O que está por trás da alta recorde do risco-país, que mede a desconfiança do investidor estrangeiro sobre o Brasil:apostasesportiva

apostasesportiva Desde que as notícias a respeito do avanço global do coronavírus passaram a assustar o mercado financeiroapostasesportivatodo o mundo, piorou também a percepção do investidor estrangeiro a respeito do Brasil.

Nos primeiros diasapostasesportivamarço, os indicadores que medem a desconfiança estrangeira nas economias emergentes, como a brasileira, apontaram piora para além da alta do dólar e da queda do mercadoapostasesportivaações, que nesta segunda-feira (9) teve a pior desvalorização do século.

A BolsaapostasesportivaValoresapostasesportivaSão Paulo chegou a ter as negociações suspensas temporariamente após atingir 10%apostasesportivaqueda pouco depois do início do pregão — levando ao acionamento do mecanismo chamadoapostasesportivacircuit breaker. O Ibovespa, principal índice da Bolsa, fechou o diaapostasesportivaquedaapostasesportiva12,17%, caindo a 86.067 pontos, a maior baixa percentual diária desde 10apostasesportivasetembroapostasesportiva1998. .

Sóapostasesportivamarço, a percepçãoapostasesportivarisco medida pelo CDS (Credit Default Swap) aumentou 75%,apostasesportiva110 pontos para 193 pontos, segundo dados compilados pelo economista Joelson Sampaio, professor na EscolaapostasesportivaEconomiaapostasesportivaSão Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV EESP). Sóapostasesportivasexta para segunda-feira, o indicador aumentou 33%.

A BBC News Brasil ouviu economistas para entender, na prática, o que significa esta perdaapostasesportivaconfiança na economia brasileira.

Maneirasapostasesportivamedir

Além do CDS, outra maneiraapostasesportivamedir o risco país é pelo indicador EMBI+, calculado pelo bancoapostasesportivainvestimentos JP Morgan desde 2004 e que é um índice baseado nos bônus (títulosapostasesportivadívida) emitidos pelos países emergentes. Segundo o Ipeadata, o indicador começou o anoapostasesportiva218 pontos, chegou a bater os 252 pontos no fimapostasesportivafevereiro e 247 pontos no inícioapostasesportivamarço.

Na prática, o que o indicador sinaliza é o quanto a mais um investidor exigiria receberapostasesportivaum título brasileiro na comparação com o título dos EUA, considerado o mais seguro do mundo.

Os pontos calculam o spread soberano, que é a diferença entre a taxaapostasesportivaretorno dos títulosapostasesportivapaíses emergentes e a oferecida por títulos emitidos pelo Tesouro americano. O cálculo considera uma cestaapostasesportivatítulosapostasesportivacada país.

"O risco país mede o spread entre a taxa do bônus soberano público com um dado períodoapostasesportivavencimentoapostasesportivarelação a um título americano. O spread mostra o quanto você está disposto a bancar para ficar com o riscoapostasesportivalevar um default (calote)apostasesportivacimaapostasesportivaum papel", explica o professor do Insper, Fernando Ribeiro.

No período pré-eleitoralapostasesportiva2002, quando as incertezasapostasesportivarelação ao futuro do país eram grandes no exterior, o risco-país chegou a subir para 2.436 pontos.

Sampaio diz que, embora o risco-país seja um indicador importante para se analisar a postura dos investidores para além da Bovespa e do dólar, é uma medida muito volátil, que reageapostasesportivamaneira rápida e intensa. Não significa, por exemplo, que o aumento do risco país representará, na mesma intensidade, um impacto na economia real. "O mercado reage rápidoapostasesportivaforma intensiva, mas essa velocidade não reflete o lado real", diz. "Interessante é ter um poucoapostasesportivacautela".

Medo global

Para o economista Rodrigo De Losso, Ph.D.apostasesportivaeconomia pela UniversidadeapostasesportivaChicago (EUA) e professor titular da FEA/USP, a piora dos indicadoresapostasesportivarisco refletem majoritariamente a piora do cenário global. Embora a economia do Brasil esteja crescendo lentamente e o crescimentoapostasesportiva1,1% do PIB tenha decepcionado as expectativasapostasesportivagrande parte dos analistas, tal decepção já estava precificada.

De Losso destaca que, antes das notícias sobre o espalhamento global do coronavírus, o risco país vinha caindo a mínimas históricas. "Até dias atrás estávamos na menor diferença possível ao longoapostasesportivatodos esses anos.

Por causa do coronavírus e do petróleo, os agentes estão percebendo que o país está mais vulnerável, porque vai ter mais dificuldade para exportar, a China vai exportar menos e isso pode gerar uma dificuldade para o país", diz.

Ele pondera, inclusive, que ainda é preciso esperar para saber se a reação dos mercados é exagerada, ou se realmente o efeito do novo vírus levará a economia global ao riscoapostasesportivauma nova depressão.

Para Fernando Ribeiro, do Insper, o fatoapostasesportivao cenário global ser o principal elemento do noticiário econômico dos últimos meses não isenta a participação doméstica na percepçãoapostasesportivarisco dos investidores.

Para Ribeiro, o crescimento baixo da economia aliado à paralisação das reformas desde a reforma da Previdência também geram incertezaapostasesportivarelação à trajetória das contas públicas brasileiras.

"Eu acho que estamosapostasesportivauma sobreposiçãoapostasesportivadois elementosapostasesportivamal-estar: um lá fora e um doméstico", diz. "Se estivesse tudo bem no Brasil, o risco país subiria diante dessa turbulência global, mas não subiria tanto", analisa.

Diz que pesam contra o Brasil, além do desempenho fraco da economia, "um poder Executivo que se esmeraapostasesportivaentrarapostasesportivaembates com o poder legislativo e nãoapostasesportivaencaminhar uma agenda ao Congresso. E que foi se perdendo no caminho que tinha para a política econômica".

Ribeiro diz que, depois da reforma da Previdência, pouca coisa mudou no sentidoapostasesportivaacelerar a economia e melhorar o desempenho das contas públicas do Brasil. "Mas a sensação dos empresários é que você tinha que assumir com uma tônica para onde ir, começou a trilhar isso e depois parou. Uma economia que cresceu pouco, testa os limites da democracia".

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