Por que o Brasil continuou um só enquanto a América espanhola se dividiubaixar o betanovários países?:baixar o betano

Crédito, MNBA
Dom João 6º chegou ao Brasilbaixar o betano1808

Maiores distâncias, diferentes estilosbaixar o betanoadministração
Uma das causas tem a ver com a distância geográfica entre as cidades das antigas colônias e a forma como as duas possessões eram administradas por suas respectivas metrópoles.
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Fim do Matérias recomendadas
Ainda que a colônia portuguesa tivesse dimensões continentais, a maior parte da população se concentravabaixar o betanocidades costeiras, enquanto o interior permanecia praticamente inexplorado, lembra à BBC News Brasil o historiador mexicano Alfredo Ávila Rueda, da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM).

Crédito, Biblioteca Nacionalbaixar o betanoPortugal
Tratadobaixar o betanoTordesilhas,baixar o betano1494, foi assinado por Portugal e Castela (Espanha)
"É verdade que, hoje, o Brasil é um país enorme, com maisbaixar o betano8 milhõesbaixar o betanokm². Mas, na prática, na época da independência, as principais cidades se concentravam no litoral. As distâncias entre as cidades eram, assim, menores do que na América Espanhola. O interior era praticamente território que não era controlado pela Coroa portuguesa", diz.
Já a América Espanhola era formada por quatro grandes vice-reinados: Nova Espanha, Peru, Rio da Prata e Nova Granada, com poucos vínculos - senão comerciais - entre si. Cada um deles respondia à Coroa e tinha vida própria.
Ou seja, eram administrados localmente. Além disso, foram criadas capitanias que tinham governos independentes desses vice-reinados, como as da Venezuela, Guatemala, Chile e Quito, acrescenta Ávila Rueda.
"A administração espanhola se deubaixar o betanotornobaixar o betanoduas 'sub-metrópoles': México e Peru. Isso não aconteceu no Brasil, onde a administração era muito mais centralizada", explica o historiador mexicano.

Diferenças entre as elites
Outra causa está relacionada à formação e à representatividade das elites nas duas colônias, na opinião do historiador brasileiro José Murilobaixar o betanoCarvalho.
No Brasil, a elite era muito mais homogênea ideologicamente do que a espanhola, diz ele.
Carvalho argumenta que isso se deveu à tradição burocrática portuguesa. Portugal nunca permitiu a criaçãobaixar o betanouniversidades embaixar o betanocolônia. Escolas superiores só foram criadas após a chegada da corte,baixar o betano1808. Assim, os brasileiros que quisessem e pudessem ter formação universitária tinham que viajar a Portugal, sobretudo à cidadebaixar o betanoCoimbra.
"Diantebaixar o betanoum pedido para se criar uma escolabaixar o betanoMedicinabaixar o betanoMinas Gerais, no século 18, a resposta da Corte foi: agora pedem uma faculdadebaixar o betanoMedicina, daqui a pouco vão pedir uma faculdadebaixar o betanoDireito e,baixar o betanoseguida, vão querer a independência", exemplifica o historiador brasileiro.
Quando se formavam, esses ex-alunos voltavam ao Brasil e acabavam ocupando cargos importantes na administração da colônia. Ou seja, um desembargadorbaixar o betanoPernambuco formadobaixar o betanoCoimbra tinha grandes chancesbaixar o betanoconhecer um desembargador do Riobaixar o betanoJaneiro também diplomado na mesma universidade, oubaixar o betanoter conhecidosbaixar o betanocomum, o que, na opiniãobaixar o betanoCarvalho, favoreceu um sentimentobaixar o betanounidade na colônia.
"Esses estudantes luso-brasileirosbaixar o betanoCoimbra tinham organização própria. Envolveram-se no mesmo ensino que os portugueses e foram absorvidos pela burocracia da Corte, sendo enviados a todos os pontos do império português - do Brasil à África. Portugal tinha uma população muito pequena à época e não havia gente suficiente para administrar seu império. Acabou dependendo dos brasileiros treinados lá", diz.
"Eles formaram grande parte da elite política brasileira até cercabaixar o betano1850, como ministros, conselheirosbaixar o betanoEstado, deputados e senadores", acrescenta.
Segundo Murilobaixar o betanoCarvalho, essa formação da elite brasileirabaixar o betanoPortugal acabou por favorecer a obediência à figura real e a crença nas virtudes do poder centralizado.
Entre 1772 e 1872, passaram pela Universidadebaixar o betanoCoimbra 1.242 estudantes brasileiros.
Por outro lado, na América Espanhola, durante esse mesmo período, 150 mil estudantes se formarambaixar o betanouniversidades locais, diz Carvalho. Havia pelo menos 23 universidades na colônia, três delas apenas no México. Só a Universidade do México formou quase 40 mil estudantes.
Dessa forma, argumenta o historiador, quando os movimentosbaixar o betanoindependência na América Espanhola começaram a ganhar força, no século 19, eles surgiram coincidentemente nos locais onde havia universidades. E praticamente todos esses locais com universidades acabaram dando origem a um país diferente.
Ávila Rueda contesta, contudo, essa última hipótese. "Essas universidades eram, embaixar o betanomaioria, reacionárias...aliadas à Coroa espanhola", diz.
"A Universidade do México, por exemplo, era muito reacionária, a tal ponto que,baixar o betano1830 (após a independência do México), o governo mexicano decidiu fechá-la porque acreditava que não seria possível reformá-la", acrescenta.
Neste sentido, o historiador mexicano diz acreditar que a livre circulaçãobaixar o betanoimpressos (jornais, livros e panfletos) na América espanhola, que não era permitida na América portuguesa (a proibição só foi revertidabaixar o betano1808, com a chegada da corte portuguesa ao Brasil), teve papel muito mais importante na construçãobaixar o betanoidentidades regionais do que propriamente as universidades.
"Já na América portuguesa, tudo o que era consumido vinhabaixar o betanoPortugal, o que gerava esse vínculo muito forte com a metrópole", lembra.
Mas fato inconteste era que, na América espanhola, os nascidos na colônia, os chamados criollos, a elite local (grandes proprietáriosbaixar o betanoterras, arrendatáriosbaixar o betanominas, comerciantes e pecuaristas) eram desprezadosbaixar o betanorelação aos nascidos na Espanha, os Peninsulares.
Até 1700, quando a Espanha era governada pela dinastia dos Habsburgo, as colônias tinham bastante autonomia.
Mas tudo mudou com as reformas borbônicas feitas pelo rei espanhol Carlos 3º. Naquele momento, a Espanha precisava aumentar a extraçãobaixar o betanoriquezabaixar o betanosuas colônias para financiar a manutençãobaixar o betanoseu império e guerras nas quais estava envolvido.
Com isso, a Coroa decidiu expandir os privilégios dos peninsulares - colonos nascidos na Espanha -, que passaram a ocupar os cargos administrativos anteriormente destinados aos criollos.
Ao mesmo tempo, as reformas realizadas pela Igreja Católica reduziram os papéis e os privilégios do baixo clero, que também era formado embaixar o betanomaioria por criollos.

Crédito, Biblioteca Nacionalbaixar o betanoPortugal
Declaraçãobaixar o betanoGuerrabaixar o betanoDom João 6º a Napoleão Bonaparte

Crédito, Câmara Municipalbaixar o betanoLisboa
Família real portuguesa fugiubaixar o betanoPortugal rumo a Brasil por causabaixar o betanoNapoleão Bonaparte
Napoleão invade Portugal...e a família real portuguesa foge para o Brasil
Outro motivo que explica a manutenção da unidade do Brasil, senão o mais importante, foi a fuga da família real portuguesa parabaixar o betanoentão maior colônia,baixar o betanoacordo com os historiadores.
Em 1808, com a invasãobaixar o betanoPortugal por Napoleão Bonaparte, o príncipe regente João fugiu para o Riobaixar o betanoJaneiro, transferindo não somente a corte, mas toda a burocracia do governo: arquivos, biblioteca real, tesouro público e cercabaixar o betano15 mil pessoas. O Riobaixar o betanoJaneiro virou, então, a sede político-administrativa do império. A presença do reibaixar o betanoterritório brasileiro serviu como fontebaixar o betanolegitimidade para que a colônia se mantivesse unida.
"O rei era um herdeiro legítimo do poder. Temos dificuldadebaixar o betanoentender a importância disso hoje, mas naquela época a figurabaixar o betanoDom João 6º como monarca tinha muita força", diz à BBC News Brasil o historiador americano Richard Graham, professor emérito da Universidade do Texas e considerado um dos maiores especialistasbaixar o betanohistória da América Latina nos Estados Unidos.
Carvalho explica que a "transferência trouxe para o Brasil toda a burocracia portuguesa. Portugal passou a ser uma dependência. Desenvolveu-se, portanto, um focobaixar o betanolegitimidade política no país".
"Se Dom João não tivesse vindo para o Brasil, o país teria se divididobaixar o betanocinco ou seis países. Os lugaresbaixar o betanomaior desenvolvimento econômico, como Pernambuco e Riobaixar o betanoJaneiro, teriam conseguidobaixar o betanoindependência", assinala.

Crédito, Museu Nacional do Castelobaixar o betanoFontainebleau
Napoleão Bonaparte forçou rei espanhol Fernando 7º a abdicar do tronobaixar o betanofavorbaixar o betanoseu irmão, José (mais tarde José 1º, da Espanha, retratado no quadro)
Enquanto isso, o rei espanhol é forçado a abdicar do trono...
Na Espanha, contudo, essa fontebaixar o betanolegitimidade foi questionada após a invasãobaixar o betanoNapoleão. Ele forçou o rei espanhol, Carlos 4º e seu filho, Fernando 7º, a abdicar do trono a favorbaixar o betanoseu irmão, José Bonaparte (mais tarde José 1º da Espanha).
Na colônia, a notícia caiu como uma bomba. Aqueles que viviam na América Espanhola já não sabiam mais a quem obedecer. Surgiram juntas administrativas, muitas das quais no começo governavambaixar o betanonomebaixar o betanoFernando 7º, recusando-se a receber ordensbaixar o betanojuntas semelhantes formadas na Espanha (após a invasãobaixar o betanoNapoleão, o governo espanhol foi divididobaixar o betanoinúmeras juntas administrativas).
Quando Napoleão foi derrotado, esses líderes locais já tinham experiênciabaixar o betanoautogoverno. Reconduzido ao tronobaixar o betano1814, Fernando 7º não garantiu a autonomia deles e tentou usar a força para restabelecer a submissão das colônias.
Esse fato aliado à política discriminatória por parte da Coroa Espanholabaixar o betanorelação aos nascidos nas Américas fez com que eles se rebelassem, inspirados pelos ideais iluministas espalhados pelas revoluções americana e francesa.
Com o apoiobaixar o betanooutras castas, eles travaram lutas sangrentas contra a Espanha por independência, entre 1809 a 1826.
Por outro lado, quando Napoleão foi derrotado, Dom João 6º elevou o Brasil à condiçãobaixar o betanoReino Unido a Portugal. Também permaneceu no Riobaixar o betanoJaneiro até que as cortes exigissem seu retorno a Lisboa,baixar o betano1820, e aceitasse uma constituição liberal.
Dom João 6º deixou seu filho, Pedro, como príncipe regente no Brasil, ebaixar o betano1822, Pedro tornou o Brasil independente, coroando a si mesmo como Dom Pedro 1º. O Brasil ganhou então a independência como uma monarquia constitucional.

Crédito, Museu do Ipiranga
Dom Pedro 1º proclamou Independência do Brasil às margens do Rio Ipiranga
Temor social
Preocupações econômicas e sociais também contribuíram fortemente para assegurar a unidade do Brasil.
Segundo Graham, fazendeiros e homens ricos das cidades acabaram aceitando uma autoridade central por dois motivos: a ameaçabaixar o betanodesordem social e o apelobaixar o betanouma monarquia legítima.
Um possível desmembramento do Brasilbaixar o betanodiferentes países poderia colocarbaixar o betanoxeque o firme controle social desejado pelos proprietáriosbaixar o betanoterras e escravocratas. Inicialmente, eles achavam que conseguiriam manter o respeito e a obediência, mas revoltas populares provaram o contrário, na prática. No Haiti, por exemplo, a independência significou o fim da escravidão.
Embora o Brasil tenha conseguidobaixar o betanoindependênciabaixar o betanoPortugal sem recorrer à luta militar generalizada, os líderes regionais procuravam maior liberdadebaixar o betanorelação à capital, o Riobaixar o betanoJaneiro, diz Graham.
Mas, com o tempo, eles perceberam que essa vontadebaixar o betanoreivindicar um autogoverno regional ou a independência completa do governo centralizado poderia enfraquecerbaixar o betanoautoridade, não somente sobre os escravos, mas também sobre as classes inferioresbaixar o betanogeral. Ou seja, temiam a desordem social.
"É importante lembrar que o Brasil era um paísbaixar o betanoescravos. Eles compunham grande parte da população. Era muito perigoso que as classes dominantes começassem a brigar entre si e colocassembaixar o betanoriscobaixar o betanolegitimidade", destaca Graham.
"Essa classe dominante temia que esses escravos pudessem aproveitar-sebaixar o betanosuas divisões internas para se rebelar", acrescenta.
Na América Espanhola, por outro lado, diz o historiador americano, "as elites (...) aprenderam que poderiam lidar muito bem com uma população irrequieta. Todos os países hispano-americanos tomaram medidas que objetivavam terminar com a escravidão, possivelmente para diminuir o perigo da revolta escrava. Mestiços (e alguns mulatos, como na Venezuela), tinham o comandobaixar o betanoforças militares e eram frequentemente recompensados com possebaixar o betanoterras tomadas dos monarquistas", diz.
Estatísticas sobre o comérciobaixar o betanoescravos embasam tal hipótese.

Entre 1500 e 1866, a América Espanhola recebeu 1,3 milhãobaixar o betanoescravos trazidos da África. No mesmo período, desembarcaram no Brasil 4,9 milhões, segundo dados da The Trans-Atlantic Slave Trade Database, um esforço internacionalbaixar o betanocatalogaçãobaixar o betanodados sobre o tráficobaixar o betanoescravos - que inclui, entre outros, a Universidadebaixar o betanoHarvard.
O levantamento foi possível porque os escravos eram uma mercadoria, registrada na entrada e saída dos portos, sobre a qual incidia cobrançabaixar o betanoimpostos. Nenhum outro lugar do mundo recebeu tantos escravos.

Crédito, Museu do Prado
Levantamentobaixar o betano2baixar o betanomaio, ocorridobaixar o betano1808baixar o betanoMadri, e duramente reprimido foi o estopim para Guerrabaixar o betanoIndependência Espanhola
Fragmentaçãobaixar o betanovários países
Mas por que as fronteiras dos países recém-independentes na América Espanhola não se mantiveram as mesmas das dos quatro vice-reinados? Ou seja, por que houve tanta fragmentação?
Explica Ávila Rueda: "Na época colonial, o conceitobaixar o betanofronteira era distinto do dos Estados modernos. O que havia era um sistemabaixar o betanojurisdição, nãobaixar o betanofronteiras. E as diferentes jurisdições às vezes se sobrepunham umas às outras".
Ele cita o caso do vice-reinadobaixar o betanoNova Espanha (território que compreende parte dos Estados Unidos, México e América Central).
"Em termosbaixar o betanogoverno, o vice-rei tinha controle sobre praticamente todo o território, salvo as regiões mais ao norte, que eram independentes neste sentido. Mas, a nível fiscal, o governo do México tinha controle sobre essas regiões. Jábaixar o betanorelação a questões jurídicas, a gestão era totalmente diferente".
"Assim, houve conflitos bélicos muito fortes para delimitar essas fronteiras no século 19, inclusive após a independência", acrescenta.
Ávila Rueda lembra que, com a abdicaçãobaixar o betanoFernando 7º, ocorre um processobaixar o betanoque os territórios provinciais passam a lutar por "mais autonomia".
"Julgamos o passado a partir do nosso pontobaixar o betanovista atual. Achamos que o vice-reinadobaixar o betanoNova Espanha se manteve como um país unido, que é o México atual. Mas nos esquecemos que depois da independência, surgiu o império mexicano, que incluía a atual América Central. Posteriormente, com a dissolução do império mexicano, se estabeleceram a federação mexicana e a federação centro-americana, que mais tarde se desintegrariabaixar o betanooutros países", diz.

Crédito, Museu Histórico Nacional da Argentina
Argentino Josébaixar o betanoSan Martín é também conhecido como o libertadorbaixar o betanoArgentina, Chile e Peru
"Houve um processobaixar o betanofragmentação na América Espanhola. Eventualmente, algumas dessas províncias formam confederações para ter força militar e se defenderbaixar o betanooutros inimigos. Ou são unidas à força, como fez Simón Bolívar", acrescenta.
Graham concorda. "Se você vai se tornar independente da Espanha, por que continuaria a se submeter aos mandos e desmandosbaixar o betanoBuenos Aires, por exemplo? A divisão por vice-reinos era burocrática. E as fronteiras atuais dos países da América Latina demoraram para ser consolidadas. Não era possível prevê-las antesbaixar o betano1810, pois resultarambaixar o betanodisputas internas após a independência", explica.
Mas é importante lembrar que também houve na América Espanhola planosbaixar o betanounificação, que não avançaram.

Crédito, Instituto Geográfico Militarbaixar o betanoChile
Militar e estadista, Bernardo O'Higgins foi uma das principais figuras militares fundamentais do movimentobaixar o betanoindependência do Chile
Em 1822, Simón Bolívar e Josébaixar o betanoSan Martín, duas das figuras mais importantes da descolonização da América Espanhola, reuniram-se na cidadebaixar o betanoGuayaquil, no Equador, para discutir o futuro da América Espanhola.
Enquanto Bolívar era partidário da unidade das ex-colônias (ele forçou a unificação da Colômbia e da Venezuela) e a formaçãobaixar o betanouma federaçãobaixar o betanorepúblicas, San Martín defendia a restauração da monarquia, sob a formabaixar o betanogovernos liderados por príncipes europeus. A ideiabaixar o betanoBolívar voltou a ser discutida no Congresso do Panamá,baixar o betano1826, mas acabou rejeitada.
E se Fernando 7º tivesse feito o mesmo que D. João 6º e transferido a corte às Américas, o mapa da América Latina seria diferente do que é hoje?
Em um artigo, o historiador americano William Spence Robertson, já falecido, cita a frasebaixar o betanoum observador espanholbaixar o betano1821: "O México não aceitaria as leis que fossem sancionadasbaixar o betanoLima; nem Lima aceitaria as leis que fossem sancionadas no México".

Crédito, Casaimperial.org
Agustínbaixar o betanoIturbide foi declarado imperador do México como Agustín I após independência da Espanha
"A principal pergunta, portanto, é onde ele escolheria se estabelecer. Não acredito que o México permaneceria leal a um rei estabelecidobaixar o betanoLima e nãobaixar o betanoMadri", diz Graham.
"Mas certamente (se Fernando 7º tivesse se transferido às Américas) haveria menos divisões do que, na verdade, ocorreu", acrescenta.
Isso porque os reis oferecem legitimidade.

Crédito, World Digital Library
Documento "Declaração ao Mundo" ou "Notas para a História" foi encontrado junto ao corpobaixar o betanoAgustínbaixar o betanoIturbide apósbaixar o betanoexecução; sangue sobre papel é do próprio Agustín
Tanto é que, na Argentina, quando um congressobaixar o betano1816 declarou a independência das "Províncias Unidas", Juan Martinbaixar o betanoPueryrredón, nomeado diretor dessa entidade, tentou, nos três anos seguintes,baixar o betanovão buscar alguém na Europa com vínculo real para se tornar rei das Províncias Unidades do Rio da Prata.
"A própria mulherbaixar o betanoDom João, Dona Carlota Joaquina, tinha vontadebaixar o betanose tornar rainha do Prata", lembra Murilobaixar o betanoCarvalho.
Já no México, quando as cortes espanholas se recusaram a reconhecer a independência mexicana e a permitir que um membro da realeza aceitasse o trono do império mexicano, Agustín Iturbide, um dos mentores da independência, forjou uma eleição ao fim da qual foi coroado imperador, como Agustín 1º.
No Peru, também foi aventada a possibilidadebaixar o betanoum príncipe espanhol liderar uma monarquia independente.

Crédito, Coleção do Banco Central da Venezuela
Militar liberal e líder político venezuelano, Simón Bolívar foi um dos primeiros a lutar pela descolonização da América Espanhola
Rebeliões no Brasil
Mas o processobaixar o betanounificação territorial no Brasil tampouco foi totalmente pacífico. Houve movimentosbaixar o betanocaráter emancipacionistabaixar o betanoMinas Gerais (1789), na Bahia (1798),baixar o betanoPernambuco (1817).
No entanto, essas revoltas foram mais fomentadas por um sentimentobaixar o betanoautonomia do que propriamente por um desejobaixar o betanoruptura entre a colônia e a metrópole.

Crédito, Museu Mariano Procópio
Tiradentes foi líder da Inconfidência Mineira, mas revolta não tinha desejobaixar o betanolibertaçãobaixar o betanotodo território brasileiro
Um exemplo emblemático disso foi a chamada Inconfidência Mineira, liderada por Tiradentesbaixar o betanoMinas Gerais (1789). Não havia nessa conspiração antimetropolitana nenhum desejobaixar o betanolibertaçãobaixar o betanotodo o território.
Quando Dom Pedro 1º declarou a Independência do Brasil,baixar o betano1822, por exemplo, a maior parte das províncias do norte foram contra e permaneceram leais a Portugal, até defrontarem-se com uma força vinda do Riobaixar o betanoJaneiro.
Ainda assim, como lembra Graham, "mesmos os grupos do sul que declarambaixar o betanoaliança a D. Pedro 1º,baixar o betanomeadosbaixar o betano1822, não significavam o triunfo do nacionalismo. Ao contrário, eles simplesmente preferiam o domínio dele, com a promessabaixar o betanoautonomia local, ao domínio das cortes portuguesas, que ameaçava essa autonomia".
Ávila Rueda acrescenta ainda que, "como na América portuguesa não houve uma guerrabaixar o betanoindependência e sim uma continuidade com a transferência da corte, o governo do Riobaixar o betanoJaneiro tinha mais força para suprimir essas rebeliões".
"Em contrapartida, o governo do México não tinha força suficiente para evitar o desmembramento da América Central. Tampouco o governobaixar o betanoBuenos Airesbaixar o betanorelação a Uruguai ou Paraguai", acrescenta.
'Acordobaixar o betanointeresses'
Segundo a historiadora brasileira Lilia Schwarcz, "a independência do Brasil foi uma soluçãobaixar o betanocompromisso entre as elites, no sentidobaixar o betanoprimeiro evitar uma mudança estrutural na então colônia que se tornaria um país e evitar grandes conturbações sociais", diz.
"Houve um ajuste entre as várias elites locais no sentidobaixar o betanopreservar a escravidão, evitar o formatobaixar o betanouma revolução, inclusive sabendo do que havia ocorrido na América Espanhola e conseguir manter o país unificado", acrescenta.
Graham concorda. "O governo central não foi imposto às pessoas influentes ou até mesmo "vendido" a eles. Eles (a elite brasileira) o escolheram", assinala.
"Eles procuravam legitimidade porque, sem ela,baixar o betanoautoridade local permanecia relativamente fraca. Eles desejavam fortalecer a hierarquia porque ela validaria abaixar o betanoprópria posição local predominante. Para alcançar esses objetivos, eles construíram um estado central, simbolizado no imperador. A monarquia tinhabaixar o betanoutilidade".

Crédito, Arquivo Nacional do Brasil
Sentença contra líderes da Inconfidência Mineira
"A presença do imperador foi fundamental. As elites pretendiam que o imperador fosse uma espéciebaixar o betanosímbolo a unificar as diferentes províncias e que,baixar o betanoalguma maneira, ele fizesse uma passagem não tão convulsionada como no restante da América Espanhola. Sabemos que a história não foi bem assim, mas foi o que aconteceu no momento da independência", diz Schwarcz.
Por fim, a opção por um governo central, alémbaixar o betanoafastar o espectrobaixar o betanouma anarquia social, também favorecia estender o poder dessas elites, uma vez que cabia a elas as indicações aos cargos públicos, como oficiais da Guarda Nacional, delegadosbaixar o betanopolícia e juízes.
"Eles vieram a considerar o governo central como apropriado e útil para fins pessoais", diz Graham.
Já no fim do século, com a unidade do Brasil já assegurada e a escravidão abolida, as elites já não precisavam mais "de um símbolo vivo do estado" para estabelecerbaixar o betanolegitimidade.
O império acabou destronado pelo Exército, que proclamou a república quase sem disparar um único tiro.
Com ilustraçõesbaixar o betanoCecilia Tombesi e Kako Abraham







