Tragédiaresultado esportebetBrumadinho: a funcionária da Vale que alertou sobre o desastre pelo rádio e fugiuresultado esportebetréresultado esportebetcaminhão com 90 toneladas:resultado esportebet

Ilustraçãoresultado esportebetum caminhãoresultado esportebetminério trafegando por uma estradaresultado esportebetterra; ao lado, a barragem estourando

Crédito, Vitor Flynn/BBC News Brasil

Legenda da foto, Ana Paula da Silva Mota,resultado esportebet30 anos, dirigia um caminhãoresultado esportebetminérioresultado esportebetuma estrada a apenas 550 metros da barragem quando ocorreu o rompimento

"A onda veio muito rápido. Mas também parecia que estavaresultado esportebetcâmera lenta. É algo muito estranho, não consigo explicar", fala Ana Paula, mãeresultado esportebetuma meninaresultado esportebet8 anos e um meninoresultado esportebet3 anos.

O local onde a funcionária da Vale estava era o trecho finalresultado esportebetuma estradaresultado esportebetterra que descia desde a árearesultado esportebetextraçãoresultado esportebetminério, no alto, até o terminalresultado esportebetcarregamento do trem, na parte mais baixa do complexo mineiro, muito perto da barragem.

Nessa estrada, Ana Paula dirigia o gigantesco e potente Foraresultado esportebetEstrada 777, veículo usado para transportar minério, com quase cinco metrosresultado esportebetaltura e 11resultado esportebetcomprimento – o pneu, por exemplo, é mais alto que a motorista. Naresultado esportebetcaçamba, havia 91 toneladasresultado esportebetminério, que seriam despejados nos vagões do trem.

Era um trabalho que ela amava, com o qual havia sonhado por muitos anos e que iniciara alguns meses antes,resultado esportebetjunhoresultado esportebet2018.

No primeiro momento, Ana Paula não entendeu o que estava acontecendo. "Achei que era uma detonação na mina", diz ela. Só instantes depois, compreendeu que a barragem havia estourado. "A gente achava que essa barragem estava seca. Olhandoresultado esportebetcima, parecia um camporesultado esportebetfutebol, firme, duro, não tinha esse lamaçal. Ninguém imaginava que estava assim por dentro", conta.

Além disso, "eu nunca tive receio dessa barragem, porque a Vale sempre passava muito treinamentoresultado esportebetsegurança. Inclusive, uns três meses antes, tinham feito uma simulação (de evacuaçãoresultado esportebetemergência)", acrescentou Ana Paula.

Lama invadiu o início da estrada por onde Ana Paula estava descendo com o caminhão (à esquerda) e destruiu parte da infraestrutura da Vale localizada ali

Crédito, AFP

Legenda da foto, Lama invadiu o início da estrada por onde Ana Paula estava descendo com o caminhão (à esquerda) e destruiu parte da infraestrutura da Vale localizada ali

Mas, "quando caiu a ficha, peguei o rádio transmissor (do veículo) e comecei a gritar desesperada: 'corre, foge, a barragem estourou'. Quem estava naquela faixa (de rádio) me escutou gritando. Depois, fiquei sabendo que teve gente que escapou porque ouviu uma mulher chorar e gritar no rádio. Era eu", diz ela.

Ana Paula ainda tentou chamar a central pelo rádio, mas escutou apenas um silêncio - o local havia sido rapidamente soterrado.

Em apenas 30 segundos, a avalanche chegou a cercaresultado esportebet100 metros do megacaminhãoresultado esportebetAna Paula. Inundouresultado esportebetlama o começo da estrada onde estava o veículo, destruiu parte das instalações da Vale localizadas ali, e despencouresultado esportebetcimaresultado esportebetum gruporesultado esportebetpessoas que tentava escapar.

"Minha vontade era me jogar naquela lama para ajudar a salvar as pessoas, mas não tinha jeito. A onda era muito mais forte que qualquer umresultado esportebetnós", fala ela.

A partir daquele ponto, se a onda tivesse seguindoresultado esportebetlinha reta, poderia ter encoberto toda a estrada onde estava o megacaminhãoresultado esportebetAna Paula. Mas o marresultado esportebetlama fez uma curva exatamente na encosta onde ficava a via, e se deslocou rumo ao terminalresultado esportebetcarregamento. De lá, seguiu para a área administrativa e o refeitório - onde, acredita-se, estava a maior parte das vítimas.

Assim, a trabalhadora assistiu atônita à maior parte da avalanche desviar daresultado esportebetdireção e correr pelo seu lado direito, destruindo tudo que havia pela frente.

"Hoje, eu não posso mais olhar para uma montanha. Senão, eu vejo a onda vindo outra vez", desabafa. No total, Ana Paula calcula que perdeu "muito mais que vinte" colegas na tragédia. Sua tia Rosário, que também trabalhava na Vale, está desaparecida.

Visão da barragem da mina Córregoresultado esportebetFeijão após o rompimento; a estrada onde estava o caminhãoresultado esportebetAna Paula fica à direita do entroncamentoresultado esportebet"v", tomada parcialmente pela lama

Crédito, AFP

Legenda da foto, Visão da barragem da mina Córregoresultado esportebetFeijão após o rompimento; a estrada onde estava o caminhãoresultado esportebetAna Paula fica à direita do entroncamentoresultado esportebet"v", tomada parcialmente pela lama

A fugaresultado esportebetré com 91 toneladas na caçamba

Enquanto a barragem se rompia, um outro megacaminhãoresultado esportebetminério começava a subir a estrada onde estava Ana Paula, no sentido oposto. Vazio, tinha acabadoresultado esportebetdescarregar minério nos vagões do trem.

O motorista, que dirigiaresultado esportebetcostas para a barragem, estava alheio à iminência da tragédia. Como o veículo é muito barulhento, o trabalhador usava protetores auriculares, que podem ter impedido que ouvisse o rompimento do reservatório e o somresultado esportebetárvores e construções sendo engolidas pela lama.

Foi Ana Paula quem o alertou. "Eu buzinei e dei luz, desesperada, para avisar meu colega. Ele não ouviu minha buzina, mas acabou percebendo o sinalresultado esportebetluz e acelerou para subir a estrada".

Mas havia outro problema: a estrada não comportava a passagem simultânearesultado esportebetdois caminhõesresultado esportebetminério. Então, para que o colega pudesse acelerar, Ana Paula teve que tomar uma decisão corajosa e arriscada: encostou seu Foraresultado esportebetEstrada à direita da via e ficou parada, adiando a própria fuga. Enquanto isso, a lama ia varrendo a mina.

"Se não fosse isso, a onda tinha quebradoresultado esportebetcima dele. Foi por muito pouco", conta a funcionária da mina Córrego do Feijão.

Depoisresultado esportebetpassar por Ana Paula, esse segundo megacaminhão subiu por uma estrada lateral e se afastou da destruição da lama. Esse momento, ocorrido às 12h29, foi registrado por uma câmeraresultado esportebetsegurança da Vale - a mesma que gravou o rompimento da barragem, um minuto antes.

A imagem do veículoresultado esportebetfuga foi exibida pelas emissorasresultado esportebetTV na última sexta-feira. Quando viu a cena, Ana Paula relembrouresultado esportebettudo que viveu e quase desmaiou. "Fiquei com tontura, meu corpo ficou bambinho", relata. Já o colega que dirigia o veículo mostrado na mídia, ainda muito abalado, não quis dar entrevista - por isso, a BBC News Brasil optou por preservar seu nome.

Após o colega conseguir fugir, era a vezresultado esportebetAna Paula fazer algo para sair dali. A missão era difícil, já que a frente do seu megacaminhão estava virada para a direção oposta à rotaresultado esportebetfuga. Manobrar o veículo era impossível - a estrada era estreita, o veículo enorme, e não haveria tempo para isso.

"Então, eu pensei: vou dar ré", lembra ela.

"Só que era uma subida e o caminhão estava cheioresultado esportebetminério. Eu achava que não ia subirresultado esportebetré, mas era minha única opção. Então, fui dando ré e pedindo a Deus para me salvar. Eu dava ré e a lama ia chegando mais perto. Foi Deus que colocou a mão atrás do caminhão e puxou".

Foram cercaresultado esportebet150 metrosresultado esportebetré - sempreresultado esportebetfrente para a barragem, observando toda a destruição causada pela lama. Até que Ana Paula chegou ao entroncamento da estrada pela qual seu colega havia subido minutos antes. Então, embicou o megacaminhãoresultado esportebetfrente e dirigiu para longe dali.

Essa cena também foi captada pela câmeraresultado esportebetsegurança da Vale. Às 12h31, três minutos após o rompimento da barragem, quando parecia não haver mais vida alguma naquele local, o Fora da Estrada 777resultado esportebetAna Paula emergiu da poeira que havia sido levantada pela passagem da lama. Carregadoresultado esportebetminério, o veículo se movia lentamente, último sobrevivente daquele camporesultado esportebetguerra.

"Se eu tivesse entradoresultado esportebetchoque, paralisado, como aconteceu com muita gente, não teria saído dali. Eu acho que foi Deus que deixou minha cabeça boa para fazer o que eu fiz", acredita a motorista dos super caminhões.

Já foraresultado esportebetrisco, a única coisaresultado esportebetque Ana Paula pensava era abraçar os filhos. Desde a tragédia, o mais novo pede abraços a todo momento. "Meu psicológico está abalado, mas tenho que ter força pelos meus filhos".

Helicóptero retira corpo encontrado na lama da mina Córrego do Feijão

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Até esta quarta-feira, havia 332 pessoas mortas ou desaparecidas no rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão

A chegada da lama ao refeitório

Enquanto Ana Paula dava ré no seu megacaminhão, a avalancheresultado esportebetlama atingia a área administrativa da Vale e o refeitório, a cercaresultado esportebet1,4 quilômetro da base da barragem. O trajeto levouresultado esportebettornoresultado esportebetdois minutos, apenas.

Walcir Carvalho,resultado esportebet30 anos, trabalha para uma empresa que presta serviços elétricos para a Vale. No momento do rompimento da barragem, ele e seus oito colegas haviam acabadoresultado esportebetalmoçar no refeitório da mina Córrego do Feijão.

A seguir, a maioria do grupo foi descansarresultado esportebetuma pracinha ali perto. Já Walcir e outros dois colegas foram tirar um cochilo nos veículos da firma, que estavam estacionadosresultado esportebetfila indiana a poucos metros dali, sob a sombraresultado esportebetárvores.

Mas, naquele dia, Walcir sentiu um incômodo diferente e não conseguiu pegar no sono. Por isso, saiu da caminhonete onde estava e foi se deitar na carroceria do veículo da frente. Minutos depois, ouviu um barulhoresultado esportebetexplosão muito alto.

"Achei que era uma explosão da mina. Mas então começou a vir poeira com lama, as árvores começaram a quebrar. Quando olhei, a onda já estava chegando na caminhonete. Aí foi cada um correndo por si", conta Walcir, cujo olhar lembra oresultado esportebetAna Paula, distante e assustado.

"Nunca imaginamos que isso ia acontecer. A Vale tem um trabalho 100%resultado esportebettermosresultado esportebetsegurança. E eu já trabalhei perto da barragem, parecia que era (feita de) terra. Nunca ficava água lá. Se enchiaresultado esportebetágua, uma bomba logo tirava", completa. A lama, portanto, foi uma surpresa também para Walcir.

O funcionário relata que não ouviu nenhuma sirene - a própria Vale admitiu que o alerta sonororesultado esportebetemergência não soou "devido à velocidade com que ocorreu o evento". "Quem estavaresultado esportebetum lugar mais aberto conseguiu ouvir pessoas gritarem (e pode fugir antes). Já a gente, que estava embaixo das árvores, só ouviu a onda chegando mesmo", conta. Segundo ele, ainda houve quem escutou uma mulher gritar e chorar no rádio.

Na fuga, o eletricista teve que pular um poste que caiu ao seu lado. "Minha sorte é que não estava eletrizado, senão eu tinha morrido na hora". Depois, atravessou uma árearesultado esportebetmata e chegouresultado esportebetum ponto mais alto, a salvo da lama. Ali, também estavam outros sobreviventes.

"Éramos umas 50 pessoas. Ficamos desesperados, procurando se nossos amigos também tinham conseguido fugir", diz Walcir. Mas seus dois colegas que também estavam cochilando nas caminhonetes não apareceram. Ao longo das buscas, um deles teve o corpo identificado. Já o outro continua desaparecido. "Não consigo falar sobre eles não", disse o eletricista, muito emocionado.

Assim como os colegasresultado esportebetWalcir, há entre as vítimas do rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão um grande númeroresultado esportebetterceirizados e prestadoresresultado esportebetserviços. Nesta terça-feira, 130 funcionários da Vale tinham sido identificados entre os mortos ou estavam desaparecidos. Já entre terceiros ou pessoas da comunidade, o número era maior,resultado esportebet189.

Evangélico, Walcir acredita que foi salvo por um milagre. Dos três veículos da empresa, dois ficaram soterrados. Já o terceiro foi torcido pela lama, mas não afundou - "era a caminhonete onde estava minha Bíblia", diz o trabalhador.

"Graças a Deus eu consegui fugir. Muitas pessoas que faleceram ficaram paralisadas, sem reação, hipnotizadas pelo que estavam vendo e não conseguiram escapar", relata.

Walcir e a esposa Queila; ele trabalhavaresultado esportebetuma empresa tercerizada da Vale no momento do rompimento da barragem e conseguiu fugir

Crédito, Amanda Rossi/BBC News Brasil

Legenda da foto, Walcir e a esposa Queila; ele trabalhavaresultado esportebetuma empresa tercerizada da Vale no momento do rompimento da barragem e conseguiu fugir

Cada um que sobreviveu é um 'milagre'

Em circunstâncias extremas, o curso da vida pode ser completamente alterado por ações fortuitas - ou, dependendo do pontoresultado esportebetvista, por pequenos milagres.

No casoresultado esportebetAna Paula, foi o fatoresultado esportebetestar descendo a estrada mais devagar que oresultado esportebetcostume que a colocou fora do primeiro pontoresultado esportebetimpacto da onda. "Se eu tivesse descido com uma marcha a mais, teria chegado mais rápido lá embaixo (na área dos vagões). E a onda teria quebradoresultado esportebetcimaresultado esportebetmim", diz ela.

Já no casoresultado esportebetWalcir, a dificuldaderesultado esportebetcochilar fez com que se movesse para um lugar por onde foi mais fácil fugir. Além disso, seu supervisor tinha decidido liberar a equipe para almoçar antesresultado esportebetiniciarem o próximo serviço: uma manutençãoresultado esportebetpostes localizados justamente ao pé da barragem. "Se a gente não tivesse ido almoçar aquela hora, não estávamos aqui respirando".

"Qualquer um que se salvou é um milagre", acredita Ana Paula.

Até avistar a avalancheresultado esportebetlama, a motorista dos supercaminhões da Vale estava vivendo um dia normalresultado esportebettrabalho. Havia acordado às 4h, comoresultado esportebetcostume, feito café e enchido a garrafa térmica que levava todos os dias para o serviço. Às 5h50, saiuresultado esportebetcasa para pegar o ônibus que conduzia os trabalhadoresresultado esportebetBrumadinho até a mina.

"Eu fico me lembrando do início daquele dia, quando estava esperando o ônibus junto com meus colegasresultado esportebettrabalho. Estávamos indo trabalhar felizes. Era meu sonho trabalhar lá. Mas, daquele grupo do pontoresultado esportebetônibus, só eu sobrevivi".

Desde então, está difícil pensarresultado esportebetoutro assunto. Na semana que seguiu à tragédia, Ana Paula passou grande parte do temporesultado esportebetfrente à TV. "Meu marido, minha família, um monteresultado esportebetgente briga comigo para eu pararresultado esportebetver notícias sobre isso. Mas eu não consigo. Acordo e já ligo o aparelho, para tentar saberresultado esportebetalgum colega", fala ela.

Assim como muitos funcionários da Vale que viram a lama e sobreviveram, Ana Paula passou alguns dias sem dormir. "Mas, se eu ficar na cama,resultado esportebetque vai adiantar eu ter sobrevivido?", questiona ela, que está sendo atendida por uma psicóloga contratada pela empresa - diversos profissionais da área foram disponibilizados pela mineradora para acompanhar quem foi afetado pelo desastre.

"Ela (a psicóloga) falou para eu pensar que sobrevivi e ajudei outras pessoas a se salvarem", diz Ana Paula.

E daqui para frente, o que vai acontecer? "Não sei. Eu nem penso nisso. Eu vou ter que trabalhar, ficarresultado esportebetcasa vai ser pior. Acho que não vão mandar a gente embora. A maior parteresultado esportebetBrumadinho trabalha lá (na Vale)", responde a funcionária da mineradora.

E quanto à barragem? "Quem dera eles tivessem falado (do risco) para a gente, mas eu não sei se sabiam ou não. Tem que esperar a investigação esclarecer".

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