A briga judicialcpi das apostas esportivastorno das notas do Enem: 'Sensaçãocpi das apostas esportivasque não adiantou nada o esforço':cpi das apostas esportivas

Quando finalmente recebeu uma resposta do ministério, na tarde da segunda-feira (27/1), foi um texto padronizado enviado por um sistema automático que não tratava dos detalhes do seu caso, mas apenas informava que "as inconsistências foram corrigidas" e que a notacpi das apostas esportivasMatheus era mesmo aquela.

"Achamos que o problema não é a trocacpi das apostas esportivasgabarito, mas sim uma inconsistência na aplicação da média", diz Sylvia, agregando que o filho conquistou nota no Enem mais baixa do que no ano passado, quando ainda era treineiro. "E neste ano ele estava muito mais preparado, fazendo ensino técnico o dia inteiro e cursinho à noite, ambos como bolsista. Ele está cheiocpi das apostas esportivasexpectativa e frustração, com a sensaçãocpi das apostas esportivasque não adiantou nada o esforço."

Matheus, que sonha cursar Relações Internacionais na USP, é um entre centenascpi das apostas esportivasestudantes que, sentindo-se lesados pelos resultados do Enem, acionaram a Justiça na tentativacpi das apostas esportivascobrar explicações do MEC e do Inep.

O imbróglio veio a públicocpi das apostas esportivas18cpi das apostas esportivasjaneiro, quando,cpi das apostas esportivasvídeo, Weintraub e Lopes afirmaram que "um número pequenocpi das apostas esportivaspessoas teve o gabarito trocado" na correção do Enem, agregando que "ninguém será prejudicado" e pedindo que "quem se sentir prejudicado pode nos contatar que vamos fazer a avaliação manual dacpi das apostas esportivasprova".

Mais tarde, o MEC afirmou ter encontrado erroscpi das apostas esportivasnotascpi das apostas esportivas5.974 estudantes e que os resultados foram corrigidos. O órgão disse também que "todas as provas dos 3,9 milhõescpi das apostas esportivasparticipantes foram analisadas".

Suspensão do Sisu

No entanto, isso não tranquilizou os estudantes que temem que suas notas estejam incorretas e que isso prejudiquecpi das apostas esportivaschancecpi das apostas esportivasentrar no curso universitário que desejam — algo que o MEC nega ter ocorrido.

O casocpi das apostas esportivasMatheus Krabbe, citado acima, é um dos mencionados pela Defensoria Pública da União na ação judicial que conseguiu suspender por alguns dias,cpi das apostas esportivascaráter liminar (provisório), a divulgação dos resultados do Sistemacpi das apostas esportivasSeleção Unificada (Sisu). Inicialmente, a liminar pela suspensão foi concedida pela 8ª Vara Cível Federalcpi das apostas esportivasSão Paulo, decisão que foi divulgada na última sexta-feira 24.

Depois, o governo recorreu à segunda instância, mas o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) manteve a suspensão. No entanto, após novo recurso, o Superior Tribunalcpi das apostas esportivasJustiça (STJ) decidiu nesta terça (28) revogar as decisões das instâncias anteriores pela suspensão — assim, a divulgação do resultado do Sisu foi autorizada.

"De antemão, o MEC e o Inep reforçam a lisura do Enem e a ausênciacpi das apostas esportivasqualquer prejuízo aos inscritos", afirmou a Advocacia-Geral da União (AGU), que defende o governo,cpi das apostas esportivasnota à BBC News Brasil. "Já foram adotadas todas as medidas administrativas necessárias para a solução dos problemas detectados. Qualquer nova medida não alterará o resultado das notas dos candidatos, e o eventual adiamento ou suspensãocpi das apostas esportivasprazos do Sisu causará prejuízos incalculáveis às instituiçõescpi das apostas esportivasensino e aos candidatos."

É no Sisu que os alunos cadastram suas notas do Enem para se qualificar para vagascpi das apostas esportivasuniversidades públicas. O cronograma oficial do MEC previa a divulgação dos resultados do Sisu a partir desta terça-feira (28/1).

Questionamentos da Defensoria

"A grande questão é que não temos informações adequadas do que aconteceu (com a correção do Enem)", afirma à BBC News Brasil o defensor público João Paulo Dorini, um dos responsáveis pela ação na Defensoria Pública da União na Justiça Federal paulista.

Essa ação questiona dois pontos específicos do Enem 2019, levantados pela maioria dos estudantes (cujo número não foi divulgado) que procuraram a instituição:

1 - Se, ao corrigir as notas que estavam erradas, o MEC usou essas mesmas notas para calcular a média ponderada que é usada pelo Sisu para decidir quais alunos serão aprovadoscpi das apostas esportivascada curso — ou se a ponderação foi feita antes da correção das notas. "Estamos falandocpi das apostas esportivaspequenas variações, mas que podem ser absolutamente relevantes (para os candidatos)", diz Dorini.

2 - Qual resposta formal será dada às 172 mil queixas que foram feitas no email divulgado por Weintraub e Lopes,cpi das apostas esportivascandidatos que, assim como Matheus Krabbe, desconfiam quecpi das apostas esportivasnota esteja incorreta. "Boa parte não recebeu resposta nenhuma, nem automática", prossegue Dorini, criticando, ainda, o casocpi das apostas esportivasque Weintraub ofereceu, via redes sociais, análise individualcpi das apostas esportivasum caso solicitado por um internauta.

"E quem fez a reclamação pelas vias formais e ficou sem resposta?", questiona o defensor.

A partir do esclarecimento dessas questões, a Defensoria decidirá se vai tomar mais providências, afirma Dorini.

Existem também as queixascpi das apostas esportivas250 estudantes representadas no Ministério Público Federal até a quarta-feira (22/1), alémcpi das apostas esportivasações individuais na Justiça: a BBC News Brasil encontrou diversos registros pedidoscpi das apostas esportivasliminares ecpi das apostas esportivasmandadoscpi das apostas esportivassegurança solicitados por estudantes, pedindo à Justiça que reserve vagas a eles nos cursos universitárioscpi das apostas esportivassua escolha, alegando erros na correçãocpi das apostas esportivassua prova no Enem.

Em comunicado emitido na sexta-feira (24), o Ministério Público Federal defendeu a manutenção do calendário do Sisu e afirmou que "as providências (tomadas pelo Inep e pelo MEC) para corrigir (as provas apontadas com erros) foram suficientes" e considera que "não se vislumbra, no momento, prejuízos concretos aos alunos que se submeteram ao Enem".

Para o advogado Saulo Stefanone Alle, especialistacpi das apostas esportivasdireito administrativo do escritório Peixoto & Cury, a "falhacpi das apostas esportivasuma amostragem razoável" das provas gera um "efeitocpi das apostas esportivasinsegurança, que leva as pessoas a colocarem toda a provacpi das apostas esportivassuspeição".

Essa sensaçãocpi das apostas esportivasinsegurança tem como consequência as ondascpi das apostas esportivasações coletivas, como a feita pela DPU, ecpi das apostas esportivasações individuais — nas quais, aponta o advogado, nem sempre é fácil para o aluno demonstrar que foi alvocpi das apostas esportivasinjustiça.

"O desafio é separar os fatos que justificam rever (as notas)", diz. "Porque o objetivo não é que o Judiciário resolva quem poderá ou não ser aprovado. Senão, não haverá prova pública que possa ser feita no Brasil sem que a Justiça seja acionada."

A BBC News Brasil questionou o Inep e a AGU especificamente acercacpi das apostas esportivascomo serão respondidos os emailscpi das apostas esportivasestudantes queixosos e as reclamaçõescpi das apostas esportivaspotenciais inconsistênciascpi das apostas esportivasnotas, mas não recebeu retorno até a publicação desta reportagem.

Em 20cpi das apostas esportivasjaneiro, o presidente do Inep, Alexandre Lopes, afirmara que "todas as providências (de correção) foram tomadas sem prejuízo a qualquer participante".

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