Golpe a nacionalismo e impulso a cooperação: como crise do coronavírus pode afetar futuro global:apostas para os jogos de amanhã
- João Fellet
- Da BBC News Brasilapostas para os jogos de amanhãSão Paulo

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apostas para os jogos de amanhã A pandemia do novo coronavírus parece ainda estar no inícioapostas para os jogos de amanhãboa parte do mundo, mas já causou milharesapostas para os jogos de amanhãmortes, impactou a economia global e restringiu a circulaçãoapostas para os jogos de amanhãmilhõesapostas para os jogos de amanhãpessoas.
Enquanto médicos correm para tentar produzir uma vacina que combata o vírus Sars-Cov-2, pensadores debatem como a crise atual vai afetar as relações entre os países e as formasapostas para os jogos de amanhãgoverno mundo afora.
O novo coronavírus forçará governos nacionalistas — como o chefiado por Donald Trump nos EUA — a rever atitudes e buscar uma resposta coordenada com outras nações, uma vez que a pandemia tem ignorado fronteiras?
O aparente sucesso das rígidas medidas impostas pela China no combate à covid-19,apostas para os jogos de amanhãcontraste com a hesitaçãoapostas para os jogos de amanhãdemocracias ocidentais como EUA, Itália e Espanha, expõe que regimes autoritários estão mais preparados para lidar com desafios do mundo moderno?
Essas foram algumas das questões levantadas a partirapostas para os jogos de amanhãum artigo escrito no fimapostas para os jogos de amanhãfevereiro pelo filófoso italiano Giorgio Agamben.
Nas últimas décadas, Agamben se notabilizou por obrasapostas para os jogos de amanhãque analisou medidasapostas para os jogos de amanhã"estadoapostas para os jogos de amanhãexceção" adotadas por governos ocidentais sob a justificativaapostas para os jogos de amanhãcombater o terrorismo.
Segundo o filósofo, essas medidas — como a difusãoapostas para os jogos de amanhãdispositivosapostas para os jogos de amanhãcontroleapostas para os jogos de amanhãmídias digitais e o escaneamentoapostas para os jogos de amanhãaeroportos — acabaram se aplicando a todos os cidadãos, fazendo com que o estadoapostas para os jogos de amanhãexceção se tornasse a norma e abarcasse toda a sociedade.
Estadoapostas para os jogos de amanhãexceção como normal
Em um texto publicadoapostas para os jogos de amanhã25apostas para os jogos de amanhãfevereiro no jornal italiano Il Manifesto, Agamben avaliou que a pandemia do novo coronavírus estava reforçando a tendência "de se utilizar o estadoapostas para os jogos de amanhãexceção como paradigma normalapostas para os jogos de amanhãgoverno".
Ele criticou um decreto-lei publicado pelo governo italiano com uma sérieapostas para os jogos de amanhãmedidas para tentar conter a doença, como o fechamentoapostas para os jogos de amanhãescolas, a proibiçãoapostas para os jogos de amanhãeventos e o bloqueio a áreas afetadas.

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Segundo Agamben, as medidas haviam promovido uma "verdadeira militarização" do país, embora, segundo ele, a covid-19 fosse equivalente a uma "gripe normal".
Para o filósofo, autoridades e meiosapostas para os jogos de amanhãcomunicação italianos estavam espalhando "um climaapostas para os jogos de amanhãpânico" sobre a pandemia para justificar a adoçãoapostas para os jogos de amanhãmedidas restritivas.
"Parece que, por ter se esgotado o terrorismo como causaapostas para os jogos de amanhãmedidas emergenciais, a invençãoapostas para os jogos de amanhãuma epidemia poderia oferecer o pretexto ideal para estendê-las alémapostas para os jogos de amanhãtodos os limites", escreveu o filósofo.
Solidariedade global
O texto foi rebatido por vários acadêmicos, que discordaram da análiseapostas para os jogos de amanhãAgamben sobre a baixa periculosidade da pandemia.
Em um artigo no site The Philosophical Salon, mantido pela revista literária Los Angeles Review of Books, o filósofo esloveno Slavoj Žižek disse que a criaçãoapostas para os jogos de amanhãum pânico artificialapostas para os jogos de amanhãtorno da pandemia não seria do interesseapostas para os jogos de amanhãgovernos, pois perturbaria a economia e ampliaria o desgaste das autoridades perante a população.
"São claros os sinaisapostas para os jogos de amanhãque, não apenas as pessoas comuns, mas também os poderes estatais estãoapostas para os jogos de amanhãpânico, plenamente conscientesapostas para os jogos de amanhãnão serem capazesapostas para os jogos de amanhãcontrolar a situação", afirmou o esloveno.
Žižek reconhece que as quarentenas impostas pelos governos limitaram a liberdade, mas aponta para um possível desdobramento positivo da crise atual.

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Segundo ele, "a ameaçaapostas para os jogos de amanhãinfecção viral também deu um tremendo impulso a novas formasapostas para os jogos de amanhãsolidariedade local e global, alémapostas para os jogos de amanhãdeixar clara a necessidadeapostas para os jogos de amanhãcontrole sobre o próprio poder".
O filósofo cita, como prova da necessidadeapostas para os jogos de amanhãcontrole do poder, a atitudeapostas para os jogos de amanhãautoridadesapostas para os jogos de amanhãWuhan — cidade chinesa onde a doença surgiu — que omitiram informações iniciais sobre o surto, atrasando a adoçãoapostas para os jogos de amanhãmedidasapostas para os jogos de amanhãcontenção.
Resposta global
Žižek diz que a pandemia também pôsapostas para os jogos de amanhãxeque governos que tratam a soberania nacional como valor supremo e dão pouca atenção ao que ocorre foraapostas para os jogos de amanhãsuas fronteiras.
Afinal, diz ele, a Organização Mundialapostas para os jogos de amanhãSaúde (OMS) tem dito que somente uma resposta articulada globalmente permitirá um combate eficiente contra a pandemia.
"Esta epidemia pode ser evitada, mas apenas com uma abordagem coletiva, coordenada e abrangente que envolva todo o mecanismo do governo ", disse,apostas para os jogos de amanhã5apostas para os jogos de amanhãmarço, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Segundo Žižek, um dos governos mais pressionados pela pandemia é oapostas para os jogos de amanhãDonald Trump, que se elegeu com o slogan "América primeiro" e vinha dando pouca atenção a organismos internacionais, mas agora é cobrado a participar dos esforços globais para conter a pandemia.
Žižek diz que "a presente crise demonstra claramente como a solidariedade e a cooperação globais são do interesse da sobrevivênciaapostas para os jogos de amanhãcada umapostas para os jogos de amanhãnós, que é a única coisa racionalmente egoísta a se fazer."
Fim da globalização?
Em 8apostas para os jogos de amanhãmarço o economista Will Huton, diretor do Hertford College, da Universidadeapostas para os jogos de amanhãOxford, publicou no jornal britânico The Guardian um artigo intitulado "O coronavírus não acabará com a globalização, mas a mudará para muito melhor".
Nele, ele diz que, com a pandemia, "uma formaapostas para os jogos de amanhãglobalização não regulamentada eapostas para os jogos de amanhãlivre mercado, comapostas para os jogos de amanhãpropensão a crises e pandemias, certamente está morrendo".
"Mas outra forma que reconhece a interdependência e a primazia da ação coletiva baseadaapostas para os jogos de amanhãevidências está nascendo", afirmou.
Para Huton, haverá mais pandemias no futuro, e elas forçarão os governos a investir na saúde pública e a respeitar a ciência — assim como adotar providências semelhantes quanto às mudanças climáticas, ao cuidado dos oceanos, às finanças e à cybersegurança.
Compartilhamentoapostas para os jogos de amanhãinformações
Autor dos bestsellers Sapiens e Homo Deus, o historiador e filósofo israelense Yurval Harari publicou um artigo com conclusões semelhantes na revista Time,apostas para os jogos de amanhã15apostas para os jogos de amanhãmarço.
Nele, Harari afirma que muitas pessoas têm culpado a globalização pela pandemia do coronavírus e defendido "desglobalizar" o mundo — construindo muros, restringindo viagens e limitando o comércio — para evitar novas ocorrências desse tipo.

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Porém, diz ele, embora restriçõesapostas para os jogos de amanhãcurto prazo sejam essenciais para limitar a propagação do vírus, "o isolacionismo no longo prazo só levará ao colapso econômico, sem oferecer nenhuma proteção real contra doenças infecciosas".
"O real antídoto contra a epidemia não é segregação, mas cooperação", defende.
Segundo Harari, a história mostra que o compartilhamentoapostas para os jogos de amanhãinformações científicas e a solidariedade global são as principais armas para combater crises como esta.
Para o israelense, "a coisa mais importante que as pessoas precisam entender sobre essas epidemias é que a propagação da epidemiaapostas para os jogos de amanhãqualquer país ameaça a espécie humana inteira".
Ele afirma que, se pandemia ampliar as divisões e desconfianças entre os humanos, "será a maior vitória do vírus".
Já se ela provocar uma maior cooperação global, "será uma vitória não só contra o coronavírus, mas contra todos patógenos futuros".
EUA X China
As formas como a China e os EUA têm reagido à pandemia também têm sido analisadas por pensadores, que tentam prever como a crise atual afetará a disputa entre os dois países mais poderosos do mundo.
Gideon Rachman, principal colunistaapostas para os jogos de amanhãpolítica externa do jornal britânico Financial Times, publicouapostas para os jogos de amanhã16apostas para os jogos de amanhãmarço um artigo no qual diz que a China tem conseguido mudar as percepções sobreapostas para os jogos de amanhãreação à pandemia.
Inicialmente criticada por ter censurado e punido médicos que alertaram sobre a gravidade da covid-19, a China tem conseguido conter novas infecções após medidas drásticas adotadas pelo governo.
Por outro lado, a doença vem avançando rapidamente na Europa e nos EUA, gerando dúvidas sobre a capacidadeapostas para os jogos de amanhãreação dos governos ocidentais.
O númeroapostas para os jogos de amanhãmortos pela covid-19 na Itália, país europeu mais afetado pela pandemia, ultrapassouapostas para os jogos de amanhãmuito o totalapostas para os jogos de amanhãmortos na China, embora o país asiático tenha 23 vezes mais habitantes que o europeu e esteja exposto ao vírus há mais tempo.
Rachman afirma que,apostas para os jogos de amanhãparte, a relutânciaapostas para os jogos de amanhãeuropeusapostas para os jogos de amanhãadotar medidas duras contra a epidemia, permitindo que os casos se multiplicassem rapidamente, reflete "as dificuldades que democracias terãoapostas para os jogos de amanhãmanter restriçõesapostas para os jogos de amanhãestilo chinês por longos períodos".

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"Com a Espanha, a Itália e a França impondo duros controles sobre o movimento das pessoas, as capacidades administrativas e sociais da democracia europeia estão enfrentando um testeapostas para os jogos de amanhãestresse extraordinário", diz.
Para Rachman, os resultados distintosapostas para os jogos de amanhãchineses e países ocidentais no enfrentamento da epidemia farão com que "a crençaapostas para os jogos de amanhãque a China estáapostas para os jogos de amanhãascenção eapostas para os jogos de amanhãque o Ocidente estáapostas para os jogos de amanhãinexorável declínio ganhe novos adeptos".
O cenário também encorojará argumentos pró- autoritarismo e anti-democracia tanto na China quanto no Ocidente, diz ele.
"A última crise global - o colapso financeiroapostas para os jogos de amanhã2008 — desencadeou uma perda da autoconfiança ocidental e uma mudança do poder político e econômico para a China. A crise do coronavírusapostas para os jogos de amanhã2020 poderá forçar uma mudança muito maior na mesma direção", diz o analista.
Democracias bem-sucedidas na resposta
Racham ressalva, no entanto, que países democráticos na Ásia — como a Coreia do Sul, Singapura e Taiwan — também têm tido sucesso na contenção do vírus sem recorrer à paralisação total.
Esses países, diz o analista, aplicaram examesapostas para os jogos de amanhãdetecçãoapostas para os jogos de amanhãlarga escala e foram rápidosapostas para os jogos de amanhãadotar o distanciamento social - medidas que, segundo ele, os EUA e a União Europeia provavelmente levaram muito tempo para encampar.
Outra ressalva feita por Rachman é que, apesar do aparente sucesso chinêsapostas para os jogos de amanhãconter o vírus, o país ainda teráapostas para os jogos de amanhãresponder "como deixaram o vírus fugir do controleapostas para os jogos de amanhãprimeiro lugar, e o que vai acontecer quando as restriçõesapostas para os jogos de amanhãmovimento forem aliviadas".
Resposta dos EUA
Outro elemento a se considerar nos desdobramentos da crise é como os EUA reagirão, escrevem Kurt Campbell e Rush Doshiapostas para os jogos de amanhãartigo para a revista Foreign Affairs,apostas para os jogos de amanhã18apostas para os jogos de amanhãmarço.
Eles argumentam que a posição dos EUA como um líder global nas últimas sete décadas foi construída não sóapostas para os jogos de amanhãcimaapostas para os jogos de amanhãriqueza e poder, mas também naapostas para os jogos de amanhãcapacidade e disposiçãoapostas para os jogos de amanhãcoordenar reações a crises globais, na legitimidadeapostas para os jogos de amanhãsua governança doméstica e naapostas para os jogos de amanhãofertaapostas para os jogos de amanhãbens para outras nações.
"A pandemia do coronavírus está testando todos os três elementos da liderança dos EUA. Até agora, Washington está sendo reprovada no teste", afirmam.
Eles dizem que os EUA têm evitado assumir um papelapostas para os jogos de amanhãliderança global no enfrentamento da pandemia — postura distinta da adotada no governo Barack Obama durante a crise do ebola, na África,apostas para os jogos de amanhã2014.
Afirmam ainda que os EUA hoje dependemapostas para os jogos de amanhãimportações para suprir suas necessidadesapostas para os jogos de amanhãequipamentos e medicamentos contra a covid-19 e têm fracassadoapostas para os jogos de amanhãexaminar casos suspeitos.
"A China,apostas para os jogos de amanhãcontraste, tem promovido uma campanha diplomática intensa para reunir dúziasapostas para os jogos de amanhãpaíses e centenasapostas para os jogos de amanhãautoridades, geralmente por videoconferência, para compartilhar informações sobre a pandemia e lições da experiência da própria China no combate à doença", argumentam.
O país asiático é ainda o maior produtorapostas para os jogos de amanhãmáscaras e outros equipamentos usados contra a pandemia.
"Quando nenhum país europeu respondeu ao pedido urgente da Itália por equipamentos médicos eapostas para os jogos de amanhãproteção, a China publicamente se comprometeu a enviar mil ventiladores, 2 milhõesapostas para os jogos de amanhãmáscaras, 100 mil respiradores, 20 mil aventaisapostas para os jogos de amanhãproteção, e 50 mil kitsapostas para os jogos de amanhãexame", dizem.
A China também enviou equipes médicas e 250 mil máscaras ao Irã, alémapostas para os jogos de amanhãenviar equipamentos para a Sérvia. O fundador da Alibaba, gigante chinesaapostas para os jogos de amanhãcomércio eletrônico, se comprometeu a enviar kitsapostas para os jogos de amanhãexame e máscaras para os EUA, alémapostas para os jogos de amanhã20 mil kitsapostas para os jogos de amanhãexame e 100 mil máscaras para cada um dos 54 países africanos.
Os autores defendem que,apostas para os jogos de amanhãvezapostas para os jogos de amanhãse contrapor aos chineses na reação à pandemia, os EUA deveriam coordenar seus esforços com Pequim para desenvolver uma vacina contra a covid-19, socorrer a economia global, compartilhar informações, mobilizar indústrias para produzir equipamentos médicos e oferecer ajuda a outros países.
"No fim das contas, o coronavírus pode até servir como um alerta, promovendo o progresssoapostas para os jogos de amanhãoutros desafios globais que requerem a cooperação EUA-China, como as mudanças climáticas", diz o artigo.
"Esse passo não deve ser visto — e não seria visto pelo resto do mundo — como uma concessão ao poder chinês. Em vez disso, ele ajudaria a restaurar a fé no futuro da liderança americana."

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