Como funcionará programa do governo que pode baratear carros no Brasil:casa de aposta russa

A medida, segundo ele, serve como uma proteção cambial e abrangerá não apenas o setor automotivo, mas a indústria como um todo.

Lula já havia reclamado publicamente sobre os preçoscasa de aposta russaveículos no país.

"A fábricacasa de aposta russaautomóveis não está vendendo bem, mas qual pobre pode comprar um carro popularcasa de aposta russaR$ 90 mil?", questionou Lula da Silva durante sessão inaugural do Conselhocasa de aposta russaDesenvolvimento, Econômico e Social, no iníciocasa de aposta russamaio.

No entanto, detalhescasa de aposta russacomo será o programacasa de aposta russafato ainda serão anunciados nos próximos 15 dias, após uma análise da Fazenda sobre o programa.

A BBC News Brasil conversou com analistas sobre o que foi divulgado até agora e os possíveis impactos destas medidas. Entenda a seguir.

O que foi anunciado?

O governo anunciou que fará uma redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), aplicado sobre a fabricação, importação e venda destas mercadorias, inclusive automóveis, e do tributos do Programacasa de aposta russaIntegração Social (PIS) e da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins), que incidem sobre o faturamento das empresas e usados para financiar a saúde pública e Previdência Social.

O índicecasa de aposta russaredução ainda não divulgado, mas o governo afirmou que a porcentagem do desconto será baseadacasa de aposta russatrês critérios: social, eficiência energética e densidade industrial.

Isso significa que, na prática, automóveis mais baratos, menos poluentes e mais econômicoscasa de aposta russagasto combustível, assim como os que possuem mais peças nacionais emcasa de aposta russacomposição, terão mais desconto.

De acordo com Alckmin, quanto mais critérios forem atendidos, maior será a redução no preço. Ele também sinalizou com a possibilidadecasa de aposta russadesconto maior por venda direta da indústria.

"Isso acontecerá para aqueles que têm um CNPJcasa de aposta russaempresa e decidirem usar na horacasa de aposta russacomprar o carro. A legislação brasileira permite que a montadora tenha uma taxa menorcasa de aposta russaimpostos vendendo para empresas", explica Paulo Cardamone, presidente da Bright Consulting, especializada no mercado automobilístico.

Algumas duvidas continuamcasa de aposta russaaberto, como por exemplo se a indústria será obrigada a repassar as reduções nos impostos para o consumidor final.

Ou, por exemplo, por quanto tempo essas medidas vão valer, já que o governo afirmou que se tratacasa de aposta russaum programa transitório que visa reduzir a ociosidade da indústria automobilística brasileira.

O preço dos carros vai cair?

A expectativa do governo é que a reduçãocasa de aposta russaimpostos faça o preço dos automóveis cair entre 1,5% a 10,79%.

Cardamone avalia que a reduçãocasa de aposta russaimpostos tem o potencialcasa de aposta russabaratear maiscasa de aposta russaum quarto dos modelos à venda atualmente.

"Para se ter uma ideia do tamanho da mudança, hoje nós temos aproximadamente 600 modeloscasa de aposta russaveículos sendo vendidos e cercacasa de aposta russa160 deles, 25%, estão dentro dessa faixacasa de aposta russapreço passívelcasa de aposta russadesconto, e representam 47% do volumecasa de aposta russacarros no mercado", diz o analista.

Cardamone afirma que, considerando o objetivocasa de aposta russatornar os veículos mais acessíveis para quem tem menor renda, o limitecasa de aposta russaR$ 120 mil é razoável.

"A redução para faixacasa de aposta russapreço mais altas privilegiaria apenas quem tem renda muito alta."

No entanto, detalhes da fórmula que será aplicada ainda não são conhecidos para se poder precisar quanto o preçocasa de aposta russacada modelo poderá cair.

Após o anúncio, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantescasa de aposta russaVeículos Automotores (Anfavea), Márcio Lima Leite, pode levar o preço dos modelos maiscasa de aposta russaconta ficar abaixocasa de aposta russaR$ 60 mil.

No entanto, os carros mais baratos hoje no Brasil, Renault Kwid e Fiat Mobi, ficariam acima disso com os índices anunciados pelo governo.

Se eles recebessem a redução máxima prevista,casa de aposta russa10,79%, por exemplo, passariam dos R$ 68.990 atuais para R$ 61.545.

Quais podem ser os outros impactos do programa?

Analistas apontam que uma reduçãocasa de aposta russaimpostos que barateie os carros tem o potencialcasa de aposta russaaumentar as vendas e, portanto, reaquecer a produção indústrial.

Isso, porcasa de aposta russavez, aumentaria a ofertacasa de aposta russaempregos e a rendacasa de aposta russaparte da população, estimulando o consumo e aumentando a arrecadação do governo, beneficiando a economiacasa de aposta russaforma geral.

“Se bem desenhado, o programa do veículo acessível poderia trazer, inclusive, um equilíbrio na arrecadação, porque estaria substituindo veículos usados que geram imposto menor, com marginal impacto positivo nos empregos, agradando o governocasa de aposta russatermos políticos", avalia Cardamone.

O faturamento do setor, que caiu 43%casa de aposta russadez anos, também é um fator importante por trás da medida.

"O Brasil já produziu cercacasa de aposta russa3,8 milhõescasa de aposta russaveículoscasa de aposta russaum ano, e hoje esse número está estagnadocasa de aposta russaum patamarcasa de aposta russa2 milhõescasa de aposta russaveículos. É uma ociosidadecasa de aposta russaquase 50% da produção, o que não é normal no setor automotivo, que precisa ocupar ao menos 70%casa de aposta russasua capacidade produtiva", afirma Cardamone.

"O governo olha esse setor, que já teve grande contribuição tributária, e procura uma formacasa de aposta russatentar recuperar isso."

Cardamone aponta que um ponto importante a ser considerado é a duração do benefício.

"A medida não pode ser eterna porque é uma renúncia fiscal importante. Não se sabe se vai durar seis meses, um ano… Particularmente, eu acho quecasa de aposta russaum intervalo entre julho a dezembro, por exemplo, funciona."

O analista calcula que o programa teria o potencialcasa de aposta russaaumentar as vendascasa de aposta russaaproximadamente 120 a 130 mil automóveiscasa de aposta russaseis meses - um crescimento 6% acima do previsto atualmente para o setor.

Por outro lado, aponta o analista, a renúncia fiscal neste mesmo período deve girarcasa de aposta russatornocasa de aposta russaR$ 4 bilhões.

"Se a medida durar um ano, já são R$ 8 bilhões a menos para um governo que não passa por um momento econômico fácil."

Antonio Jorge Martins, coordenador acadêmico dos cursos da área automotiva na Fundação Getúlio Vargas (FGV), aponta que não vê estes impactos acontecendo "da noite para o dia" e acrescenta que pode ser necessário ir além do cortecasa de aposta russaimpostos.

"Talvez não somente a redução dos preços, mas também as melhores condiçõescasa de aposta russaobtençãocasa de aposta russafinanciamento, resultemcasa de aposta russaum cenário melhor para aumentar a produção do setor."

Lula tocou neste ponto horas depois do anúncio,casa de aposta russaevento na Federação das Indústrias do Estadocasa de aposta russaSão Paulo (Fiesp), quando voltou a criticar o preço atual dos carros e os altos juros que impedem o consumidorcasa de aposta russabuscar crédito.

O presidente afirmou que a maioria dos carros vendidos no ano passado foram vendidos à vista, segundo ele, "porque não tem políticacasa de aposta russacrédito para financiar. E a classe média baixa não está comprando mais carro, porque um carro popularcasa de aposta russaR$ 90 mil não é mais popular".

Martins ressalta ainda que o imposto que mais impacta o preçocasa de aposta russaveículos atualmente é o ICMS, cobrado pelos Estados.

"Eu não sei exatamente do entendimento do governo federal com os Estados no sentidocasa de aposta russapropiciar também a redução do ICMS, mas acredito, inclusive, que a redução desse imposto seria mais relevante do que os impostos federais."

O 'carro popular' vai voltar?

Embora haja uma expectativacasa de aposta russaredução nos preços, a volta dos carros populares como os brasileiros já conheceram não deve acontecer, segundo os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil.

Isso porque os veículos vendidos com este motecasa de aposta russaépocas passadas, quando a indústria tinha númeroscasa de aposta russaprodução e venda bem superiores aos atuais, se tornaram ultrapassados e não têm mais lugar no mercado hoje.

"O carro popular antes se caracterizava por um baixo nívelcasa de aposta russasegurança e opções bastantes reduzidascasa de aposta russaconforto e tecnologia. Não é mais possível usar esse termo - o que teremos daqui para frente são 'carroscasa de aposta russaentrada'", afirma Martins.

Cardamone explica que o aumento dos preços nos últimos anos se deveu a um processocasa de aposta russamodernização dos modelos.

"É importante para o Brasil ter segurançacasa de aposta russatermoscasa de aposta russamenos acidentes e ser responsável com o meio ambiente. Ou seja, se juntar a regulação ideal com esse consumidorcasa de aposta russamaior poder aquisitivo, que quer tudo no carro, conectividade, infoentretenimento, ter o 'iPhone' dos carros, não tem o que fazer - o preço sobe."

Há também outros motivos, mais abrangentes, que afetaram os preços e a capacidadecasa de aposta russacompra da população.

Custos geraiscasa de aposta russalogística, frete e acesso à elementoscasa de aposta russatecnologia encareceram no Brasil e no mundo afetados pela pandemia da covid-19, conforme apontadocasa de aposta russauma reportagem da BBC News Brasil.

"Paralelamente, aqui no Brasil, nós tivemos uma desvalorização cambial e também tivemos a inflação. Isso tudo fez com que as empresas passassem a repassar esses custos aos seus consumidores finais", complementa Martins.