Impedir barulho e vaias da torcida é imperialismo cultural, diz sociólogo americano:code freebet betclic

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Veja abaixo, trechos da entrevista:
code freebet betclic BBC Brasil - O senhor acompanhou a polêmica das vaias no Brasil?
code freebet betclic Peter Kaufman - Sim, porque houve um repercussão considerávelcode freebet betclicalguns incidentes envolvendo o público na Olimpíada do Rio. O comportamentocode freebet betclictorcedores é algo interessante, porque estãocode freebet betclicjogo fatores culturais.
Cada cultura tem seus próprios valores:code freebet betclicalgumas, é apropriado beijarcode freebet betclicvezcode freebet betclicapertar a mão quando se é apresentado a alguém, por exemplo. Em outras, é muito aceitável vaiar, assim comocode freebet betcliccertos países aplausos efusivos podem ser vistos como algo rude.

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code freebet betclic BBC Brasil - Por que as pessoas vaiam?
code freebet betclic Kaufman - É uma questãocode freebet betclicexpressão, uma formacode freebet betclicinteração social e participação. E isso variacode freebet betcliclugar para lugar. Se um alienígena chegasse aqui hoje e fosse assistir a uma competição esportiva, possivelmente teria outra maneiracode freebet betclicse comportarcode freebet betclicacordo comcode freebet betclicrealidade. E, óbvio, sabemos que não é apenas esporte. As Olimpíadas têm um significado muito maior. O público brasileiro pode estar vaiandocode freebet betclicdesafio às autoridades, ao governo brasileiro e até mesmo ao dinheiro gasto na Olimpíada.
code freebet betclic BBC Brasil - É injusto com os atletas?
code freebet betclic Kaufman - Alvoscode freebet betclicvaias podem se sentir ofendidos, tristes e até ameaçados por uma torcida mais ruidosas. Não os culpo por pensarem apenas na qualidadecode freebet betclicseu desempenhocode freebet betclicvezcode freebet betclicanalisar aspectos culturais ou políticos. É perfeitamente compreensível que o atleta francês tenha ficado bastante chateado com as vaias que recebeu até no pódio. Mas ele estava competindo contra um atleta brasileiro ecode freebet betcliccasa. Pelo que tenho lido sobre a torcida brasileira, era inevitável que ele fosse alvo dessas manifestações.
code freebet betclic BBC Brasil - Renaud Lavillenie não foi a primeira "vítima" e não deverá ser a última, mas o comportamento da torcida no Estádio Olímpico,code freebet betclicespecial durante provascode freebet betclicque normalmente o silêncio do público é uma questãocode freebet betclicetiqueta, como o tênis e a esgrima, irritou até o presidente do COI, Thomas Bach. Como achar um meio termo?

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code freebet betclic Kaufman - Olha, é irônico que sentimentoscode freebet betclicnacionalismo e tribalismo surjam na Olimpíada, uma competição concebida emcode freebet betclicforma moderna para promover a paz e a união ente os povos. Mas o esporte é passional e excitante. As pessoas querem vaiar seu adversário para tentar afetar o resultadocode freebet betclicuma partida. E, como costuma ser o caso por causa das rivalidades locais, os brasileiros "pegaram no pé dos argentinos". Também vimos o público vaiando atletas russos por causa da controvérsia envolvendo o doping. As vaias, por sinal, são o menor dos problemas que o COI tem para resolver.
code freebet betclic BBC Brasil - Mas Lavillenie não teria razão ao reclamar do barulho durante o momentocode freebet betclicseus saltos? Não seria preciso criar uma culturacode freebet betclictorcida mais apropriada para o esporte olímpico?
code freebet betclic Kaufman - Isso seria uma atitudecode freebet betclicimperialismo cultural. Por que a maneira do brasileiro torcer é errada? A realidade que conhecemos é criada pelo ambientecode freebet betclicque crescemos. Você mencionou o tênis anteriormente: será que não vale a pena discutirmos a razão para o silêncio durante o saque no tênis enquanto no futebol a torcida pode urrar nos ouvidoscode freebet betclicum atacante que vai bater um pênalti? A diferença é que o tênis é um esporte muito mais elitizado.
code freebet betclic BBC Brasil: O senhor defende o comportamento da torcida, então?
code freebet betclic Kaufman: De certa maneira, sim, apesarcode freebet betclicque os esportes têm regras para lidar com isso. Acho fascinante o fatocode freebet betclicque as normascode freebet betcliccomportamento podem ser diferentes. Fica a impressãocode freebet betclicque o COI foi pegocode freebet betclicsurpresa pela passionalidade do torcedor brasileiro. Mas lembremos da Copa do Mundocode freebet betclic2010,code freebet betclicque as vuvuzelas do torcedor sul-africano criaram um problema até para quem viu os jogos pela TV. Mas ter proibido seu uso teria amputado um componente cultural.
Vaiar é uma expressãocode freebet betcliccrenças e valores. É tão "errado" quanto torcer.








