Quem não protege nossa arte deve devolvê-la, diz arqueólogo egípcio sobre incêndio no Museu Nacional:baixar casa da aposta

Zahi Hawaas examina múmia no Egito

Crédito, Zahi Hawaas/Divulgação

Legenda da foto, Famoso por participaçãobaixar casa da apostadocumentários, Zahi Hawaas participabaixar casa da apostamovimento por repatriaçãobaixar casa da apostaobjetos egípcios

Campanha pelo retorno da arte egípcia

Famoso por suas participaçõesbaixar casa da apostadocumentários sobre o Egito Antigo, Hawass ganhou ainda mais visibilidade nos últimos anos ao endossar uma campanha pelo retorno da arte egípcia presentebaixar casa da apostaoutros países.

Sarcófago da Dama Sha-Amun-em-su

Crédito, Antonio Brancaglion/Museu Nacional

Legenda da foto, Sarcófago da Dama Sha-Amun-em-su era uma das principais peças da coleção egípcia do Museu Nacional

Após dirigir instituições responsáveis por alguns dos principais monumentos egípcios - como as pirâmidesbaixar casa da apostaGizé e as ruínasbaixar casa da apostaSaqqarah e Al-Wāḥāt al-Baḥriyyah -, ele foi nomeadobaixar casa da aposta2002 secretário-geral do Conselho Supremobaixar casa da apostaAntiguidades, órgão do governo responsável pela preservação do patrimônio.

Em 2011, Hawass chefiou por alguns meses o Ministériobaixar casa da apostaAntiguidades após a criação do órgão, até a queda do presidente Hosni Mubarak,baixar casa da apostameio à Primavera Árabe.

Ele diz que visitou o Museu Nacional, no Riobaixar casa da apostaJaneiro,baixar casa da aposta2009. "Eu vi como as criançasbaixar casa da apostaescolas corriam para ver as múmias e pude ver que os artefatos eram muito importantes", afirma.

Entre os 700 itens da coleção egípcia, havia sarcófagos, estátuas, amuletos, bronzes e múmias - a maioria dos períodos mais tardios da história egípcia, como o Reino Novo (1550 AC a 1077 AC) e o Terceiro Período Intermediário (1069 AC a 664 AC).

Esquifebaixar casa da apostaHori, da coleção egípcia do Museu Nacional

Crédito, Museu Nacional

Legenda da foto, Esquifebaixar casa da apostaHori integra a coleção adquirida por D. Pedro 1º e é provavelmente oriundabaixar casa da apostaTebas

Segundo Hawass, a melhor peça da coleção era o esquife (sarcófago)baixar casa da apostauma cantora do santuário do deus Amun chamada Sha-Amun-em-su. O objeto, com 1,58 metro, data da 23ª Dinastia (cercabaixar casa da aposta750 AC) e foi presenteado pelo Quediva (vice-rei) do Egito, Ismail, ao imperador D. Pedro 2º durantebaixar casa da apostaviagem ao Egito,baixar casa da aposta1876.

O arqueólogo destaca ainda a coleçãobaixar casa da apostagatos e crocodilos embalsamados e "uma múmia muito peculiarbaixar casa da apostauma rainha do Período Romano" (entre os séculos 4 e 6).

Coleção egípcia do Museu Nacional

Hawass diz que as peças do Museu Nacional não estavam entre as coleções que arqueólogos egípcios tentam repatriar, pois "muito desses itens deixaram o Egito como presentes ou num períodobaixar casa da apostaque o comérciobaixar casa da apostaantiguidades era legal no país".

Vários objetos que o movimento pretende recuperar saíram do Egito quando a nação era um protetorado britânico (1882-1953) e potências europeias enriqueciam os acervosbaixar casa da apostaseus museus com objetos retirados das colônias.

Entre os itens mais cobiçados estão a Pedrabaixar casa da apostaRoseta, hoje no Museu Britânico (Londres), e o busto da rainha Nefertiti, do Museu Egípciobaixar casa da apostaBerlim.

Peça do acervo do Museu Nacional

Crédito, Museu Nacional

Legenda da foto, Peça que pertencia ao sarcófagobaixar casa da apostauma mulher e integra a coleção egípcia do Museu Nacional

Há movimentos pela repatriaçãobaixar casa da apostaobjetos artísticosbaixar casa da apostavários países. No Brasil, pesquisadores, autoridades e indígenas tentam recuperar vários fósseis e artefatos que estãobaixar casa da apostamuseus estrangeiros - como os mantos tupinambás, exuberantes peçasbaixar casa da apostaplumária cujos últimos seis remanescentes estão na Europa.

Embora a coleção do Museu Nacional não estivesse na mira dos arqueólogos egípcios, Hawass diz que a destruição do acervo reforça o movimento pela repatriaçãobaixar casa da apostaobjetos.

"Este incidente nos permite pedir à Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) para que países com coleções no exterior, e museus no exterior, tenham controle sobre essas coleções, para que possamos garantir que esses objetos sejam protegidos e restaurados adequadamente."

E se os museus estrangeiros não forem capazesbaixar casa da apostagarantir a segurança e conservação dos objetos, o arqueólogo defende que sejam devolvidos à terra natal.

"Acho que essa é uma decisão que a Unesco pode tomar, porque o incêndio foi devastador para todos nós."