'Fico muito feliz por celebrar meu funeralqual é o site da betanovida': a professora com câncer terminal que optou por não fazer tratamentos agressivos:qual é o site da betano

A professora colombiana Tatiana Andia

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Tatiana Andia decidiu enfrentar o câncer como uma oportunidadequal é o site da betanocelebrar a vida ao lado das pessas que ama

"E esses dias extrasqual é o site da betanovida (não importa quantos) servem para quê? São para resistir a possíveis efeitos adversos disso?", perguntou a economista, historiadora e professora da Universidade dos Andes emqual é o site da betanocolunaqual é o site da betanodespedida no site Razón Pública, onde há meses compartilhaqual é o site da betanovida com a doença.

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Andia dedicou o tempo que lhe foi concedido a se despedir, recordar, celebrar e viajar. Resumindo: a viver.

Suas colunas têm sido amplamente compartilhadas e divulgadas nas redes sociais.

Seu caso é admirado num paísqual é o site da betanoforte tendência conservadora, onde a vida é muitas vezes considerada uma dádiva divina que deve ser estendida a todo custo.

O mesmo não aconteceu com Andia, que optou por olhar para o seu câncer "de modo tranquilo" e até agradecer pela oportunidade "de encerrar completamente uma vida plena".

Como parte do seu processoqual é o site da betanodespedida do mundo, dos ciclos que fecha com gratidão e do desejoqual é o site da betanotransmitir como encontrou a realização e a felicidade emqual é o site da betanojornada final, ela quer compartilhar essas reflexões. Abaixo, o relato dela.

'Eu gostaria que todos pudessem morrer como eu'

Há alguns dias sofri convulsões. Isso é, literalmente, como reiniciar o cérebro.

Muita tensão foi gerada pela urgência, por tentar me dar mais alguns diasqual é o site da betanovida com qualidade e poder continuar me despedindo, mas nunca foi cogitado que me colocassem na UTI, ou que me intubassem ou qualquer uma dessas coisas.

Fui muito enfática desde o início que não queria ficar no hospital. É algo que meu pai, meus médicos e meu marido deixaram bem claro.

Então estouqual é o site da betanocasa, vivenciando um processoqual é o site da betanodespedida muito gostoso.

Me sinto muito feliz por celebrar meu próprio funeralqual é o site da betanovida. As pessoas vêm, contam histórias, relembramos momentos.

É algo que eu desejaria para todos. Se fosse possível, adoraria que as pessoas morressem como eu: muito felizes, muito amadas, com tranquilidade,qual é o site da betanopaz. É muito especial.

Tatiana Andia, sorrindo durante encontro com parentes

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Legenda da foto, Desde que recebeu o diagnóstico, Tatiana Andia optou por viver ao máximo e não se prostrar diantequal é o site da betanomedicamentos agressivos que não considera úteis paraqual é o site da betanodoença

'Não acredito que alguém venha à Terra para sofrer'

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Desde o início tive certezaqual é o site da betanoque não queria coisas que me fizessem sofrer: nadaqual é o site da betanoquimioterapia ou tratamentos agressivos.

Não acredito que alguém venha à Terra para sofrer. Nunca foi minha filosofiaqual é o site da betanovida.

Tive um grande amigo com quem trabalhei durante muitos anosqual é o site da betanoquestõesqual é o site da betanosaúde e que me ensinou uma liçãoqual é o site da betanovida.

Ele teve um câncer horrível no esôfago e a forma como reagiu foi muito paradoxal.

Sempre discutimos muito sobre o custo-benefício dos tratamentos contra o câncer e o quantoqual é o site da betanoqualidadequal é o site da betanovida estaríamos dispostos a sacrificar.

Ele, sempre um cara muito liberal e progressista, havia dito que não queria que fizessem nada com ele.

Mas quando veio o câncer, não sei o que aconteceu com ele. Ele estava angustiado por não ter conseguido terminar suas coisas. Acho que ele teve a sensaçãoqual é o site da betanodeixar as questões da vida insatisfeitas.

De repente, ele estava pronto para fazer qualquer coisa com ele. Ele se submeteu a coisas horríveis.

Ele morreu muito rapidamente, algoqual é o site da betanotornoqual é o site da betanoseis meses. Mas foram seis mesesqual é o site da betanoinfâmia,qual é o site da betanotortura.

Tatiana Andia com família e amigos

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Legenda da foto, 'Meu pai, meu marido, minha família e amigos, todos são meus fãs', diz Tatiana Andia sobre o caminho que escolheu para enfrentar o câncer

Foi uma liçãoqual é o site da betanovida para mim e para aquelesqual é o site da betanonós que morávamos nas proximidades.

Estarei viva pelo tempo que for necessário, mas sem que isso se tornasse uma tortura.

Minhas linhas vermelhas, o que eu estava disposta ou não a fazer, eram muito importantes para mim porque os médicos podem ser muito agressivos.

Eles têm o instintoqual é o site da betanosalvação e oferecem alternativas e recomendações.

Agora que tive convulsões, me pareceu desumano ser intubada ou colocada na UTI.

Mas é claro que chega um momentoqual é o site da betanoque aparecem os tonsqual é o site da betanocinza na balança, quando não se antecipa mais as coisas que podem acontecer com você ou o que vão lhe oferecer para ajudar.

'Não quero estender a minha vida só por prolongá-la'

Alguns dos meus oncologistas, com quem tenho uma relação muito especial, mudaramqual é o site da betanoperspectiva e perceberam o que pode acontecer do outro lado, o do paciente.

Eu valorizo ​​muito porque é fácil falar que é preciso ter empatia e ficar do outro lado, mas uma coisa é falar e outra é fazer.

Ao desenvolver esse relacionamento especial com eles, me ofereceram alternativas dentro dos meus parâmetros para dar um pouco maisqual é o site da betanomim.

E então passa para outro plano. Reconhecer as alternativas e aceitá-las, mas você fica se perguntando: 'até que ponto eu quero?', 'por quanto tempo?', 'para que eu quero esse tempo?'

Existe um mantra na saúde que é prolongar a vida a todo custo, mas acho que vale a pena pararqual é o site da betanoalgum momento e dizer: 'por que prolongar se você não sabe o que vai fazer com esse tempo extra?'

Não preciso prolongar minha vida. Não sinto dívidas. O que experimentei foi o mais completo possível. Curto, mas substancial. Estender por estender não é o que eu quero fazer.

Tatiana Andiaqual é o site da betanofrente ao mar

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Legenda da foto, 'Existe um mantraqual é o site da betanoprolongar a vida a todo custo, mas acho quequal é o site da betanoalgum momento você terá que parar'

Ao receber o diagnóstico, os médicos me falaram sobre um medicamento que é eficaz por um ano com esse raro câncerqual é o site da betanopulmão, com uma mutação genética específica que o torna mais agressivo equal é o site da betanoreprodução mais rápida.

Antes não existia nada semelhante e o câncerqual é o site da betanopulmão era muito dramático.

Te diagnosticavam, você morria pouco depois e não havia muito a oferecer. Exceto a quimioterapia, que é como matar tudo.

Já o tratamento, chamadoqual é o site da betanoterapia direcionada, se apega à mutação, à rápida reprodução das células, e a interrompe por um tempo.

É pouco tóxico, sem efeitos adversos. É tomadoqual é o site da betanocasa, por via oral, um comprimido ao dia.

Exceto pela acne juvenil e alguns problemas estomacais, proporcionou uma boa qualidadequal é o site da betanovida que me permitiu viajar, interagir, dançar e pular.

Me disseram que esse tratamento duraqual é o site da betanomédia um ano, embora também existam casosqual é o site da betanopacientes que duraram até oito.

Tatiana Andia na Itália, junto com o marido

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Legenda da foto, Os examesqual é o site da betanoTatiana Andia eram trimestrais. Então ela decidiu ser feliz todo esse período, na companhia do marido

Me preparei para um ano e para os check-ups que eram feitos a cada três meses.

'Olha, vamos viverqual é o site da betanotrêsqual é o site da betanotrês meses e faremos tudo o que puder ser feito a cada três meses para sermos o mais felizes possível', disse ao meu marido.

Aí começamos a viajar, fomos para a Itália, fizemos muitas viagens, viagens para ver amigos, pessoas que amamos.

Limpamos nossas vidasqual é o site da betanotodo o excessoqual é o site da betanolixo, das besteiras e das coisas insípidas que fazemos por estupidez.

Sou professora, gostoqual é o site da betanoensinar e isso também me deu vida e frutos nessa época.

'Meus familiares são meus primeiros fãs'

Ninguém na minha família se opôs à minha decisãoqual é o site da betanonão me submeter a tratamentos agressivos.

Meu pai é médico e, embora seu instinto natural seja salvar vidas, ele também é muito humano. Discutimos muito esses assuntos.

Ele tem uma visão muito holística da medicina, liberal, progressista.

Ele sempre respeitou minha decisão, embora isso também não significasse que ele não me contra-argumentaria se não concordasse com alguma coisa. Afinal, meu pai é meu grande fã, um admirador da minha capacidadequal é o site da betanotomar decisões com argumentos.

Tatiana Andia junto com o pai

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Legenda da foto, O paiqual é o site da betanoTatiana Andia, médico, conversa frequentemente com a filha sobre o que ela está vivenciandoqual é o site da betanoseus dias

O apoio da minha família tem sido excepcional e, mais uma vez, tenho muita sorte pela família que tive. Eles têm personalidades diferentes, uns mais receptivos que outros, mas sempre me apoiaram.

Repito, isso não significa que eles não contra-argumentem.

Minha tia, irmã da minha mãe, por exemplo, com aquele instintoqual é o site da betanomãe que ela tem porque minha mãe não está mais aqui, me diz que me falta um "fervor” antesqual é o site da betanomorrer.

Algo lhe diz que não posso avançar ou atrasar a minha morte.

O que vivencio com minha família é um feedback amoroso, muito bacana, que aprecio e sei receber.

'Meu câncer me deu uma oportunidade única'

Como tudo na vida, o câncer pode ter uma dimensão positiva.

No meu caso, a abertura para me fazer muitas perguntas que tentei responderqual é o site da betanominhas colunas.

É uma oportunidade únicaqual é o site da betanoencerrar completamente uma vida plena, que é o que sinto que está acontecendo comigo agora.

É câncer, não um acidente. Qualquer dia alguém pode sofrer um acidente, ser atropelado, e não sei se nesse caso estaria pronto para morrer.

Tatiana Andia sorridente com amigas

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Tatiana Andia sente que o câncer permitiu que ela tivesse a oportunidade dela se preparar bem para a morte

O câncer me permitiu fechar, me despedir, curtir, refletir sobre a vida, vermeus projetos se cumprirem.

E, além disso, me permitiu fazer isso com uma qualidadequal é o site da betanovida bastante significativa durante um períodoqual é o site da betanotempo razoável.

Um ano é muito tempo para viver feliz.

Poderíamos enquadrar esta experiência com outros olhos, como ruim, mas me senti muito bem com tudo.

As memórias dos últimos dias

À medida que o fim se aproxima, meu cérebro faz conexões incomuns.

Ao contar isso tenho a sensaçãoqual é o site da betanoestar aqui, mas também fora. Acontece comigo enquanto interajo, mas também quando estou sozinha,qual é o site da betanosilêncio.

Sinto que estouqual é o site da betanovários lugares, que tenho conversas simultâneas.

Acontece muito comigo, quando durmo, que tenho alucinações com conversas não-verbais, mas existenciais, onde me despeço das pessoas, dos momentos, e encerro ciclos.

Não sei se isso seria agradável para todos. No começo não foi legal porque senti puxões, energias extra-sensoriais que poderiam ser angustiantes.

Tatiana Andia ainda criança, à direita

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Tatiana Andia ainda criança, à direita, com um cachorroqual é o site da betanopelúcia que ainda a acompanha.

Eu estava conversando com meu pai que me frustra o fatoqual é o site da betanohaver poucos registros existenciais ou clínicos sobre o que está acontecendo comigo.

Eu entendo que as pessoas morrem e não começam a registrar como é morrer.

É por isso que me esforço para transmitir isso, para dizer ao meu pai para anotar tudo, porque acho que é útil para outras pessoas que vivenciam isso e não encontram ferramentas.

Nos últimos dias, a infância também é muito lembrada, quando eu era pequena, muito pequena.

Justamente, um dia depois das convulsões, sem ligar para elas, pessoas daquela época me visitaram, amigos do jardimqual é o site da betanoinfância.

Muitos nem sabiam que eu havia sofrido convulsões. Acontece que a tarde toda foi sobre isso, minha infância.

Nesse processoqual é o site da betanomorte tranquila, na minha casa, há momentosqual é o site da betanoviagem,qual é o site da betanoreviravolta na vida.

Quando eu não estiver mais...

Tatiana Andiaqual é o site da betanofrente ao mar

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Legenda da foto, “Quando eu partir, sinto que ainda estarei ‘puxando as pernas’qual é o site da betanoquem tem dificuldadequal é o site da betanoser feliz.”

Pensei no momentoqual é o site da betanoque ele não estiver mais aqui.

Por um lado, como facilitar o luto das pessoas que amo.

Comecei a escrever colunas sobre isso, para que meu ‘velho’, meus irmãos, meu marido e demais entes queridos entendessem como passar por isso juntos, na vida, antesqual é o site da betanoeu morrer.

Acho que as pessoas adiam isso para o fim e isso pode ser feito antes.

Em geral, o sentimento agora, do meu ambiente e do meu círculo, é que esse luto será muito mais fácil porque percorremos esse caminho juntos.

O luto na vida é lindo e mais amoroso porque se está mais acompanhado.

Também se pode sentir medoqual é o site da betanoperder, embora eu ache que não ter filhos, não ter esse amor, me libertou muito desse medo.

Acho que esse seria o pior temorqual é o site da betanoalguém da minha idade se estivesse na minha situação.

Embora, para dizer a verdade, não tenha levado a sério pensar nas coisas que vou sentir falta.

Tenho a sensaçãoqual é o site da betanoque serei a mesma, puxandoqual é o site da betanoalguma forma as pernasqual é o site da betanocada ente querido que está tendo dificuldades para ser feliz quando eu não estiver mais aqui.