Despreparo emocional pode prejudicar estudantes brasileiros tanto quanto falta7games br appsconhecimento:7games br apps

Crédito, Agência Brasil
A pesquisa indica que, assim como a falta7games br appsconhecimento e as falhas no aprendizado do conteúdo, a ausência das chamadas habilidades socioemocionais - por exemplo, perseverança, motivação e resiliência do aluno na hora7games br appsfazer as provas - parece responder por parte considerável da performance dos alunos brasileiros.
"Essas habilidades indicam quão perseverante e resiliente é o jovem, como ele reage quando alguma coisa dá errada. E isso parece ser tão importante quanto as habilidades tradicionais como inteligência, conhecimento, raciocínio e memória", explica Menezes, especialista7games br appseducação e políticas públicas.
E tais habilidades, segundo especialistas internacionais que estudam o tema, têm um impacto que vai muito além da nota da prova: podem afetar toda a vida profissional futura desses alunos, além do crescimento7games br appstodo o país.
"Os 'economistas da educação' têm entendido que as habilidades socioemocionais são muito importantes para explicar não só desempenho escolar, mas toda uma série7games br appsindicadores futuros, como desemprego, informalidade, criminalidade, uso7games br appsdrogas", prossegue Menezes, citando uma famosa estimativa do economista americano James Heckman, que calculou que cada dólar investido no fomento dessas habilidades nos primeiros anos das crianças resulta na economia posterior7games br appsaté US$ 7, por seu impacto na produtividade e no bem-estar emocional dessas pessoas quando adultas.
Embora o pesquisador diga que, intuitivamente, o papel das habilidades emocionais na educação sempre tenha sido considerado pelos educadores, a ciência tem avançado nas últimas décadas7games br appsmedir os impactos delas no aprendizado e na economia7games br appsum país.
Conteúdo e perseverança

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Trinta e dois mil alunos brasileiros7games br apps964 escolas participaram da prova do Pisa 2015. Aplicado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o exame é tido como a principal régua internacional para comparar a qualidade do ensino entre os países. Nesta edição, explica Naercio, a prova passou a ser realizada via computador, o que, pela primeira vez, tornou possível medir o tempo que os alunos dedicavam a cada exame.
Uma nova edição foi aplicada7games br appsmaio passado a 19 mil estudantes brasileiros7games br apps15 anos,7games br apps661 escolas, e os resultados devem ser divulgados no segundo semestre7games br apps2019.
O desempenho dos alunos brasileiros,7games br appsacordo com os dados, vai decaindo ao longo da prova. No primeiro bloco7games br appsperguntas, quando pressupõe-se que os alunos estão mais dispostos e descansados, o índice7games br appsresolução dos brasileiros é7games br appscerca7games br apps40% das questões. Intui-se, a partir daí, que esse desempenho se deva basicamente aos conhecimentos insuficientes sobre os temas abordados.
À medida que a prova avança, porém, a atenção, a motivação e a persistência parecem ter um peso crescente na probabilidade7games br appsacertos das questões. "Se pegamos o final da prova, temos (índice7games br appsresolução)7games br appsapenas 15% entre os alunos brasileiros, contra cerca7games br apps50% entre alunos finlandeses e coreanos", explica Menezes.
Como muitos alunos sequer chegam ao final do exame, os pesquisadores creem que, além7games br appsnão saberem o conteúdo, falte motivação e sobre dificuldade para gerir o tempo da prova.
E no Enem?
Para Menezes, esses mesmos problemas que aparecem no Pisa podem prejudicar o desempenho dos alunos também no Enem. Mas com uma diferença crucial: no Enem, os alunos se esforçam mais para garantir uma vaga na faculdade.
"Temos7games br appslevar7games br appsconta duas motivações: a intrínseca,7games br appscada pessoa -7games br appsencarar uma prova como um desafio, como (fizeram) os alunos da Coreia e da Finlândia no Pisa. Eles começam bem e se mantêm bem durante toda a prova. E temos a motivação extrínseca, que é a recompensa7games br appsir bem. O Pisa não tem isso, porque não acontece nada (ao aluno individualmente) se ele for mal na prova."

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O pesquisador garante, no entanto, que ainda são necessários novos estudos para entender exatamente o que se passa com o aluno brasileiro durante a prova do Pisa.
"A questão principal é entender o que está acontecendo; se o aluno fica só olhando, sem saber como fazer a prova, ou se ele tenta resolver e não consegue. Pode ser que ele não saiba calcular o tempo para cada questão, já que gasta muito tempo nas primeiras. Pode ser que tenha desanimado logo7games br appscara", aponta o pesquisador.
Pesquisas7games br appsalta
O papel das habilidades socioemocionais já era intuitivamente conhecido por muitos educadores, mas ganhou a atenção dos economistas quando começaram a aparecer indícios7games br appsque essas capacidades influenciam não apenas notas escolares, mas produtividade na vida adulta e, por consequência, o desempenho econômico geral7games br appsum país.
Centros7games br appsestudos7games br appsuniversidades como Harvard e Chicago, nos Estados Unidos, têm mostrado que as habilidades socioemocionais melhoram à medida que forem praticadas - e, por isso, devem ser ensinadas desde os primeiros dias7games br appsvida7games br appsuma criança e praticadas ao longo da vida escolar.
As que não são estimuladas acabam tendo chances menores7games br appsdesenvolver a capacidade7games br appsautocontrole7games br appssuas emoções, foco, flexibilidade,7games br appspensar antes7games br appsagir e7games br appstraçar objetivos.
Isso, no futuro, tende a se traduzir7games br appsmenor produtividade, mais desemprego e até probabilidade maior7games br appsentrar à criminalidade.
"O impacto disso no mercado7games br appstrabalho começou a ser notado", explica Menezes. "(As habilidades socioemocionais) parecem ser tão importantes quanto as habilidades tradicionais, como inteligência, raciocínio e memória. Seu impacto no crescimento econômico é parecido. Não são só os anos7games br appsestudo e conhecimento que importam para o crescimento7games br appsum país, mas também perseverança, motivação e resiliência."
'Investir nas crianças'

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Para Menezes, muitos dos problemas que afetam os jovens brasileiros hoje - como a dificuldade para entrar no mercado7games br appstrabalho e os altos índices7games br appsdesistência no ensino médio - refletem habilidades socioemocionais pouco desenvolvidas. Muitos fatores influenciam nesse problema: a falta7games br appsestímulo no ambiente familiar ou a precariedade das condições da escola, por exemplo.
"Se a criança está acostumada desde cedo a ter curiosidade, se é estimulada a procurar soluções para problemas, a ler e a discutir, ela vai ter a vontade e a curiosidade7games br appsresolver uma prova, representando o seu país (como no caso do Pisa). Isso são coisas que vão se acumulando desde o nascimento", explica Menezes, citando as dificuldades adicionais enfrentadas pelas crianças mais pobres, que muitas vezes têm menos oportunidade7games br appsreceber estímulos7games br appsqualidade7games br appscasa e no ambiente escolar.
Uma preparação prévia dos alunos para o Pisa, na visão7games br appsNaercio, já poderia melhorar um pouco o desempenho do Brasil na prova. Mas para preparar bem os alunos para o futuro, a saída, recomenda o pesquisador, é cuidar da criança desde os primeiros momentos7games br appsvida, com investimentos7games br appslongo prazo.
"O principal caminho é investir nas crianças. Vai demorar 15 anos, mas se a gente tomar conta7games br appstodas as crianças que nascem hoje no Brasil e não deixar elas passarem estresse, não deixar que elas fiquem largadas, sem serem estimuladas, a gente constrói7games br appsnão muito tempo uma geração capaz7games br appsse dedicar. Não se trata7games br appsesquecer os jovens, mas priorizar as novas gerações - porque continuam nascendo novas gerações que provavelmente vão ter esse mesmo desempenho (ruim)", diz ele.







