Em quatro pontos: o que estáarbety historicojogo para Temer na cúpula do G20?:arbety historico

Em seu discurso, ele dará destaque às medidas que pretende adotar para equilibrar as contas públicas e estimular o crescimento. Além disso, deve citar investimentos que o país quer fazerarbety historicoinfraestrutura, por meioarbety historicoconcessões à iniciativa privada.

O tom da apresentação combina com a ênfase que a China, anfitriã do evento, escolheu para essa cúpula - a necessidadearbety historicoreformas estruturais para estimular o crescimento.

"Quando você tem uma crise econômica (global), obviamente as atenções se voltam para isso. Quando você não tem, como foi o caso desse ano, a agenda fica um pouco mais aberta. Então, o que os chineses buscaram fazer é olhar mais para as medidasarbety historicomédio e longo prazo", explicou Cozendey.

Ainda muito associada ainda às indústrias mais tradicionais e poluente, a China dará destaque no encontro a temas "modernos", como inovação e economia digital.

Também está programado que Temer falará na abertura da sessão sobre "desenvolvimento inclusivo", na segunda-feira. Ele, porém, pode falar quando quiser nas demais sessões, basta levantar uma "placa" do Brasil. O Itamaraty preparou outros possíveis discursos, caso o presidente queira fazer mais alguma manifestação.

2.Tête-à-tête com os líderes

Além da apresentação formalarbety historicoseus planos aos líderes das maiores economias do mundo, a cúpula também serve como uma chancearbety historicoTemer e seus ministros se encontrarem pessoalmente pela primeira vez com autoridadesarbety historicooutros países após a confirmação do novo governo.

"O G20 é uma grande oportunidade para líderesarbety historicopaíses que representam 85% da economia mundial trocarem ideias e cada um saber o que o outro está fazendo, para onde o outro vai", comentou Cozendey.

Temer se reuniu na sexta-feira com o presidente chinês, Xi Jinping, e na segunda-feira tem encontros marcados com os primeiros-ministrosarbety historicoEspanha e Itália.

Outros líderes manifestaram interessearbety historicose reunir com Temer, como os do Japão e Arábia Saudita, mas não foi possível conciliar as agendas.

"Sempre que há uma mudançaarbety historicolíder num país, há um interesse dos outros líderesarbety historicousar essas ocasiões para ter um primeiro contato, para poder criar esse relacionamento pessoal. Cada vez mais hoje na diplomacia, você tem essa valorização da relação interpessoal dos líderes, e o G20 é obviamente a ocasião por excelência para fazer isso", notou Cozendey.

Neste sábado, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, também teve um encontro com o o secretário do Tesouro americano, Jack Lew. O ministro das Relações Exteriores, José Serra, se reuniu com o chanceler turco.

3. Futuro dos Brics

Aproveitando que estão todos na cúpula do G20, os líderes do Brics - grupoarbety historiconações emergentes integrado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - farão uma "reunião informal" no domingoarbety historicomanhã. O próximo encontro oficial seráarbety historicooutubro, na Índia.

Será o primeiro contato do presidente Temer com o grupo alavancado no governoarbety historicoLuiz Inácio Lula da Silva. O petista earbety historicosucessora buscaram emarbety historicoadministração aumentar o peso dos paísesarbety historicodesenvolvimento na política externa brasileira.

Temer terá a oportunidade tentar afastar a impressãoarbety historicoque seu governo não valoriza tanto os Brics. Em junho, a agênciaarbety historiconotícias estatal Xinhua publicou um artigo manifestando preocupação com uma possível mudançaarbety historicofoco na política externa do Brasil,arbety historicoque o grupo deixariaarbety historicoser colocadoarbety historicoprimeiro plano.

O texto foi assinado pelo diretor do escritório dos serviçosarbety historicoportuguês da Xinhua no Rioarbety historicoJaneiro, Chen Weihua, e pelo editor internacional da agênciaarbety historicoPequim, Zhao Hui.

"Desde a criação do Bricarbety historico2009 (antes da adesão da África do Sul,arbety historico2010), o Brasil sempre priorizou as relações com os membros do bloco, no âmbito da cooperação Sul-Sul, uma escolha que o governo interino parece não ter intençãoarbety historicomanter", diz o artigo.

"O novo ministro das relações exteriores do Brasil, José Serra, anunciou, logo após o estabelecimento do governo interino, que os focos principais da 'nova política externa' brasileira são, dentro da América Latina, a Argentina e o México, e fora dela, os Estados Unidos e a União Europeia. No caso dos Brics, Serra se limitou a dizer que o Brasil vai se esforçar para aproveitar as 'oportunidades' que o bloco oferece, mas sempre tendo comércio e investimentos mútuos", destacou a o texto.

Quando os Brics surgiram, havia um grande otimismoarbety historicorelação aos cinco países. No momento, porém, apenas China e Índia têm apresentado crescimento econômico.

4. Legitimidadearbety historicofora para dentro

Alémarbety historicopermitir a projeção internacional da nova administração brasileira, o G20 também acaba sendo uma boa ocasião para que Temer reforce internamente a imagemarbety historicoque seu governo é legítimo e está funcionando com normalidade.

Os encontros com líderes e membrosarbety historicooutros governos servem para indicar quearbety historicoautoridade está sendo reconhecida internacionalmente.

Neste sábado, ele conversou com a imprensa brasileira no hotelarbety historicoque está hospedadoarbety historicoHangzhou e aproveitou para minimizar a relevância dos protestos que estão ocorrendo no Brasil contraarbety historicoposse como presidente. São Paulo, por exemplo, teve quatro dias seguidosarbety historicomanifestações, com episódiosarbety historicoviolência e quebradeira.

"Na verdade, são grupos mínimos, 50, 100 pessoas. Num conjuntoarbety historico204 milhõesarbety historicobrasileiros, eu acho que isso é inexpressivo. O que preocupa, isso sim, é que confunde-se o direito à manifestação com direito à depredação", criticou.

No dia anterior, Temer já havia chamado seus opositoresarbety historico"movimentozinho". Questionado pela BBC Brasil se essas declarações não representavam uma contradição com o fatoarbety historicosua popularidade ser bastante baixa no momento, o presidente disse ainda haver muito desconhecimento sobre ele e ser preciso esperar os próximos dois anosarbety historicoseu governo para responder a essa pergunta.

Temer afirmou também que é "natural" a ocorrênciaarbety historicoprotestos após o impeachment. "O tal do 'Fora Temer' tudo bem, é um movimento democrático, mas a depredação é algo delituoso, e, como todo fato delituoso, deverá sofrer as consequências da normatividade jurídica."