Bolsonaro no Chile: De alinhamento ideológico e 'nova Unasul' a comércio, as razõessporting bet pngBolsonaro para a visita:sporting bet png

Após a eleiçãosporting bet pngBolsonaro, havia uma expectativasporting bet pngque o Chile pudesse ser inclusive a primeira viagem internacional do presidente. Isso chegou a ser falado pelo hoje ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

O economista e político Piñera foi um dos primeiros chefessporting bet pngEstado, segundo o governo brasileiro, a telefonar para Bolsonaro após as eleições para felicitá-lo pela vitória e a confirmar presença na posse do novo presidente do Brasil.

Piñera voltou a ocupar o Paláciosporting bet pngLa Moneda no ano passado, depoissporting bet pngvencer nas urnas o gruposporting bet pngesquerda. Com a vitória dele, o Chile foi o primeiro país da região a romper a "onda"sporting bet pnggovernossporting bet pngesquerda esporting bet pngcentro-esquerda.

O Itamaraty considera a visitasporting bet pngBolsonaro ao Chile uma "oportunidadesporting bet pnginaugurar nova etapa do relacionamento bilateral e consolidar avanços obtidossporting bet png2018".

Nova aliança na América do Sul

O esperado anúnciosporting bet pngum novo gruposporting bet pngcooperaçãosporting bet pngpaíses na América do Sul, o Prosur, pode significar uma mudança na organização do eixosporting bet pngpoder na região,sporting bet pngacordo com especialistas ouvidos pela BBC News Brasil.

A ideia é que a nova organização regional deixe para trás a Unasul, que ficou associada à era dos governossporting bet pngesquerda na América Latina. Essa é uma formasporting bet pngisolar ainda mais a Venezuela.

"É uma tentativasporting bet pngcriar um fórumsporting bet pngdiscussão dos países da América do Sul nessa nova era, que é uma era mais à direita ousporting bet pngcentro-direita", disse Vinícius Vieira, professor da FGV e doutorsporting bet pngRelações Internacionais pela Universidadesporting bet pngOxford.

O anúncio na capital chilenasporting bet pnguma aliança defendida fortemente por Piñera deve resultar, segundo especialistas,sporting bet pnguma força política maior do Chile e, ao mesmo tempo,sporting bet pnguma perdasporting bet pngprotagonismo do Brasil.

"O encontro está sendo liderado pelo Chile e isso é um indicativosporting bet pngque os demais players estão sendo um pouco ofuscados. É um indicativosporting bet pngque o eixosporting bet pngpoder na América do Sul pode estar se deslocando do Atlântico para o Pacífico", afirmou Vieira.

Para o doutorsporting bet pngRelações Internacionais e professor da UnB Carlos Eduardo Vidigal, o Brasil deve se colocarsporting bet pnguma posiçãosporting bet pngliderança na América do Sul.

"O Brasil deve liderar qualquer processosporting bet pngintegração regional, e não o Chile. Pautar a política brasileira para a América do Sul ou para a América Latina pelo atual problema venezuelano não faz sentidosporting bet pngtermos históricos", disse.

Comércio do Brasil e Chile

Vidigal, que é professorsporting bet pngHistória da América, diz que o Brasil e o Chile têm uma relação históricasporting bet pngcordialidade e bom relacionamento, principalmentesporting bet pngtermos políticos. Atualmente, segundo ele, um ponto interessante é que algumas empresas brasileiras têm criado sedesporting bet pngSantiago para usar os acordossporting bet pnglivre-comércio do Chile.

O Brasil tem cercasporting bet pngUS$ 4,5 bilhõessporting bet pnginvestimentos no Chile, especialmente nas áreassporting bet pngenergia, serviços financeiros, alimentos, mineração, siderurgia e construção. Ao mesmo tempo, o Brasil concentra maissporting bet pngUS$ 35 bilhõessporting bet pnginvestimentos externos do Chile, segundo dados do Itamaraty.

Em relação ao intercâmbio comercial dos dois países, contudo, Vidigal diz ver pouco espaço para avanços.

"É preciso tratar com cuidado a relevância do Chile para a economia brasileirasporting bet pngrelação ao intercâmbio comercial. Acredito que já esteja saturado", afirmou Vidigal.

Segundo o governo brasileiro, o intercâmbio comercial foisporting bet pngcercasporting bet pngUS$ 9,77 bilhõessporting bet png2018, o que representa um crescimentosporting bet png15%sporting bet pngrelação ao ano anterior. O Chile compra do Brasil principalmente petróleo, carnes, automóveis e tratores. Ao mesmo tempo, o Brasil compra dos chilenos principalmente derivadossporting bet pngcobre, salmão e vinhos.

Vinícius Vieira aponta dois motivos pelos quais a relação comercial do Brasil com Chile não é mais intensa.

"A primeira questão é geográfica, já que não fazemos fronteira com o Chile e, por isso, não podemos usá-lo como rota para o pacífico. O outro ponto é que não temos complementariedade econômica, porque o Chile se inseriu na economia mundial fazendo acordos bilaterais e o que poderíamos vender mais a eles, eles já importamsporting bet pngoutros mercados", explicou.

Bolsonaro chegará ao Chile na tarde desta quinta-feira, acompanhado pelos ministros Augusto Heleno (Gabinetesporting bet pngSegurança Institucional) e Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União). O chanceler Ernesto Araújo chegou antes a Santiago e tem reuniões com ministrossporting bet pngoutros países da América do Sul. A ida ao Chile do deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, também está prevista.

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