Oito anos após lei, como Anvisa e farmacêuticas querem diminuir falsificações e roubosbrabet no iphoneremédios:brabet no iphone

Farmácia Central da Secretariabrabet no iphoneSaúde,brabet no iphoneBrasília
Legenda da foto, Farmácia Central da Secretariabrabet no iphoneSaúde,brabet no iphoneBrasília; iniciativa promete controle mais rígido sobre a cadeiabrabet no iphonemedicamentos, desde fabricantes até hospitais | Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

O processo tem início com o fabricante ou importador do remédio, que informa à Anvisa quando o produto sai do laboratório e é enviado para uma revendedora. Porbrabet no iphonevez, quando as revendedoras recebem e quando revendem o medicamento, elas detalham à agência as informações sobre quais drogarias ou hospitais receberam o produto.

"Os códigosbrabet no iphonecada caixinha vão nos ajudar a monitorar se o produto transita na cadeia conforme ele vai sendo informado [pelas empresas]. Com isso, evitamos o usobrabet no iphoneprodutos sem registros, roubados ou extraviados", explica Pedro Ivo Sebba Ramalho, diretor-adjunto da Anvisa.

A agência também espera que o sistema ajude as açõesbrabet no iphonerecolhimento - quando um remédio apresenta problemasbrabet no iphonequalidade e precisa ser retirado rapidamentebrabet no iphonecirculação. "Saberemos onde estarão todas as unidadesbrabet no iphonelote com problemas", afirma Ramalho.

Remédios na contraluz

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Estima-se quebrabet no iphonepaísesbrabet no iphonedesenvolvimento como o Brasil, 10% do totalbrabet no iphoneremédios vendidos são falsificados oubrabet no iphonequalidade duvidosa

Produtosbrabet no iphonealto valor

Entre os produtos a serem monitorados na primeira fase do programa, estão remédios caros, geralmente visados por criminosos. "Se um falsificadorbrabet no iphonemoeda estiver operando, ele não irá falsificar notasbrabet no iphone2 reais, mas irá querer falsificar notas altas, para compensar a fraude. Então um dos critérios são os produtosbrabet no iphonemaior valor agregado", diz Ramalho.

Outro critério são produtos usados com frequência e, portanto,brabet no iphonealto volume - outro campobrabet no iphoneinteresse dos falsificadores. Os medicamentos que começam a ser rastreados no ano que vem são Tandrilax (analgésico e relaxante muscular), Climene (para terapiabrabet no iphonereposição hormonal feminina), Micardis (para hipertensão), Levaquin (antibiótico) e Faulblastina (utilizado no tratamentobrabet no iphonevários tiposbrabet no iphonecâncer).

Os produtos são das farmacêuticas Aché, Bayer, Boehringer Ingelheim, Janssen-Cilag e Libbs, que participam da fase piloto da iniciativa. Futuramente, Eurofarma e Roche também devem ser inseridas, segundo o Sindusfarma (Sindicato da Indústriabrabet no iphoneProdutos Farmacêuticos no Estadobrabet no iphoneSão Paulo).

"Quando estiver totalmente implementado, será possível monitorar o percurso dos produtos originaisbrabet no iphonetodas as etapas do processobrabet no iphoneprodução, distribuição, venda aos consumidores e utilizaçãobrabet no iphoneclínicas, hospitais e residências", diz Nelson Mussolini, presidente-executivo do Sindusfarma.

Pílulas brancas

Crédito, Reuters

Legenda da foto, De acordo com a OMS, organizações criminosas antes especializadas no mercadobrabet no iphonedrogas estão migrando para o segmentobrabet no iphoneremédios

Antibióticos estão entre os mais falsificados

Algumas das classesbrabet no iphonemedicamentos a serem rastreadas pela Anvisa - antibióticos, analgésicos e remédios para câncer - estão entre as principais falsificadas globalmente, segundo a OMS. Antibióticos, por exemplo, representaram um quinto dos casos denunciados à organização entre 2013 e 2017, seguidos por anestésicos e analgésicos, com 8,5% dos casos.

De acordo com a OMS, citando dados da organização policial Interpol, organizações criminosas antes especializadas no mercadobrabet no iphonedrogas estão migrando para o segmentobrabet no iphoneremédios porque "os lucros são altos, os riscosbrabet no iphoneserem detectados e julgados são pequenos e as penalidades, se o processo ébrabet no iphonefato bem sucedido, praticamente insignificantes quando comparado com aqueles aplicados no tráficobrabet no iphonedrogasbrabet no iphonelarga escala".

De acordo com Joseane Ames, autora do estudo Falsificaçãobrabet no iphonemedicamentos no Brasil, que analisou dados da Polícia Federal sobre apreensõesbrabet no iphonemedicamentos falsos no país entre 2007 e 2010, criminosos estão interessadosbrabet no iphoneprodutos ou que custem caro ou que sejambrabet no iphonedifícil acesso à população.

"Mesmobrabet no iphonepequena quantidade, até medicamentos contra câncer foram encontrados entre as apreensões, tanto pelo valorbrabet no iphonemercado quanto pela dificuldade algumas vezesbrabet no iphoneencontrar para a venda", diz a pesquisadora. "Infelizmente falsificações ainda são muito comunsbrabet no iphonemedicamentosbrabet no iphonecusto elevado ou proibidos pela Anvisa", afirma.

No período pesquisado por Ames, um totalbrabet no iphone610 medicamentos, incluindo antidepressivos, esteróides anabolizantes, produtos para disfunção erétil masculina e produtos para emagrecer, foram declarados falsos após análises por peritos criminais. Questionada pela BBC Brasil sobre apreensões a partirbrabet no iphone2011, a Polícia Federal não respondeu.

Já a Anvisa disse não ter estimativas sobre o montantebrabet no iphoneremédios falsificados oubrabet no iphonequalidade ruimbrabet no iphonecirculação. Em 2016, a Anvisa afirma que seis lotesbrabet no iphonemedicamentos falsificados foram apreendidos. A entidade não precisou o volumebrabet no iphoneunidades envolvidas nos seis lotes interceptados.

Apesar da faltabrabet no iphoneestatísticas oficiais, o problema é considerado grave pela agência. Para o próximo ano, Anvisa trabalhabrabet no iphoneum plano nacionalbrabet no iphonecombate a medicamentos falsificados, partebrabet no iphoneuma estratégia internacional da OMS para levar diferentes países a desenvolver programas nacionais para tratar do problema.

O Brasil é um importante aliado nesse tema. O país foi o responsável por coordenar um guia, lançado pela OMSbrabet no iphoneoutubro, para outras nações desenvolverem programas capazesbrabet no iphonefrear a produção e vendabrabet no iphonemedicamentos falsificados oubrabet no iphonequalidade ruim.

Operaçãobrabet no iphonefiscalização interdita farmácia no Pará
Legenda da foto, Operaçãobrabet no iphonefiscalização interdita farmácia no Pará; consumidores podem auxiliar na vigilância contra medicamentos falsificados buscando apenas fornecedores autorizados | Foto: João Gomes/COMUS/ Agência Belém

Controle difícil

Um dos principais desafiosbrabet no iphonereguladores é a internet, que abriu um vasto campobrabet no iphoneatuação para criminosos que lucram com o comérciobrabet no iphonemedicamentos falsificados, sem registro oubrabet no iphonequalidade ruim. Reguladores nem sempre são capazesbrabet no iphonefrear a máquina propagandista utilizada por criminosos online ebrabet no iphoneredes sociais para promover e vender esses produtos.

Um caso recente envolve os produtos Control PRO- Premium e Natural-D - Tratamento Avançado, ambos divulgadosbrabet no iphonesitesbrabet no iphoneportuguês prometendo resultados milagrosos no controle do diabetes tipo 2. Em meadosbrabet no iphonedezembrobrabet no iphone2017, a Anvisa baniu os dois produtos, mas, duas semanas após o veto, os itens continuavam sendo amplamente ofertados, inclusive nos sites nomeadamente proibidosbrabet no iphonedivulgá-los.

Os riscos trazidos pelos produtos,brabet no iphonefabricante desconhecido, vão desde envenenamento pela presençabrabet no iphonesubstâncias desconhecidas a falhas fatais no tratamento, uma vez que produtos irregulares podem não trazer as substânciasbrabet no iphonefato terapêuticas e nas quantidades certas, necessárias para os pacientes que precisam fazer o controle da doença.

Ramalho, da Anvisa, reconhece a dificuldadebrabet no iphoneprocessar e prender criminosos que atuam na venda onlinebrabet no iphoneprodutos irregulares. "A internet é um dos que apresentam graubrabet no iphonedesafio maior, inclusive porque muitos dos sites que vendem os produtos são sediados fora do Brasil, o que impede o alcance da autoridade sanitária para penalizar esses provedores."

No caso do produto Control-Pro, o site onde o produto é vendido deturpou comunicados reais da Anvisa para divulgar os produtos. Os autores da notícia falsa mencionam a liberação,brabet no iphonejulhobrabet no iphone2017,brabet no iphoneum novo medicamento para o tratamento do diabetes tipo 2, mas afirmam que a agência aprovou as substâncias contidas no produto irregular - o que não é verdade.

Os autores trazem ainda depoimentosbrabet no iphonesupostos pacientes que dizem ter voltado a consumir alimentos que antes não podiam por causa da doença após usar o produto por 30 dias.

Para Mussolini, do Sindusfarma, o acompanhamentobrabet no iphoneanúnciosbrabet no iphoneprodutos farmacêuticos na internet ainda é falho. "A Anvisa terábrabet no iphonereforçarbrabet no iphoneestruturabrabet no iphonemonitoramento e controle para enfrentar esse novo desafio", diz.

Consciência sanitária

Alémbrabet no iphoneauxiliar com denúncias à Anvisa, pacientes e consumidores podem auxiliar o órgão regulatório ao buscar apenas fornecedores autorizados e evitar a comprabrabet no iphonemedicamentosbrabet no iphonefeiras, camelôs e postosbrabet no iphonebeirabrabet no iphoneestrada, alémbrabet no iphoneevitar o consumobrabet no iphoneprodutos duvidosos.

Atenção a mecanismosbrabet no iphonesegurança simples presentes nos remédiosbrabet no iphonefato autorizados no país podem ajudar nessa pesquisa. Medicamentos com registro sanitário, por exemplo, têm na embalagem uma tinta reativa que, ao ser raspada, traz a palavra "Qualidade", além da logomarca da empresa fabricante. Produtos aprovados também são lacrados ou trazem selobrabet no iphonesegurança, os quais indicam a inviolabilidade do produto.

"É importante a questão da consciência sanitária das pessoas, alémbrabet no iphonebuscar informação para ter acesso a produtos regularizados, para que o paciente possa ter um consumo seguro", aponta Ramalho.