Como estamos 'programados' para persistir e por que, às vezes, é heroico desistir:o jogo mais dificil do mundo

No dia 3o jogo mais dificil do mundojunhoo jogo mais dificil do mundo1995, o psicólogo americano Jeffrey Z. Rubin, especialistao jogo mais dificil do mundoresoluçãoo jogo mais dificil do mundoconflitos, morreu enquanto tentava escalar uma montanha no Maine, Estados Unidos. Rubin tinha 54 anos.

A montanha, no Parque Estadual Baxter, no norte do Estado, é parteo jogo mais dificil do mundoum circuitoo jogo mais dificil do mundocem picos muito popular entre adeptos do montanhismo. Amante desse esporte e bastante experiente, Rubin estava pertoo jogo mais dificil do mundovencer mais esse desafio: já tinha escalado os outros 99 picos.

A última pessoa a ver Jeffrey Rubin com vida foi um aluno que escalava com ele, conta a psicóloga Annie Duke, autorao jogo mais dificil do mundoQuit: The Power of Knowing When to Walk Away (em tradução livre, "Desista: O podero jogo mais dificil do mundosabermos quando abandonar o barco")

“Enquanto eles escalavam, baixou um nevoeiro muito espesso, e a visibilidade caiu para praticamente zero. O alunoo jogo mais dificil do mundoJeffrey disse, ‘acho que não é seguro continuar, melhor não seguirmos subindo’. Rubin rejeitou os pedidos do estudante. O aluno decidiu não seguir adiante, mas Jeffrey foio jogo mais dificil do mundofrente. O corpo dele foi encontrado dois dias mais tarde.”

A grande ironia nessa história é que ela serve como ilustração para uma teoria que o próprio Rubin foi pioneiroo jogo mais dificil do mundodesenvolver, explica Duke.

Trata-se da teoria do entrapment (aprisionamento,o jogo mais dificil do mundotradução livre), segundo a qual nós seres humanos estamos propensos a ficar aprisionadoso jogo mais dificil do mundosituações ou projetos mesmo quando há indícios claroso jogo mais dificil do mundoque continuar insistindo naquilo não será benéfico para nós.

Ex-jogadora profissionalo jogo mais dificil do mundopoker, Duke é doutorao jogo mais dificil do mundoPsicologia pela Universidade da Pensilvânia (EUA) e atua como mentora e consultora.

Em entrevista ao programa The Spark, da BBC Radio 4, Annie Duke mostra com exemplos as formas como acabamos presos -o jogo mais dificil do mundomontanhas cobertaso jogo mais dificil do mundonevoeiro, no trabalho,o jogo mais dificil do mundorelacionamentos ou,o jogo mais dificil do mundocontexto mais amplo,o jogo mais dificil do mundograndes guerras impossíveiso jogo mais dificil do mundoserem vencidas.

Duke também nos ensina a reconhecer falhas no nosso raciocínio lógico que nos impedemo jogo mais dificil do mundoabandonar causas perdidas.

Contrariando o bom senso

Annie Duke iniciao jogo mais dificil do mundoentrevista descrevendo um experimento feito por Rubin na décadao jogo mais dificil do mundo1970 que serviu como base para a teoria do aprisionamento.

Ele convidou participantes a preencher um jogoo jogo mais dificil do mundopalavras cruzadas que tinha oito respostas, algumas bastante difíceis.

Cada voluntário receberia US$ 8, independentementeo jogo mais dificil do mundoquantas palavras acertasse. Rubin pagaria ainda um bônuso jogo mais dificil do mundoUS$ 2 para cada resposta correta.

Como auxílio na resolução das perguntas mais difíceis, o pesquisador oferecia aos participantes a opçãoo jogo mais dificil do mundoconsultar um dicionárioo jogo mais dificil do mundopalavras cruzadas.

No entanto, havia apenas um dicionário disponível, e quem quisesse usá-lo teriao jogo mais dificil do mundoesperaro jogo mais dificil do mundouma fila.

Embutida no experimento estava, no entanto, uma condição importante: os participantes tinham tempo limitado para preencher as palavras cruzadas.

Após um certo período, se continuassem tentando responder (em vezo jogo mais dificil do mundodevolver a folha), começavam a perder o dinheiro acumulado. Ultrapassado o prazo final, os participantes perdiam tudo - inclusive os US$ 8.

A pergunta era, será que eles esperariam pelo dicionário, mesmo correndo o riscoo jogo mais dificil do mundoperder os US$ 8?

“Ao final do experimento, ele observou que os participantes preferiram esperar pelo dicionário”, conta Duke.

“Acho que isso é um bom exemploo jogo mais dificil do mundoque, uma vez que nos envolvemoso jogo mais dificil do mundoalgum projeto, nós não desistimos dele. Mesmo quando está muito claro que aquilo nos faz mal.”

Morte na montanha

Em seu livro, Annie Duke explica que saber que agimos dessa forma não nos ajuda a tomar decisões melhores. Não ajudou Rubin, por exemplo.

“Ele tinha dedicadoo jogo mais dificil do mundocarreira a estudar o aprisionamento e a escalação da adesão a causas perdidas”, diz a psicóloga.

“Se havia alguém capazo jogo mais dificil do mundoentender esse problema, e a nossa fenomenal habilidadeo jogo mais dificil do mundoignorar os sinais que estamos recebendo,o jogo mais dificil do mundoque não devemos continuar, esse alguém era Jeffrey Rubin.”

Existem, no entanto, algumas maneiraso jogo mais dificil do mundonos protegermos dessas armadilhas, explica Annie Duke. Segundo as observações dos pesquisadores, para que ocorra o aprisionamento é preciso que a pessoa esteja envolvida emocionalmente naquela situação.

Por exemplo, se Rubin estivesse no sopé da montanha eo jogo mais dificil do mundorepente baixasse o nevoeiro, é bem possível que ele não tivesse subido, ela diz.

“Mas ele estava no meio da escalada e queria completar o circuitoo jogo mais dificil do mundocem montanhas. Então, prosseguiu.”

A chave, então, seria adotarmos “mecanismos”o jogo mais dificil do mundoproteção anteso jogo mais dificil do mundomergulharmoso jogo mais dificil do mundoprojetos ouo jogo mais dificil do mundocertas situações.

Mais adiante, conheceremos alguns dos mecanismos disponíveis, entre eles, uma regra usada para proteger alpinistas que escalam o Everest, a montanha mais alta do mundo.

Um desejo irracionalo jogo mais dificil do mundo‘consertar’ o passado?

Depoiso jogo mais dificil do mundoidentificar o fenômeno do aprisionamento, os especialistas se perguntaram que processos mentais estariam por trás dele. E encontraram erros lógicos na forma como pensamos que atrapalham nossa tomadao jogo mais dificil do mundodecisões.

Um deles é uma “armadilha cognitiva” que economistas chamamo jogo mais dificil do mundo“sunk costs fallacy” - falácia dos custos irrecuperáveis,o jogo mais dificil do mundotradução livre do inglês.

Um custo irrecuperável é um dinheiro que já foi gasto e não pode ser recobrado. A falha cognitiva ocorre quando usamos um valor irrecuperável como justificativa para gastar mais, explica Duke.

Segundo ela, esse tipoo jogo mais dificil do mundopensamento pode influenciar nossas decisões muito além do mundo das finanças,o jogo mais dificil do mundodiversas situações.

Por exemplo, quando decidimos se seria melhor desistir da fila que não anda ou quando nos perguntamos se deveríamos ficaro jogo mais dificil do mundoum emprego ouo jogo mais dificil do mundoum relacionamento que não vai bem.

“Pensamos, se eu parar agora, terei desperdiçado o tempo que já investi”, explica.

“Mas, na verdade, esse tempo já foi. A questão é, na tentativao jogo mais dificil do mundorecuperar, justificar ou não desperdiçar o tempo que você já gastou, você vai continuar a gastar mais?”

Em outras palavras, o desperdício é um problema que deve ser vistoo jogo mais dificil do mundoperspectiva, diz Duke - como evitar desperdício no futuro?

Mas, ao cairmos na falácia dos custos afundados, olhamos na direção errada -o jogo mais dificil do mundoretrospectiva, para um gasto que já foi feito. Isso atrapalha nossas decisões.

Duke mostra como esse tipoo jogo mais dificil do mundoraciocínio é usado por pessoas que estão infelizeso jogo mais dificil do mundoseus relacionamentos.

“Você estáo jogo mais dificil do mundoum relacionamento muito ruim, que não é saudável para você, e as pessoas te perguntam, por que não sai desse relacionamento?”

Você responde, “coloquei tantoo jogo mais dificil do mundomim nisso, não quero ter desperdiçado todo o tempo que coloquei na relação”.

“O problema, então, é que você vai desperdiçar mais tempo no futuroo jogo mais dificil do mundoum relacionamento que não é saudável,o jogo mais dificil do mundovezo jogo mais dificil do mundosair e tentar encontrar algo que te preencha mais.”

Vemos issoo jogo mais dificil do mundoempregos, prossegue.

“As pessoas ficam no emprego porque não querem admitir que não deu certo, não querem desperdiçar o treinamento que fizeram. Ficam naquela situação embora, se tivessem acabadoo jogo mais dificil do mundocomeçar, não teriam ficado naquele emprego.”

Dinheiro e vidas irrecuperáveis

Guerras são um exemplo clássicoo jogo mais dificil do mundocomo o fenômeno cognitivo do aprisionamento pode manter reféns alguns dos homens mais poderosos do mundo.

“Eu acho que existem duas razões pelas quais é tão difícil sairo jogo mais dificil do mundouma guerra”, diz Duke.

A primeira tem a ver com a natureza dos custos afundados, explica.

“Agora, não estamos apenas falandoo jogo mais dificil do mundobilhõeso jogo mais dificil do mundodólares gastos. Agora, vidas foram perdidas.”

Duke cita um depoimento do general americano Tony Thomas, ex-comandante do Comandoo jogo mais dificil do mundoOperações Especiais dos Estados Unidos no Afeganistão.

Thomas teria faladoo jogo mais dificil do mundosua dificuldadeo jogo mais dificil do mundoouvir o paio jogo mais dificil do mundoum soldado morto dizer “não permita que meu filho tenha morridoo jogo mais dificil do mundovão. Váo jogo mais dificil do mundofrente, termine isso e vença essa guerra”.

“Essa é a versão mais extrema do problema dos custos afundados”, diz ela. “Éo jogo mais dificil do mundopartir o coração, a vidao jogo mais dificil do mundouma pessoa foi perdida na guerra. Mas a questão é: vale a pena colocar a próxima vidao jogo mais dificil do mundorisco?”

“Não fomos programados para pensar dessa forma. E do pontoo jogo mais dificil do mundovista da política fica ainda mais complicado porque, mesmo que o político consiga dizer, ‘é trágico que vidas tenham sido perdidas, mas não vou colocar mais vidaso jogo mais dificil do mundoriscoo jogo mais dificil do mundouma guerra que, eu sei, estamos perdendo’, ele vai ser julgado pelo público.”

Para a psicóloga, o temor da opinião do eleitor é a segunda razão pela qual líderes têm dificuldadeo jogo mais dificil do mundoabandonar batalhas fracassadas.

“Lembremoso jogo mais dificil do mundoque o político está láo jogo mais dificil do mundonome do público. Isso o leva a continuar na guerra, até que não haja outra alternativa senão batero jogo mais dificil do mundoretirada.”

Omissão, status quo e aversão a perdas

A falácia dos custos irrecuperáveis é apenas um dos processos mentais que levam ao aprisionamento, prossegue Duke.

Segundo ela, estamos programados cognitivamente com múltiplos vieses que não nos deixam desistir. Para mostrar esses vieseso jogo mais dificil do mundoação, ela cita um caso descritoo jogo mais dificil do mundoseu livro.

Uma médica procurou a psicóloga e lhe disse que não estava feliz no trabalho, mas não conseguia decidir entre sair ou continuar no emprego.

Annie Duke perguntou à médica quais eram as chanceso jogo mais dificil do mundoela estar feliz naquele trabalho dentroo jogo mais dificil do mundoum ano. E quais eram as chanceso jogo mais dificil do mundoela estar feliz se saísse do emprego.

A médica respondeu que as chanceso jogo mais dificil do mundoestar feliz naquele trabalho dentroo jogo mais dificil do mundoum ano eram 0%.

“De repente, a opção (por deixar aquele emprego) não parecia mais ser um risco”, comenta a psicóloga.

Mas a médica não conseguia ver o problema dessa forma porque estava sendo influenciada pelos vieses que, inconscientemente, nos comandam a persistir.

O viés do status quo, por exemplo, diz Duke, “faz com que prefiramos o que já estamos fazendo a outras opções que poderiam ser melhores para nós”.

Nossas decisões também são influenciadas pelo chamado viés da omissão, diz Duke.

“Tratamos a falhao jogo mais dificil do mundoagiro jogo mais dificil do mundomaneira diferente da forma como tratamos uma ação.”

Um exemplo clássico desse viés é o dilema do vagão, explica.

Um vagão desgovernado está descendoo jogo mais dificil do mundoum trilho na direçãoo jogo mais dificil do mundocinco pessoas. Existe um trilho paralelo e, se você puxar uma alavanca, o vagão vai ser desviado para o outro trilho e vai atingir uma pessoa.

Confrontadas com esse problema, a maioria das pessoas preferirá deixar alguém morrer do que ativamente matar alguém.

“Pensamos que é moralmente errado puxar a alavanca, mesmo que, do pontoo jogo mais dificil do mundovista do Utilitarismo, uma pessoa morreriao jogo mais dificil do mundovezo jogo mais dificil do mundocinco. Achamos que resultados ruinso jogo mais dificil do mundouma ação são piores do que resultados ruinso jogo mais dificil do mundoausênciao jogo mais dificil do mundoação.”

“O que isso quer dizer é que vamos ser muito mais toleranteso jogo mais dificil do mundorelação a um emprego que odiamos porque temos medoo jogo mais dificil do mundoter resultados ruins se mudarmos. Mudaro jogo mais dificil do mundoemprego seria puxar a alavanca. Ficar no emprego seria permitir que o vagão seguisse naquele trilho.”

“A médica dizia que receava pegar um emprego novo e odiá-lo”, diz Duke.

Outro viés que Duke menciona emo jogo mais dificil do mundoentrevista (e que, aliás, é muito usado no mundo das finanças pelos que tentam convencer investidores a gastar seu dinheiroo jogo mais dificil do mundooperaçõeso jogo mais dificil do mundorisco) é o viés da aversão a perdas.

Ele pode ser definido como uma propensão a sermos mais afetados por perdas do que por ganhos. Ou seja, nossa satisfação ao ganhar um valor é menor do que nosso sofrimento ao perder um valor equivalente.

Macacos ou pedestais?

Depoiso jogo mais dificil do mundodemonstrar como nossos vieses nos impedemo jogo mais dificil do mundoperceber quando abandonar situações que nos prejudicam, Duke compartilha alguns dos conselhos que ofereceo jogo mais dificil do mundoseu livro eo jogo mais dificil do mundosuas consultorias.

“Queremos ter certezao jogo mais dificil do mundoque você vai chegar à resposta sobre se vale a pena desistir o mais rápido possível”, propõe.

“Quanto mais rápido você decidir, menores serão os custoso jogo mais dificil do mundocair fora quando você já está profundamente envolvido no problema.”

Para ilustrar seu pensamento, ela descreve o seguinte cenário:

Você decidiu que vai treinar macacos para fazer malabarismo com tochas acesaso jogo mais dificil do mundocimao jogo mais dificil do mundoum pedestal. Se conseguir fazer isso, vai ganhar um monteo jogo mais dificil do mundodinheiro. Para alcançar seu objetivo, você precisa treinar o macaco e construir o pedestal. Qual deles você faz primeiro?

“A resposta é: não o pedestal”, diz a psicóloga.

“Porque, se você não conseguir treinar o macaco, não vai precisar do pedestal.”

Além disso, prossegue,“você já sabe que é capazo jogo mais dificil do mundoconstruir o pedestal. Então, se você constrói o pedestal, vai ter a sensaçãoo jogo mais dificil do mundoque está avançando no seu projeto, mas é um progresso falso.”

Em seu site, Duke explora mais a fundo essa ideia. E conclui:

““(O exemplo dos) Macacos e pedestais nos ensina a atacar primeiro o problema mais difícil porque se não pudermos resolvê-lo, não faz sentido trabalhar nos outros.”

Mentor, pesos iguais e lista

O desafio dos macacos e pedestais - que a psicóloga chamao jogo mais dificil do mundo“modelo mental para a resoluçãoo jogo mais dificil do mundoproblemas” - é mais facilmente aplicável na fase inicialo jogo mais dificil do mundoum projeto, ou seja, anteso jogo mais dificil do mundochegarmos “àquela montanha gelada, depois do 99º pico”.

“Nesse ponto, mesmo que o nevoeiro já tenha se alastrado, nossa tomadao jogo mais dificil do mundodecisões será muito ruim.”

“Como Jeffrey Rubin, vamos acabar fazendo coisas que não deveríamos fazer. Por isso, grande parte da solução para melhorarmos nossa habilidadeo jogo mais dificil do mundocair fora é, saia daquele momento, saiao jogo mais dificil do mundovocê mesmo(a)”, aconselha Duke.

Uma boa maneirao jogo mais dificil do mundofazer isso, diz, é procurarmos o que ela chamao jogo mais dificil do mundo“quitting coach” - mentoro jogo mais dificil do mundodesistência,o jogo mais dificil do mundotradução livre do inglês.

Ou seja, procure aconselhamentoo jogo mais dificil do mundoalguém que não esteja envolvido no problema e que te ajude a olhar para ele com algum distanciamento.

Mas ela ressalta que essa análise temo jogo mais dificil do mundoser feita a partiro jogo mais dificil do mundouma posição neutra.

“Não estou propondo que o abandonoo jogo mais dificil do mundoprojetos seja valorizado, estou propondo que o desistir seja consideradoo jogo mais dificil do mundotermoso jogo mais dificil do mundoigualdade com o continuar.”

No entanto, nossa tendência é valorizar o continuar, ela diz.

“Tem a ver com nossa noçãoo jogo mais dificil do mundoformaçãoo jogo mais dificil do mundocaráter. Achamos que nós não devemos abandonar nada porque isso mostra uma falhao jogo mais dificil do mundocaráter, que somos covardes, ou ‘perdedores’.”

Para ela, é uma questãoo jogo mais dificil do mundorecalibrarmos a balança. E considerarmos igualmente as duas possibilidades. “O que vale a penao jogo mais dificil do mundocontinuar? E o que vale a penao jogo mais dificil do mundodesistir?”, sugere.

Bem, mas como já vimos, existem situaçõeso jogo mais dificil do mundoque nenhuma das soluções acima vai proteger vocêo jogo mais dificil do mundose aprisionaro jogo mais dificil do mundouma empreitada perigosa.

Viver ou morrer no Everest?

Às vezes, é preciso que você tome ao jogo mais dificil do mundodecisão anteso jogo mais dificil do mundose envolvero jogo mais dificil do mundouma situação.

“Temos uma ideia centralo jogo mais dificil do mundoque assim que começarmos a receber os sinaiso jogo mais dificil do mundoque devemos parar, vamos prestar atenção naquilo, mas não é verdade.”

O que é verdade, diz a psicóloga, é que se nós imaginarmoso jogo mais dificil do mundoantemão como serão aqueles sinais, se fizermos uma listao jogo mais dificil do mundocritérios para o abandono (do projeto) com base nesses sinais e se nos comprometermos a agiro jogo mais dificil do mundoacordo com esses critérios, as chanceso jogo mais dificil do mundoreconhecermos os sinais eo jogo mais dificil do mundoconseguirmos pular fora são muito maiores.

Para melhor ilustrar esse ponto, Annie Duke nos levao jogo mais dificil do mundovolta a uma montanha gelada, dessa vez o monte Everest, na Cordilheira do Himalaia, no Nepal.

“No Everest, quando você tem um diao jogo mais dificil do mundoverão no Campo 4, existe um horário estabelecido para retorno. O pontoo jogo mais dificil do mundoretorno é 13h. Não importa onde você está na montanha, às 13h, você temo jogo mais dificil do mundoretornar”, explica Duke.

“Esse pontoo jogo mais dificil do mundoretorno é estabelecido porque não querem que você desça no escuro. Oito vezes mais pessoas morrem na descida (do que na subida). Estão tentando te salvar dos perigos da descida e um desses perigos é a escuridão.”

“Tem pessoas que retornam no horário. Não ouvimos falar delas, mas deveríamos. Porque deveríamos fazer como eles.”

Desistir, ‘um atoo jogo mais dificil do mundoheroísmo’

Duke concluio jogo mais dificil do mundoentrevista contando a dramática históriao jogo mais dificil do mundouma expedição ao Everest liderada pelo alpinista neozelandês Rob Hallo jogo mais dificil do mundo1996.

“Oito homens morreram naquele dia”, diz Duke.

A história é contadao jogo mais dificil do mundoum livro, um documentário e no filme Everest,o jogo mais dificil do mundo2015.

“Sabemoso jogo mais dificil do mundoRob Hall, que chegou ao topo às 14h. Sabemos que ele esperou por Doug Hansen (americano que integrava a expedição), que chegou às 16h, teve um colapso e, tragicamente, morreu.”

“A essa altura, Rob Hall, depoiso jogo mais dificil do mundoesperar por tanto tempo no topo da montanha, tinha ficado sem oxigênio. Ele, também tragicamente, morreu na montanha.”

“(Hall e Hansen) são os heróis daquele filme, mas tem três pessoas que estavam na expedição, sentiram que estavam subindo muito lentamente e sabiam que o pontoo jogo mais dificil do mundoretorno era 13h. Durante a subida, viram Rob Hall e perguntaram a ele quanto tempo mais levariam para chegar ao topo. Hall respondeu, ‘três horas’. E continuou subindo.”

O filme mostra como um dos três homens - Stuart Hutchison - impede os outros dois companheiroso jogo mais dificil do mundoprosseguirem. Ele diz que são 11h30 e argumenta que, naquele ritmo lento, não conseguirão chegar ao topo antes das 14h30.

“Não nos lembramos desses três desistentes, que seguiram as regras e viveram para contar a história. Retornaram à base, escalaram outras montanhas, morreram velhos, mas não é uma narrativa empolgante.”

Parte do problemao jogo mais dificil do mundodesistir é que não consideramos a desistência uma decisão heróica, prossegue Duke.

“Eu gostaria que você imaginasse que está no Everest”, ela convida.

“Acho que eles tinham pago US$ 75 mil para participar da expedição, tinham treinado por nove meses e estavam a menoso jogo mais dificil do mundocem metros do cume.”

Mas decidiram voltar, conta.

“Decidiram retornar mesmo sabendo que outras pessoas iriam prosseguir e que eles teriamo jogo mais dificil do mundoviver com a doro jogo mais dificil do mundosaber que os outros tinham conseguido chegar ao topo.”

“Eu acho que isso é um atoo jogo mais dificil do mundoheroísmo - contrariar todas as forças empurrando você na direção do cume e ter a forçao jogo mais dificil do mundovontadeo jogo mais dificil do mundodar meia-volta porque essa é a coisa certa a fazer.”