Estudo contesta crençabet7k comque empresário se sai melhor na gestão pública:bet7k com

Os primeiros achados do estudo indicam que prefeitos que se declararam empresários, comerciantes, vendedores e os que têm cotas ou participam da administraçãobet7k comempresas não são nem mais nem menos eficientes que seus colegas que vierambet7k comoutras áreas.

A análisebet7k comindicadoresbet7k comgastos públicos sugere que a performance dos empresários é muito parecida com a dos demais ao executar o orçamento e ao investirbet7k comsaúde e educação. Homens e mulheresbet7k comnegócios não são melhoresbet7k comreduzir o deficit fiscal nem na execução do orçamento, tampouco são melhoresbet7k comconseguir mais verbas do governo federal.

"Não achamos o efeito Trump (a crençabet7k comque empresários seriam melhores administradores). Analisamos todos os indicadores (que medem a performancebet7k comempresários como prefeitos) e nada apareceu como estatisticamente significante", assinala Mello.

"Empresários não produzem indicadores melhores. A princípio, se comportam como todos os políticos."

Mello, que assina o estudo com Nelson Ruiz-Guarin, também da LSE, cruzou dadosbet7k comfontes diversas, como Tribunal Superior Eleitoral, Receita Federal, DataSus, e Censo Escolar.

Os pesquisadores analisaram dadosbet7k comcandidatos eleitos prefeitosbet7k comcinco eleições, entre 2000 e 2016. Por meiobet7k comregressões estatísticas, eles selecionaram municípios com cenáriosbet7k comdisputa acirrada entre um empresário e outro candidato e depois compararam o desempenho dos prefeitos - levandobet7k comconta diferentes variáveis.

Assim, selecionaram cercabet7k com200 a 300 municípios por eleição. Em nenhum dos cruzamentos, contudo, foram identificados sinaisbet7k comque empresários no comandobet7k comprefeituras melhoraram as contas públicas.

Mello disse à BBC Brasil ter se surpreendido com os resultados, pois acreditava que a experiência pregressabet7k comadministração poderia fazer uma diferença.

"É uma premissa na qual os eleitores acreditam tanto", afirmou o pesquisador. "Mas parece que é um mito. Precisamos repensar quais são as habilidades que formam um bom prefeito."

Mello disse que ainda quer averiguar se há diferença significativa entre a performance dos empresáriosbet7k comprimeiro mandato e a dos que estão na política há mais tempo. Ainda assim, ele considera que dificilmente os resultados principais do estudo vão mudar.

Respostas à crise

Comentando a pesquisa, o sociólogo e cientista político Antonio Lavareda observa que a aposta eleitoralbet7k comum candidato que não se parece com um político tradicional é um fenômeno mundial que normalmente surge como resposta à uma crise política oubet7k comrepresentatividade.

Ele cita o caso do italiano Silvio Berlusconi, magnata da mídia e donobet7k comtimebet7k comfutebol que foi eleito premiê depois que a Operação Mãos Limpas investigou e prendeu políticosbet7k comdiferentes partidos na Itália por corrupção.

Lavareda atribui a vitóriabet7k comTrump nos EUA ao fatobet7k comque boa parte do eleitorado não se via representada por nenhum políticobet7k comcarreira.

"Toda vez que há uma crise política, é comum a busca por alternativas. Empresários e técnicos são beneficiados com esse discursobet7k comnão ser político ebet7k comsaber administrar", observa Lavareda.

Segundo o sociólogo, há ainda a crença, "no imaginário do eleitor,bet7k comque um empresário rico não roubaria os cofres públicos porque já fez fortuna no mundo dos negócios", e lembra que muitos empresários se deram bem nas urnas e moldaram carreiras na política.

Lavareda cita os nomes do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), um dos donos da Eucatex, e dos senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE), da família que controla uma redebet7k comshoppings e uma empresabet7k comtelefonia, e Blairo Maggi (PP-MT), magnata da soja. Maggi atualmente é ministro da Agricultura do governobet7k comMichel Temer.

Por outro lado, dinheiro e experiência não são garantiabet7k comvotos, lembra Lavareda, citando o caso do empresário Antônio Ermíriobet7k comMoraes, que foi um dos homens mais ricos do Brasil, mas perdeu a eleição para o governo do Estadobet7k comSão Paulobet7k com1986.

"Ter empresários e técnicos na política não é um fenômeno tão singular, é natural e esperado", salienta Lavareda.

Eduardo Mello, o coautor do estudo da LSE que avalia o desempenhobet7k comempresários no Executivo municipal, salienta que "o Estado não é uma empresa". "O objetivo do Estado não é gerar lucro. Não tem clientes, mas precisa cuidarbet7k comcidadãos. E negociar com o Legislativo não é o mesmo que tratar com fornecedores", avalia Mello.

Dificuldades

De fato, administrar uma prefeitura, por exemplo, pode estar longebet7k comser uma tarefa fácil para um empresário experiente.

Em julho deste ano, o prefeitobet7k comBelo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), entrou ao vivo no Facebook para fazer um balanço do iníciobet7k comseu governo. Donobet7k comconstrutora e ex-presidente do Atlético Mineiro, Kalil disse que "tá f*da" cumprir as promessas feitas na campanha.

"Estamos aqui trabalhando para burro. Não somos o melhor do mundo, não somos o pior do mundo. A única coisa que aqui não tem é que ninguém está delatado, ninguém vai ser delatado", disse, admitindo as dificuldades e salientando que nabet7k comequipe ninguém teve o nome associado à corrupção.

Kalil foi um dos empresários que se elegeubet7k com2016 com o discursobet7k comque não era político. A estratégia também funcionoubet7k comSão Paulo, onde João Doria, que é donobet7k comempresa, usou a mesma retórica para conquistar a cadeirabet7k comprefeito pela primeira vez.