Tim Vickery: A queda da centro-esquerda, Trump e a conta que os pobres não pediram, mas terãozebet inscriptionpagar:zebet inscription

Crédito, Eduardo Martino
"O que estamos vendo agora com a ascensão do UKIP (partido da direita populista britânica), porém, é que evitar as questões difíceis é socialmente corrosivo e eleitoralmente perigoso no longo prazo."
Isso foi escritozebet inscriptionagostozebet inscription2014 e já explica a votação a favorzebet inscriptionBrexit (a saída da Grã-Bretanha da União Europeia) e o triunfozebet inscriptionDonald Trump nos Estados Unidos. Então, só ficou surpreso aquele que não quis ver - embora na desigualdade crescente no mundo ocidental se torne mais fácil a elite ficar na ignorânciazebet inscriptionrelação à vida e às possibilidades dos menos favorecidos.

Crédito, AFP/Getty
Cada vez mais, os 30% mais pobres são tratados como casozebet inscriptionpolícia. E perderam duas vezes.
A primeira, porque sumiram os empregos nas fábricas, que a força global da capital transferiu para praças onde se pode pagar menos.
E a segunda vem das consequências da crise financeira dos últimos anos. A ideia dominante no cenário pós-industrial era que a indústriazebet inscriptionserviços financeiros ia salvar geral, gerando recursos suficientes para investir na redezebet inscriptionproteção social.
Só que essa indústria implodiu. Nenhuma surpresa. A naturezazebet inscriptionfinanças é o desejozebet inscriptioncriar dívida, porque lucra com os juros. E fica emprestando e lucrando até extrapolar. Empresta para quem não tem possibilidadezebet inscriptionpagar. E a casa cai.
Sem regulamentos suficientes, a indústria financeira vai criar mais dívida particular do que uma sociedade pode aguentar. Aí vem a crise. E, num truquezebet inscriptionmagia, uma crise dos bancos e da dívida particular foi apresentada como uma coisa que nunca tinha sido - uma crisezebet inscriptiongastos públicos.
E o remédio foi um regimezebet inscriptionausteridade, reduzindo tais gastos para reduzir a dívida. E quem sofre mais com isso? A parte da população que mais precisazebet inscriptionserviços públicos. Os mais pobres, que não tinham sido a causa da crise, estão agora pagando o seu preço.
O pior é que estão pagando à toa, porque fica difícil enxergar um resultado positivo da políticazebet inscriptionausteridade. E com certeza não tem êxitozebet inscriptionreduzir a dívida - por motivos óbvios.

Crédito, AFP/Getty
Cortar gastos públicos é tirar uma fatia da economia. O PIB vai encolher. A dívida pública permanece. Então essa dívida cresce como proporção do PIB. E com menos atividade econômica, a possibilidadezebet inscriptionpagar a dívida fica reduzida.
Nenhum espanto, então, que a austeridade venha gerando uma reação nas urnas.
Na Europa, onde tem sido mais aplicada, os partidoszebet inscriptioncentro-esquerda estão despencando. Durante anos ofereciam uma redistribuição tímida baseada num crescimento dependente na indústriazebet inscriptionserviços financeiros. Desde a crise do setor, parecem perplexos, sem propostas.
E na busca por soluções, ideais mais extremos ganham força. Brexit e Trump são somente as consequências mais evidentes.
E o Brasil nisso? A austeridade chega com a PEC 55 num momentozebet inscriptioncontração do PIB. Tira a possibilidade da ação contracíclica, e as pessoas mais vulneráveis vão sentir.
Isso deveria gerar uma reação politica. Mas, com todos os partidos agora chafurdando na Lava Jato, quem vai tirar proveito? Quais forças vão emergir para canalizar a raiva? Uma pergunta fascinante para 2017.
*Tim Vickery é colunista da BBC Brasil e formadozebet inscriptionHistória e Política pela Universidadezebet inscriptionWarwick.
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