As medidas para evitar que El Niño provoque 'hecatombe' na Amazônia :sportingbet travando

Incêndio na Amazônia

Crédito, Getty Images

Uma das principais dificuldades, apontam os especialistas, é a seca extrema causada pelo El Niño, o que pode culminarsportingbet travandograndes problemassportingbet travandomeio à devastação da Amazônia nos últimos anos, períodosportingbet travandoque o bioma enfrentou altos índicessportingbet travandodesmatamento e incêndios.

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“Isso (o desmatamento) só começou a cair principalmente a partirsportingbet travandoabril deste ano. Se esse El Niño for realmente forte, o que há grande probabilidade, é uma grande preocupação porque vai aumentar o númerosportingbet travandoincêndios e destruir ainda mais a floresta, acelerando o processosportingbet travandodegradação”, diz Carlos Nobre, pesquisador do Institutosportingbet travandoEstudos Avançados da Universidadesportingbet travandoSão Paulo (USP).

O cenário, dizem especialistas, pode ser pior do que o registrado entre o segundo semestresportingbet travando2015 e o iníciosportingbet travando2016, período do El Niño mais recente.

Naquela época, o fenômeno causou efeitos devastadoressportingbet travandodiferentes regiões do mundo.

Na Amazônia, houve reduçãosportingbet travandochuvas e intensa secasportingbet travandouma mata que normalmente é úmida, cenário que favoreceu a disseminação do fogo causado por humanos.

“Eu passei meses na Amazôniasportingbet travando2015 (no períodosportingbet travandoEl Niño) e foi traumático olhar tudo aquilo”, diz Berenguer.

"Eram milhares e milharessportingbet travandoáreassportingbet travandofloresta queimando e isso dava uma sensaçãosportingbet travandoimpotência. Tenho muito medo porque se acontecer algo semelhante agora, após tanto desmatamento, o El Niño pode causar uma verdadeira hecatombe ambiental", acrescenta a bióloga.

O governo federal disse à BBC News Brasil que tem acompanhado o avanço do El Niño e que tem se preparado para enfrentar os possíveis impactos do fenômeno climático (leia mais abaixo).

Amazôniasportingbet travandochamas

Crédito, Getty Images

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Nos últimos anos, Amazônia enfrentou duro períodosportingbet travandodesmatamento e incêndios

Desmatamento e fogo na Amazônia

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BBC Lê

Podcast traz áudios com reportagens selecionadas.

Episódios

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A Amazônia enfrentou um período intensosportingbet travandodesmatamento e incêndios durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Na gestão Bolsonaro, eram recorrentes críticassportingbet travandopesquisadores sobre a faltasportingbet travandofiscalização ambiental no país e o sucateamentosportingbet travandoórgãossportingbet travandofiscalização.

“No governo anterior houve muito desmatamento, mas,sportingbet travandorelação às questões climáticas, como quando ocorreram os grandes incêndios na Amazôniasportingbet travando2019, o clima não era tão seco", comenta a bióloga Joice Ferreira, pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental e da Rede Amazônia Sustentável.

"Então, se a gente pode dizer assim, a sociedade brasileira teve sorte, porque o que foi ruim (nos anos anteriores) poderia ter sido muito pior se estivéssemossportingbet travandoum ano seco."

No ano passado, o desmatamento na Amazônia bateu um novo recorde. Segundo monitoramento feito via satélite pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), a cobertura vegetal da floresta perdeu 10.573 km², uma área semelhante a quase 3 mil campossportingbet travandofutebol por dia.

É o maior número anual, ao menos, desde 2008 – anosportingbet travandoque o Imazon começou a monitorar a região. De acordo com o levantamento, foi o quinto ano consecutivosportingbet travandorecordesportingbet travandodesmatamento desde o início do monitoramento.

Nos últimos quatro anos, segundo o Imazon, a perda florestal da Amazônia foi correspondente a 35.193 km² – área maior que os estadossportingbet travandoSergipe (21 mil km²) e Alagoas (27 mil km²).

Por diversas vezes, Bolsonaro minimizou os números sobre desmatamento e incêndios na Amazônia, mesmo com os dados oficiais mostrando alta nos indicadores.

“Os ataques que o Brasil sofre quando se falasportingbet travandoAmazônia não são justos. Lá, maissportingbet travando90% daquela área está preservada. Está exatamente igual quando foi descoberto no anosportingbet travando1.500”, disse Bolsonarosportingbet travandonovembrosportingbet travando2021, durante uma reunião com investidoressportingbet travandoDubai, nos Emirados Árabes Unidos.

Em fevereiro deste ano, o desmatamento na Amazônia atingiu 322 km², número que equivale a aproximadamente o tamanho da cidadesportingbet travandoFortaleza (CE). O dado, divulgado pelo Instituto Nacionalsportingbet travandoPesquisas Espaciais (Inpe), é o recorde daquele mês desde 2015, quando esse levantamento começou a ser feito – o maior número até então no mesmo mês erasportingbet travandofevereirosportingbet travando2022, com 199 km².

“Não dá pra avaliar muito bem somente com o dado mensal. Existe o problema das nuvens. O ideal é analisar pelo menos três meses (juntos) para minimizar as incertezas. Por isso, não sugiro associar o desmatamentosportingbet travandoum mês com açõessportingbet travandoum governo”, diz o pesquisador Luiz Aragão, chefe da Divisãosportingbet travandoObservação da Terra e Geoinformática do Inpe.

Aragão frisa que ao analisar os primeiros meses do ano, é possível notar queda no desmatamento no bioma.

Segundo o Sistemasportingbet travandoDetecção do Desmatamentosportingbet travandoTempo Real (Deter), do Inpe, o desmatamento na Amazônia caiu 31% no acumuladosportingbet travandojaneiro a maiosportingbet travando2023,sportingbet travandocomparação ao mesmo período do ano passado.

Erika Berenguer na Amazônia

Crédito, MARIZILDA CRUPPE/REDE AMAZÔNIA SUSTENTÁVEL

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Em 2015, Erika Berenguer estava na Amazônia durante a chegada do El Niño. A bióloga conta que foi um período extremamemtne difícil no bioma

Como atenuar os impactos do El Niño

Os pesquisadores acreditam que, entre as principais medidas para reduzir os danos do El Niño, estão a fiscalização intensa sobre o fogo na região, especialmente as consideradas menos úmidas, e alertas para a população sobre os riscossportingbet travandoincêndios no períodosportingbet travandoseca.

“Essas ações, caso implementadas, têm capacidadesportingbet travandoprevenir e evitar essa grande catástrofe que pode acontecer se não houver nenhuma ação”, diz Ferreira.

Berenguer avalia que ainda há tempo para enfrentar o problemasportingbet travandouma forma que seja possível minimizar os impactos do fenômeno climático. “Não acho que ainda seja o fim do mundo. A gente ainda tem cercasportingbet travandodois meses para se preparar e lidar com essa crise climática. Não está tudo perdido, mas o relógio está fazendo tic-tac”, afirma a bióloga.

O El Niño tem sido uma preocupação para o governo federal, afirma à BBC News Brasil o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho.

"O El Niño,sportingbet travandofato, pode trazer um períodosportingbet travandoseca notadamente na região Norte do país e isso pode ter implicações no agravamento dos problemas dos incêndios florestais”, diz.

“A chegada do El Niño está sendo um processo bastante rápido e está sendo monitorada pelos técnicos do PrevFogo (Sistema Nacionalsportingbet travandoPrevenção e Combate aos Incêndios Florestais).”

Agostinho afirma que o Ibama tem mantido contato com as principais agênciassportingbet travandometeorologia do país para acompanhar o avanço do fenômeno climático e se organizar para enfrentar os possíveis impactos.

Ele aponta que o orçamento do instituto aumentou 113%,sportingbet travandorelação ao ano anterior. Recentemente, o órgão abriu edital para a contrataçãosportingbet travandobrigadistas.

“A previsão ésportingbet travandoum aumentosportingbet travandoaproximadamente 18%sportingbet travandobrigadistassportingbet travandorelação a 2022, com atuaçãosportingbet travando2.101. Destes, 1.385 atuarão na Amazônia Legal (AM, AP, AC, RR, MT, RO, TO, MA), ou seja, um aumentosportingbet travando15% do númerosportingbet travandobrigadistas previstos nos estadossportingbet travandocomparação ao ano passado”, diz nota do instituto, que informa que 57% das brigadas serão compostas por indígenas e quilombolas.

Segundo o instituto, desde janeiro deste ano houve aumento das medidas aplicadas pela fiscalização federal para controlar o desmatamento na Amazônia.

O Ibama afirma que ocorreu um aumentosportingbet travando179% dos autossportingbet travandoinfração, 128% dos embargos,sportingbet travando107% das apreensões e 203% das destruiçõessportingbet travandoequipamentos usadossportingbet travandocrimes ambientais, entre janeiro e maio, na comparação com a média para o mesmo período nos últimos quatro anos.

O presidente do instituto frisa à BBC News Brasil que uma das principais preocupações no atual período são as áreas da Amazônia que foram desmatadas nos últimos anos.

“De fato, elas podem sofrer bastante com os incêndios florestais”, diz Agostinho.

Fogo e desmatamento

O fogo costuma fazer partesportingbet travandouma das etapas do processosportingbet travandodesmatamento no bioma. Isso porque a queima é considerada o meio mais rápido e barato para remover a biomassa que fica do material desmatado. Em alguns casos, o fogo se espalhasportingbet travandoforma descontrolada, se tornando um incêndio florestal, avança pela mata e atinge grandes proporções.

Isso ocorre, segundo estudiosos, principalmente para a expansão da áreasportingbet travandoagropecuária por grandes propriedades.

A reportagem procurou setores do agronegócio para comentar sobre as açõessportingbet travandodesmatamento no bioma, mas eles optaram por não comentar o caso.

Esses incêndios ocorrem principalmente no períodosportingbet travandoseca, que normalmente começa por voltasportingbet travandomaio e se estende até outubro – o período exato varia conforme cada região.

No ano passado, os registrossportingbet travandofocossportingbet travandocalor (que costumam representar incêndios) na Amazônia foram os maioressportingbet travandomaissportingbet travandouma década, segundo dados do Inpe, que faz esse monitoramento via satélite desde 1998.

Em 2022, foram registrados 115 mil focossportingbet travandocalor na Amazônia, segundo o Inpe. O dado mais recente que atingiu marca superior a essa foi 2010, quando foram 134,6 mil focossportingbet travandocalor no bioma.

A diferença, apontam os pesquisadores, é que houve uma forte secasportingbet travando2010, que intensificou as queimadas. Jásportingbet travando2022, segundo os especialistas, não foi considerado um períodosportingbet travandoseca no bioma.

Gráfico sobre mecanismos do El Niño

O efeito El Niño

Em meio a esses problemas dos últimos anos, a Amazônia encara o riscosportingbet travandoenfrentar um El Niño intenso.

No começosportingbet travandojunho, cientistas americanos afirmaram que o fenômeno climático já havia começado a afetar o planeta.

Segundo especialistas do Escritório Nacionalsportingbet travandoAdministração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na siglasportingbet travandoinglês), esse fenômeno aumentará as temperaturas no mundo, que, nos últimos anos, já vem crescendo como resultado das mudanças climáticas.

Chefesportingbet travandoprevisõessportingbet travandolongo prazo da agência britânicasportingbet travandometeorologia, Adam Scaife disse no começosportingbet travandojunho que a previsão ésportingbet travandoque a temperatura do planeta atinja um pico no final deste ano.

"Um novo recordesportingbet travandotemperatura global no próximo ano é definitivamente possível. Depende do tamanho do El Niño. Um El Niñosportingbet travandogrande escala até o final deste ano confere uma alta probabilidadesportingbet travandoque teremos um novo recorde globalsportingbet travandotemperaturasportingbet travando2024”, afirmou Scaife.

Para especialistas, o período do El Niño deve causar diversos problemas na Amazônia.

O bioma sofre com os impactos das mudanças climáticas e, desde o início dos anos 2000, tem ficado mais seco e quente, segundo os estudos.

“Com o El Niño, a floresta perde ainda mais água e entrasportingbet travandoum déficit hídrico. Só esse efeito já tende a matar muitas árvores da região, parte da biomassa daquela floresta morre só por esse efeito da seca intensa”, diz o pesquisador Luiz Aragão, do Inpe.

Com o cenáriosportingbet travandoseca, o fogo entra na floresta com mais intensidade. “De todos os incêndios na Amazônia, 95% são causados por humanos. Primeiro derrubam a floresta, como para fazer pastagem, normalmente esperam a madeira secar bastante e jogam fogo. É um ciclosportingbet travandodegradação”, explica Nobre.

Fogo na Amazônia

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Na Amazônia, a imensa maioria dos incêndios são causados por ação humana, apontam os especialistas

A bióloga Erika Berenguer ressalta que é provável que parte do material derrubado durante o intenso desmatamento da Amazônia no ano passado ainda não tenha sido queimada.

“Esses últimos meses foramsportingbet travandochuva, então, não tinha como colocar fogo. Então, o que normalmente ocorre é que o produtor rural espera chegar a estação seca, deixa a biomassa da floresta derrubada pegando sol, espera por semanas ou meses até ficar bem seco e, aí, acende o fogo”, explica Berenguer.

As consequências

Há diversas consequências que podem ser causadas pelo El Niño na Amazônia. Uma delas é o duro impacto nas emissõessportingbet travandodióxidosportingbet travandocarbono,sportingbet travandorazão da possibilidadesportingbet travandoinúmeras mortessportingbet travandoárvores, o que intensifica o efeito estufa.

“Os organismos decompositores dessas árvores liberam carbono para a atmosfera. Uma árvore que morre mesmo sem qualquer tiposportingbet travandointerferência, envelheceu e morreu, tem carbono contido emsportingbet travandobiomassa, que equivale a cercasportingbet travandometadesportingbet travandoseu peso, e que será emitido para a atmosfera por meio desse processosportingbet travandodecomposição”, explica Aragão.

Já o desmatamento causa a morte forçada das árvores, que são derrubadas pela ação humana. Só isso já emitiria carbono com a decomposição. E como o fogo também é usado nesse processo, para acabar com a biomassa que está na área desmatada, ocorre então a combustão do material, o que aumenta ainda mais a liberaçãosportingbet travandodióxidosportingbet travandocarbono e outros gases como monóxidosportingbet travandocarbono e metano.

“Quando o fogo entra na floresta, adiciona emissões diretassportingbet travandocarbono,sportingbet travandorelação ao emitido pelo desmatamento, porque vai queimar a matéria orgânica que está morta no solo, como pedaçossportingbet travandotroncos, folhas e também algumas árvores”, detalha Aragão.

Esses processos contribuem para o aumento das emissões do CO², que intensificam as mudanças climáticas globais, intensificando eventos extremossportingbet travandoseca e chuva.

Floresta sendo queimada na Amazônia

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Os impactos do El Niño na Amazônia também são problemasportingbet travandosaúde pública, alertam especialistas

No período do El Niñosportingbet travando2015/2016, por exemplo, um estudo apontou que a intensa seca e os incêndios florestais mataram ao menos 2,5 bilhõessportingbet travandoárvores e cipós apenas no Baixo Tapajós, uma parte da floresta que foi epicentro dos efeitos do fenômeno climático na Amazônia naquela época.

Os pesquisadores calcularam quanto carbono foi liberado na atmosferasportingbet travandoconsequência da morte dessas bilhõessportingbet travandoárvores: 495 milhõessportingbet travandotoneladassportingbet travandoCO² — valor maior que o liberado pela florestasportingbet travandoum ano inteirosportingbet travandodesmatamento.

E descobriram ainda que as árvores continuaram a morrer e a liberar mais carbono na atmosfera por causa da seca provocada pelo El Niño anos depois do fenômeno climático.

Esse estudo, intitulado “Tracking the impacts of El Niño drought and fire in human-modified Amazonian forests" (monitorando os impactos da seca e incêndios do El Niñosportingbet travandoflorestas amazônicas com interferência humana), foi publicado no periódico científico PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America)sportingbet travandojulhosportingbet travando2021.

Berenguer foi a principal autora do estudo. Ela ressalta que os possíveis impactos do El Niño na Amazônia vão além da floresta e devem afetar milhõessportingbet travandopessoas.

“Não é só uma discussão ambiental sobre as emissõessportingbet travandoCO2 com a floresta queimando e a perdasportingbet travandobiodiversidade. É também um problemasportingbet travandosaúde pública. Isso aumenta a busca por atendimento médico por problemas respiratórios. Muitas crianças são internadas, o que acaba tirando muitos paissportingbet travandoseus postossportingbet travandotrabalho”, diz Berenguer.

“Além disso, há aviões que enfrentam dificuldades para pousarsportingbet travandoalguns lugares, a fumaça também vai para outras regiões do país, entre outros problemas.”