Como Japão foiwww.zebet cut- 2.ngpassado imperialista a pacifismo previsto pela Constituição:www.zebet cut- 2.ng

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Protesto contra mudanças na Constituição: maior parte da população japonesa apoia renúncia à guerra prometida na Carta Magna
E desde que assumiu o cargo, o atual chefewww.zebet cut- 2.nggoverno tem aprofundado o debate sobre a questão ao citar medidas necessárias para "fortalecer drasticamente" a defesa do paíswww.zebet cut- 2.ngmeio a um clima difícilwww.zebet cut- 2.ngsegurança.
e Deus e Salvador universal cuja vida, trabalho e ensino trouxeram o evangelho
à existência, e tornou necessária a sua 🌧️ proclamação no Império Romano como evangelho
China podem ter trazido o jogo para a Europa. O nome "domino" provavelmente é derivado
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Fim do Matérias recomendadas
A administraçãowww.zebet cut- 2.ngFumio Kishida tem embarcado no maior gasto militarwww.zebet cut- 2.ngdécadas e planeja expandir suas Forças Armadas.
Mas afinal, como o Japão adotouwww.zebet cut- 2.ngprimeiro lugar as políticaswww.zebet cut- 2.ngsegurança que estão previstas na Constituição? E é,www.zebet cut- 2.ngfato, possível classificar o país como "pacifista"?
Passado imperialista
A história do Japão remonta à Antiguidade, com uma tradição imperial que nasceu há maiswww.zebet cut- 2.ng2 mil anos e foi consolidada durante a Idade Média.
O principal períodowww.zebet cut- 2.nginvestimentowww.zebet cut- 2.ngexpansão territorial do país, porém, se deu nos séculos 19 e 20.
Em 1896, após 700 anos mergulhadowww.zebet cut- 2.ngum regime feudal dominado pela presença dos militares no poder, o país entrou na chamada Era Meiji, quando o 122º imperador assumiuwww.zebet cut- 2.ngfato a autoridade que, antes, era "não oficial".

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Oficiais japoneseswww.zebet cut- 2.ngPequim, China, durante a invasãowww.zebet cut- 2.ng1937
Durante esse período foram instauradas profundas transformações políticas, econômicas e sociais que eventualmente levaram o Japão a se tornar uma das grandes potências capitalistas do mundo.
Segundo Alexandre Uehara, membro do Núcleowww.zebet cut- 2.ngEstudos e Negócios Asiáticos e professorwww.zebet cut- 2.ngRelações Internacionais da ESPM, o país também foi muito influenciado pelas políticas imperialistas adotadas na época por países como Inglaterra, França, EUA e Alemanha.
"O Japão aprendeu a fazer relações internacionais à moda ocidental. Especialmente no período entre a 1ª Guerra e a 2 ª Guerra, o país teve ações militares muito agressivas, mas quewww.zebet cut- 2.ngcerta forma são semelhantes às empregadas pelos países europeus na África ewww.zebet cut- 2.ngoutras regiões."
Em buscawww.zebet cut- 2.ngnovos mercados consumidores e matérias-primas, o governo japonês passou a usar as guerras como meio para conquistar territórioswww.zebet cut- 2.ngoutros países do Oriente.
Na guerra contra a China, o Japão conquistou a Ilhawww.zebet cut- 2.ngFormosa (atual Taiwan).
No começo do século 20, o Japão invadiu e ocupou a Coreia. Já entre 1904 e 1905, alémwww.zebet cut- 2.ngtravar um conflito com a Rússia, o país dominou a Manchúria e se tornou a principal força imperialista da região.
Tudo isso, porém, aconteceu com bastante violência. Um dos episódios mais marcantes ficou conhecido como o Massacrewww.zebet cut- 2.ngNanquim quando,www.zebet cut- 2.ngdezembrowww.zebet cut- 2.ng1937, as tropas japonesas invadiram a cidade orientalwww.zebet cut- 2.ngmesmo nome.
Mas o acontecimento é temawww.zebet cut- 2.ngmuitas disputaswww.zebet cut- 2.ngnarrativas. Enquanto a China diz que maiswww.zebet cut- 2.ng300 mil pessoas foram mortas, alguns nacionalistas japoneses negam que qualquer assassinato tenha ocorrido. Pequim também acusa Tóquiowww.zebet cut- 2.ngnunca ter se desculpado adequadamente por tudo que aconteceu.
"No final do século 19 o Japão se tornou um importante aliado das potências ocidentais, mas após a 1ª Guerra Mundial o crescimento japonês passou a ser percebido como uma ameaça e o país a ser vítimawww.zebet cut- 2.ngdiversas restrições, especialmentewww.zebet cut- 2.ngacesso ao mercadowww.zebet cut- 2.ngpetróleo", afirma Uehara.
Do pontowww.zebet cut- 2.ngvista ocidental, a expansão do Japão na Ásia e seu governo militarista eram vistos como agressivos, especialmente pelos Estados Unidos.
Foi então que os japoneses passaram a integrar o Eixo, grupo formado também por Alemanha e Itália, na 2ª Guerra Mundial.

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Tropas japonesas atacam ruaswww.zebet cut- 2.ngZhabei, área operáriawww.zebet cut- 2.ngXangai,www.zebet cut- 2.ng1937
Nesse contexto foram registrados outros muitos episódioswww.zebet cut- 2.ngviolência, mas as ações contra as chamadas "mulhereswww.zebet cut- 2.ngconforto" são citadas frequentemente como consequências da crueldade do imperialismo japonês.
Essas jovens, procedentes emwww.zebet cut- 2.ngmaioria da Coreia, mas tambémwww.zebet cut- 2.ngoutros países como Indonésia, Taiwan, Filipinas e China, foram obrigadas a atuar como escravas sexuais para soldados japoneses durante a guerra.
Estima-se que cercawww.zebet cut- 2.ng200 mil mulheres tenham sido confinadas com esses finswww.zebet cut- 2.ngespécieswww.zebet cut- 2.ngbordéis militares.
Ainda que as primeiras denúncias tenham vindo à luzwww.zebet cut- 2.ng1981, o Japão só reconheceu o usowww.zebet cut- 2.ngbordéiswww.zebet cut- 2.ngguerra 12 anos mais tarde. Em 2007, Tóquio ofereceu desculpas oficiais à Coreia do Sul e assinou um acordo com o país para indenizar as famílias e vítimas.
Mas muitas das mulheres que ainda estão vivas, assim como organizaçõeswww.zebet cut- 2.ngdireitos humanos e ativistas da causa, insistem que a compensação financeira não foi suficiente e ainda guardam rancor pelas ações japonesas. E até mesmo a relação entre os governoswww.zebet cut- 2.ngTóquio e Seul permanece delicada.
O imperialismo japonês daquela época foi muito além - e acabou determinando o futuro do país.
Quando a França caiu nas mãos dos nazistas,www.zebet cut- 2.ng1940, o Japão se movimentou para ocupar a Indochina francesa.
Nos anos seguintes, avançouwww.zebet cut- 2.ngocupação para países como Filipinas, Birmânia (que hoje é Mianmar) e Malásia. Junto vieram os enfrentamentos com os Estados Unidos na região do Pacífico.
Os militares japoneses acreditavam que, se conseguissem neutralizar a frota americana no Pacífico, teriam caminho livre para conquistar mais territórios no leste da Ásia e nas ilhas da região.
O resultado foi o ataque surpresa à base naval americanawww.zebet cut- 2.ngPearl Harbor, no Havaí,www.zebet cut- 2.ng1941, que acabou levando à entrada dos Estados Unidos na 2ª Guerra e, ao final, aos ataques nucleares contra Hiroshima e Nagasaki.
Nova Constituição
Após o lançamento das bombas, o Japão se rendeu e reconheceuwww.zebet cut- 2.ngderrota.
O país foi então ocupado por tropas americanas e obrigado a aceitar os termos impostos pelos Estados Unidos.
Um dos grandes desafios do período era a reconstrução da infraestrutura e economia do país. Fez parte desse processo também a redaçãowww.zebet cut- 2.nguma nova Constituição, supervisionada pelos americanos.
O documento procurou eliminar qualquer possibilidadewww.zebet cut- 2.ngremilitarização do país, expressando literalmente,www.zebet cut- 2.ngseu Artigo 9, que "nenhuma força terrestre, marítima ou aérea será mantida no futuro, nem qualquer outro potencial bélico", e renunciando explicitamente à guerra "para sempre".

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Após 2ª Guerra, japoneses uniformizados se curvam aos vitoriosos americanos
Há quem acredite que essa cláusula enfraqueceu o Japão, mas outros argumentam que mudar isso significa abdicar do pacifismo e esquecer as dolorosas lições da história.
"Ao mesmo tempowww.zebet cut- 2.ngque a Constituição pacifista foi imposta pelos EUA, um aspecto cultural, típico asiático, também foi importante nesse período. É o fatowww.zebet cut- 2.ngque, ao invéswww.zebet cut- 2.ngguardar rancor após a derrota, o governo do Japão reconhecewww.zebet cut- 2.ngderrota e a superioridade militar ocidental", explica o professor da ESPM.
"Mas também foi conveniente para o Japão ficar sob a proteção dos EUA, se manter afastadowww.zebet cut- 2.ngconflitos e investir emwww.zebet cut- 2.ngrecuperação econômica."
David Boling, diretorwww.zebet cut- 2.ngJapão e Comércio Asiático da consultoria Eurasia Group, afirmou ainda à BBC News que a experiência da 2ª Guerra Mundial foi tão ruim para o Japão que muitoswww.zebet cut- 2.ngseus cidadãos concluíram que a guerra,www.zebet cut- 2.nggeral, é um desastre e, por isso, o país desenvolveu uma tendência pacifista.
"No Japão, há muitas pessoas que se orgulham muito da Constituição. Muitas vezes se referem a ela como a Constituição da Pazwww.zebet cut- 2.ngmaneira muito positiva. Portanto, há um grupo interno que se sente orgulhoso desse texto", afirma.
'Pacifismo proativo'
Porém, ao longo dos anos, o pacifismo literal foi sendo reinterpretado e adaptado às mudanças do contexto internacional.
As Tropaswww.zebet cut- 2.ngAuto-Defesa (SDF), que seriam a versão japonesawww.zebet cut- 2.ngum exército, foram criadaswww.zebet cut- 2.ngresposta à Guerra da Coreia (1950-53) e ao início da Guerra Fria.
Nos anos 1990, durante a Primeira Guerra do Golfo, o Japão enviou a SDFwww.zebet cut- 2.ngmissõeswww.zebet cut- 2.ngpaz - foi a primeira vez que as tropas foram enviadas a conflitos internacionais.
Depois foi criado o Ministério da Defesa e, posteriormente, durante o governowww.zebet cut- 2.ngShinzo Abe, foi estabelecido um Conselhowww.zebet cut- 2.ngSegurança Nacional dentro do gabinete do primeiro-ministro para coordenar as políticaswww.zebet cut- 2.ngsegurança.
Outra grande mudança nesse sentido ocorreuwww.zebet cut- 2.ng2015, quando entrouwww.zebet cut- 2.ngvigor uma lei, baseadawww.zebet cut- 2.nguma reinterpretação do artigo 9, que estabelecia basicamente que as Forçaswww.zebet cut- 2.ngAutodefesa — se necessário para a segurança e sobrevivência do Japão — poderiam usar a forçawww.zebet cut- 2.ngnomewww.zebet cut- 2.ngoutras nações como os EUA ou a Austrália, por exemplo.
Em seus discursos, Shinzo Abe se referia àwww.zebet cut- 2.ngestratégiawww.zebet cut- 2.ngdiplomacia e segurança nacional como "pacifismo proativo".

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As crescentes tensões na Ásia e no Pacífico têm mudado o papel do Japão na região
Mas há quem questione o uso da expressão diante das mudanças e reinterpretações adotadas ao longo dos anos.
O professor da Universidadewww.zebet cut- 2.ngWarwick, Christopher Hughes, defendewww.zebet cut- 2.ngseu livro Japan as a Global Military Power ("Japão como uma Potência Militar Global",www.zebet cut- 2.ngtradução literal para o português) que o Japão não é um país pacifista.
Ele cita o fatowww.zebet cut- 2.ngo país ter o terceiro ou quarto maior orçamento militar do mundo, buscarwww.zebet cut- 2.ngcapacidadeswww.zebet cut- 2.ngcontra-ataque, possuir a maior frotawww.zebet cut- 2.ngcaças F-35 depois dos EUA, ter o direitowww.zebet cut- 2.ngparticiparwww.zebet cut- 2.ngoperações coletivaswww.zebet cut- 2.ngautodefesa e manter uma ciberdefesa proativa como argumentos para defenderwww.zebet cut- 2.ngtese.
Para Alexandre Uehara, a participação do Japão no Quad, ou Diálogowww.zebet cut- 2.ngSegurança Quadrilateral, uma aliança composta também pelos EUA, Índia e Austráliawww.zebet cut- 2.ngoposição à China, tampouco é uma posturawww.zebet cut- 2.ngum país totalmente pacifista.
O professor da ESPM, porém, concorda com a classificação do Japão como "pacifista proativo", já que a nação não se envolve ativamentewww.zebet cut- 2.ngconflitos e a maior parte da população apoia a renúncia à guerra proposta na Constituição.
Ponto decisivo
Desde que chegou ao poder no ano passado, o primeiro-ministro Fumio Kishida tem se engajado ainda mais nas discussões sobre uma reforma do artigo 9.
"O pacifismo é uma ideia fixa do público japonês, que não vai abandoná-la", avalia James D. Brown, professor-associadowww.zebet cut- 2.ngCiências Políticas da Universidade Temple, no Japão.
"Em vez disso, o que estáwww.zebet cut- 2.ngcurso é um processowww.zebet cut- 2.ngreinterpretar o que pacifismo significa. Se já significou oposição ao usowww.zebet cut- 2.ngforças armadas, hoje significa oposição à agressão e aceitação do uso da forçawww.zebet cut- 2.ngnome da autodefesa,www.zebet cut- 2.nguma lista crescentewww.zebet cut- 2.ngcircunstâncias", disse à BBC.
O Japão está mais uma vezwww.zebet cut- 2.ngum ponto decisivo, diantewww.zebet cut- 2.ngdesafios sem precedentes, que fizeram emergir um medowww.zebet cut- 2.ngcerco.
Isso porque a China, assertiva, gasta bilhõeswww.zebet cut- 2.ngdólareswww.zebet cut- 2.ngseu Exército e faz movimentos cada vez mais ousados no Mar do Sul da China - especialmente contra Taiwan, que fica próxima às ilhas do sul japonês.
Isso despertou entre japoneses a ansiedadewww.zebet cut- 2.ngque, caso surja um conflito armadowww.zebet cut- 2.ngTaiwan, o Japão acabaria sendo não apenas arrastado para uma guerra entre EUA e China, como também alvejado como um aliado americano.
Afinal, o país abriga bases militares americanas e tem a maior concentraçãowww.zebet cut- 2.ngtropas americanas fora dos EUA.

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Abe (à esq., ex-premiê) e Kishida (dir., atual premiê) fizeram defesas da militarização
A Coreia do Norte, enquanto isso, é uma ameaça existencial perene. Suas ambições nucleares cresceramwww.zebet cut- 2.ngmodo mais alarmante no último ano, quando o país lançou um número recordewww.zebet cut- 2.ngmísseis - inclusive um que passou por cima do Japão.
A invasão russa da Ucrânia e a possibilidadewww.zebet cut- 2.ngque Moscou use armas nucleares também despertou conversas a respeitowww.zebet cut- 2.ngeventuais guerras nucleares.
Por fim, os desdobramentoswww.zebet cut- 2.nguma aliança mais próxima entre Moscou e Pequim também rondam os japoneses.







