Por que o cultivosport 365 apostasabacate virou ameaça ao meio ambiente:sport 365 apostas

Existem centenassport 365 apostasvariedades, mas a mais conhecida entre nós hojesport 365 apostasdia é a variedade Hass, que pode ser rastreada até uma única árvore, plantada quase 100 anos atrás.

Parte do aumento da popularidade do abacate nas últimas décadas veio dasport 365 apostaspromoção como "superalimento".

Alguns dos argumentos sobre seus benefícios à saúde podem ter sido superestimados, mas ele realmente é uma boa fontesport 365 apostasvitaminas, sais minerais e gorduras insaturadas, que fornecemsport 365 apostastextura cremosa agradável.

Mas por que os abacates se tornaram tão controversos?

Comosport 365 apostasgrande parte da agricultura moderna, a maior parte das plantaçõessport 365 apostasabacate depende muito dos fertilizantes e combustíveis fósseis, o que aumenta as emissõessport 365 apostasgases do efeito estufa. E o seu rendimento é menor que osport 365 apostasmuitos outros produtos. Por isso, a pegadasport 365 apostascarbono do abacate por kg da fruta é maior.

Em média, o abacate tem pegadasport 365 apostascarbonosport 365 apostascercasport 365 apostas2,5 kgsport 365 apostasCO₂ equivalente (kg CO₂e) por kgsport 365 apostasproduto. Este número representa o totalsport 365 apostasgases do efeito estufa resultantes da produção e do transportesport 365 apostasabacates, como dióxidosport 365 apostascarbono, metano e óxido nitroso, calculado na forma equivalente ao aquecimento causado por CO₂.

A pegadasport 365 apostascarbono do abacate é maissport 365 apostasduas vezes a da banana (0,9 kgsport 365 apostasCO₂e p/kg) e maissport 365 apostascinco vezes a da maçã (0,4 kgsport 365 apostasCO₂e p/kg). Ela é um pouco maior que a do tomate (2 kgsport 365 apostasCO₂e p/kg).

Mas estes números são pequenossport 365 apostascomparação com a média global da pegadasport 365 apostascarbono da maioria dos produtossport 365 apostasorigem animal.

Um quilosport 365 apostasovos possui pegadasport 365 apostascarbonosport 365 apostas4,6 kgsport 365 apostasCO₂e, 1 kgsport 365 apostasfrango tem 9,8 kgsport 365 apostasCO₂e e 1 kgsport 365 apostascarne bovina resultasport 365 apostasum escandaloso índice médiosport 365 apostas85 kgsport 365 apostasCO₂e.

Fora do continente americano, os abacates costumam viajar por grandes distâncias. Mas o transporte pode não ser um problema tão grande quanto se costuma acreditar, pelo menossport 365 apostastermossport 365 apostascarbono.

A ampla maioria dos abacates é transportadasport 365 apostasnavio, que emite relativamente pouco carbono, devido às imensas quantidades que uma única viagem pode transportar.

Mesmo quando são transportados por milharessport 365 apostasquilômetros, a viagem marítima resultasport 365 apostasapenas 0,2 kgsport 365 apostasCO₂e p/kgsport 365 apostasabacate – normalmente, muito menos do que a pegada gerada pelo seu cultivo. Mas o transporte marítimo traz outros questionamentos.

A dependência excessiva do transporte por navio criou um sistema alimentar que é vulnerável a choques e interrupções.

Os congestionamentos e gargalos logísticos (como o bloqueio do canalsport 365 apostasSuez por um navio porta-contêineressport 365 apostas2021, por exemplo), surtossport 365 apostasfome ou guerrassport 365 apostasuma parte do mundo podem gerar interrupções ou faltasport 365 apostasalimentossport 365 apostasmuitos outros países.

O problema provavelmente irá aumentar à medida que a crise climática se aprofunda. E esta questão não é exclusiva dos abacates,sport 365 apostasforma que passar a consumir mais alimentossport 365 apostasfontes locais pode aumentar a resiliência e ajudar a proteger contra a escassezsport 365 apostasalimentos no futuro.

Ônus ambiental

Os abacateiros são plantas que consomem muita água. Eles precisam,sport 365 apostasmédia,sport 365 apostasmil litrossport 365 apostaságua por quilo.

Este nível é mais alto que a maioria das outras frutas e legumes, mas inferior a alguns cereais, como o arroz. O problema principal é que os abacates são cultivadossport 365 apostasregiões que já sofrem com a falta d'água.

O maior produtorsport 365 apostasabacate do mundo é o México, que vem enfrentando prolongados períodossport 365 apostasseca.

A irrigação das plantaçõessport 365 apostasabacate pode prejudicar o acesso à água da população local. E esta questão da justa distribuição da água pode se agravar nas próximas décadas.

É preciso também considerar os impactos à natureza.

Tradicionalmente, os abacateiros eram plantadossport 365 apostascanteiros mistos com outros produtos. As frutas são colhidas como alimentosport 365 apostassubsistência, exportando apenas o excedente. Mas esta prática se alterou, à medida que aumentava a demanda dos Estados Unidos e da Europa.

Agora, os abacates são cultivados principalmente como produtosport 365 apostasexportação. A produção passou a sersport 365 apostasgrandes monoculturas, para maximizar a produtividade.

Estas monoculturas eliminaram outros produtos nativos e são muito mais vulneráveis a pragas e doenças do que o plantio combinado.

Tudo isso faz com que seja preciso aplicar maiores quantidadessport 365 apostaspesticidas químicos e fertilizantes sintéticos. E estes, porsport 365 apostasvez, prejudicam a biodiversidade, a qualidade do solo e a saúde humana.

Para agravar ainda mais a situação,sport 365 apostasalgumas regiões, as novas plantaçõessport 365 apostasabacate estão causando desmatamento.

Até 25 mil hectaressport 365 apostasfloresta são derrubados todos os anos no Estadosport 365 apostasMichoacán, a principal região produtorasport 365 apostasabacate do México. O Estado fornece a maior parte dos abacates vendidos nos Estados Unidos.

Michoacán tem uma rica cobertura florestal, que abriga diversos animais ameaçados, como onças, pumas e coiotes. O aumento da produçãosport 365 apostasabacate naquela região pode, portanto, representar uma enorme ameaça à biodiversidade.

Por fim, existem impactos humanos que devem ser considerados.

O comércio do abacate pode ajudar a população local, fornecendo renda para os produtores agrícolas. Mas eles também irão sentir as consequências ambientais.

Além disso, as plantaçõessport 365 apostasabacate no México já foram relacionadas ao crime organizado e aos abusos dos direitos humanos. Certas aldeias e cidades ficaram tão cansadas dos problemas que chegaram a proibir por completo os abacates.

O mais frustrante é que não existem respostas fáceis.

Em termossport 365 apostasimpactos aos seres humanos e à biodiversidade, buscar abacates no comércio justo ousport 365 apostasprodução orgânica pode ajudar. Mas os processossport 365 apostascertificação estão longe da perfeição – e, com frequência, são muito caros para os pequenos agricultores nos paísessport 365 apostasdesenvolvimento.

E o comércio justo e a produção agrícola também podem não resultarsport 365 apostasredução das emissões abaixo dos níveis da monocultura.

O abacate não é o único alimento com impacto ambiental. Ele tem pegadasport 365 apostascarbono muito menor que a maioria dos produtossport 365 apostasorigem animal e é apenas um dentre muitos alimentossport 365 apostasque uma única variedade domina o mercado.

Mas também não devemos menosprezar os prejuízos da produção do abacate à natureza e às populações locais.

O melhor conselho para os consumidores talvez seja, quando possível, considerar variedades alternativassport 365 apostasabacate, para reduzir a demanda pela monocultura. E, quando elas não forem disponíveis, a segunda opção provavelmente é tentar manter os abacates como uma iguaria, não como um alimento básicosport 365 apostasconsumo frequente.

* Thomas Davies é pesquisador honorário do Centro Ambiental da Universidadesport 365 apostasLancaster, no Reino Unido.

Este artigo foi publicado originalmente no sitesport 365 apostasnotícias acadêmicas The Conversation e republicado sob licença Creative Commons. Leia aqui a versão originalsport 365 apostasinglês.