Tim Vickery: A turbulência avança, mas o Brasil não discute questões-chave:buraco gratis jogatina

Tim Vickery

Crédito, Eduardo Martino

"Porque", ele respondeu com arburaco gratis jogatinadesdém, "a gente na Europa tem o hábitoburaco gratis jogatinafalar 'obrigado,' ou 'merci'buraco gratis jogatinafrancês, ou 'thank you'buraco gratis jogatinainglês."

Agradeci a dica e fiquei rindo por dentro. O voo estava cheio, e ficou evidente o seu desconfortoburaco gratis jogatinater que atender tanta gente da Terraburaco gratis jogatinaSanta Cruz. Naquele momento, vale muito a pena frisar, a economia portuguesa estavaburaco gratis jogatinafrangalhos enquanto o Brasil estava indo a todo vapor.

Que mudança! Na semana passada voltei para o Rioburaco gratis jogatinaJaneiro desde Londres, escalaburaco gratis jogatinaLisboa, avião da TAP. O longo voo atravessando o Atlântico estava quase vazio. Desfruteiburaco gratis jogatinaquatro cadeiras para me esticar e dormir. Pouco trabalho, então, para os comissáriosburaco gratis jogatinabordo porque agora tem poucos brasileiros dispostos a viajar. Senti que os fantasmas das cadeiras vazias estavam gritando, "o momento é outro, o momento é outro".

Agora, posso fingir que sou brasileiro mas não quero fazerburaco gratis jogatinaconta que sou especialistaburaco gratis jogatinaeconomia. Longe disso. Mesmo assim, sete anos atrás, na épocaburaco gratis jogatinavoos cheios, parecia para mim muito óbvio que o boom brasileiro não duraria para sempre.

Assentos vazios no avião

Crédito, Thinkstock

Legenda da foto, Comissáriosburaco gratis jogatinabordoburaco gratis jogatinavoos internacionais provavelmente poderão se acostumar com voos vaziosburaco gratis jogatinameio à queda do poder aquisitivoburaco gratis jogatinabrasileiros, diz colunista

Os bons tempos estavam sustentadosburaco gratis jogatinadois pilares precários; primeiro, o consumo - ou, quer dizer, o endividamento. Inevitavelmente, um dia a conta chega, e os gastos têm que ser reduzidos.

E segundo, no crescimento voraz da China, e a consequente fome chinesa por matérias-primas. A partir do momentoburaco gratis jogatinaque a economia chinesa entrouburaco gratis jogatinadesaceleração, o Brasil ficou vulnerável. Trata-seburaco gratis jogatinaum problema maior do que Dilma, ou Lula ou até Temer ou Aécio. Extrapola o Brasil. É um problema sul-americano - como acabar com uma dependênciaburaco gratis jogatinaexportaçãoburaco gratis jogatinamatéria-prima, processo que não gera muitos empregosburaco gratis jogatinaqualidade?

Uma resposta é promover maior integração da economica no continente. Mas aí tem uma sérieburaco gratis jogatinaobstáculos: as distâncias são muito grandesburaco gratis jogatinacomparação à Europa, a infraestrutura ainda é deficiente, e há o fatoburaco gratis jogatinao Brasil, metade do continente, ter uma moeda bastante mais forteburaco gratis jogatinaque os vizinhos.

Eraburaco gratis jogatinase imaginar que todos esses assuntos, e outros relacionados, seriam debatidosburaco gratis jogatinaprofundidade no meio da turbulência política que vem assolando o país. Mas fica cada vez mais evidente que sobra oportunismo e falta projeto. Por enquanto, os comissáriosburaco gratis jogatinabordo nos voos internacionais vão ter vida mole.

*Tim Vickery é colunista da BBC Brasil e formadoburaco gratis jogatinaHistória e Política pela Universidadeburaco gratis jogatinaWarwick

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