outro funcionário da administração Lula na capital brasileira.
Procurado pela reportagem, o ex-chanceler e assessor especial da Presidência, Celso Amorim, respondeu por escrito que a relação entre os dois países é um "patrimônio".
“Obviamente não podemos comentar assuntos internos da Argentina, mas a preservação do Mercosul é uma preocupação legítima. É um patrimôniobonus real betmaisbonus real bettrinta anos e é parte do patrimôniobonus real betpaz e prosperidade que criamos e que queremos fortalecer", disse Amorim.
O influente assessor diplomático diretobonus real betLula também comentou a questão do Brics. “Da mesma forma, saudamos o ingresso da Argentina nos Brics, um reconhecimento da importância geopolítica dessa grande nação, que fortalece o poderbonus real betnegociaçãobonus real betnossa região como um todo”, escreveu Amorim.
Três fontes diplomáticasbonus real betBrasília complementaram as declarações do ex-chanceler, convergindo ao dizer que hoje já é feita “uma ginástica” para que o Uruguai não deixe o Mercosul. “Imagine se a Argentina também quiser sair, será complicado”, disse uma delas.
O Brasil exerce a presidência rotativa do bloco sul-americanobonus real betmeio a tensões abertas com o governo uruguaio,bonus real betcentro-direita. O presidente uruguaio Luis Alberto Lacalle Pou defende abertamente a flexibilização do Mercosul e pressiona para ser autorizado a fazer acordos comerciais isolados com países como a China.
Além da animosidade com Brics e Mercosul, Milei também retiraria fôlegobonus real betiniciativas que o governo Lula tenta retomar, como a Unasul, com os países da América do Sul, e a Comunidadebonus real betEstados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
Em entrevista recente à agênciabonus real betnotícias Bloomberg, perguntado se poderia se aproximar do presidente Lula, Milei respondeu que não.
“Na verdade, eu acho que é preciso eliminar o Mercosul porque é uma união aduaneira defeituosa que prejudica aos argentinosbonus real betbem. É um comércio administrado por Estados para favorecer a empresários que tiram vantagem (...). Onde o Estado se mete faz estragos”, disse Milei.
Na mesma entrevista, Milei disse “que não fazemos pacto com comunistas” (em referência à China), mas que o país asiático pode ser sócio do setor privado. “Eu não promoveria a relação nem com China, nem com Cuba, nem com Venezuela, nem com Nicarágua e nem com a Coreia do Norte”.
O Brasil e a China são os principais sócios comerciais da Argentina, enquanto Pequim é também um investidor diretobonus real betpeso no país.
Nos últimos dias, no entanto, enquanto o economista “mantém seu discurso radical”, como disse um empresário com negócios na Argentina ouvido pela reportagem, seus assessores tentam amenizar suas palavras à medida que aumentam suas chancesbonus real betchegar à Casa Rosada.
A economista Diana Mondino, apontada como provável ministra das Relações Exterioresbonus real betum eventual governo Milei, disse a interlocutores brasileiros que não se pretende sair do Mercosul, mas que ele seja reformulado e que a relação com o Brasil seria pragmática e entre as prioridades da suposta administração.
“Na hora que ele sentar lá, na cadeira presidencial, caso seja eleito, verá que não poderá se desvencilhar do Brasil. O Brasil é o principal parceiro da Argentina. Ele não pode brigar com o Brasil, como tem sugerido”, disse um outro assessorbonus real betLula, sob a condição do anonimato.
“Bofetada”
Seja como for, o professorbonus real betRelações Internacionais da Universidade Torcuato Di Tella, Juan Gabriel Tokatlian, disse à reportagem que caso Milei seja eleito e não confirme a adesão da Argentina ao Brics será “uma bofetada no presidente Lula”.
“E é preciso lembrar que o Brasil foi, é e será o sócio estratégico da Argentina”, disse Tokatlian. Para ele, pelo menos num primeiro momento, os dois países poderiam viver uma reedição do que foi a relação “azeda” entre Bolsonaro e Alberto Fernández - mas na mão inversa e no campo ideológico e das declarações.
As referênciasbonus real betMilei a ‘socialistas’ e ‘comunistas’ e ao suposto giro para privilegiar Estados Unidos e Israel na política externa levaram analistas argentinos a recordarem a estratégia do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Milei busca construir uma semelhança com Bolsonaro. Não que seja Bolsonaro, mas ele tenta construir essa semelhança”, disse o analista político argentino Raúl Timerman, do Grupobonus real betOpinião Pública (GOP).
Timerman e Tokatlian, da Universidade Torcuarto Di Tella,bonus real betBuenos Aires, observaram que é preciso “ficar atento também” ao papel que os setoresbonus real betsegurança pública, inteligência e Defesa (Forças Armadas) teriambonus real betum eventual governo Milei – outra áreabonus real betque ele poderia buscar ter associação com Bolsonaro, já quebonus real betcandidata a vice-presidente, Victoria Villarruel, não repudia os militares que atuaram na ditadura, questiona as políticasbonus real betdireitos humanos e condena “os grupos guerrilheiros armados” naquele período.
“Pela primeira vez temos uma pessoa na chapa presidencial que é tolerante com as ditaduras e que tem uma visão ideologizada sobre os direitos humanos. A vice-presidente (de Milei) quer reforçar o papel das Forças Armadas no combate ao narcotráfico. É preciso estar atento, acompanhar isso”, disse Tokatlian.
Uma fonte do governo Lulabonus real betBrasília aponta diferenças “abismais” entre o contexto brasileiro e o argentino e entre Bolsonaro e Milei. As diferenças não descartam, porém, que uma vitóriabonus real betMilei seja um terremoto para o sistema político argentino. Daí que não só o impacto externo como também as consequências das medidas internasbonus real betum futuro governo Milei estão no horizontebonus real betpreocupação da administração brasileira, diz uma fonte.
Lula e Massa

Crédito, Getty Images
Milei, à frentebonus real betum pequeno e novo movimento, disputará o primeiro turno da eleição presidencialbonus real bet22bonus real betoutubro com o ministro da Economia e candidato Sergio Massa, da União pela Pátria (peronismo/kircherismo),bonus real betvertentebonus real betcentro-esquerda, e com a ex-ministrabonus real betSegurança do governo Macri, Patricia Bullrich, da coalizão Juntos pela Mudança (Juntos por el Cambio), tradicional oposição ao peronismo e que integrou o governo Mauricio Macri. Outros candidatos estão na corrida à Casa Rosada, mas Milei, Bullrich e Massa são os que teriam mais chancesbonus real betser eleitos,bonus real betacordo com os resultados oficiais das primárias.
As pesquisas mais recentes, realizadas após as primárias, apontam o crescimentobonus real betMilei, com cercabonus real bet32% a 35% das intençõesbonus real betvoto, Massa com cercabonus real bet25% a 26%, e Bullrich com 20,9% e 23%, nos levantamentos das consultorias políticas Analogías e da Opinaia. No entanto, como os levantamentos não previram a possibilidadebonus real betMilei como favorito nas primárias, existe cautelabonus real bettorno das previsões. Os resultados oficiais das primárias deram Milei à frente, mas com pouca diferença para Massa e Bullrich.
Nesta reta finalbonus real betcampanha, o governo Lula tem feito acenos ao governismobonus real betMassa e rebate os questionamentos sobre suposta intervenção na política interna do vizinho.
Na segunda-feira (28/8),bonus real betBrasília, o presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, receberam Massa para falarbonus real betacordos comerciais e investimentos brasileiros. Ato seguido, a imprensa argentina deu destaque a declarações atribuídas ao presidente brasileiro sobre Milei. “Está mais louquinho que Bolsonaro”, teria dito Lula, segundo o jornal Página 12,bonus real betBuenos Aires, citando assessoresbonus real betMassa que o acompanharam na reunião com o presidente brasileiro.
As supostas declaraçõesbonus real betLula ganharam destaque também nas emissorasbonus real bettelevisão local, como na América TV, por exemplo, e a fotobonus real betMassa com o presidente brasileiro ilustrou o comunicado à imprensa sobre a reunião distribuído pelo Ministério da Economia argentino.
Uma fonte do governo brasileiro evitou confirmar as declaraçõesbonus real betLula. “Observe que o presidente Lula não fez declarações públicas (como as atribuídas a ele na Argentina). Ele pode ter suas preferências, mas o governo brasileiro terá relação com qualquer um dos candidatos que chegue a ser eleito”, disse o alto funcionário.
Preocupação Regional
Além da política externa, as possíveis medidas no âmbito internobonus real betum eventual governo Milei também têm sido acompanhadas não só pela gestão Lula como por governos e políticos da região, alémbonus real betempresários e analistas.
Entre os planos já ventilados por Milei estão o fim do Banco Central (que seria “dinamitado”), a eliminaçãobonus real betprogramas sociais, mudanças radicais na legislação trabalhista e nas áreasbonus real betsaúde ebonus real beteducação públicas, que deixariambonus real betser custeadas pelo Estado. O economista propõe um ajuste ainda maior do que o que é hoje exigido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) à Argentina e nega que exista uma crise climática.
“Não é que Milei sejabonus real betdireita, ele é louco”, disse o ex-presidente José ‘Pepe’ Mujica, um referente para a esquerda da região, à imprensa uruguaia. O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, tambémbonus real betesquerda, disse à imprensa colombiana que as declaraçõesbonus real betMilei eram similares àsbonus real betHitler. Milei reagiu dizendo que “os socialistas não me surpreendem e são parte da decadência”.

Crédito, RICARDO STUCKERT/PR
Os sinaisbonus real betalerta não vem só à esquerda. A consultoriabonus real betrisco global Eurasia Group escreveu aos clientes no mês passado: "Milei não tem um plano claro para atingir seus objetivos, ebonus real betprovável futura presidência vai ser altamente disruptiva".
A Argentina é um país com ampla e forte estrutura sindical ebonus real betmovimentos sociais e a preocupação,bonus real betrelação aos efeitos internos, é sobre qual seria a reação caso os chamados direitos adquiridos sejam afetados pelo próximo governo. Perguntados se os planos internosbonus real betMilei geram inquietação, fontes do governo brasileiro disseram, sem entrarbonus real betdetalhes: “É uma decisão dos argentinos, mas as declarações dele são preocupantes”.
Um diretor executivobonus real betuma empresa com negócios no Brasil e na Argentina e que está baseadobonus real betBuenos Aires disse que no meio empresarial existe preocupação sobre as “medidas radicais”bonus real betMilei.
“Nós entendemos que, com a crise atual, o que as pessoas querem é esse discurso radical. E,bonus real betgeral, os empresários ficam satisfeitos quando um político diz que a presença do Estado será mínima ou inexistente”, disse o empresário.
“Mas Milei nos gera preocupação. O que ele planeja fazer, como a reforma trabalhista, precisabonus real betapoio do Congresso. Hoje ele não tem esse apoio. E como ele faria diante da resistência dos sindicatos e movimentos sociais? E nosso temor é que as medidas econômicas que ele tente aplicar provoquem ainda mais inflação, ou hiperinflação”, seguiu.
Segundo dados oficiais, nos últimos doze meses, entre julho do ano passado e julho deste ano, a inflação argentina foibonus real bet113,4%. No âmbito empresarial, contou uma fonte da Bolsabonus real betComerciobonus real betBuenos Aires, a preferência seria por Bullrich, “que é pró-mercado, mas não radical como Milei”.
Após as eleições primárias, a situação econômica ficou ainda mais turbulenta. O governo desvalorizou o pesobonus real betquase 20%, o dólar paralelo disparou e a expectativa é que a inflaçãobonus real betagosto possa chegar aos dois dígitos,bonus real betacordo com economistas.
“Se Milei colocarbonus real betprática o que diz, como a reforma trabalhista e a privatização da saúde e da educação, haverá conflitos. E devemos notar que ele não contaria com votos do Congresso Nacional”, disse o analista Timerman.
Neste caso, a preocupação, segue o analista, também é sobre como o setorbonus real betsegurança poderia reagir diante dos possíveis protestos e manifestações – que costumam fazer parte da Argentina.









