Tim Vickery: Um inglês entre os excessos do sonho americano e o modelo alternativo:casino jogos gratis

Crédito, Eduardo Martino
Na semana passada, minha estadia na Filadélfia coincidiu com as festascasino jogos gratisformatura do ensino médio daqui, a high school. No ladocasino jogos gratisfora das suas casas, algumas famílias colocaram grandes cartazes com a foto do filho, anunciando a façanha. Na rua principal da cidade, os formandos vestiam roupas características, diantecasino jogos gratisfamiliares ecasino jogos gratismeio a alegria, barulho e orgulho.
De uma perspectiva inglesa, tudo isso pode parecer muito exagerado, meio ridículo. Fui o primeiro da minha família a fazer faculdade. Quando me formei, meu pai não foi para o evento, nem tinha o menor interesse, o que eu achei totalmente normal e natural.
Mas na cultura americana isso seria impensável. Sucesso tem que ser comemorado - e estou falandocasino jogos gratisum bairro negro, uma classe média afro-americana que acredita no "sonho americano".

Crédito, AFP
Não vou tirar sarro. É estranho para mim, mas não acho errado. É cativante, até. Mas tem o outro lado da moeda.
Um conterrâneo meu, no seu primeiro diacasino jogos gratisLos Angeles, esperava no pontocasino jogos gratisônibus quando o motoristacasino jogos gratisum carro que estava passando o viu e gritou: "loser!" ("perdedor").
Aí mora o perigocasino jogos gratisuma sociedade que valoriza tanto o sucesso. O mundo se divide entre "vencedores" e "perdedores" - e, se utilizar transporte público é uma definição do último, então alguma coisa está foracasino jogos gratisqualquer ordem racional.
No metrôcasino jogos gratisNova York, vi propagandascasino jogos gratisespanhol. Não lembro qual serviço estava sendo ofertado e nem quero lembrar. Tratava-secasino jogos gratisum anúncio avisando pais do perigocasino jogos gratisperdercasino jogos gratismoradia. "Imagine como seria a vidacasino jogos gratisseus filhos", alguma coisa assim. A insegurança do mundo moderno, estampada para ser contemplada pelos usuárioscasino jogos gratistransporte coletivo.
É por esse motivo que torço para que meu país, o Reino Unido, permaneça na União Europeia no plebiscito que está marcado para esta quinta-feira.
Não me aprofundei muito na campanha - pouco tempo atrás, quando passei três semanascasino jogos gratisLondres, fiquei apavorado com a pobreza do debate, nos dois lados. Aqueles a favor da saída estão obcecados com a imigração, que não vejo como o verdadeiro problema atual. E o lado buscando a permanência na UE somente baseia seus argumentos no medo, sem oferecer uma visão positiva.
Me sinto europeu porque tenho uma identificação com uma tradiçãocasino jogos gratisdemocracia social,casino jogos gratisinclusão. Entendo que essa tradição esteja sob ataque, porque se baseiacasino jogos gratisum modelocasino jogos gratiseconomia que não existe mais, com menos tecnologia e,casino jogos gratisconsequência, mais trabalho intensivo.
Ainda assim, persiste a noçãocasino jogos gratisinclusão,casino jogos gratisque o ditadocasino jogos gratisque um exército anda na velocidadecasino jogos gratisseu componente mais lento se aplica também a uma sociedade. De que a vida não se divide tanto nessas categorias adolescentescasino jogos gratis"vencedor" e "perdedor".
Vejo que nas ultimas décadas os políticos do meu país,casino jogos gratistodos os partidos, têmcasino jogos gratiscomum uma obsessão com os Estados Unidos. Mas somente enxergam as facilidades, por um motivo óbvio: eles são oriundos das classes mais favorecidas, até no Partido Trabalhista.
Então, aquela propaganda no metrôcasino jogos gratisNova York, colocando medo na mãe pelo perigocasino jogos gratisperder acasino jogos gratiscasa, não mexe com eles, porque aborda uma realidade inimaginável para um "vencedor". Mas trata-secasino jogos gratisuma situação e um pesadelo reais demais para muita gente.
Assim, com todos os seus problemas e falhas, vejo a União Europeia como um freio na tendênciacasino jogos gratissempre imitar os Estados Unidos. Porque, apesar dos encantos do sonho americano, o mundo precisacasino jogos gratismodelos alternativos.
*Tim Vickery é colunista da BBC Brasil e formadocasino jogos gratisHistória e Política pela Universidadecasino jogos gratisWarwick








