Coronavírus:bwin nederlandmeio a medobwin nederlandcontágio e hospitais lotados, grávidas optam por parto domiciliar:bwin nederland

Advogada Juliana Rocha junto com o marido, Cleber, e o filho, Bernardo

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, 'Vencer uma pandemia não é uma das coisas que a gente imagina ao planejar a chegada do bebê', diz Juliana Rocha Sanchez Ribeiro, na foto com o marido, Cleber, e o filho, Bernardo

"Por voltabwin nederland10% das mulheres que estão com as nossas equipes para parto hospitalar estão nos perguntando se podem ter o partobwin nederlandcasa", diz à BBC News Brasil a obstetriz Ana Cristina Duarte, coordenadora do Coletivo Nascer, grupobwin nederlandobstetras e obstetrizes que atendem partos hospitalares humanizadosbwin nederlandSão Paulo, e diretora do Siaparto (Simpósio Internacionalbwin nederlandAssistência ao Parto).

Duarte afirma quebwin nederlandequipebwin nederlandparteiras, que cobre partos hospitalares humanizados, agora se prepara para atender partosbwin nederlandcasa diante da procura gerada pela pandemia.

Colapso do sistema hospitalar

"Acredito que vai chegar um momentobwin nederlandque os hospitais vão precisar disponibilizar mais quartos para atender quem realmente precisabwin nederlandum atendimento médicobwin nederlandurgência", ressalta Ribeiro, que está na 32ª semanabwin nederlandgestação.

"Por mais que tenha a lei do acompanhante (que garante à gestante o direito a acompanhante durante o parto), é um momento tão delicado que eu acho até difícil você exigir 'eu quero o meu marido aqui comigo', transitando livremente o tempo todo, enquanto tem gente ali precisandobwin nederlandsocorro para viver."

O fenômeno não se restringe a grávidas no Brasil. Nos Estados Unidos, que na quinta-feira (26/03) se tornaram o país com o maior númerobwin nederlandcasosbwin nederlandcovid-19 (a doença causada pelo novo coronavírus) no mundo, com maisbwin nederland100 mil infectados e maisbwin nederland1,5 mil mortes, parteiras relatam um enorme aumento na procura por partos domiciliares.

Mulheres grávidas

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Segundo especialistas, há número crescentebwin nederlandgestantes que decidiram fazer o partobwin nederlandcasabwin nederlandrazão do novo coronavírus

"Costumamos fazer entre seis e dez partosbwin nederlandcasa por mês. Somente na última semana, recebemos entre 30 e 40 telefonemas (de grávidas interessadas)", diz à BBC News Brasil a enfermeira obstetra Nannette Jenkins, da Riverside Midwifery,bwin nederlandBuckeystown, no Estadobwin nederlandMaryland.

"Não temos como aceitar todas. E não somos a única clínica na área, estamos todos sendo inundados por pedidos", salienta Jenkins.

Restrição a visitas e acompanhantes

Nos Estados Unidos, o medobwin nederlandcontaminação ebwin nederlandum sistemabwin nederlandsaúde sobrecarregado é agravado pelo fatobwin nederlandque hospitais estão restringindo visitantes. Em alguns casos, é permitido apenas um acompanhante, fazendo com que mulheres que planejavam a presençabwin nederlanduma doula no parto agora tenhambwin nederlandescolher entre a doula ou o parceiro.

No Estadobwin nederlandNova York, principal epicentro do coronavírus no país, com maisbwin nederland45 mil casos, algumas das principais redes hospitalares anunciaram nesta semana que nenhum acompanhante será permitido. Ou seja, as grávidas terãobwin nederlanddar à luz sem a presença do parceiro oubwin nederlandqualquer membro da família.

A decisão foi criticada por organizaçõesbwin nederlandobstetrizes, que alertam para o riscobwin nederlandque, sem poder ter o apoiobwin nederlandfamiliares ou doulas no hospital, muitas mulheres decidam na última hora ter o bebêbwin nederlandcasa, sem os preparativos necessários ou equipes especializadas, o que pode levar a complicações.

A obstetriz Nicole Cisneros Pegher, da South Shore Home Birth Midwifery,bwin nederlandNorwell, no Estadobwin nederlandMassachusetts, diz à BBC News Brasil que nos últimos dez dias recebeu maisbwin nederland20 pedidosbwin nederlandinformação sobre parto domiciliar.

"Pode não parecer muito, mas geralmente recebemos dois ou três por mês", afirma. "As mulheres estão assustadas."

Muitas estão planejando partos para as próximas semanas ou meses, mas Pegher ressalta que há casosbwin nederlandmulheres que decidiram ter o partobwin nederlandcasa apenas um dia antes do nascimento do bebê.

Partobwin nederlandcasa não é para todas

Parteiras ressaltam que mudançasbwin nederlandúltima hora são arriscadas e que o parto domiciliar costuma exigir mesesbwin nederlandpreparação e planejamento. Além disso, nem todas as mulheres são boas candidatas a esse tipobwin nederlandparto.

"Nós queremos ajudar as mulheres, mas também temosbwin nederlandser muito criteriosas", salienta Pegher. "O parto domiciliar é uma opção segura, mas não é para todas. É para mulheres com gravidez saudável, não para gravidezbwin nederlandalto risco."

Segundo Duarte, do Coletivo Nascer, o parto domiciliar é acompanhado por duas enfermeiras obstetras ou obstetrizes e envolve equipamentos específicos para garantir que,bwin nederlandcasobwin nederlandproblema, possam ser tomadas medidas emergenciais. Ela ressalta que é crucial que as profissionais que vão atender o partobwin nederlandcasa sejam treinadas e equipadas.

Uma das preocupações, diz Duarte, é que, se muitas mulheres começarem a optar por parto domiciliar devido à pandemia, equipes pouco treinadas ou com pouca experiênciabwin nederlandemergências possam colocarbwin nederlandrisco a saúde da mãe e do bebê.

Gestante com máscarabwin nederlandproteção

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Em Nova York, principal epicentro do novo coronavírus nos EUA, mulheres não poderão ter nenhuma companhia no parto durante a pandemia

"Também precisamosbwin nederlandum sistemabwin nederlandsaúde que possa comportar as transferências (para hospital,bwin nederlandcasobwin nederlandemergência)", salienta Duarte.

O ginecologista Ricardo Tedesco, professorbwin nederlandobstetrícia da Faculdadebwin nederlandMedicinabwin nederlandJundiaí, disse à BBC News Brasil que tem ouvidobwin nederlandmuitasbwin nederlandsuas pacientes a preocupaçãobwin nederlandrelação ao coronavírus, mas salienta que os hospitais estão se organizando para separarem os pacientes com covid-19bwin nederlandoutras alas.

"Não sou favorável ao parto domiciliar, por considerá-lobwin nederlandmais risco", diz Tedesco. "Acho que, quando se coloca na balança essa alternativa frente à possibilidadebwin nederlandum serviço comprometido, com uma demanda grande por causa do coronavírus, ainda assim o serviço hospitalar é melhor."

Tedesco salienta que, para quem optar pelo partobwin nederlandcasa, é importante estar próximo a um hospital,bwin nederlandcasobwin nederlandcomplicações. "Para uma paciente que tem hemorragia pós-parto, ou um parto difícil, talvez seja pior chegar a um pronto-socorro numa situaçãobwin nederlandurgênciabwin nederlandrelação a essa exposição ao coronavírus, do quebwin nederlandforma planejada (no caso do parto já feito no hospital)."

Distância do hospital

Duarte afirma que, para parto domiciliar, a distância adequada ébwin nederlandaté 20 minutos entre a residência e um hospital. Mas é necessário que esse hospital tenha uma equipebwin nederlandanestesistas, obstetras e outros profissionais para atender a grávidabwin nederlandcasobwin nederlandemergência.

A turismóloga Carolina Ribeiro Kahl,bwin nederland35 anos, trabalha na área comercialbwin nederlandempresas aéreas e morabwin nederlandGuarulhos, a 20 minutosbwin nederlanddistânciabwin nederlandum hospital. Com 37 semanasbwin nederlandgestação, ela espera o nascimento do segundo filho, Theo, para meadosbwin nederlandabril. Assim como Juliana Ribeiro, também planejava um parto hospitalar humanizado com o Coletivo Nascer.

"Estava tudo certo. Até que apareceu o coronavírus", disse Kahl à BBC News Brasil. "O medo não é tanto pelo contágio, porque sei que o hospital está separando as alasbwin nederlandmaternidade das alasbwin nederlandatendimento da população. O problema é que, quando eu entrarbwin nederlandtrabalhobwin nederlandparto, pode ser que o sistema estejabwin nederlandcolapso."

Kahl conta que, diante da pandemia, ela, o marido, Vinícius, e a filha, Melissa,bwin nederlandoito anos, já estão se acostumando à ideiabwin nederlandreceber o novo membro da famíliabwin nederlandum partobwin nederlandcasa. "É algo que sempre achei muito bonito, mas não tinha colocado na minha cabeça, porque estou um pouco distantebwin nederlandhospitaisbwin nederlandreferência", destaca.

Carolina Ribeiro, grávida, junto com o marido e a filha
Legenda da foto, Carolina Ribeiro Kahl, na foto com o marido, Vinícius, e a filha, Melissa, espera a chegada do segundo filho, Theo, para meadosbwin nederlandabril e teme que, até lá, o sistema hospitalar possa ter entradobwin nederlandcolapso devido ao coronavírus.

"Sabemos que existem riscos, mas estou passando por uma gravidez extremamente saudável, o bebê está bem. Mas, claro, a gente tem um receio natural."

A ansiedade das grávidas é agravada pelo fatobwin nederlandque ainda há muitas dúvidas sobre o impacto da covid-19bwin nederlandgestantes ebwin nederlandrecém-nascidos. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), ainda não há evidênciasbwin nederlandque grávidas tenham risco mais alto que o resto da população, mas os estudos até agora são limitados.

Também ainda não se sabe, segundo a OMS, se grávidas com covid-19 podem passar o vírus para o bebê durante a gravidez ou o parto. "Até o momento, o vírus não foi encontradobwin nederlandamostrasbwin nederlandlíquido amniótico ou leite materno", diz a organização.

Custos

Um dos desafios para quem quer um parto domiciliar é o custo, que não é coberto completamente por planosbwin nederlandsaúde nos Estados Unidos nem no Brasil. Tanto Kahl quanto Ribeiro calculam que o partobwin nederlandcasa vá custarbwin nederlandtornobwin nederlandR$ 6,6 mil.

Nos Estados Unidos, o custo varia conforme o Estado. Em Massachusetts, segundo Nicole Cisneros Pegher, custa cercabwin nederlandUS$ 5 mil (aproximadamente R$ 25 mil reais). Um parto hospitalar nos Estados Unidos pode custar o quádruplo, mas é coberto pelo planobwin nederlandsaúde, ao contrário do partobwin nederlandcasa.

A enfermeira obstetra Máiri Breen Rothman, diretora da MAMAS,bwin nederlandTakoma Park, no Estadobwin nederlandMaryland, conta que aumentou muito o númerobwin nederlandmulheres que a contatam interessadasbwin nederlandparto domiciliar. Algumas queriam parto hospitalar mas mudarambwin nederlandplanos por causa do coronavírus. Outras, já tinham vontadebwin nederlandter um partobwin nederlandcasa, mas achavam muito caro. Diante da pandemia, decidiram arcar com os custos extras.

"É triste, porque quem não tem dinheiro para cobrir os custos fica sem essa opção", diz Rothman à BBC News Brasil.

Para as grávidas, a pandemia mudou não apenas o planejamento do parto, mas toda a experiência da gravidez. "Quando a gente está planejando a chegadabwin nederlandum bebê, coloca um montebwin nederlandcoisas na lista, e vencer uma pandemia não é uma das coisas que a gente imagina para um finalbwin nederlandgestação", diz Ribeiro.

Ela conta que tevebwin nederlandcancelar planosbwin nederlandreunir amigos e familiares para um chábwin nederlandfraldas. O enxoval, que havia deixado para a última hora, por causa do orçamento, agora terábwin nederlandser comprado pela internet. "O mínimo do mínimo, porque também não é o momentobwin nederlandficar gastando muito."

Ribeiro também lamenta que, quando Vinícius nascer, provavelmente não poderá conhecer os avós inicialmente. "Minha mãe tem 63 e meu pai tem 64. Meus sogros têm maisbwin nederland70. A orientação é não ter contato com os idosos", observa. "Vamos terbwin nederlandesperar essa crise passar."

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