Por que mulheres sem filhos incomodam tanto? Elas são vistas como 'uma ameaça', diz historiadora:slot freebet new member

Kamala sorrindo e acenando

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Vice-presidente dos EUA e provável candidata democrata à presidência, Kamala Harris já foi criticada por J.D. Vance por não ter filhos biológicos

"É apenas um fato básico — você olha para Kamala Harris, Pete Buttigieg, AOC [Alexandria Ocasio-Cortez] —, todo o futuro dos democratas é controlado por pessoas sem filhos", afirmou Vance ao apresentador Tucker Carlson.

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"E como faz sentido entregarmos o nosso país a pessoas que não têm realmente interesse direto nele?"

O resgate do vídeo durante a campanha presidencial americana na semana passada causou diferentes reações.

Desde divertidas fotosslot freebet new membermulheres e seus felinos, a protestos mais contundentes, como o da atriz Jennifer Aniston.

"Realmente não consigo acreditar que isso vemslot freebet new memberum potencial vice-presidente dos Estados Unidos", escreveu a atriz emslot freebet new memberrede social.

"Tudo o que posso dizer é: sr. Vance, rezo para queslot freebet new memberfilha tenha a sorteslot freebet new memberum dia ter seus próprios filhos. Espero que ela não precise recorrer à fertilização in vitro como segunda opção. Porque você também está tentando tirar isso dela."

A atriz, cuja luta contra a infertilidade tornou-se pública, estava se referindo à adoção por vários Estados americanosslot freebet new memberleis que garantem a embriões congelados e a fetos dentro do ventre da gestante as mesmas proteções legais dadas a uma pessoa.

Jennifer Aniston é uma mulher branca, loira,slot freebet new membercabelos lisos na altura do ombro. Está usando um tomara-que-caia preto.

Crédito, Mike Blake/Reuters

Legenda da foto, A atriz Jennifer Aniston, na cerimônia do Globoslot freebet new memberOuro,slot freebet new memberjaneiro deste ano
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Criado pela avó, a quem ele chamaslot freebet new member"grande salvadora", Vance teve uma infância conturbada.

Seu pai biológico o abandonou eslot freebet new membermãe tinha problemas com drogas. Hoje, o republicano é paislot freebet new memberdois meninos e uma menina.

Já Harris, cuja candidatura à Presidência ainda não é oficial, mas já conta com o apoio da maioria dos delegados democratas e do ex-presidente Barack Obama, não tem filhos biológicos.

No entanto, ela casou-seslot freebet new member2014 com o advogado Douglas Emhoff, que já tinha dois filhos do relacionamento anterior.

De acordo com declaraçõesslot freebet new memberHarris à imprensa, os filhos do marido a chamamslot freebet new member"momala", uma misturaslot freebet new membermãe,slot freebet new memberinglês, com Kamala.

A ex-mulherslot freebet new memberDoug Emhoff, a produtora Kirst Emhoff, disse à emissora CNN que os ataques são "infundados".

"Por maisslot freebet new memberdez anos, desde que Cole e Ella eram adolescentes, Kamala foi uma comãe com Doug e eu. Ela é amorosa, cuidadosa, ferozmente protetora e sempre presente. Amo nossa família misturada e sou grata por tê-la nela."

No Brasil, o fatoslot freebet new membera pré-candidata à prefeituraslot freebet new memberSão Paulo Tabata Amaral (PSB) não ter filhos também foi destacada por seu concorrente na corrida eleitoral, o pré-candidato Pablo Marçal (PRTB).

"Ela tem um bom garoto que ela namora, mas não sabe qual o problemaslot freebet new memberum casamento, o problema do que é ter filho. Ela não dá contaslot freebet new membercuidar dessa cidade como você imagina", afirmou Marçalslot freebet new memberum vídeo publicado nas suas redes sociais no fimslot freebet new memberjunho.

Em resposta ao pré-candidato, Tabata gravou um vídeo afirmando: "A gente que é mulher está sempre devendo, né? Ou é jovem, ou é velha, ou tem filho demais, ou nunca teve filho."

Peggy é uma mulher branca,slot freebet new membercabelos lisos e cumpridos. Ela está sorrindo para a foto sob um fundo preto

Crédito, Divulgação

Legenda da foto, A historiadora Peggy Heffington autoraslot freebet new memberWithout Children - the long history of not being a mother

Peggy O’Donnell Heffington, historiadora da Universidadeslot freebet new memberChicago, afirma à BBC News Brasil que o retrato pejorativoslot freebet new membermulheres que não têm filhos é histórico, assim como a tentativaslot freebet new membercontrolar as decisões das mulheres sobre ter ou não filhos e quantos ter.

Estudiosa do tema, ela lançou, no ano passado, nos Estados Unidos o livro Without Children - the long history of not being a mother ("Sem filhos - a longa históriaslot freebet new membernão ser mãe",slot freebet new membertradução livre; Seal Press), ainda sem edição no Brasil.

"Nos Estados Unidos, esses esforços para encorajar — que, na verdade, são mais para obrigar as mulheres a terem filhos, remontam, pelo menos, ao início do século 19, após a Revolução Americana", contou ela, durante uma entrevista por videochamada.

"Naquele momento, os políticos e as pessoas no poder começaram a tornar muito claro que a principal contribuição cívica das mulheres para esta nova nação, ou o que era esperado que elas fizessem como cidadãs, era ter filhos."

Para Heffington, as declaraçõesslot freebet new memberVance sobre as mulheres sem filhos vão neste sentido. "De certa forma, ele está dizendo que elas renegaram seus deveres como cidadãs ao não terem filhos e, por isso, não se pode confiar nelas para governar o país."

Confira a seguir os principais trechos da entrevista.

slot freebet new member BBC News Brasil - slot freebet new member Por que ter filhos ou não ainda é algo considerado tão importante ainda nos diasslot freebet new memberhoje?

slot freebet new member Peggy O’Donnell Heffington - Essa carga tem sido colocada sobre as mulheresslot freebet new membertodo o mundo. No caso especificamente da sociedade americana, a história é mais longa. Nos Estados Unidos, esses esforços para encorajar — que, na verdade, são mais para obrigar as mulheres a terem filhos — remontam, pelo menos, ao início do século 19, após a Revolução Americana.

Naquele momento, os políticos e as pessoas no poder começaram a tornar muito claro que a principal contribuição cívica das mulheres para esta nova nação, ou o que era esperado que elas fizessem como cidadãs, era ter filhos, fazer mais americanos, e depois educá-los para serem bons cidadãos americanos.

Esse era o principal papel das mulheres, era assim que elas próprias deveriam ser boas cidadãs.

Avançando, digamos, cem anos, [o então presidente] Theodore Roosevelt,slot freebet new member1905, durante um discurso, comparou as mulheres que não têm filhos aos soldados que fogem da batalha. Portanto, a ideia é que essas mulheres são covardes e se recusam a servir ao seu país quando mais se precisa delas.

Por isso, penso que essa ideia,slot freebet new memberque a formaslot freebet new memberser um cidadão americano digno é ter filhos, é uma coisa muito antiga e acho que é isso que J.D. Vance faz.

De certa forma, ele está explorando esse tema quando diz que as democratas são um bandoslot freebet new membermulheres sem filhos e "senhoras dos gatos", que não têm qualquer interesse no futuro. Ele está dizendo que elas renegaram seus deveres como cidadãs ao não terem filhos e, por isso, não se pode confiar nelas para governar o país.

slot freebet new member BBC News Brasil - Classificar pejorativamente essas mulheres que não têm filhos é uma formaslot freebet new memberfalar sobre algo que lhes falta?

slot freebet new member Heffington - Sim, sem dúvida. É como se ter filhos fosse a principal contribuição cívica das mulheres. Ao mesmo tempo, a retórica sobre as mulheres sem filhos fala delas como se não funcionassem direito.

Nesse mesmo discurso,slot freebet new member1905, Theodore Roosevelt descreveu as mulheres sem filhos como um pão que é feito sem fermento, ou seja, que não cresce.

Ele disse que elas não servem para nada, que estão perdendo algo que é parte integrante da vida. É como se não cumprissemslot freebet new memberparte como cidadã, mas também sugere que lhe falta alguma coisa ou que lhe falta alguma coisa como pessoa.

slot freebet new member BBC News Brasil - Você saberia dizer se os Estados Unidos já tiveram algum presidente que não tinha filhos?

slot freebet new member Heffington - É uma ótima pergunta. Já tivemos cinco presidentes que não tinham filhos. O primeiro presidente dos Estados Unidos, George Washington [que governou entre 1789 e 1797], não tinha.

Sua mulher tinha filhosslot freebet new memberum casamento anterior, mas ele nunca foi pai biológico. E,slot freebet new memberfato, isso era algo que tinha muito apelo para as pessoas na América revolucionária, porque elas queriam expulsar o rei. E como é que os reis se tornam reis? Tendo filhos que se tornam reis.

Então era,slot freebet new memberfato, uma coisa que as pessoas admiravam muitoslot freebet new memberGeorge Washington, porque pensavam: "Ele não tem filhos que poderiam herdar o poder e por isso é uma escolha muito segura para um primeiro presidente".

Além dele, James Madison [1809-1817], Andrew Jackson [1829-1837], James Polk [1845-1849] e James Buchanan [1857-1861]. Claro, eles eram todos homens, o que apenas reforça o quanto ter filhos é uma expectativa que recai somente sobre as mulheres.

slot freebet new member BBC News Brasil - O eleitoradoslot freebet new memberTrump e J.D. Vance acredita que ter filhos é parte fundamental da existênciaslot freebet new memberuma mulher? Esse discursoslot freebet new memberque Kamala Harris não tem filhos pode ter apeloslot freebet new memberalguma forma?

slot freebet new member Heffington - Pensando generosamente, imagino que há uma parte do eleitorado que acredita realmente que ter filhos é não apenas um dever cívico, mas algo que dá sentido à vidaslot freebet new memberalguém, que é o maior objetivo da vidaslot freebet new memberuma mulher. Acho que temosslot freebet new memberser muito cuidadosos e temosslot freebet new membercompreender que algumas pessoas acreditam mesmo nisso.

E desde os anos 1980, há uma reação ao feminismo por parte das mulheres conservadoras nos Estados Unidos. Essas mulheres começaram a dizer "olha, eu até gostoslot freebet new memberser mãe. Na verdade, gostoslot freebet new membernão ter uma carreira e essa também é uma forma válidaslot freebet new memberexistir no mundo". E acho que essa porção da sociedade ainda existe.

Por isso, acho que é uma crença genuína para a maioria das pessoas. Mas, no casoslot freebet new memberJ.D. Vance eslot freebet new memberTrump, penso que se trata maisslot freebet new membercontrole,slot freebet new memberdefender a mulher nos papéis tradicionaisslot freebet new membergênero como formaslot freebet new membercontrolar a forma como a vida das mulheres pode ser encarada.

Há um precedente histórico para isso também. No século 19, nos Estados Unidos, o númeroslot freebet new memberfilhos que uma mulher tinha começou a diminuir.

Isso aconteceu na maior parte do mundo, mas, especificamente nos Estados Unidos, caiu drasticamente. E, ao mesmo tempo, se tivermos menos filhos, estaremos passando muito menos tempo grávidas. Passaremos muito menos tempo cuidando dos bebês.

Havia uma preocupação explícita por parteslot freebet new memberalguns políticos: o que as mulheres vão fazer com o seu tempo? Talvez comecem a tentar entrar na política, no mercado, vão arranjar um emprego.

Ao mesmo tempo que a fertilidade começou a diminuir no século 19, aumentaram as expectativas do que significa ser mãe nos Estados Unidos, tal como a propaganda mostra, essa espécieslot freebet new memberretóricaslot freebet new membertorno do que significa ser uma boa mãe.

Assim, as mulheres estão tendo menos filhos, mas as expectativasslot freebet new memberquanto tempo se gasta na criaçãoslot freebet new membercada filho, ou seja, quanto esforço é necessário, aumentaram.

É bastante explícito que esse pensamento surge para tomar o tempo das mulheres, já que elas não estavam mais o tempo todo grávidas. Isso evita que elas se metam na política.

Penso que ainda há algumas tensões nesse sentido, uma vez que alguns dos defensores dos papéis tradicionaisslot freebet new membergênero e os críticos das mulheres sem filhos, estão preocupados com o que consideram ser uma forma corretaslot freebet new memberas mulheres passarem o seu tempo. E que as mulheres que dedicam o seu tempo à carreira ou à políticaslot freebet new membervez da maternidade são,slot freebet new memberalguma forma, uma ameaça.

Na imagem, Kamala Harris, uma mulherslot freebet new membermeia idade, cabelos abaixo dos ombros lisos, vestindo um blaser preto, dá um beijo na bccaslot freebet new memberDouglas Emhoff, um homem branco,slot freebet new membercabelos grisalhos, vestindo blaser preto sobre camisa azul listrada com branco.

Crédito, Erin Schaff/Reuters

Legenda da foto, Kamala Harris e o marido, o advogado Douglas Emhoff

slot freebet new member BBC News Brasil - slot freebet new member Nos Estados Unidos, não há licença-maternidade, e as creches são caras. É possível que o eleitorado que está preocupado com o fatoslot freebet new memberas mulheres terem filhos ou não também possa cobrar mais políticas públicas para ajudar a cuidar dessas crianças?

slot freebet new member Heffington - Espero que sim. É nessa fragilidade que podemos ver muito da retórica políticaslot freebet new memberpessoas como J.D. Vance sobre o fatoslot freebet new memberque as mulheres devem ter filhos. Não vemslot freebet new memberum pontoslot freebet new membervista genuínoslot freebet new memberdizer: "Acredito realmente que as mulheres encontram um significado ao terem filhos".

Se fosse isso, poderiam também apoiar políticasslot freebet new memberlicença-maternidade ou creches gratuitas ouslot freebet new memberbaixo custo ou o acesso a um pré-natal gratuito, facilitando ao máximo a possibilidadeslot freebet new memberas mulheres terem filhos. Mas acho que é aí que está a contradição: na realidade, se trata muito maisslot freebet new membercontrolar as mulheres do queslot freebet new memberas ajudar a alcançar tudo o que querem na vida.

slot freebet new member BBC News Brasil - slot freebet new member Esse debate agora pode ser um indício da misoginia que Kamala Harris pode enfrentar caso se confirme candidata?

slot freebet new member Heffington - Infelizmente, sim. Acho que é uma forma bastante convenienteslot freebet new memberatacá-la, porque não a estão criticando por ser mulher, mas sim pelo fatoslot freebet new membernão ter filhos. Isso sugere algum tiposlot freebet new memberfalhaslot freebet new memberrelação a ela.

É como se dissessem "não é com as mulheres que temos um problema, mas sim com uma mulher com uma falha que temos um problema". Por isso, receio que isso pode ser uma espécieslot freebet new memberprenúncio para uma misoginia muito mais profunda.

Também gostariaslot freebet new membersalientar que a forma como Vance e outros estão falandoslot freebet new memberKamala Harris como uma mulher sem filhos apaga totalmente o fatoslot freebet new memberque ela é madrasta, que o seu marido tem dois filhos, que ela está muito envolvida nas suas vidas.

Acho que isso sugere que não estão realmente preocupados com a participaçãoslot freebet new memberuma mulher na criação da próxima geração, porque ela está fazendo isso.

É a maternidade biológica, e é uma espécieslot freebet new membermaternidade como papel principal da mulher, o que eles defendem. É nisso que ela é falha. Não é que ela esteja apenas ignorando a próxima geração.

Ela gosta muitoslot freebet new memberser mãe como parte daslot freebet new memberidentidade, mas acho que é muito interessante o fatoslot freebet new membereles revelarem que o que lhes interessa não são os atosslot freebet new membercuidado que uma mulher pode dar através da maternidade. Preocupam-se com o ato biológicoslot freebet new memberser mãe.

slot freebet new member BBC News Brasil - Em seu livro, a senhora menciona, dentre outras coisas, que a decisãoslot freebet new memberalgumas mulheres evitarem a maternidade não é algo novo.

slot freebet new member Heffington - Quando comecei a escrever o livro, muitas pessoas me disseram: "Como é que você está escrevendo uma história longa sobre não ter filhos se a pílula anticoncepcional foi inventadaslot freebet new member1954?".

Uma das coisas que quis demonstrar com o livro é que as mulheres têm manipulado ativamente aslot freebet new memberreprodução há muito tempo. Podemos recuar até à Grécia e Roma antigas e há registros médicosslot freebet new membervárias formas holísticasslot freebet new memberprevenir e interromper a gravidez.

Na Europa, a partir do início do período moderno, nos séculos 17 e 18, podemos ver que as taxasslot freebet new membernatalidade começam a diminuir enquanto a idade da última gestação começa a baixar.

Isso sugere que, já naquela época, elas estavam tendo dois ou três filhos e depois diziam "já chega". Para isso, elas já estavam encontrando meios eficazesslot freebet new membercontrolar aslot freebet new memberreprodução.

Em todos estes casos, trata-seslot freebet new membermães, porque se olharmos para os registosslot freebet new membernascimento e os utilizamos para provar que as pessoas usavam algum tiposlot freebet new membercontracepção, estamos olhando para as mães.

Mas acho que não é algo tão distante da realidade assumir que as mulheres que nunca tiveram filhos também usavam esses métodos contraceptivos ou interrompiam a gravidez.

Por isso, penso que é seguro dizer que as mulheres têm evitado e interrompido as gravidezes desde que começaram a ficar grávidas. Agora, é muito mais fácil fazê-lo, claro. Dispomosslot freebet new memberuma tecnologia muito melhor, mas controlarslot freebet new memberreprodução sempre foi uma coisa que as mulheres quiseram fazer, quer fossem mães ou não.

slot freebet new member BBC News Brasil - Existe um termo para quem não tem filhos nos Estados Unidos, chamado " slot freebet new member nomo slot freebet new member ", que seria a junção das palavras " slot freebet new member no slot freebet new member " (não) e " slot freebet new member mom slot freebet new member " (mamãe). Esses termos têm ganhado força?

slot freebet new member Heffington - Não sei, mas penso que representa mais um esforço para encontrar uma palavra para uma mulher que não seja mãe e que não fale da falta que mencionou anteriormente.

Porque, se dissermos que é uma mulher sem filhos, significa que lhe falta um filho. Ou se dissermos que uma mulher que não é mãe, é como uma definição negativa, estamos definindo ela pelo que ela não é.

Por isso, há esforços para encontrar um termo que seja mais neutro, que seja menos relacionado com o que lhe falta. E "nomo", uma abreviaturaslot freebet new member"não-mãe", é uma tentativa, embora tenha uma conotação negativa também. Nos Estados Unidos, o termo mais comum que as pessoas utilizam é "child-free" (sem filhos), e isso é uma reivindicaçãoslot freebet new memberuma identidade positiva, que é algo que escolheram ativamente.

slot freebet new member BBC News Brasil - Qual o papel da decisão da Suprema Corte que reverteu o entendimento que garantia o direito ao aborto nos Estados Unidos?

slot freebet new member Heffington - Não creio que seja por acaso que,slot freebet new memberum momentoslot freebet new memberque a fertilidade nos Estados Unidos está diminuindo,slot freebet new memberque o númeroslot freebet new memberbebês nascidos todos os anos tem diminuído há cercaslot freebet new memberuma década, que, ao mesmo tempo, haja pessoas que vão limitar o acesso ao aborto e até à contracepçãoslot freebet new memberalguns locais.

Para mim, é bastante claro que os políticos que estão tomando conhecimento da queda das taxasslot freebet new membernatalidade, da queda da fertilidade, da queda do númeroslot freebet new memberbebês, estão pensando tambémslot freebet new memberretirar o acesso à contracepção e ao aborto. Isto, mais uma vez, tem um precedente histórico.

Nos Estados Unidos, no século 19, no mesmo momentoslot freebet new memberque os nascimentos diminuíram, como mencionei anteriormente, o número médioslot freebet new membernascimentos por mulher diminuiu também.

É aí que começam a ser aprovadas leis contra o aborto e a contracepção. Temos então este outro momento históricoslot freebet new memberque as mulheres começam a ter muito menos filhos e as pessoas entramslot freebet new memberpânico e começam a fazer leis para tornar o aborto ilegal, para regular o usoslot freebet new membercontraceptivos.

Acho que estamos neste ponto outra vez. Parece-me que estão explicitamente ligados, que os esforços para anular a decisão sobre o aborto estavam ligados ao receioslot freebet new memberque as mulheres americanas não estivessem tendo filhos suficientes.