Como 'fim do mundo' causado por Belo Monte reuniu indígenas separados há quase um século:bet7k linkedin

  • João Fellet - @joaofellet
  • Da BBC News Brasilbet7k linkedinSão Paulo
Família do cacique Giliarde Juruna

Crédito, Lucas Landau/Rede Xingu +

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Giliarde Juruna com o filho Awãkayu (à esq.) e a filha Anita (ou Yakawilu); ela se tornou fluente na língua ancestral do povo após interâmbio com membros da etnia refugiadosbet7k linkedinMato Grosso há quase um século

bet7k linkedin Descrito por indígenas do povo juruna como "o ano do fim do mundo", 2016 marcou o início do desviobet7k linkedinparte do rio Xingu para alimentar a usina hidrelétricabet7k linkedinBelo Monte, no Pará.

A obra rachou a comunidade, reduziu drasticamente a vazão das águas na região da Volta Grande do Xingu, onde ficam suas aldeias, e foi acompanhada por uma disparada nos índicesbet7k linkedindesmatamento ebet7k linkedinviolência na região.

Mas, se a construção simbolizou o fimbet7k linkedinuma era para os jurunas da Volta Grande, ela também marcou o iníciobet7k linkedinsua reaproximação com membros da etniabet7k linkedinquem estavam separados há quase um século e por maisbet7k linkedinmil quilômetros, desde que os parentes se refugiaram no atual Território Indígena do Xingu,bet7k linkedinMato Grosso.

A retomada dos laços desencadeou um processobet7k linkedinresgate linguístico ebet7k linkedintradições ancestrais - perdidas pelo grupo da Volta Grande, mas mantidas pelo grupobet7k linkedinMato Grosso, que ficou menos exposto a pressões da sociedade envolvente após a separação.

"Nós perdemos a cultura, mas preservamos o território, e nossos parentes do Mato Grosso perderam o território, mas preservaram a cultura", diz à BBC News Brasil Giliarde Juruna, cacique na aldeia Miratu da Terra Indígena Paquiçamba, que concentra parte do povo que ficou na Volta Grande, a terra ancestral da etnia.

A partirbet7k linkedin2011, a comunidade passou a usar parte da verba que recebe como compensação por Belo Monte para promover intercâmbios com o grupobet7k linkedinMato Grosso, mais conhecido pelo nome yudjá.

Desde então, as famílias da Volta Grande ganharam algumas pessoas fluentes na língua ancestral, retomaram a tradiçãobet7k linkedinpinturas corporais e suas crianças voltaram a ser batizadas com nomes como Awãkayu e Maykawá (meninos) e Kianayu e Iankurishy (meninas).

A reaproximação, porém, envolveu estranhezas. Nem todos os costumes dos yudjá agradaram aos jurunas da Volta Grande - que, numa viabet7k linkedinmão dupla, também passaram a influenciar o modobet7k linkedinvida da outra comunidade (leia mais abaixo).

Terra Indígena Paquiçamba

Crédito, Google

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Terra Indígena Paquiçamba concentra parte da comunidade juruna que ficou na Volta Grande, região afetada pelo desvio das águas do Xingu para abastecer Belo Monte

'Os donos do rio Xingu'

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Episódios

Fim do Podcast

A relação dos jurunas com a Volta Grande remonta a tempos imemoriais. Canoeiros, eles se consideram "os donos do rio Xingu" e já foram o povo indígena mais numeroso da região.

O avançobet7k linkedincolonizadores pela Amazônia, no entanto, quase levou a etnia à extinção. De 2 mil membros,bet7k linkedin1842, eles encolheram para 52,bet7k linkedin1916, dizimados por epidemias e escravizados para trabalharbet7k linkedinseringais.

Em 1920, Curt Nimuendajú - etnólogo alemão que viveu maisbet7k linkedin40 anos no Brasil - fez um relatobet7k linkedincarta ao Serviçobet7k linkedinProteção ao Índio, órgão antecessor da Funai:

"Os Juruna, antigamente a tribo mais importante do Xingu, sofreu todo o peso do avanço dos seringueiros. Especialmente o pessoal do coronel Tancredo Martins Jorge, na boca do rio Fresco, cometeu, do assassinato para baixo, toda sortebet7k linkedincrimes contra estes pobres, até que eles se revoltaram e fugiram, chefiados pelo seu tuxáua (chefe) Máma (...)."

Composto por 40 pessoas, o grupobet7k linkedinfuga gerou a comunidade yudjábet7k linkedinMato Gosso. Para chegar à nova morada, eles remaram rio acima uma distância equivalente à que separa Belo Horizontebet7k linkedinFlorianópolis, vencendo corredeiras e cruzando áreasbet7k linkedinpovos inimigos.

Mas Nimuendajú ignorava que um grupobet7k linkedin12 jurunas havia permanecido no território original, próximo à cachoeira do Jericoá, dando origem à comunidade atual da Volta Grande.

Yudjá

Crédito, Museubet7k linkedinArte Sacra/MT

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Jurunas que fugiram da Volta Grande deram origem à comunidade yudjá do atual Território Indígena do Xingu; grupo manteve a língua e várias tradições ancestrais

Urbanização e miscigenação

O grupobet7k linkedinMato Grosso tevebet7k linkedinse adaptar a um ambiente distinto, mas conseguiu evitar contatos tão intensos com o mundo dos brancos. Eles mantiveram a língua e tradições únicas - como o taratararu, tipobet7k linkedinclarinete feitobet7k linkedinbambu - e hoje somam 248 membros.

Já os que ficaram na Volta Grande "tiverambet7k linkedinse misturar para sobreviver", diz à BBC News Brasil Bel Juruna, uma das integrantes do grupo. A comunidade hoje tem cercabet7k linkedincem pessoas na Terra Indígena Paquiçamba, alémbet7k linkedinoutras dezenasbet7k linkedináreas vizinhas.

Em meio à forte urbanização na região - impulsionada pela construção da rodovia Transamazônica, nos anos 1970 -, os jurunas da Volta Grande se casaram com ribeirinhos e indígenasbet7k linkedinoutras etnias. Incorporaram vários itens do mundo branco, como a língua portuguesa, e passaram a ser vistos como "índios aculturados" pela sociedade envolvente.

Giliarde Juruna descreve os efeitos desse processo embet7k linkedinfamília. Sua avó, segundo ele, era "uma índia pura" que se casou com um homem branco. Ela foi a última parente a falar a língua juruna na região, até ser obrigada a abandonar o idioma, nos anos 1970.

Ao crescer, Giliarde só falava português com os pais e até chegou a aprender um poucobet7k linkedinkayapó com indígenas xikrin da região. Só nos últimos anos passou a ouvir a língua jurunabet7k linkedincasa, agora falada fluentemente por três filhas que fizeram intercâmbio recentemente com os yudjá.

Jornada juruna

Crédito, Google

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Distância entre a Terra Indígena Paquiçamba, que concentra os jurunas da Volta Grande, e o Território Indígena do Xingu, para onde parte da comunidade fugiu há quase um século

Constituiçãobet7k linkedin1988

O movimentobet7k linkedin"retorno às origens" descrito pelos jurunas da Volta Grande foi catapultado por dois acontecimentos. O primeiro foi a promulgação da Constituiçãobet7k linkedin1988, que acelerou a demarcaçãobet7k linkedinvárias terras indígenas pelo país.

Após a aprovação da Carta, vários indígenas que viviambet7k linkedinAltamira passaram a se declarar jurunas e a voltar para a região que se tornaria a Terra Indígena Paquiçamba.

Alémbet7k linkedinbuscar a demarcaçãobet7k linkedinseus territórios, as comunidades nativas também começavam a se articular para discutir intervenções do governo na Amazônia - tema do 1º Encontro dos Povos Indígenas do Xingu,bet7k linkedinAltamira,bet7k linkedin1989.

Já naquela época autoridades pretediam erguer na região a usinabet7k linkedinBelo Monte, inicialmente batizadabet7k linkedinKararaô.

Um dos representantes do governo no encontro, o engenheiro José Antônio Muniz viu a jovem Tuíra Kayapó se aproximar da mesa com um facão, encostando a lâmina várias vezesbet7k linkedinseu rosto.

A imagem correu o mundo e sinalizou que os indígenas não aceitariam passivamente os planos das autoridades. Belo Monte só sairia do papel maisbet7k linkedin20 anos depois, executada pelos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, do PT.

Indígenas do Xingu

Crédito, Murilo Santos/ISA

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1º Encontro dos Povos Indígenas do Xingu reuniubet7k linkedinAltamira grupos contrários à construçãobet7k linkedinBelo Monte,bet7k linkedin1989

Impactosbet7k linkedinBelo Monte

Os preparativos para a obra, nos anos 2000, voltaram a mobilizar indígenas xinguanos e aceleraram o processobet7k linkedin"resgate cultural" dos jurunas, bem comobet7k linkedinoutras etnias que também chegaram a ser consideradas extintas, como os xipaya e os kuruaya.

Em entrevista à época, Eduardo Viveirosbet7k linkedinCastro, professorbet7k linkedinAntropologia do Museu Nacional da Universidade Federal do Riobet7k linkedinJaneiro (UFRJ), comentou o fenômeno. "Os índios da Volta Grande estavam cada vez mais esquecendo que eram índios. Com Belo Monte, descobriram que juridicamente são índios e passaram a lutar por seus direitos."

O estudo ambientalbet7k linkedinBelo Monte tratou os jurunas e os araras da Volta Grande como os grupos indígenas mais impactados pela obra, pois o desvio das águas diminuiria sensivelmente o fluxo do riobet7k linkedinsuas aldeias.

A Norte Energia, consórcio responsável pelo empreendimento, passou então a negociar compensações financeiras com os grupos, gerando graves cisões nas comunidades.

Moradores descontentes com as negociações fundaram novas aldeias para ter suas demandas atendidas. Os jurunasbet7k linkedinPaquiçamba, que antesbet7k linkedinBelo Monte viviam todos juntos, se dividirambet7k linkedinquatro grupos.

Foi nesse contexto que um parente propôs usar o dinheiro da compensação para custear uma reaproximação com os yudjá. "Foi a única coisa boa que Belo Monte nos trouxe", diz Bel Juruna.

Hidrelétricabet7k linkedinBelo Monte

Crédito, Governo Federal

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Canteirobet7k linkedinobrasbet7k linkedinBelo Montebet7k linkedin2015; no ano seguinte, rio Xingu começou a ser desviado para alimentar a usina, diminuindo a vazão das águas na região da Volta Grande

Ela conta que, quando a ideia veio à tona, muitos nem sabiam da existência do grupo. Desde os anos 1990, os parentes haviam abandonado o nome juruna - provavelmente cunhado por outros grupos indígenas - e passado a se identificar como yudjá.

Os jurunas então organizaram uma viagem inicial para visitar os yudjá e apresentar a propostabet7k linkedinintercâmbio,bet7k linkedin2011.

"Foi muito bom", lembra Bel, que diz ter sido recebida "como alguém que é da família". Ela logo percebeu um traço que, apesar da ruptura, continuava a unir os grupos: o apreço por bebidas alcoólicas.

Os visitantes foram recebidos com baldesbet7k linkedincaxiri, berbida fermentada à basebet7k linkedinmandioca. "Deve ser uma coisa genética", conta Bel, aos risos.

Ela afirma que os yudjá concordaram com o planobet7k linkedinintercâmbio e se prontificaram a enviar um casal para passar uma temporada na Volta Grande ensinando a língua e tradições aos parentes.

Questãobet7k linkedingênero

Os jurunas da Volta Grande aguardaram o casal com grande expectativa. Quando a dupla chegou, porém, a missão se revelou mais complexa do que se imaginava.

O homem falava português e deu um curso introdutório sobre a língua juruna. Mas a mulher só dominava o idioma nativo, o que dificultava a transmissãobet7k linkedinconhecimentos que, na cultura da etnia, são restritos ao universo feminino.

Somente as mulheres jurunas sabem fabricar caxiri, trabalhar com argila e fazer as pinturas corporais características do grupo. Somente elas dominam as técnicas para o cultivo da mandioca e a torra da farinha, entre tantos outros saberes.

Indígenas do Xingu

Crédito, Museubet7k linkedinArte Sacra/MT

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Na cultura yudjá, mulheres são as detentorasbet7k linkedinvários conhecimentos tradicionais

O grupo da Volta Grande percebeu que, para realmente absorver os ensinamentos, teriabet7k linkedinenviar suas mulheres para conviver por longos períodos com as yudjá.

Embet7k linkedinprimeira visita aos parentes, Bel já havia notado o domínio que as mulheres exercem na cultura local. Mas ela também achou que as mulheres ficavam sobrecarregadas com tantas atribuições.

"As mulheres lá trabalham muito, e os homens trabalham muito pouco. Eles têm direitobet7k linkedinsair para a cidade para estudar; as mulheres, nem tanto", conta.

Bel diz que o cenário começou a mudar conforme as parentes passaram a hospedar jovens jurunas da Volta Grande, que estariam influenciando uma nova divisãobet7k linkedintarefas na comunidade.

"Creio que (a disparidade entre homens e mulheres) já está se equilibrando, porque o contato, a presença das nossas meninas juruna lá fortalece as mulheresbet7k linkedinlá", afirma.

Culturabet7k linkedinmovimento

Os jurunas da Volta Grande buscavam recuperarbet7k linkedincultura original com os intercâmbios. No processo, porém, descobriram que nem todos os costumes dos yudjá se encaixavambet7k linkedinseus modosbet7k linkedinvida - e que a cultura dos parentes nunca estivera congelada.

Uma das novidades presenciadas pelos jurunas nas visitas foi o consumobet7k linkedinayahuasca entre os yudjá. Os yudjá incorporaram a bebida - feita com plantas amazônicas e popularmente conhecida como chá do Santo Daime - após contatos com indígenas do Acre e com adeptos da religião União do Vegetal na cidadebet7k linkedinAlta Floresta (MT), nos últimos anos.

Após ouvir relatosbet7k linkedinpessoas que teriam visto "almas" ao ingerir a bebida, Bel diz ter desistidobet7k linkedinprová-la. "Não tive coragem", conta.

Cacique Giliarde Juruna

Crédito, Lucas Landau/Rede Xingu +

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Cacique Giliarde Juruna diz que Belo Monte provocou graves cisões na comunidade que ficou na Volta Grande, fazendo com que uma aldeia se dividissebet7k linkedinquatro

O intercâmbio segue a todo vapor. Bel diz que as jurunas que passaram temporadas entre os yudjá estão repassando seu aprendizado às crianças da Volta Grande. No futuro, há planosbet7k linkedinensinar a língua ancestral nas escolas.

Segundo Bel, cercabet7k linkedin50 jurunas da Volta Grande já visitaram os yudjá, e uns 70 yudjá já passaram temporadas na Volta Grande.

Ela conta que os parentes costumam visitá-los no inverno, quando o Xingu enche e a pesca se torna mais difícil. "Eles passam necessidade e ficam isolados. Quando vêm para cá, gostam do movimento: vão para a cidade, querem ver jogobet7k linkedinfutebol", diz.

Bel afirma que os parentes são gratos aos jurunas por terem permanecido na terra ancestral da etnia, apesarbet7k linkedintodas as pressões. "Eles falam bastante que o território deles é na Volta Grande. Eles não têm culpabet7k linkedinter subido (o rio), e nós não temos culpabet7k linkedinter perdido tanta cultura."

Segundo Bel, os yudjá também lamentaram quando as águas do Xingu na Volta Grande passaram a ser desviadas para alimentar Belo Monte,bet7k linkedin2016, embora hoje vivam longe do território ancestral e não tenham sido impactados pela construção. A usina deve atingirbet7k linkedincapacidade máxima até o fimbet7k linkedin2019.

Bel diz que, após a inauguração, a vazão do rio tem diminuindo progressivamente e hoje se tornou "um fiozinho d'água".

A comunidade ainda tem conseguido pescar, porque há muitos peixes nos trechos que ficaram rasos. Mas há temoresbet7k linkedinque a menor vazão impeça os animaisbet7k linkedinacessar os locaisbet7k linkedindesova para se reproduzir.

Volta Grande do Xingu após Belo Monte

Crédito, NASA

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Imagensbet7k linkedinsatélite mostram como vazãobet7k linkedinágua na Volta Grande do Xingu caiu drasticamente após o início do desvio para alimentar Belo Monte.

Revisão da licença

Os impactos gerados pelo desvio das águas fizeram o Ministério Público Federal (MPF) recomendar a revisão da licença ambientalbet7k linkedinBelo Monte, no iníciobet7k linkedinsetembro.

O órgão defende que haja um aumento da vazão na Volta Grande para evitar "impactos irreversíveisbet7k linkedinum dos principais rios da Amazônia". Na prática, a mudança impediria a usinabet7k linkedinoperar com potência máxima.

Procurada pela BBC News Brasil, a Norte Energia não se pronunciou sobre o tema.

Em seu site, a concessionária diz que a vazão da Volta Grande foi definida pela Agência Nacionalbet7k linkedinÁguas (ANA) antes do leilão para a construção da usina.

A Norte Energia diz "monitorar os processos ecológicos na Volta Grande do Xingu" e trabalhar junto do Ibama, prefeituras e comunidades locais para implementar "ações que ajudarão a lidar melhor com as alterações" causadas pelo desvio das águas.

Duas culturas, um só povo

Para Bel, sete anos após a reaproximação, os jurunas já percebem que nunca terão a mesma cultura que os yudjá - e tudo bem. A retomada dos laços já rendeu muitos frutos e mostrou que o vínculo entre os grupos jamais foi perdido.

"Os juruna e os yudjá podem ir para onde for, mas eles são o povo do rio", ela afirma.

Nessa saga, Belo Monte representa um paradoxo. A mesma obra que estimulou a reconexão dos grupos ameaça os modosbet7k linkedinvida que os tornam um só povo apesar das diferenças, à medida que a Volta Grande se torna cada vez mais seca.

Bel explica: "Os donos do rio estão sem rio."

raya

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