Se priorizar Bolsa Família, não precisa desonerar empresa para empregar jovens, diz economista:zebet email

Crédito, Jefferson Rudy/Ag. Senado
No segundo trimestrezebet email2019, por exemplo, o desemprego entre os brasileiroszebet email18 a 24 anos erazebet email25,8%, enquanto a desocupação total do país erazebet email12% no mesmo período.
Para Menezes Filho, no entanto, a iniciativazebet emailreduzir os custos para as empresaszebet emailtrocazebet emailgerar empregos já se mostrou ineficientezebet emailtentativas como o programa Primeiro Emprego, criadozebet email2003 e descontinuadozebet email2007, e que era uma das bandeiras eleitorais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No programazebet emailLula, os empregadores tinham direito a um auxílio econômico no valorzebet emailR$ 1,5 mil por ano para cada emprego criado. Quando o programa foi encerrado, a própria equipe responsável pelo programa reconheceu que havia seguido o diagnóstico errado, já que, na visão deles, o foco deveria ter sido melhorar a qualificação dos jovens.
Na avaliação do economista, formado pela USP e doutorzebet emaileconomia pela Universidadezebet emailLondres, mais eficaz para ajudar os jovens a saírem do desemprego seriam iniciativas mais óbvias, como ampliar o Bolsa Família para que todas as famílias que precisam recebam a transferênciazebet emailrenda, criar mais incentivos para que o jovem fique mais tempo na escola e possa se dedicar mais aos estudos, alémzebet emailimplementar programas que atendam os jovens menos qualificados no contra turno, com cursos técnicoszebet emailqualidade e informações úteis para o mercadozebet emailtrabalho no longo prazo.
E, para evitar que uma nova geraçãozebet emailjovens caia tambémzebet emailum futurozebet emailsubemprego, baixa qualificação e pobreza, a prioridade absoluta do governo deveria ser ampliar o Bolsa Família tantozebet emailvalor do benefício quantozebet emailalcance, para proteger as milhareszebet emailcrianças que nasceram durante a recessão econômicazebet emailfamílias pobres, sem segurança nos cuidados com alimentação, saúde e conforto, justamente na fase mais importante para seu desenvolvimento.
Em 2017, 15,2 milhõeszebet emailpessoas viviam no Brasil com renda inferior a R$ 140 por mês, nível considerado extrema pobrezazebet emailacordo com a linha proposta pelo Banco Mundial,zebet emailrenda inferior a US$ 1,90 por dia.
"Essas crianças, se o pai está desempregado,zebet emailsituaçãozebet emailcrise, não vão conseguir desenvolver suas habilidades socioemocionais e cognitivas. Daí elas vão mal na escola, repetem, saem da escola, algumas vão para o crime. E vão ficar dependendo do Estado e vão virar esses jovens dos quais que a gente estava falando, que ficam no emprego informal, ou na construção civil, e depois saem. Isso tem que ser a prioridade número um", ele avalia.
"Daí depois você tem que fazer esse tipozebet emailprograma para jovem, essa tentativazebet emaildesonerar para aumentar o emprego para jovem. Se tivesse investido antes, agora, na crise, não precisaria fazer esse tipozebet emailprograma mais para a frente."

Crédito, Divulgação
Leia os principais trechos da entrevista:
zebet email BBC News Brasil - zebet email Que achou do programa do governo para estimular o emprego entre jovens?
zebet email Naercio Menezes - Com relação à MP do Programa Verde Amarelo, eu acho que não vai funcionar.
No governo Lula a gente teve o programa Primeiro Emprego,zebet email2003, que dava R$ 1,5 mil para cada empresa que empregasse um jovem pela primeira vez. A expectativa erazebet emailcriar milhõeszebet emailempregos e, na verdade, criou por voltazebet email30 mil vagaszebet emailtrês anos. Viu-se que não funcionava, que era muito pouco emprego, e não valia a pena.
E a desoneração da Dilma [Rousseff] depois, que era diferente, também não funcionou. Então acho que nós já sabemos que esse tipozebet emailpolítica não funciona aqui no Brasil.
zebet email BBC News Brasil - zebet email Por que não funciona?
zebet email Naercio Menezes - Acho que o diagnóstico está errado. O jovem fica mais desempregado por vários motivos.
Primeiro: ele circula muito entre empregos, então ele fica pouco tempozebet emailcada emprego, porque está experimentando.
Além disso, ele combina estudo com trabalho, então tem épocaszebet emailque ele sai do trabalho para se dedicar mais ao estudo, e depois volta.
A rotatividade do jovem é muito grande. Normalmente não é uma questãozebet emaildesonerar o emprego para contratar o jovem que funciona. O problema é que ele fica muito pouco tempo na empresa.
zebet email BBC News Brasil - zebet email E a qualificação, influencia?
zebet email Naercio Menezes - Isso, ele é muito pouco qualificado. Ele quer só ficar um tempo para depois receber seguro-desemprego, décimo terceiro, e ficar um tempo fora do mercadozebet emailtrabalho, e depois ele volta. É isso que acontece, basicamente, e a rotatividade é altíssima.
Ele é pouco qualificado, a empresa não investe nele porque sabe que ele vai ficar pouco tempo, o jovem sabe que essa empresa não vai investir nele, que ele vai ganhar muito poucozebet emailaumento salarial ficando muito tempo na empresa.
Na verdade, para estimular o jovem a permanecer mais tempo no emprego mais tempo você tem que melhorar a qualificação, e tem que reformular um pouco essas leis do mercadozebet emailtrabalho.
Maszebet emailmaneira geral, não só desonerar [o emprego para] o jovem. Dar incentivos para ele permanecer mais tempo [no emprego]. Se a empresa souber que ele vai ficar mais tempo no emprego, começa a investir nele. E se ela investe nele, ele fica com mais vontadezebet emailficar mais tempo, porque o salário vai aumentando ao longo da vida.
E hoje estamos meio ao contrário: todo mundo sabe que ele vai ficar pouco tempo, então ninguém investezebet emailninguém. Além disso, ele não tem resiliência, não tem habilidades socioemocionais como perseverança, não tem qualificaçãozebet emailaprendizado.
zebet email BBC News Brasil - zebet email Mas, durante a crise, valeria alguma medida específica para os jovens? Ou programas mais amplos?
zebet email Naercio Menezes - Eu acho que tem coisas mais óbvias a serem feitas, que é o Bolsa Família, fazer com que o jovem fique na escola, na faculdade, durante o período da crise.
Os períodoszebet emailcrise são um bom tempo para ele investirzebet emailcapital humano. Se o jovem tiver uma escolazebet emailtempo integral, que atenda os menos qualificados no contra turno. Ou continuar a expansão do ensino superior, do ensino técnico qualificado. Mas um ensino técnico que funcione, não um Pronatec [programa do governo Dilma] que tinha algumas coisas que funcionava, outras que não.
Tem que ser ensino técnico que seja útil para o jovem, que funcione, que tenha longo prazo,zebet emailque ele aprenda coisas úteis para o mercadozebet emailtrabalho, que está mudando muito. E aí o mercadozebet emailtrabalho,zebet emailsi, demandaria uma sériezebet emailmedidas.
Não tenho certeza ainda do que poderia ser feito mas tem FGTS, tem abono, tem seguro-desemprego, tem um montezebet emailcoisas que poderiam ser tratadas, mas aí é uma outra conversa.
zebet email BBC News Brasil - zebet email E o que o sr. achou da taxação do seguro-desemprego para financiar o programa?
zebet email Naercio Menezes - Essa coisazebet emailcobrar do seguro-desemprego, isso é um absurdo completo. Não faz o menor sentido, é uma faltazebet emailpercepção.
zebet email BBC News Brasil - zebet email Houve economistas que elogiaram a medida por ter uma fontezebet emailrecursos designada,zebet emailque já se sabezebet emailonde sairá o dinheiro. O que o sr. acha desse argumento?
zebet email Naercio Menezes - Acho equivocado. Eu acho que você tem que ter um dinheiro específico para a medida.
Mas você pode, por exemplo, aumentar a alíquota marginal do Impostozebet emailRenda, pode aumentar o imposto sobre heranças, você pode taxar lucros e dividendos.
Acho que é mais coerente do que cobrar da pessoa que estázebet emailum momentozebet emaildesemprego, sofrendo para pagar as contas. Se o desempregado quiser contribuir para a Previdência ele pode, acho que fica a critério dele.
zebet email BBC News Brasil - zebet email A pobreza cresceu bastante durante a crise econômica, e o Banco Mundial,zebet email2017, recomendava a expansão do Bolsa Família para acomodar os "novos pobres". Essa recomendação ainda vale para reduzir essa pobreza?
zebet email Naercio Menezes - É preciso achar as pessoas pobres que ainda não recebem o Bolsa Família e dar o benefício para elas, e aumentar o valor do Bolsa Família.
Os dados indicam que há uma redução no númerozebet emailbeneficiários, mesmozebet emailuma épocazebet emailcrise. Há uma tentativa do governozebet emailfiscalizar mais, o que eu acho que é válido, para que o dinheiro vá para quem precisa. Mas parece que tem gente que precisa e não está recebendo, e isso não pode acontecer.
O Bolsa Família tem que ser a prioridade número um no país, junto com a primeira infância. Você tem crianças nascendo todo dia, nasce uma geraçãozebet email3 milhõeszebet emailpessoas no ano. Então todo mês você tem 250 mil crianças nascendo, e dessas, um terço é pobre.
Essas crianças, se o pai está desempregado,zebet emailsituaçãozebet emailcrise, elas não vão conseguir desenvolver suas habilidades socioemocionais e cognitivas. Daí vão mal na escola, repetem, saem da escola, algumas vão para o crime. E daí elas vão ficar dependendo do Estado e vão virar esses jovens que a gente estava falando, que ficam no emprego informal, ou na construção civil, depois saem do emprego.
Isso é a prioridade número um. Daí depois você tem que fazer esse tipozebet emailprograma para jovem, essa tentativazebet emaildesonerar para aumentar o emprego para jovem. Se tivesse investido antes, agora, na crise, não precisaria fazer esse tipozebet emailprograma mais para a frente.
É a prioridade número um, junto com essas reformas fiscais. É preciso haver um programa socialzebet emailprimeira infância, como o que foi organizado pela Tábata Amaral e pelo Rodrigo Maia.
zebet email BBC News Brasil zebet email - zebet email Mas daria para aumentar o Bolsa Família com a crise fiscal? Tirar dinheirozebet emailoutras despesas?
zebet email Naercio Menezes - Sim, exatamente. Você tem muitas desonerações [que poderiam ser revertidas] que o ministério da Economia concede.
Além disso você tem a emenda constitucional do tetozebet emailgastos, e é preciso que diminuir gastoszebet emailoutras áreas. Desoneraçõeszebet emailImpostozebet emailRenda, desconto para educação e saúde no Impostozebet emailRenda, o ministério tem uma lista. Tem que recuperar dinheiro daí e preferir pelos mais pobres.

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