Quem eram os escravos 'tigres', marcantes na história do saneamento básico no Brasil:codigo de bonus h2bet

Reproduçãocodigo de bonus h2betaquarela pintada por Jean-Baptiste Debret mostra um escravo 'tigre'

Crédito, Reprodução/IBRAM

Legenda da foto, Reproduçãocodigo de bonus h2betaquarela pintada por Jean-Baptiste Debret; escravos responsáveis pelo manejocodigo de bonus h2betesgotocodigo de bonus h2betcidades brasileiras

Esses objetos ficavam sob as camas oucodigo de bonus h2betarmários até a manhã seguinte, quando eram esvaziadoscodigo de bonus h2betgrandes tonéis que comportavam todos os dejetos dos moradores da casa.

Os grandes tonéis, porcodigo de bonus h2betvez, eram carregados nas costas por escravos, que os levavam até o mar ou a algum rio e por lá os despejavam.

Os 'tigres'

Parte do conteúdo, que continha ureia e amônia, vazava dos tonéis e deixava marcas brancas sobre a pele negra, parecidas com listras. Por essa reação química, as marcas se pareciam com as do animal — daí o apelidocodigo de bonus h2bettom pejorativo dos "tigres" ou "tigrados".

O cheiro dos tonéis, obviamente, não era agradável e fazia com que as pessoas não se aproximassem dos "tigres" enquanto os carregavam.

"A pele ficava listrada, com alternânciacodigo de bonus h2betfaixas pretas e outras descoloridas pela ação química dos dejetos. Por isso, esses escravos eram conhecidos como tigres", afirma o jornalista Laurentino Gomes, autor do livro Escravidão, sobre o tema.

"Eram escravos ou escravoscodigo de bonus h2betaluguel que, geralmente, eram destacados para esse tipocodigo de bonus h2bettrabalho", afirma o historiador Luiz Felipecodigo de bonus h2betAlencastro.

Litografias antigascodigo de bonus h2betHenrique Fleiuss mostram parte do cotidiano dos 'tigres'

Crédito, Reprodução/Biblioteca Nacional

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Esses negros podiam ser escravos comprados por seus donos ou aqueles que prestavam serviços a diversas famílias como formacodigo de bonus h2betobter um rendimento extra para o dono ou para si mesmos.

A prática, muito comum na capital da época, Riocodigo de bonus h2betJaneiro, também era usualcodigo de bonus h2betdiversas cidades do país. No Riocodigo de bonus h2betJaneiro, fossas eram proibidas na cidade antiga dada a proximidade do lençol freático.

Há registros da utilização dessa mãocodigo de bonus h2betobra no Rio até a décadacodigo de bonus h2bet1860. Já no Recife, por exemplo, durou até 1882.

"Tempos atrás, fui visitar uma cidade paranaense chamada Guarapuava, a centenascodigo de bonus h2betquilômetros do oceano. E lá também, segundo me disse um historiador, havia escravos 'tigres' até o final do século 19", disse Laurentino Gomes.

Marcas coloniais duram até hoje

Fazendo uma avaliação histórica, houve quem associasse a exploração desses escravos "tigres" a um atraso no interesse do poder público na implementaçãocodigo de bonus h2betsistemascodigo de bonus h2betsaneamento básico no país.

"O sociólogo Gilberto Freyre diz que a facilidadecodigo de bonus h2betdisporcodigo de bonus h2bettigres e seu baixo custo retardaram a criação das redescodigo de bonus h2betsaneamento nas cidades litorâneas brasileiras", afirma Gomes.

Para Luiz Felipecodigo de bonus h2betAlencastro, contudo, a mãocodigo de bonus h2betobra escrava não era tão barata ao pontocodigo de bonus h2betse popularizar tanto no Brasil da época. "Os 'tigres' eram gente pobre, vulnerável ou escrava, mas não era uma mãocodigo de bonus h2betobra barata", diz o historiador.

Para além da desumanização desses escravos, essa formacodigo de bonus h2betdescarte já mostrava um descaso grande com a questão do escoamento dos dejetos.

"No Riocodigo de bonus h2betJaneiro, até hoje, a baía está totalmente poluída. O desprezo pela natureza vem desde esses tempos", conclui Alencastro.

À época, a consciência ambiental não era algo recorrente como hoje. No Brasil, isso se agravava por contacodigo de bonus h2betuma bagagem da colonizaçãocodigo de bonus h2betexploração durante maiscodigo de bonus h2bettrês séculos.

"A destruição do meio ambiente é quase tão antiga quanto a história do Brasil. O primeiro registro oficialcodigo de bonus h2bettráficocodigo de bonus h2betplantas, animais silvestres e indígenas escravizados écodigo de bonus h2bet1511, apenas uma década após a chegada da esquadracodigo de bonus h2betPedro Álvares Cabral", afirma Laurentino Gomes.

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Crédito, Reprodução/Biblioteca Nacional

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No entanto, Leo Heller, relator especial da ONU para os direitos humanos à água e ao esgotamento sanitário, nota que é difícil fazer uma relação entre a utilização dos tigres e o descasocodigo de bonus h2betrelação ao saneamento básico.

"A preocupação com saneamento sempre houve, mas nunca foi prioritária. O que ainda existe são locais sem nenhum tipocodigo de bonus h2betesgoto (...) e a figuracodigo de bonus h2betquem remove o esgoto", diz o especialista.

Os vestígios do período colonial e imperial, contudo, continuam vivos até hoje no país. Segundo Heller, o fim da escravidão, e com ela o desaparecimento dos chamados "tigres", não acabou com os problemas dos mais pobres e refletem a construção da sociedade atualcodigo de bonus h2betrelação ao tema.

"Os escravos se transformaramcodigo de bonus h2betnegros pobres,codigo de bonus h2betperiferia, que também não têm acesso a saneamento", diz.

No caso dos tigres, a iniciativacodigo de bonus h2betDom Pedro 2ºcodigo de bonus h2betmodernizar a então capital Riocodigo de bonus h2betJaneiro ao final do período imperial, na décadacodigo de bonus h2bet1860, dá início ao saneamento básico no Brasil — o que começa a diminuir a utilização dessa mãocodigo de bonus h2betobracodigo de bonus h2betmaneira gradual nas cidades.

Logo, com a abolição, assim como no Riocodigo de bonus h2betJaneiro, esses escravos são substituídos graças à chegada do saneamento básico e maneiras mais modernascodigo de bonus h2betdescarte dos dejetos. Mas, assim como os demais, eles permaneceram executando serviçoscodigo de bonus h2betpouca qualificação.

"Apenas a liberdade não representa uma mudança completa na vida desses ex-escravos", diz o historiador Alain El Youssef, doutor pela USP.

"[Após a abolição] o Estado brasileiro não se preocupacodigo de bonus h2betofertar condições mínimas à sobrevivência, nemcodigo de bonus h2betinseri-loscodigo de bonus h2betuma maneira respeitosa na sociedade. Isso traz reflexos até hoje", afirma o historiador.

Dados do Sistema Nacionalcodigo de bonus h2betInformações sobre Saneamento, do Ministério do Desenvolvimento Regional, mostram que apenas 52% da população brasileira conta, atualmente, com acesso à coletacodigo de bonus h2betesgoto. A faltacodigo de bonus h2betacesso ocorre principalmentecodigo de bonus h2betregiões mais pobres do país.

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