Com 'G-10 das favelas', moradores querem atrair investimentos e transformar exclusãofernando torres 2024startups:fernando torres 2024

Paraisópolis

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Ofertafernando torres 2024serviços como aplicativosfernando torres 2024entrega é limitada para moradoresfernando torres 2024favelasfernando torres 2024diversas cidades do país

A empresa funciona no contêiner da ONG Educap, que oferece oportunidadesfernando torres 2024educação para os moradores e foi onde os empreendedores estudaram programação no Alemão.

A ideia do Brotaki é resolver dois problemas importantes: aumentar as vendas dos comerciantes locais e possibilitar um serviço, até então, inacessível aos moradores da favela.

"A gente viu que muito comerciante trabalhava com esses aplicativos e depois acabava saindo do aplicativo, porque não dava certo. Pensamos: qual o problema?", diz o sócio da startup, que também cria e gerencia perfis nas redes sociais para as empresas da região, alémfernando torres 2024prestar outros serviçosfernando torres 2024tecnologia, como a criaçãofernando torres 2024sites corporativos.

"No prazofernando torres 2024um ano estaremos rodando 100% do nosso produto, mostrando que nasce muita coisa boa dentro da favela. Soluções que resolvem não só o problema da favela, mas que podem ser levadas para outras regiões", diz o empreendedor, que acabafernando torres 2024ganhar um apoio para o crescimento da Agência Cptech.

Agência Cptech, que funciona na ONG Educap, no complexo do Alemão

Crédito, Arquivo Pessoal

Legenda da foto, Herbert Veloso, (segundo da esq. para direita) e colegas na Agência Cptech, que funciona na ONG Educap, no Complexo do Alemão

A startup foi um dos 16 projetos selecionados pelo Investe Favela, fundo criado a partir do investimentofernando torres 2024empresários e gerenciado por líderes comunitários do Complexo do Alemão efernando torres 2024Paraisópolis, voltado a financiar startups das favelasfernando torres 2024todo o país.

E a ideia, daquifernando torres 2024diante, é começar a buscar mais projetos como estes: no dia 23fernando torres 2024novembro, um eventofernando torres 2024Paraisópolis batizadofernando torres 2024Slum Summit lançará oficialmente o G-10 das favelas, bloco que, assim como os países ricos (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) do G-7, unirá forçasfernando torres 2024prol do desenvolvimento econômico e protagonismofernando torres 2024seus membros.

No mesmo evento, mais empreendedores das comunidades do G-10 poderão candidatar seus projetosfernando torres 2024startups a financiamentos.

"O G-7 e o G-20 não juntam os paísesfernando torres 2024blocos para decidirem os rumos deles? Queremos decidir os nossos próprios rumos", compara Gilson Rodrigues, 35, presidente da União dos Moradoresfernando torres 2024Paraisópolis desde 2009.

Foi ele quem liderou na última década,fernando torres 2024parceria com a Prefeiturafernando torres 2024São Paulo, o movimentofernando torres 2024urbanizaçãofernando torres 2024Paraisópolis, favela na Zona Sul da capital paulista onde vivem cercafernando torres 2024100 mil pessoas e funcionam 12 mil estabelecimentos comerciais.

As obras pararamfernando torres 20242015, sob a justificativafernando torres 2024restrição fiscal, e não foram retomadas até hoje. Durante a crise econômica, encolheram também os lucros das empresas e, por consequência, o tamanho das doações das companhias parceiras direcionadas às favelas.

Fintech para ambulantes e camelôs

O caxiense Hugo Miranda,fernando torres 202434 anos, não tinha ideiafernando torres 2024quanto dinheiro circulava entre os comerciantes da periferia até prestar atenção ao mercado para criar a Silicon Pay, máquinafernando torres 2024cartõesfernando torres 2024débito e crédito voltada para camelôs e mercado informal.

Estudo do Instituto Locomotiva divulgadofernando torres 2024agosto, por exemplo, aponta que o Brasil ainda tem 45 milhõesfernando torres 2024pessoas vivendo totalmente excluídas do sistema bancário, movimentando fora dos bancos um total anual estimadofernando torres 2024R$ 820 bilhões, especialmente no mercado informal, historicamente ignorado pelos grandes bancos no país.

"É um volume muito alto, eu não tinha ideia do quanto se transacionava dentro do setor informal e dentro das comunidades", afima Miranda, nascido e criadofernando torres 2024Duquefernando torres 2024Caxias, município da Baixada Fluminense que fica a cercafernando torres 202415 km do Complexo do Alemão.

"Atendemos o cliente que não sabe usar a máquina e tem vergonhafernando torres 2024falar, está com nome sujo ou o comerciante que dá o cartão para os funcionários que pedem para receberfernando torres 2024dinheiro porque a conta (bancária) está com uma pendência e precisam levar dinheiro para casa. A gente ensina a mexerfernando torres 2024tudo e dá um cartão preto pra ele, um cartão black pré-pagofernando torres 2024crédito, para elevar a autoestima dele", diz o CEO da fintech.

Hugo Miranda, CEO da Silicon Pay
Legenda da foto, Hugo Miranda: 'Eu não tinha ideia do quanto se transacionava dentro do setor informal e dentro das comunidades'

Miranda afirma ser esse o diferencialfernando torres 2024sua empresafernando torres 2024relação aos concorrentes. "É o valor que damos ao cliente. No cartão pré-pago você bancariza elefernando torres 2024novo", diz Miranda, que tomou dinheiro emprestado para comprar a primeira levafernando torres 2024máquinas e contou com o investimentofernando torres 2024um empresário para comprar o segundo lote.

Criada há um ano, a Silicon Pay tem 400 clientes cadastradosfernando torres 2024Caxias e no Complexo do Alemão, com transações mensais que giramfernando torres 2024tornofernando torres 2024R$ 2 milhões, segundo Miranda. A estimativa do empresário éfernando torres 2024que, só no Alemão, existam 2 mil pontos comerciais com potencial para virarem clientes.

A meta da Silicon Pay — nome inspirado no Silicon Valley berço das startups e empresas globaisfernando torres 2024tecnologia nos Estudos Unidos — é chegar a R$ 10 milhõesfernando torres 2024transações só no Alemãofernando torres 2024até um ano.

Miranda mora sozinho e paga as próprias contas desde os 14 anos, mas demorou a se sentir empreendedorfernando torres 2024verdade.

Formou-sefernando torres 2024Marketing estudando à noite e vendendo sacolas plásticas no Ceasa durante o dia, mas diz que aprendeu mesmo sobre o mundo dos negócios convivendo com empresários que o inspiram e que ele considera mentores, como Luciano Vital e Daniel Orlean, com quem diz ter conhecido a "a rotina dos empreendedoresfernando torres 2024alto padrão" para entrar no mundo das fintechs.

"O cara que cria uma startup na favela quer ser tratado como empreendedor, porque ele é. É muito mais difícil para ele empreender do que para o cara que nasceu do lado do Shopping Leblon com o investimento inicial do pai dele. O cara começa do zero e tem que vender para pagar salário. Fica endividado, sem credibilidade nenhuma", diz Miranda, que não vê como exclusão a ausência das grandes empresas nas favelas, mas reconhece que elas estão perdendo uma enorme oportunidadefernando torres 2024negócios, o que abre espaço para empreendedores locais.

"Naturalmente acho que eles preferem atuarfernando torres 2024áreas melhores, com mais segurança, mais pavimentação. Destesto vitimismo", diz. "Os empresários têm que começar a prestar atenção nessas startups que estão crescendo nas comunidades. Verdadeiros heróis, sem estrutura", acrescenta.

Ele cita o exemplo da Cptech,fernando torres 2024Herbert,fernando torres 2024quem Miranda se diz grande admirador. Como muitos fundadoresfernando torres 2024startups do Vale do Silício, Miranda faliufernando torres 2024primeira empresa aos 24 anos, mas,fernando torres 2024seu novo empreendimento, acabafernando torres 2024receber um sonhado "capital anjo" no valorfernando torres 2024R$ 100 mil do Investe Favela, o que ajudará a crescerfernando torres 2024larga escala, como se exige das startups.

Desenvolvedores trabalham na Agência Cptech, empresafernando torres 2024tecnologia no complexo do Alemão

Crédito, Arquivo Pessoal

Legenda da foto, Desenvolvedores trabalham na Agência Cptech, que funcionafernando torres 2024um contêiner no complexo do Alemão

Mercado bilionário

O "G-10 das favelas" tem na lista as comunidades da Rocinha (RJ), Rio das Pedras (RJ), Heliópolis (SP), Paraisópolis (SP), Cidadefernando torres 2024Deus (AM), Baixadas da Condor (PA), Baixadas da Estrada Nova Jurunas (PA), Casa Amarela (PE), Coroadinho (MA) e Sol Nascente (DF).

A ideiafernando torres 2024criar o grupo surgiu a partirfernando torres 2024uma pesquisa divulgada no ano passado pela Outdoor Social, empresafernando torres 2024impacto social voltada para classes populares que prevê quefernando torres 20242019 o potencialfernando torres 2024consumo das 10 maiores comunidades e periferias éfernando torres 2024maisfernando torres 2024R$ 7 bilhões.

Para chegar a esses números, a pesquisa cruzou informações sobre hábitosfernando torres 2024consumo da Pesquisafernando torres 2024Orçamento Familiar, realizada pelo Instituto Brasileirofernando torres 2024Geografia e Estatística (IBGE), com dadosfernando torres 2024endividamento das famílias da Serasa Experian e do Banco Central.

Hugo Miranda, CEO da Silicon Pay

Crédito, Arquivo Pessoal

Legenda da foto, Na Silicon Pay, do empreendedor Hugo Miranda (sentado,fernando torres 2024camisa azul), o foco é bancarizar as transações do mercado informal

"A maioria dos executivos das grandes multinacionais tende a focar suas açõesfernando torres 2024marketing nas classesfernando torres 2024maior poder aquisitivo. Os hábitosfernando torres 2024consumo dos moradores das periferias são pouco conhecidos e sobre eles se criaram muitos mitos e paradigmas", diz Emília Rabello, fundadora do Outdoor Social.

A exemplo dos grandes blocos econômicos, o G-10 terá encontros regulares e termosfernando torres 2024cooperação voltados a ampliar o impacto socialfernando torres 2024suas parcerias.

"Vamos reunir dados e bolar estratégias para que as comunidades realmente se tornem polosfernando torres 2024negócios sustentáveis", diz o advogado Daniel Cavaretti, 35 anos, membro da comissão organizadora do G-10.

"Podem sair grandes empreendimentos e 'unicórnios' da favela", diz,fernando torres 2024referência ao nome dado na linguagem das startups a empresas avaliadasfernando torres 2024US$ 1 bilhão ou mais.

A ideia do G-10, diz Gilson Rodrigues,fernando torres 2024Paraisópolis, é inspirar o Brasil inteiro a olhar para a favela. "As pessoas acham que a favela é 'coitadinho'. A gente quer mostrar que é uma potência, dá para ganhar dinheiro, dá para crescer. Não estamosfernando torres 2024situaçãofernando torres 2024ficar refémfernando torres 2024ninguém; nem da polícia, nemfernando torres 2024bandido, nemfernando torres 2024político", afirma.

"Queremos ser agentes da nossa própria transformação e com o tempo vamos nos libertarfernando torres 2024todos esses problemas", diz Rodrigues, que lidera a iniciativa junto com Reginaldo Lima, do Alemão, e afirma que já estão confirmados para o encontrofernando torres 2024novembro representantesfernando torres 2024Ceará, Rio e São Paulo, mas a ideia é estender o convite a todas as comunidades do país. "Queremos aumentar para G-20, G-30", diz.

Um ponto importante para os organizadores da iniciativa é deixar claro que o objetivo não é arrecadar doações ou patrocínio, mas investimentos que gerem tanto retorno ao investidor quanto o desenvolvimento econômico das comunidades.

O capital será devolvido pelo empreendedorfernando torres 2024um prazofernando torres 2024três a cinco anos, e o investidor tem direito a comprafernando torres 2024participação minoritária no empreendimento.

"Tem uma relação saudável do capitalista que investe para a gente, colocou o dinheirofernando torres 2024uma área que tem preconceito, mas ele continua sendo o capitalistafernando torres 2024sempre", define Lima.

Analfabeto até os 25 anos, ele aprendeu a lerfernando torres 2024materiais que coletava no lixofernando torres 2024um prédio nos arredores do Alemão e sabe o valor da oportunidade.

"Catava o lixofernando torres 2024um prédio e tinha um lixofernando torres 2024textos que me deixavam confusos. Um dia eu vi que eramfernando torres 2024um professorfernando torres 2024filosofia e (aquilo) começou a me provocar. Professor Paulo estava passando por um câncer super agressivo. Nos mesesfernando torres 2024vida dele, por quatro ou cinco meses, eu tive uma imersão no mundo da filosofia', conta Reginaldo que, aos 53 anos, se tornou autodidata.

Investe Favela

Crédito, Arquivo Pessoal

Legenda da foto, Liza Simões (de branco, no meio), do Investe Favela,fernando torres 2024encontro com os fundadores da Cptech (à esquerda) e da Silicon Pay (à direita)

Formato financeiro

No evento do dia 23, empreendedores das comunidades poderão fazer um "pitch" — como é chamado na linguagem dos negócios o discursofernando torres 2024"venda" para convencer os investidores — a dois fundos: o Investe Favela e o Fundo Alicerce.

Enquanto o primeiro é liderado por Gilson e Reginaldo e criado a partir do dinheirofernando torres 2024empresários que preferem não terem seus nomes divulgados, o segundo é liderado pelo empresário Paulo Nogueira Batista, do grupo Alicerce Educação, e por Gilson,fernando torres 2024Paraisópolis, que são sócios no fundo.

Batista, 35, advogado com carreira no mercado financeiro, fundou há cercafernando torres 2024um ano a startupfernando torres 2024impacto social voltada a reforço educacional justamente para as periferias.

"Oferecemos educaçãofernando torres 2024alta qualidade, com os melhores modelosfernando torres 2024fora do país, por R$ 150 por mês, no contraturno da escola para famíliasfernando torres 2024classe média e mais pobres", explica o empresário, que já tem 12 unidadesfernando torres 2024bairros como Brasilândia, Grajaú e Vila Prudente, e deve abrir mais 40 até 2020, inclusivefernando torres 2024Paraisópolis.

O Fundo Alicerce destinará R$ 2 milhões na primeira etapa a 17 empreendimentos da periferia, que ainda serão selecionados. O critériofernando torres 2024seleção priorizará iniciativas que vendam produtos ou serviços nos bairros do centro expandido, ou substituam produtos que a favela compra desses bairros, para melhorar a "balança comercial" das comunidades.

"Acho que a parte do empresariado que não conhece a periferia e não sabe as oportunidades que existem lá certamente tem medofernando torres 2024investir", diz Batista. "Mas quem já abriu os olhos vê que é plenamente seguro. Tem muita oportunidadefernando torres 2024ganhar dinheiro nas favelas."

Os projetos selecionados para receber aporte dos fundos precisam, além do impacto social, darem lucro, e serem sustentáveis sem dependerfernando torres 2024doações. "Tem que vender, não adianta ser um projeto cool, um projeto bonito, que não dê dinheiro. Não adianta ser um PPT sem o XLS", brinca o empresário.

A mineira Liza Vasconcelos Simões, 27 anos, diretora executiva do Investe Favela, diz que a diferençafernando torres 2024investirfernando torres 2024empresas da favela é que muitas vezes os empreendedores tiveram menos oportunidadefernando torres 2024acesso à educaçãofernando torres 2024qualidade.

"O acesso à educação nas favelas é muitas vezes interrompido, é recorrente abandonarem a escola com 13, 14 anos para começarem a trabalhar e trazer dinheiro para casa. Aí depois ficam desempregados e não têm como voltar para a escola, ficam nesse limbo", diz, explicando que tal situação cria um abismo que afasta os jovens da periferia das aceleradorasfernando torres 2024startups.

"É um processo pedagógico, são quase dois mundos diferentes. Uma realidade injusta, e aí você vai lá e encontra tantos empreendedores maravilhosos", diz. "O relacionamento (entre) favela e asfalto é absolutamente difuso, o que cria um mercado paralelo, completamente potente."

Protesto no Alemão após a mortefernando torres 2024Agatha Félix

Crédito, Reuters

Legenda da foto, 'Às vezes nós não podemos ir até o nosso localfernando torres 2024trabalho por violência', diz empreendedor do Alemão; acima, protestofernando torres 2024moradores do complexo após a morte da menina Agatha Félix

E a violência?

Na sexta-feira (04/10), enquanto a reportagem conversava com alguns moradores por telefone sobre os empreendimentos, o Alemão vivia mais um diafernando torres 2024tiroteios entre facções.

Vídeos espalhados pela internet mostravam tiros cruzando o céu e corposfernando torres 2024pessoas mortas durante os tiroteios na guerra daquela semana. No dia 1fernando torres 2024outubro, a favela também ficou cheiafernando torres 2024policiais ao ser palco da reconstituição da mortefernando torres 2024Ágatha Félix,fernando torres 20248 anos, que morreu baleada no dia 20fernando torres 2024setembro quando voltava para casa com a mãefernando torres 2024uma Kombi no Alemão.

"Fundei a empresa à basefernando torres 2024muito tiroteiofernando torres 2024madrugada, muita brigafernando torres 2024tráfico entre facções. Criando o nome da empresa, o branding, a gente dentro. E não falo só do complexo, falofernando torres 2024periferiafernando torres 2024geral', diz Hugo Miranda, da Silicon Pay.

Herbert, da Cptech, também passou por experiências semelhantes. "Nossa sede é na ONG Educap, no Complexo do Alemão, e às vezes nós não podemos ir até o nosso localfernando torres 2024trabalho por violência", diz.

No diafernando torres 2024que a reportagem conversou com Herbert, eles preferiram não ir até o escritório porque ocorria a reconstituiçãofernando torres 2024um crime. "A nossa vantagem é que trabalhamos com tecnologia, e podemos trabalharfernando torres 2024qualquer lugar", diz.

Gilson,fernando torres 2024Paraisópolis, diz que muitos investidores que deixamfernando torres 2024aplicar dinheirofernando torres 2024startups nas favelas têm ideias equivocadas sobre o impacto da violência nos negócios, e a ideia é que um modelo com lideranças claras aproxime mais o capital das comunidades.

"Tem muita gente que acha que para investir na favela temfernando torres 2024pagar pedágio para o tráfico", diz, acrescentando que tal problema não faz parte da rotinafernando torres 2024Paraisópolis efernando torres 2024muitas outras favelas.

Capital anjo e banco na favela

Além da Cptech e da Silicon Pay, do Alemão, outro projeto que receberá investimentos na incubadora é o Bancofernando torres 2024Paraisópolis, que terá não só conta digital, mas unidade física para também servirfernando torres 2024efeito "pedagógico" para uma população que nunca teve contafernando torres 2024banco, e trabalha na maioria no setorfernando torres 2024serviços, como faxina e portaria.

"O perfil da comunidade é um cara que guarda o dinheiro no colchão. Ele quer ver o boleto pago e guardar cinco anos para não dar problema. Então esse processofernando torres 2024mudança para o digital vai demorar um pouquinho", diz Gilson Rodrigues.

O banco será criadofernando torres 2024modelofernando torres 2024Empresa Simplesfernando torres 2024Crédito (ESC), por meiofernando torres 2024uma holding que deve estar operante dentrofernando torres 202420 dias. E terá também plataforma digital e um cartão pré-pagofernando torres 2024três categorias: um sem valor mínimo, um para quantias a partirfernando torres 2024R$ 500 e um cartão black,fernando torres 2024R$ 1.000.

Complexo do Alemão

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Empreendedores afirmam que potencialfernando torres 2024consumo nas favelas nunca esteve adormecido, como pensam muitos investidores 'do asfalto'

Os ricos pioneiros da favela

Mas se engana quem pensa que é nova a ideiafernando torres 2024que se pode ganhar dinheiro na periferia. Empresários mais antigos, que vieram do Nordeste nos anos 90 sem família e sem ter onde morar, lidam hoje com a famafernando torres 2024"milionários" da região e servemfernando torres 2024inspiração para os jovens empreendedores.

Manuel Cícero, por exemplo, e José Flaviofernando torres 2024Souza Soares, ambos com 47 anos, têm histórias parecidas; sem concluir o ensino básico e sem apoio financeiro ou orientação, ambos alcançaram uma vida muito mais confortável do que imaginariam.

As decisões, para eles, eramfernando torres 2024curtíssimo prazo: embora não tivessem recursos para a sobrevivência, usavam o dinheirofernando torres 2024uma venda para comprar o próximo estoque, e iam crescendo a partir daí.

"Já nasci com o dom para ganhar dinheiro desde que era criançafernando torres 2024Triunfo, Pernambuco. Deixei minha família, meu pai, depois fui buscando um a um. Vim com o intuitofernando torres 2024ganhar dinheiro", diz Cícero, que hoje tem três unidades da lojafernando torres 2024materialfernando torres 2024construção Três Irmãosfernando torres 2024Paraisópolis.

Soares, que hoje é conhecido na favela como referênciafernando torres 2024empresário bem-sucedido na comunidade, diz que já quebrou muitas barreiras que hoje são hoje mais suaves para os novos empreendedores.

"Quando eu comecei a comprar dos grandes distribuidores, quando chegavam na favela não queriam entregar. Muitos motoristas chegavam, não entravam e falavam que foram ameaçados. Já tive que pegar mercadoria na avenida Francisco Morato, na avenida Giovanni Gronchi (vizinhas a Paraisópolis, no bairro do Morumbi) e os caminhões paravam lá. Fui quebrando esses paradigmas", diz o dono da ESPan, lojafernando torres 2024produtos para embalagens com 20 funcionários registradosfernando torres 2024carteira assinada.

Na época, não havia também um planofernando torres 2024negócio. Soares vendia o que conseguia comprar, sacolas plásticas aqui e ali, e ia tendo ideias criativas pelo caminho.

"Quando eu juntava dinheiro para fazer um pedido mínimo eu fazia, inventava outra mercadoria", lembra o empresário, que muitas vezes se viu endividado, sem capitalfernando torres 2024giro ou apoiofernando torres 2024mentores ou investidores. "Hoje o preconceito é bem menor, e a favela é essa potência."

Para Gilson Rodrigues, casos como esses mostram que o potencialfernando torres 2024consumo nas favelas nunca esteve adormecido, como pensam muitos investidores "do asfalto". "Nos eventos que participo sobre empreendedorismo, muitas vezes, o tema consumo nas periferias é tratado como 'potencial adormecido' e eu sempre digo que quem está dormindo é quem não está investindo nas favelas."

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