Exclusivo: investigação revela exércitoww bet365comperfis falsos usados para influenciar eleições no Brasil:ww bet365com

  • Juliana Gragnani
  • Da BBC Brasilww bet365comLondres
Ilustração e mãos guiando marionetes
Legenda da foto,

Cada funcionário seria responsável por controlarww bet365com20 a 50 perfis falsos | Ilustração: Kako Abraham/BBC

ww bet365com São sete da manhã e um rapazww bet365com18 anos liga o computador emww bet365comcasaww bet365comVitória, no Espírito Santo, e dá início àww bet365comrotinaww bet365comtrabalho. Atualiza o statusww bet365comum dos perfis que mantém no Facebook: "Alguém tem um filme para recomendar?", pergunta. Abre outro perfil na mesma rede. "Só queria dormir a tarde inteira", escreve. Um terceiro perfil: "Estou com muita fome". Ele intercala esses textos com outrosww bet365comque apoia políticos brasileiros.

Esses perfis não tinhamww bet365comfoto ou nome verdadeiros, assim como os outros 17 que ele disse controlar no Facebook e no Twitterww bet365comtrocaww bet365comR$ 1,2 mil por mês. Eram, segundo afirma, perfis falsos com fotos roubadas, nomes e cotidianos inventados. O jovem relatou à BBC Brasil que esses perfis foram usados ativamente para influenciar o debate político durante as eleiçõesww bet365com2014.

As evidências reunidas por uma investigação da BBC Brasil ao longoww bet365comtrês meses sugerem que uma espécieww bet365comexército virtualww bet365comfakes foi usado por uma empresa com base no Rioww bet365comJaneiro para manipular a opinião pública, principalmente, no pleitoww bet365com2014.

A estratégiaww bet365commanipulação eleitoral e da opinião pública nas redes sociais seria similar à usada por russos nas eleições americanas, e já existiria no Brasil ao menos desde 2012. A reportagem identificou também um caso recente, ativo até novembroww bet365com2017,ww bet365comsuposto uso da estratégia para beneficiar uma deputada federal do Rio.

A reportagem entrevistou quatro pessoas que dizem ser ex-funcionários da empresa, reuniu vasto material com o histórico da atividade onlineww bet365commaisww bet365com100 supostos fakes e identificou 13 políticos que teriam se beneficiado da atividade. Não há evidênciasww bet365comque os políticos soubessem que perfis falsos estavam sendo usados.

Com ajudaww bet365comespecialistas, a BBC Brasil identificou como os perfis se interligavam e seus padrões típicosww bet365comcomportamento. Seriam o que pesquisadores começam a identificar agora como ciborgues, uma evolução dos já conhecidos robôs ou bots, uma mistura entre pessoas reais e "máquinas" com rastrosww bet365comatividade mais difíceisww bet365comserem detectados por computador devido ao comportamento mais parecido com oww bet365comhumanos.

Parte desses perfis já vinha sendo pesquisada pelo Laboratórioww bet365comEstudos sobre Imagem e Cibercultura (Labic) da Universidade Federal do Espírito Santo, coordenado pelo pesquisador Fábio Malini.

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"Os ciborgues ou personas geram cortinasww bet365comfumaça, orientando discussões para determinados temas, atacando adversários políticos e criando rumores, com climaww bet365com'já ganhou' ou 'já perdeu'", afirma ele. Exploram o chamado "comportamentoww bet365commanada".

"Ou vencíamos pelo volume, já que a nossa quantidadeww bet365composts era muito maior do que o públicoww bet365comgeral conseguia contra-argumentar, ou conseguíamos estimular pessoas reais, militâncias, a comprarem nossa briga. Criávamos uma noçãoww bet365commaioria", diz um dos ex-funcionários entrevistados.

Esta reportagem é a primeira da série Democracia Ciborgue,ww bet365comque a BBC Brasil mergulha no universo dos fakes mercenários, que teriam sido usados por pelo menos uma empresa, mas que podem ser apenas a ponta do icebergww bet365comum fenômeno que não preocupa apenas o Brasil, mas também o mundo.

Segundo Pablo Ortellado, professor do cursoww bet365comGestãoww bet365comPolíticas Públicas da Universidadeww bet365comSão Paulo (USP), a suspeitaww bet365comque esse seria um serviço oferecido normalmente para candidatos e grupos políticos "faz pensar que a prática deva já estar bem disseminada nesse ambiente político polarizado e que vai ser bastante explorada nas eleiçõesww bet365com2018, que, ao que tudo indica, serão ainda mais polarizadas que as últimasww bet365com2014".

Philip Howard, professor do Institutoww bet365comInternet da Oxford, vê os ciborgues como "um perigo para a democracia". "Democracias funcionam bem quando há informação correta circulando nas redes sociais", afirma, colocando os fakes ao lado do problema da disseminação das fake news, ou seja, notícias falsas.

Imagem mostra homem sendo manipulado por mão robótica

Crédito, Getty Images

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Robôs estariam tentando manipular opinião pública nas redes sociais no Brasil desde 2012

Exército fake

Em 2012, segundo os entrevistados pela BBC Brasil, o empresário carioca Eduardo Trevisan, proprietário da Facemedia, registrada como Face Comunicação On Line Ltda, teria começado a mobilizar um exércitoww bet365comperfis falsos, contratando até 40 pessoas espalhadas pelo Brasil que administrariam as contas para, sobretudo, atuarww bet365comcampanhas políticas.

Inicialmente, a BBC Brasil entrouww bet365comcontato com Trevisan por telefone. Ele negou queww bet365comempresa crie perfis falsos. "A gente nunca criou perfil falso. Não é esse nosso trabalho. Nós fazemos monitoramento e rastreamentoww bet365comredes sociais", afirmou, pedindo que a reportagem enviasse perguntas por email.

"Os serviçosww bet365comcampanhas eleitorais prestados pela Facemedia estão descritos e registrados pelo TSE,ww bet365comforma transparente. Por questões éticas e contratuais, a Facemedia não repassa informaçõesww bet365comclientes privados", respondeu, posteriormente, por email (leia resposta completa na parte final desta reportagem).

Foto do empresário Eduardo Trevisan
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Empresário criou a página Lei Seca RJ, que alerta motoristas para locaisww bet365comblitze no Rio | Reprodução/Facebook

Trevisan, cujo perfil pessoal no Twitter carrega a descrição "Brasil, Pátria do Drible", tem quase um milhãoww bet365comseguidores. Ele ganhou projeção comww bet365compágina Lei Seca RJ, criadaww bet365com2009. Seguida por 1,2 milhãoww bet365comusuários, ela alerta motoristas para locaisww bet365comblitze no Rio.

Um ex-funcionário disse ter sido contratado justamente achando que trabalharia administrando o Twitter do Lei Seca RJ.

"Era um trabalho bem sigiloso. Não sabia que trabalharia com perfis falsos", diz.

Quando descobriu, conta, passou a esconderww bet365comamigos e familiares o que fazia. Hoje, afirma, tem medoww bet365comfalar, porque trabalhou "para gente muito importante" e teria assinado um contratoww bet365comsigilo com a empresa.

Políticos

Os depoimentos dos entrevistados e os temas dos tuítes e publicações no Facebook levam aos nomesww bet365com13 políticos que teriam sido beneficiados pelo serviço, entre eles os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Renan Calheiros (PMDB-AL) e o atual presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).

A atuação era variada. Para Aécio, perfis supostamente falsos publicaram, por exemplo, mensagens elogiosas ao candidato durante debate com Dilma Rousseff (PT) na campanhaww bet365com2014: "Aécio é o mais bem preparado". No casoww bet365comRenan, criaram uma hashtag para defendê-lo durante protestosww bet365com2013 que pediam o impeachment do então presidente do Senado: #MexeuComRenanMexeuComigo. Foi apoiada por usuários como "Patrick Santino", que usa a imagemww bet365comum ator grego no perfil. Já sobre Eunício, divulgaram voto durante as eleições: "Vou com 15. Melhores propostas".

Não há evidênciasww bet365comque os políticos soubessem que o usoww bet365comperfis falsos fazia parteww bet365comum serviçoww bet365comconsultoriaww bet365comredes sociais (veja ao final desta reportagem a resposta completaww bet365comcada um).

Foto do ator e cantor grego Sakis Rouvas
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Foto do ator e cantor grego Sakis Rouvas, usada para ilustrar perfil falso | Foto: Reprodução/Instagram

Monitorados por Skype

Os funcionários, segundo os relatos, ficavamww bet365comdiferentes Estados do país, trabalhandoww bet365comcasa e monitorados por Skype. Quando se levantava para ir ao banheiro, conta um deles, era preciso explicarww bet365comausência pelo Skype a um coordenador.

Jovens e na maioria das vezes sem curso superior, eles contam que eram chamados na empresaww bet365com"ativadores". Recebiamww bet365comprofissionais mais graduados uma "ficha técnica" e perfis prontos do que chamavamww bet365com"personas". Continham foto, nome e históriaww bet365comcada um -ww bet365comonde era, se era casado, se tinha filhos e quais eram seus gostos, hobbies e profissão.

Eles teriamww bet365com"ativar" o perfil, alimentando e dando prosseguimento à narrativa criada, mesclando publicações sobreww bet365comrotina com postagens apoiando políticos.

Segundo as diferentes entrevistas, um controladorww bet365comperfis falsos recebia por voltaww bet365comR$ 800 mensais quando começava a trabalhar na empresa. Nas eleiçõesww bet365com2014, o salário teria subido para até R$ 2 mil.

Fotos eram retiradasww bet365combancosww bet365comimagens, roubadasww bet365comsitesww bet365comnotícias eww bet365comperfis existentes. A BBC Brasil identificou, por meioww bet365compesquisaww bet365comferramentaww bet365combusca, a origemww bet365comvárias dessas fotos. Uma delas pertencia a uma jovem vítimaww bet365comassassinato cuja foto havia sido publicadaww bet365comum veículoww bet365comimprensa local. Algumas imagens eram manipuladas digitalmente, o que dificulta o rastreamentoww bet365comsua origem.

A empresa, segundo os entrevistados, fornecia chipsww bet365comcelular para autenticar perfisww bet365comredes sociais.

A parte "robô", ou semiautomatizada, não era sofisticada. Os funcionários contam e fica claro nas postagens que eram usadas plataformas que possibilitam a administraçãoww bet365comvários perfis ao mesmo tempo, como o Hootsuite (que cobra R$ 258 mensais para que três usuários operem 20 perfisww bet365comredes sociais ao mesmo tempo).

Agendavam publicações que falavam sobre a rotina do personagem e outras mais genéricas, como "bom dia", "vou almoçar", "boa noite", "estou cansado", "dia exaustivo", entre outras postagens semelhantes, para dar a impressãoww bet365comque se tratavamww bet365comperfis reais.

Capturaww bet365comtelaww bet365comperfil identificado como falso no Twitter
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Perfil usa fotoww bet365commulher que apareceu no noticiário; ela escreve sobre seu cotidiano e comenta sobre político Paulo Hartung | Foto: Reprodução/Twitter

Alguns "ativadores" passavam o dia fazendo isso, relatam. Outros se dedicavam a programar publicações para a semana inteira e ficavamww bet365comolho para eventuais interações que tinhamww bet365comfazer, como responder a mensagensww bet365comperfis reais.

Amigos reais

Perfis falsos criam "reputação" e parecem ser legítimos adicionando pessoas aleatórias com o objetivoww bet365comcolecionar amigos reais.

Pessoas reais chegam a dar parabéns a fakesww bet365comaniversários mesmo sem conhecê-los e fazem comentários elogiosos a fotosww bet365comperfil, ajudando a criar a sensaçãoww bet365comque são verdadeiros. É desta forma que, inadvertidamente, usuários reais contribuem para a criaçãoww bet365com"reputação".

A reportagem detectou que os perfis identificados como fakes também interagem entre si - encontrou até um "casal"ww bet365comperfis falsos.

Uma ex-funcionária ouvida pela BBC Brasil afirma que, na época, não sabia que trabalhava administrando perfis falsos. Segundo ela, quando trabalhou na empresa,ww bet365com2012 a 2014, tinha acesso a perfis no Facebookww bet365compessoas que eram "apoiadores"ww bet365comcandidatos, como se eles tivessem cedido o acesso. Ela conta que seu trabalho era monitorar o que era publicado sobre candidatos e fazer comentários que os apoiassem por meio dos perfis que controlava.

"Eu já desconfiei que não eramww bet365compessoas reais, mas não sei se eram. Eu não tinha muita malícia na época. Como eu só tinha acesso a publicar determinados conteúdos, eu não verificava muito os perfis."

Outro ex-funcionário define o trabalho, do qual chega a ter até um poucoww bet365comorgulho: "Você é só uma pessoa mascarada atrásww bet365comum perfil. A resposta é forte, o retorno é bom. Você sente que realmente faz diferença na campanha".

Quando um fake era "desmascarado" por outros usuários ou desativados pelas plataformas, logo havia outro para substituí-lo, que vinhaww bet365comum grande bancoww bet365comperfis falsos criado e mantido pela empresa, tambémww bet365comacordo com os entrevistados.

Muitos dos perfis reunidos pela BBC Brasil foram abandonados. Cercaww bet365comum quinto dos identificados no Twitter publicaram mensagens pela última vez entre os dias 24 e 27ww bet365comoutubroww bet365com2014. O segundo turno das eleições daquele ano aconteceu no dia 26ww bet365comoutubro.

Um dos ex-funcionários entrevistados diz que os perfis identificados como falsos pela BBC Brasil representam apenas uma pequena parcela do fenômeno, já que a empresa teria criado "milhares"ww bet365comperfis como estes. Ele diz também que havia empresas concorrentes fazendo o mesmo no Brasil.

Um tipoww bet365comatuação comum, segundo os entrevistados, era deixar comentáriosww bet365comsitesww bet365comnotícias e também votarww bet365comenquetes, como as do site do Senado, tomando até o cuidadoww bet365comdeixar a opinião oposta ultrapassar um pouco antesww bet365comvencê-la, para que "tudo parecesse muito orgânico e natural", nas palavrasww bet365comum ex-funcionário. "Às vezes, dez pessoas ficavam votandoww bet365comdeterminada opção durante oito horas do dia."

Como identificar um fake?

Para identificar os perfis supostamente falsos, com a ajudaww bet365comespecialistas, a reportagem levouww bet365comconsideração elementos como: o usoww bet365comfotos comprovadamente falsas, modificadas ou roubadas; a publicaçãoww bet365commensagens a partir da mesma ferramenta externa às redes sociais; o padrãoww bet365commensagens que simulam rotina, com repetiçãoww bet365compalavras; a participação ativa nas redes durante debates e "tuitaços"; atividade apenas durante o horário "útil" do dia; as recorrentes mensagensww bet365comapoio ouww bet365comagressão a candidatos específicos e, por fim, vários casosww bet365comdatas coincidentesww bet365comcriação, ativação e desativação dos perfis.

Capturaww bet365comtelaww bet365comperfil falso no Facebook
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Perfis usavam fotos roubadas para escrever a favorww bet365comcandidatos | Foto: Reprodução/Facebook

Malini, o acadêmico do Espírito Santo cujo grupo que coordena já pesquisava parte dos supostos fakes identificados pela BBC Brasil, elaborou o que especialistas chamamww bet365com"grafo", um desenho gerado por computador que espelha o histórico da interação e atividade dos perfis no Twitter. Isso inclui os retuítes, menções a outros usuários e comentáriosww bet365comtuítes feitos pelos usuários com características falsas.

O resultado mostra os perfis com os quais estabeleceram o maior númeroww bet365cominterações, gerando uma espécieww bet365com"nuvem".

Nela, aparecem os políticos mencionados pelos ex-funcionários como clientes da empresa, a página Lei Seca RJ e, no centro, Eduardo Trevisan, "inflacionado" pela atividade dos supostos fakes. "Ele é uma figura central, que recebe menções e retuítesww bet365comgrande parte dos usuários analisados", afirma Malini. "Essa alta centralidade salta aos olhos e aponta quem deve ser investigado", acrescenta.

Pagamentos

Por meio da análiseww bet365compagamentos legais disponíveis ao públicoww bet365comprestaçõesww bet365comcontas, a BBC Brasil conseguiu mostrar a ligação da Facemediaww bet365comTrevisan com três políticos e um partido, o PSDB. A empresa recebeu também, neste caso, segundo dadosww bet365comum relatório disponível no site da Câmara, transferênciaww bet365comuma agênciaww bet365compropaganda e marketing. No total, os pagamentos feitos pelas cinco partes somam R$ 1,2 milhão. Vejaww bet365comdetalhes abaixo, e um resumo da respostaww bet365comcada um:

- A empresaww bet365comTrevisan recebeu R$ 360 mil do Comitê Nacional do PSDB para a campanha presidencialww bet365com2014 pela "prestaçãoww bet365comserviçosww bet365commarketing e comunicação digital", segundo consta da prestaçãoww bet365comcontas do partido. O PSDB disse que a empresa foi contratada para prestaçãoww bet365comserviçosww bet365commelhoria e monitoramentoww bet365commovimento e tendências nas redes sociais.

- A Facemedia também recebeu R$ 200 milww bet365comRenan Filho (PMDB)ww bet365com2014, então candidato ao governoww bet365comAlagoas, segundo a prestaçãoww bet365comcontas. A assessoria do político, que venceu a eleição, disse que a empresa foi contratada para prestaçãoww bet365comserviçosww bet365commonitoramento e análise digital das redes sociais durante a campanha e acompanhamento do interesse do eleitor. "Em nenhuma hipótese houve contratação ou realizaçãoww bet365compagamento para a criaçãoww bet365comperfis falsos ou divulgações online por estesww bet365comfavor da campanha."

- Recebeu também R$ 30 mil do ministro do Tribunalww bet365comContas da União (TCU) Vital do Rêgo Filho (PMDB), então candidato ao governo da Paraíba,ww bet365comacordo com os dados públicos. Sua assessoria afirmou que o candidato "utilizou serviçosww bet365commídias sociais para divulgação regularww bet365comsua campanha, desconhecendo qualquer criaçãoww bet365comperfis falsos por parte da empresa contratada".

- Os mais recentes pagamentos encontrados pela reportagem vieram da cota parlamentar do gabinete da deputada federal Laura Carneiro (PMDB-RJ). A empresaww bet365comTrevisan recebeu R$ 14 mil por mês por "divulgação da atividade parlamentar por meio da diagramação, manutenção e alimentação das suas mídias sociais (Instagram, Facebook, Twitter)"ww bet365comfevereiro a setembro deste ano, totalizando R$ 112 mil. As datas coincidem com o períodoww bet365comatividadeww bet365comum grupoww bet365comperfis supostamente falsos identificados pela BBC Brasil atuando na página da deputada. A assessoria dela disse que "os serviços prestados eramww bet365commonitoramento eww bet365comdivulgação do mandato parlamentar nas mídias sociais. A deputada não tem qualquer conhecimento sobre o uso antiéticoww bet365comperfis falsosww bet365comqualquer prestaçãoww bet365comserviços realizados por essa empresa".

- Entre marçoww bet365com2014 e julhoww bet365com2014, a Facemedia recebeu R$ 504 mil da agência PVR Propaganda e Marketing Ltda,ww bet365comPaulo Vasconcelos, marqueteiro da campanhaww bet365comAécio à Presidência. O pagamento da PVR foi descritoww bet365comum relatório produzido pelo Conselhoww bet365comControleww bet365comAtividades Financeira (Coaf)ww bet365comjulho deste ano. Não é possível determinar no registro do pagamento quais dos clientes da PVR teriam se beneficiado dos serviços da Facemedia. A agência tinha entre seus clientes o PSDB e a J&F, controladora da JBS. A JBS foi identificada como temaww bet365comdiferentes tuítes, entre os reunidos pela BBC Brasil, e também citada por um ex-funcionário como cliente da Facemedia. A J&F não quis comentar. A PVR disse que contratou a Facemedia "para prestaçãoww bet365comserviçosww bet365commonitoramento e análise do ambiente político". A empresa nega que tenha feito algum pagamento para divulgação da candidaturaww bet365comAécio Neves.

Outros políticos

Um ex-funcionárioww bet365comTrevisan cita uma longa lista com outros políticos que também teriam contratado o serviço. Todos eles foram citadosww bet365comalgum momento pelos perfis falsos identificados pela BBC Brasil. São eles: o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Eduardo Braga (PMDB-AM) e Ricardo Ferraço (PSDB-ES), o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), o ex-prefeitoww bet365comVila Velha (ES) Rodney Miranda (DEM), o secretário municipalww bet365comUrbanismo, Infraestrutura e Habitação do Rioww bet365comJaneiro, Índio da Costa (PSD), o ex-senador Gim Argello (DF) e o ex-deputado estadual Felipe Peixoto (PSB-RJ).

Eles negaram ter conhecimento sobre qualquer usoww bet365comperfis falsos nesse contexto. Não há nenhum indícioww bet365comque os citados acima sabiam da existência e do usoww bet365comfakes nas suas redes sociais como parteww bet365comum serviço para favorecê-los.

Wallim Vasconcelos, que foi candidato à presidência do Flamengo, também é citado pelo ex-funcionário e também foi temaww bet365comtuítesww bet365comperfis considerados falsos. Ele encaminhou à BBC Brasil a respostaww bet365comsua assessoria à época das eleições. Disseram que a Facemedia fazia apenas "monitoramento" das redes.

O único citado com quem a reportagem não conseguiu contato foi Gim Argello, hoje preso da operação Lava Jato. Seu advogado, Marcelo Bessa, disse que não tem procuração para responder sobre esse assunto. (leia a íntegra da respostaww bet365comtodos os citados no final do texto)

Capturaww bet365comtelaww bet365comperfil falso no Twitter
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Perfil falso que apoia Paulo Hartung no Twitter usa fotoww bet365combancoww bet365comimagens | Imagem: Twitter/Reprodução

Responsabilidade

Perfis falsos foram usados para tentar influenciar as eleições americanas no ano passado e representam uma crescente preocupação no mundo ao lado das notícias falsas, facilmente compartilhadas nas redes, e também do papel da propaganda direcionada nas redes sociais, mecanismo que teria sido usado por russos nas eleições dos EUA. O Facebook declarou ter desativado 470 contas e páginas "provavelmente operadas da Rússia", que publicavam conteúdo que visava causar maior divisão nacionalww bet365comtópicos como direitos LGBT e questões raciais eww bet365comimigração.

O reflexo desta tendência no Brasil levou especialistas ouvidos pela BBC Brasil a reforçar um apelo por ação mais rigorosa tanto do Twitter quanto do Facebook.

Para Pablo Ortellado, professor da USP, deve haver maior transparência e regulação nas plataformas como o Facebook, que deve começar a agir "como se fosse um Estado, já que virou a nova esfera pública" onde acontecem discussões e interações entre as pessoas. Ou seja, para ele, a plataforma deve começar a se autorregular, se não quiser ser regulada pelos Estados, um cenário também não livreww bet365compolêmicas.

O Twitter informa que "a falsa identidade é uma violação"ww bet365comsuas regras. "As contas do Twitter que representem outra pessoaww bet365commaneira confusa ou enganosa poderão ser permanentemente suspensasww bet365comacordo com a Política para Falsa Identidade do Twitter. Se a atividade automatizadaww bet365comuma conta violar as Regras do Twitter ou as Regrasww bet365comAutomação, o Twitter pode tomar medidasww bet365comrelação à conta, incluindo a suspensão da conta."

Já o Facebook informa que suas políticas "não permitem perfis falsos". "Estamos o tempo todo aperfeiçoando nossos sistemas para detectar e remover essas contas e todo o conteúdo relacionado a elas. Estamos eliminando contas falsasww bet365comtodo o mundo e cooperando com autoridades eleitorais sobre temas relacionados à segurança online, e esperamos tomar medidas também no Brasil antes das eleiçõesww bet365com2018."

A empresa também afirma que não pode comentar os perfis citados na reportagem porque não teve acesso a eles antes da publicação deste texto. "Entretanto, vale ressaltar que durante as eleiçõesww bet365com2014 maisww bet365com90 milhõesww bet365compessoas no Brasil usaram a plataforma para debater temas relevantes para elas e engajar com seus candidatos."

Roteiro

O padrãoww bet365comcriaçãoww bet365comuma conta falsa no Twitter e no Facebook, segundo os entrevistados, seguia um roteiro: durante um ou dois meses, determinado perfil apenas tuitava sobreww bet365comrotina, publicando tuítes muito parecidos para "martelar" ou "fixar" seu cotidiano por meio das publicações agendadas, com características e hobbies que são muito claros: há a mãe que gostaww bet365comassistir a séries e faz pilates, a universitária que fala sobre seus estudos, o síndicoww bet365comprédio que gostaww bet365comfutebol.

De repente, uma aglomeraçãoww bet365comtuítes a favorww bet365comdeterminado político interrompe esse padrão - e aí entramww bet365comfato seres humanos, assistindo aos debates na televisão e fazendo comentários ou promovendo "tuitaços" a favorww bet365comseu candidato.

Um dos tuitaçosww bet365comque participaram os usuários fakes foi para que o perfil Lei Seca RJ fosse nomeado ao prêmio Shorty, que reconhece pessoas e organizações que produzam bom conteúdo nas redes sociais.

Em alguns casos, o histórico revela "reciclagem"ww bet365comperfis, apoiando diferentes candidatos ao longo do tempo. Em 5ww bet365comoutubroww bet365com2014, "Fernanda Lucci", que usa no perfil uma fotoww bet365comPetra Mattar, cantora e filha do ator Maurício Mattar, escreve ter dado seu voto para Renan Filho (PMDB), então candidato ao governoww bet365comAlagoas.

Capturaww bet365comtelaww bet365comperfil falso no Twitter
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Perfil falso conta ter votadoww bet365comRenan Filho | Imagem: Twitter/Reprodução

Já no dia 24ww bet365comoutubro, escreve: "Dia 26 quero #Eunicio15 para mudar CE",ww bet365comreferência ao senador Eunício Oliveira (PMDB), que na época concorria ao governo do Ceará.

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Perfil falso diz apoiar o senador Eunício Oliveira | Imagem: Twitter/Reprodução

Dois meses antes, ela elogiava Paulo Hartung (PMDB), então candidato ao governo do Espírito Santo, porww bet365comperformanceww bet365comum debate, sempre incluindo também uma hashtagww bet365comreferência a esses políticos.

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'Fernanda Lucci' apoia Hartung | Imagem: Twitter/Reprodução

Atividade recente

Parte dos perfis identificados como falsos estavam ativos até novembro deste ano, interagindo, curtindo e comentandoww bet365compublicações da deputada federal Laura Carneiro (PMDB-RJ), como fazem os perfisww bet365com"Marcos Vieira" e "Breno Marson", que tagueiam perfisww bet365compessoas com maior proeminência no Twitter para tentar aumentar o alcance da publicação.

A assessoriaww bet365comimprensa da deputada diz não ter "conhecimento sobre o uso antiéticoww bet365comperfis falsosww bet365comqualquer prestaçãoww bet365comserviços realizados por essa empresa".

Capturaww bet365comtelaww bet365comperfil identificado como falso no Twitter
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Perfis marcam Twitterww bet365comfamososww bet365compublicaçãoww bet365comdeputada no Twitter | Imagem: Twitter/Reprodução

Uma publicação sobre vacinação antirrábica na página do Facebook da parlamentar, do dia 26ww bet365comsetembro deste ano, tem nove comentários. Cinco deles foram feitos por perfis identificados como ciborgues, com poucos minutosww bet365comdiferença.

"Romulo Borges" comenta que a iniciativa da deputada é "Super importante!!!". Ele tem 71 amigos e começou a publicar no Facebook,ww bet365commarço deste ano, textos como "esperando a horaww bet365comchegarww bet365comcasa e comer sobraww bet365compizza" e "segunda-feira chuvosa e fria", sempre da plataforma Hootsuite.

"Borges" também tem um perfil no Twitter, com a mesma foto e mesmo nome. Foi criadoww bet365com2010 e ficou ativo entre julho e outubroww bet365com2014, quando tuitava sobreww bet365comrotina ("bom dia", "trabalho pesado", "fome", "boa noite" são expressões recorrentes).

Na época, chegou a tuitar sobre um debate entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio, criticando a performanceww bet365comDilma. Encerrou suas atividades no fimww bet365comoutubro daquele ano e só voltouww bet365commarçoww bet365com2017. Hojeww bet365comdia, curte no Twitter quase todas as publicaçõesww bet365comLaura Carneiro. Uma pesquisa feita pela BBC Brasil revela queww bet365comfoto, na realidade, pertence a outra pessoa.

Ator grego

Também foraww bet365comcampanha, masww bet365com2013, Renan Calheiros (PMDB-AL) teria contratado a empresa para cuidarww bet365comsua imagem, segundo um dos entrevistados.

Naquele ano, quando manifestações pelo Brasil pediam o impeachment do então presidente do Senado, os perfis supostamente falsos criaram a hashtag #MexeuComRenanMexeuComigo, defendendo o político nas redes e criando a falsa ilusãoww bet365comque ele era apoiado por aquele grupoww bet365compessoas.

O perfil falso abaixo,ww bet365com"Patrick Santino", entrouww bet365comuma briga com outro usuário (que já não está mais ativo) usando a hashtag para defender o senador, num tuíte replicado 777 vezes. Sua fotoww bet365comperfil pertence ao ator e cantor grego Sakis Rouvas.

Capturaww bet365comtelaww bet365comperfil falso no Twitter
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Perfil falso escreve mensagem a favor do senador Renan Calheiros | Imagem: Twitter/Reprodução

Pressão por projetoww bet365comlei

Ao menos oito perfis falsos identificados pela BBC Brasil fizeram postagens positivasww bet365comrelação à Friboi, da JBS. Segundo um dos entrevistados pela reportagem, a empresa contratou os serviços da agência para "botar pressão" pela aprovaçãoww bet365comum projetoww bet365comlei que exigisseww bet365comtodos abatedouros no Brasil um selo mais rígido - favorecendo o frigorífico, que teria a capacidadeww bet365comtê-lo. A J&F Investimentos, holding que controla a JBS, não quis comentar.

"Letícia Priori" está no Twitter e no Facebook, onde já escreveu sobre Aécio Neves (PSDB), Renan Filho (PMDB) e Eunício Oliveira (PMDB). Quando não fala sobre políticos, escreve a respeito das sobrinhas e do chefe. E, numa manhãww bet365comquarta-feira, recomenda a seus seguidores uma receita da Friboi, acompanhadaww bet365comsua hashtag. A fotoww bet365com"Letícia" pertence a uma mulher morta. A BBC Brasil tentou entrarww bet365comcontato, sem sucesso, com a família da jovem real, assassinadaww bet365comforma brutal no Rioww bet365comJaneiro.

Capturaww bet365comtelaww bet365comperfil identificado como falso no Twitter
Legenda da foto,

Perfil que usa fotoww bet365commulher morta elogia Friboi | Imagem: Twitter/Reprodução

Ataque a inimigos

Os perfis, segundo os entrevistados, também participavamww bet365comgrupos políticos no Facebook. A BBC Brasil identificou um grupo contra Renato Casagrande (PSB), então candidato ao governo do Espírito Santo, criado por "Deborah Mendes", que usa fotoww bet365comperfil retiradaww bet365comum bancoww bet365comimagens e é um dos perfis que seriam ligados à Facemedia. A atividade da página mostra que ela adicionou um funcionário da Facemedia ao grupo.

Casagrande disputava as eleições com o atual governador Paulo Hartung (PMDB), defendido pelos perfis falsos.

Capturaww bet365comtelaww bet365comgrupo criado por perfil falso no Facebook
Legenda da foto,

Grupo criado por perfil falso no Facebook tem participaçãoww bet365comcoordenador da Facemedia | Imagem: Facebook/Reprodução

Ao menos uma dezena dos membros do grupo são fakes. Outra parte é composta por pessoas verdadeiras, que foram expostas às postagens no grupo, visualizando notícias e comentários publicados por eles, sempre contra o candidato. Quando um perfil publicava uma notícia, imediatamente outros comentavam abaixo dela, dando "força" à publicação.

'Esse talww bet365comTwitter'

Em 2009, Trevisan foi convidado para o programa matinalww bet365comAna Maria Braga na TV Globo para falar sobre "esse talww bet365comTwitter", nas palavras dela. Apresentou-se como "consultorww bet365commarketing", que trabalhava "monitorando marcas e produtos" nas redes sociais e disse ter recebido treinamento dos "papasww bet365comTwitter" da campanha do então presidente americano Barack Obama. Em seu Instagram, Trevisan posta imagens com logos do Facebook e do Twitter agradecendoww bet365comexistência.

Foi entrevistado várias vezes para reportagens sobre a página Lei Seca RJ, sempre dizendo que ela fora criada com o intuitoww bet365commelhorar a vidaww bet365comquem não havia bebido e perdia tempo nas filas das blitze no Rio - e não por quem bebe acima do limite, dirige e quer escapar da lei.

Em 2010, Trevisan foi homenageado pela Câmara Municipal do Rioww bet365comJaneiro "por seu relevante serviço voluntário prestadoww bet365comprol dos atingidos pelas fortes chuvas do mêsww bet365comabril" - a autora da proposta foi a então vereadora Clarissa Garotinho. Na época, a página Lei Seca RJ orientou seguidores publicando informações sobre as enchentes.

Implicações legais

Apenas criar um perfil falso sem a intençãoww bet365comenganar os outros, ou seja,ww bet365commodo transparente, não é ilegal e "se aproxima ao conceito do pseudônimo,ww bet365comcriar uma identidade nova", diz a advogada Patrícia Peck, especialistaww bet365comdireito digital. "Onde começa a ter problema? Quando o pseudônimo existir com a finalidadeww bet365comenganar outros, entrando no crime da falsa identidade."

A criaçãoww bet365comperfis expostos nessa reportagem, segundo ela, se encaixaria no crimeww bet365comfalsa identidade, já que interagiram com outras pessoas sem deixar claro que eram falsos. A pena é detençãoww bet365comtrês meses a um ano ou multa.

Os perfis falsos que usaram imagensww bet365compessoas reais cometeram o ilícito civil do uso não autorizadoww bet365comimagem. As pessoas reais, donas das fotos, podem pedir indenização. Também podem alegar na Justiça que houve crime contra a honra, por difamação - "quando você fala como se fosse outra pessoa, pode construir uma imagem diferente da dela e ferirww bet365comimagem e reputação", diz Peck. A pena éww bet365comtrês meses a um anoww bet365comdetenção e multa.

A criaçãoww bet365compersonagens nas redes sociais também pode ser enquadrada no crimeww bet365comfalsidade ideológica, na visãoww bet365comPeck, para quem as páginas são uma espécieww bet365com documento, cuja falsificação é pré-requisito para esse tipoww bet365comcrime. A pena é reclusãoww bet365comum a três anos e multa.

E, por fim, caso seja provado que houve alguma espécieww bet365comganho com a criação dos perfis falsos, é possível que seja enquadrada no crimeww bet365comestelionato. A pena é reclusãoww bet365comum a cinco anos e multa.

A transgressão é menos clara no campo político, mas foiww bet365comparte endereçada na reforma eleitoral aprovadaww bet365comoutubro. E o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) se prepara para divulgar até dezembro um conjuntoww bet365comnovas regrasww bet365comcomportamento online para partidos e candidatos.

A nova legislação proíbe "a veiculaçãoww bet365comconteúdosww bet365comcunho eleitoral" por meioww bet365com"cadastroww bet365comusuárioww bet365comaplicaçãoww bet365cominternet com a intençãoww bet365comfalsear identidade".

Mas isso durante o período eleitoral - já passaram os prazos para quaisquer reclamações referentes às eleiçõesww bet365com2012 e 2014.

O que dizem os citados na reportagem

ww bet365com Eduardo Trevisan

"A Facemedia é uma empresaww bet365comcomunicação digital consolidada no mercado há dez anos. Nesse período, prestamos serviços para maisww bet365comuma centenaww bet365comclientes. Nossa empresa é especializadaww bet365complanejamento estratégicoww bet365commarketing digital, criação e manutençãoww bet365comsites e perfis, monitoramentoww bet365comredes e bigdata, especializadaww bet365comdiversas técnicasww bet365commarketing como SEO, SEM, copywriting, branding, design thinking, relacionamento com influenciadores digitais entre outros. Alémww bet365comatender a ampla carteiraww bet365comclientes privados, a Facemedia utiliza seu know-howww bet365commobilização digitalww bet365comcausas sociais. Em 2011, por exemplo, a Facemedia foi agraciada pelo The New York Times com o 'Oscar do Twitter', pela ajuda humanitária aos desabrigados da tragédia das chuvas que atingiram a Região Serrana no Rioww bet365comJaneiro. Na ocasião, centenasww bet365compessoasww bet365comsituaçãoww bet365comrisco foram ajudadas por meio dos canais digitais da empresa, com maisww bet365com5 milhõesww bet365compessoas conectadas. As conexões entre os perfis são estabelecidas por critérios das próprias redes sociais, inexistindo o conceitoww bet365com'vinculação', sugerido na pergunta. Os serviçosww bet365comcampanhas eleitorais prestados pela Facemedia estão descritos e registrados pelo TSE,ww bet365comforma transparente. Por questões éticas e contratuais, a Facemedia não repassa informaçõesww bet365comclientes privados."

ww bet365com PSDB

"A empresa Face Comunicação On Line Ltda. foi contratada no primeiro turno das eleiçõesww bet365com2014 para prestaçãoww bet365comserviços à eleição presidencial, que consistiuww bet365commonitoramento e análisesww bet365commovimentos e tendênciasww bet365comRedes Sociais. O PSDB desconhece o suposto usoww bet365comperfis falsos por referida empresa e registra que jamais fez uso dessa formaww bet365comdivulgaçãoww bet365commensagensww bet365comredes sociais ou qualquer outro ambiente."

ww bet365com Aécio Neves (PSDB)

Por meioww bet365comsua assessoria, o senador diz não conhecer a empresaww bet365comquestão.

ww bet365com Renan Filho (PMDB)

"A empresaww bet365comquestão prestou à campanha do atual governador Renan Filho, mediante contrato e objetivo expressamente delineados, os serviçosww bet365commonitoramento e análise digital, fornecendo à campanha informações capazesww bet365comprojetar/avaliar a densidade eleitoral das candidaturas através do nívelww bet365cominteresse apresentado pelo eleitor, conforme suas preferências manifestadas na rede social. A despesaww bet365comquestão consta da prestaçãoww bet365comcontas do então candidato e foi devidamente aprovada pelo TRE/AL. Em nenhuma hipótese houve contratação ou realizaçãoww bet365compagamento para a criaçãoww bet365comperfis falsos ou divulgações online por estesww bet365comfavor da campanha."

ww bet365com Vital do Rêgo Filho (PMDB)

"A coordenação da campanhaww bet365comVital do Rêgo para o governo da Paraíba,ww bet365com2014, contratou serviçosww bet365commídias sociais para divulgação regularww bet365comsua campanha, desconhecendo qualquer criaçãoww bet365comperfis falsos por parte da empresa contratada. Todas as despesas da campanha constam da prestaçãoww bet365comcontas, devidamente aprovada pelo TSE. A coordenação da campanha afirma ainda o seu inteiro repúdio a esse tipoww bet365comprática."

ww bet365com PVR Propaganda e Marketing Ltda

"A empresa só reconhece pagamentos feitos no primeiro semestreww bet365com2014. A PVR pagou R$ 504 mil à empresa Face Media por serviçosww bet365commonitoramento e análise do cenário políticoww bet365cominternet e redes sociais. A PVR não pagou pela divulgação da candidaturaww bet365comAécio Neves nemww bet365comprodutos da JBS. O contrato da PVR com a J&F não prevê isso e não existe outra prestaçãoww bet365comserviços à J&F que não seja o contratado. Não existe nenhuma solicitaçãoww bet365comcontratação deste tipoww bet365comserviço pela PVR durante os quatro mesesww bet365comque durou o contrato com a Face Media." Também ressaltou que o Coaf não encontrou nenhuma irregularidadeww bet365comsuas movimentações.

ww bet365com J&F

Não quis comentar.

ww bet365com Laura Carneiro (PMDB)

"O gabinete da deputada Laura Carneiro informa que contratou os serviços da Face Comunicação On Line Ltdaww bet365comfevereiroww bet365com2017, conforme prestaçãoww bet365comcontas no Portal da Transparência da Câmara dos Deputados. A empresa foi contratada pelo históricoww bet365comtrabalhos no Brasil e no exterior, e por seu bom conceito no mercado. Os serviços eramww bet365commonitoramento eww bet365comdivulgação do mandato parlamentar nas mídias sociais. A assessoria da deputada não tem qualquer conhecimento sobre o uso antiéticoww bet365comperfis falsosww bet365comqualquer prestaçãoww bet365comserviços realizados por essa empresa."

ww bet365com Eunício Oliveira (PMDB)

"O senador Eunício Oliveira desconhece eww bet365comnenhum momento autorizou o usoww bet365comperfis falsosww bet365comsuas campanhas eleitorais. O senador lamenta o uso e a disseminaçãoww bet365comperfis e notícias falsosww bet365comqualquer tipoww bet365comcomunicação."

ww bet365com Renan Calheiros (PMDB)

"Renan Calheiros afirma que jamais contratou esse tipoww bet365comserviço. Em 2013, o senador sequer participava efetivamente das redes sociais, o que aconteceu apenas a partir do final do ano passado. Uma das grandes preocupações do senador atualmente é com o alcance orgânico das publicações e com as reaçõesww bet365comperfis verdadeiros, que realmente representem o pensamento da sociedade. Nos últimos meses, o parlamentar tem feito discursos defendendo a fiscalização dos conteúdos postados por fakesww bet365comredes sociais. Renan, inclusive, tem sido vítima constanteww bet365comataques, especialmente quando faz críticas aos excessos cometidos por integrantes do Ministério Público ou defende a proibição do comércioww bet365comarmas. Como formaww bet365comresguardar o processo democrático nas eleições que se aproximam, o senador acredita que é preciso criar ferramentas para fiscalizar e punir a disseminaçãoww bet365commentiras e ódio nas redes sociais."

ww bet365com Eduardo Braga (PMDB)

O senador informou que não contratou nem ouviu falar da empresa Facemedia.

ww bet365com Ricardo Ferraço (PSDB)

"No curto períodoww bet365commaio a dezembroww bet365com2012, a empresa Face Comunicação Online Ltda. prestou serviçosww bet365comassessoriaww bet365comcomunicação digital ao meu gabinete, com o objetivoww bet365comestruturar o usoww bet365commídias sociais. Os serviços contratados eramww bet365comdiagnóstico, monitoramentoww bet365comredes e consultoriaww bet365comconteúdoww bet365compostagens. Jamais foi contratada, solicitada ou autorizada qualquer estratégiaww bet365comcomunicação que não fosse legal e ética. De mesmo modo, nunca orientei ou tive informaçãoww bet365comque tal empresa se valiaww bet365comalgum expediente que não os legais e éticos, muito menos com a utilizaçãoww bet365comperfis fakes na internet. Obviamente, estou surpreso."

ww bet365com Gim Argello

A reportagem não conseguiu contato com a assessoriaww bet365comGim Argello, hoje preso da Lava Jato. Seu advogado disse que não poderia responder sobre o tema.

ww bet365com Paulo Hartung (PMDB)

"Por meio da assessoria, o governador Paulo Hartung declarou que repudia o usoww bet365comqualquer tipoww bet365commecanismo que utilize influência criminosa da tecnologia no processo eleitoral e no dia a dia das pessoas. De acordo com a assessoria, na última eleição, o governador utilizou uma equipe enxutaww bet365comcomunicação, que foi responsável pelo atendimento à imprensa e mídias sociais. Acreditamos que as redes viabilizam um canal direto com a população que participou com questionamentos, contribuições e reflexões. O governador rechaça qualquer informação sobre usoww bet365comperfis fakes na campanha no último pleito eleitoral ao Poder Executivo Estadual."

ww bet365com Rodney Miranda (DEM)

"Por meioww bet365comsua assessoriaww bet365comimprensa, Rodney Miranda esclareceu que desconhece a atuação da empresa mencionada e ratificou que o trabalho nas redes sociais foi, à época, desenvolvido por apoiadores do então candidato."

ww bet365com Índio da Costa (PSD)

"O deputado federal licenciado e atual secretário municipalww bet365comUrbanismo, Infraestrutura e Habitação esclarece que não contratou os serviços citados e por isso nada tem a dizer sobre o assunto."

ww bet365com Felipe Peixoto (PSB)

"Reafirmamos que nossas campanhas sempre foram pautadas pela ética e transparência e repudiamos qualquer utilizaçãoww bet365commecanismos fora desses princípiosww bet365comnossas atuações."

ww bet365com Assessoria que prestou serviços a Wallim Vasconcelos na época da eleição

"O uso da Facemediaww bet365comcampanha foi para monitoramento e reação nas redes. Pelo tempo curtoww bet365comcampanha, optamos por receber relatórios sobre performance nas redes sociais. Fechamos um valor simbólico, já que nossa campanha foi toda feita atravésww bet365comvoluntários, e apoiadores. Recebíamos relatóriosww bet365comaceitação da chapa nas redes. Um termômetro que apontava pontos positivos e negativos das chapas (tanto a nossa quanto dos concorrentes), dos candidatos e seus apoiadores. O trabalho deles era somente monitorar, captar dados, compilar relatórios para que tivéssemos como trabalhar nossa estratégiaww bet365comatuação. Eles nunca usaram nossas redesww bet365comcampanha nem acesso a dados nossos. Na reta finalww bet365comcampanha, surgiram nas redes perfis fakes,ww bet365comgrande quantidade, e ao questionarmos sobre este surgimento, se estava associado à agência, recebemos a resposta formal por eles, que não se utilizam desta estratégia. Na ocasião passamos a denunciar os perfis, que era a única formaww bet365comcombater a atuação, uma vez que não tínhamos como saberww bet365comorigem."