É possível falarfreebet de aniversário'cura' para o coronavírus?:freebet de aniversário

Dificuldades encontradas pelo mundo, como a faltafreebet de aniversáriotestes para o coronavírus, também fazem com que existam diferentes critérios para se falarfreebet de aniversáriocura ou recuperação.

Critério clínico ou virológico

Países como o Brasil vivem um gargalo para aumentar a testagem para o coronavírus na população — e, portanto, para cumprir o pedido da OMSfreebet de aniversárioque todos os casos suspeitos sejam testados, uma medida vista como essencial para frear o alastramento do vírus.

Um dos principais meios para detectar o vírus é o teste molecular chamado RT-PCR. Ele detecta o material genético do novo coronavírusfreebet de aniversárioamostrasfreebet de aniversáriosecreções coletadas do nariz ou da gargantafreebet de aniversáriouma pessoa.

Hoje, o Ministério da Saúde diz que a prioridade é da testagemfreebet de aniversárioRT-PCRfreebet de aniversáriocasosfreebet de aniversáriodoentes graves.

Quadros com sintomas mais leves são diagnosticados por critério clínico — ou seja, a consideração do históricofreebet de aniversáriocontato e da existênciafreebet de aniversáriosintomas, como febre associada a tosse, dorfreebet de aniversáriogarganta, coriza ou dificuldade respiratória.

Assim, se nem os pacientes com suspeita da doença estão sendo submetidos a testes moleculares no país, os que têm se recuperado da covid-19 tampouco são, por regra, testados para verificar se estão mesmo livres da doença.

É mais uma vez o critério clínico, e não a testagem, que está sendo usado, com algumas exceções, para definir uma recuperação.

Isso é usual para doenças como a covid-19,freebet de aniversárioacordo com Bruce Ribner, diretor médico da Unidadefreebet de aniversárioDoenças Transmissíveis Graves do Hospital da Universidadefreebet de aniversárioEmory, nos Estados Unidos.

"Essa é a definição que se usa na maioria dos casos que uma pessoa tem uma infecção viral, como por exemplo a influenza. Não fazemos nenhum teste", descreveu Ribner à BBC News Mundo, serviçofreebet de aniversárioespanhol da BBC.

A BBC News Brasil perguntou na semana passada à assessoriafreebet de aniversárioimprensa do Ministério da Saúde como são definidos casosfreebet de aniversáriopessoas recuperadas do coronavírus no país, mas não teve resposta.

A Universidade Johns Hopkins, que mapeia os números apresentados no início da reportagem, também não detalhou como classifica casos "recuperados", afirmando por e-mail apenas que faz a estimativa a partirfreebet de aniversárionotícias da mídia localfreebet de aniversáriodiferentes países.

Mas secretariasfreebet de aniversárioSaúdefreebet de aniversárioEstados brasileiros, como a do Distrito Federal, confirmaram que estão definindo a cura por critério clínico, sem a necessidadefreebet de aniversárioteste.

"Após o períodofreebet de aniversárioquarentena, estipuladofreebet de aniversário14 dias, se o paciente não apresentar mais nenhum sintoma da doença, ele é considerado curado", disse a Secretariafreebet de aniversárioComunicação do Distrito Federal à BBC News Brasil.

O primeiro caso dito curadofreebet de aniversárioum paciente internado com coronavírus no Brasil foi anunciadofreebet de aniversário13freebet de aniversáriomarço, ofreebet de aniversárioum homem que ficou no hospital Israelita Albert Einstein,freebet de aniversárioSão Paulo.

Procurado pela reportagem, o hospital afirmou que também utiliza um protocolo baseado no quadro clínico: "Após 14 dias do diagnóstico laboratorial, o paciente deve estar sem febre há 3 dias, sem usofreebet de aniversárioantitérmicos e melhora dos sintomas respiratórios (tosse, faltafreebet de aniversárioar, odinofagia, popularmente chamadafreebet de aniversáriodorfreebet de aniversáriogarganta)."

Entretanto, o hospital diz que pretende "associar ao critério clínico acima o examefreebet de aniversáriobiologia molecularfreebet de aniversárioamostras respiratóriasfreebet de aniversárioduas oportunidades com intervalo superior a 24 horas, demonstrando a cura virológica no caso dos testes negativos", mas que a limitaçãofreebet de aniversáriotestes disponíveis impediu até a agora a implementação disso.

De acordo com Fernando Gattifreebet de aniversárioMenezes, infectologista do Albert Einstein, eventuais testes para verificar recuperação da covid-19 devem ser feitos após a melhora do quadro clínico — já que, se realizados enquanto a pessoa ainda tiver sintomas, a probabilidade do teste dar positivo é muito alta.

Uma pessoa sem sintomas pode continuar transmitindo o coronavírus?

Gatti afirmou,freebet de aniversárioemail enviado pela assessoria do hospital à BBC News Brasil, que a confirmação da recuperação pelo diagnóstico molecular é importante "para avaliar potenciais pacientes que permanecem excretando o vírus e, portanto, potenciais transmissores".

Ainda assim, estes testes também podem ter falhas: "É muito importante frisar que a positividade do teste molecular depende da forma como se coleta, transporte e técnica laboratorial, portanto, também é passívelfreebet de aniversáriofalsos negativos."

Bruce Ribner também alerta que, hoje, o diagnóstico clínico não é suficiente para garantir que um paciente não carregue o vírus.

"Se este vírus se comportar como os demais coronavírus", diz Ribner, é muito possível que "pessoas que se sintam perfeitamente bem ainda possam ter o vírus nas secreções do nariz ou saliva vários dias depoisfreebet de aniversárioter observado melhora".

Apesarfreebet de aniversáriose saber que os primeiros diasfreebet de aniversárioinfecção são aqueles com maior perigofreebet de aniversáriotransmissão do novo coronavírus, ainda estáfreebet de aniversárioestudo por quanto tempo o vírus pode ser encontrado no corpo e, mais do que isso, até quando dura seu potencialfreebet de aniversáriotransmissão para outras pessoas.

Um estudo considerando casosfreebet de aniversárioWuhan, cidade chinesafreebet de aniversárioque o vírus começou a infectar pessoas, mostrou que o vírus era detectávelfreebet de aniversáriooito a 37 diasfreebet de aniversárioinfecção, a depender do paciente.

Benedito da Fonseca, professor da Faculdadefreebet de aniversárioMedicinafreebet de aniversárioRibeirão Preto da Universidadefreebet de aniversárioSão Paulo (USP), reforça porém que ter o vírus detectado não quer dizer que ele é transmissível.

"Alguns trabalhos estão mostrando que mesmo depoisfreebet de aniversáriodez, 20 dias, o paciente com melhora clínica testa positivo. Isso não significa necessariamente que ele seja infeccioso. Por quê? O PCR detecta o genoma do vírus, e esse genoma pode estar dentrofreebet de aniversáriouma célula inativada, junto com anticorpos (que conseguem neutralizar a infecção)", aponta o infectologista, que tem doutoradofreebet de aniversáriovirologia molecular pela Universidade Yale, nos EUA.

Considerando a limitaçãofreebet de aniversáriotestes e insumos, Fonseca defende que os testes moleculares sejam usados principalmente para o diagnóstico inicial da doença. Como orientação geral, ele acredita que utilizar o PCR para verificar a recuperaçãofreebet de aniversáriopacientes é desnecessário.

Neste caso, pode ser mais benéfico o uso dos chamados testes sorológicos, aqueles que identificam anticorpos produzidos pelo organismo contra o vírusfreebet de aniversárioamostrasfreebet de aniversáriosangue.

Por darem resultadofreebet de aniversário15 a 30 minutos, eles são conhecidos também como testes rápidos. No Brasil, eles estão sendo distribuídos para profissionaisfreebet de aniversáriosaúde efreebet de aniversáriosegurança, com o objetivofreebet de aniversáriogarantir que estão aptos a trabalhar.

Os testes sorológicos têm no entanto limitações, como a sensibilidadefreebet de aniversáriodetecção mais baixa que os testes moleculares. Os testes rápidos também não servem para o diagnóstico no início da doença, uma vez que o organismo leva cercafreebet de aniversáriosete dias para desenvolver anticorpos contra um vírus.

Por isso, podem justamente ser úteis para acompanhar casosfreebet de aniversáriopessoas diagnosticadas com covid-19 que não têm mais sintomas.

A pessoa 'curada' fica imune ao vírus?

Está a todo vapor na Ciência a busca por respostas para a incógnita sobre se, e por quanto tempo, uma pessoa fica protegida do coronavírus após uma primeira infecção.

Como a covid-19 existe há apenas alguns meses, faltam dados robustos para dar esta resposta — mas ela é essencial para o desenvolvimentofreebet de aniversáriotratamentos e para a compreensão da doença a longo prazo.

"Se for similar a outros coronavírus como o do Sars (siglafreebet de aniversárioinglês para Síndrome Respiratória Aguda Grave) ou Mers (Síndrome Respiratória do Oriente Médio), a pessoa que se infecta provavelmente não voltará a ficar doente", aponta Bruce Ribner, da Universidadefreebet de aniversárioEmory.

"Para infecções como essas, a duração (da proteção) pode serfreebet de aniversárioum ano ou dois. Mas para outras, como o sarampo, se você a teve nunca mais terá."

No entanto, para o novo coronavírus, há relatos pelo mundofreebet de aniversárioseu "retorno"freebet de aniversárioum mesmo paciente — como uma pessoafreebet de aniversário70 anos no Japão que teve alta, voltou a ter febre e foi diagnosticada novamente com a covid-19.

Pesquisadores ponderam, todavia, que casos assim podem na verdade incluir falsos negativos no momento da alta; ou um retorno temporário da doença,freebet de aniversáriovezfreebet de aniversáriouma nova infecção. De qualquer maneira, isso pode indicar que o vírus fica no corpo mais tempo do que se imaginava.

"Em geral, esse coronavírus imuniza a população, mas talvez a resposta imune (do corpo) não seja muito forte", explicou o virologista espanhol Luis Enjuanes, pesquisador do Conselho Superiorfreebet de aniversárioInvestigações Científicas (CSIC), à BBC News Mundo.

"Então, quando essa resposta imunológica diminui, o vírus, que ficafreebet de aniversárioalgum reservatório do corpo, reaparece", explica ele.

"O padrão é que uma pessoa infectada teriafreebet de aniversáriose tornar zero positiva, ou seja, gerar imunidade. E que, com a imunidade, o vírus não deveria ressurgir, mas o agente infeccioso pode ficarfreebet de aniversáriotecidos especiais — que não estão tão expostos à defesa (pelo organismo) como outros órgãos", explica.

Presidente da Sociedade Brasileirafreebet de aniversárioVirologia, o pesquisador Fernando Spilki reforça que ainda são necessários mais estudos não só sobre a possibilidadefreebet de aniversárionovas infecçõesfreebet de aniversárioum mesmo paciente, mas também sobre a capacidadefreebet de aniversáriotransmissão nesses casos — já que há relatosfreebet de aniversárioque o paciente pode excretar o vírus após a melhora clínica, ainda quefreebet de aniversáriocargas mais baixas que o normal.

"A proteção contra novas infecções, mesmo que sem sinais clínicos, ainda é um tema que temfreebet de aniversárioser melhor estudadofreebet de aniversáriohumanos. Em animais experimentais, se detectou que há uma proteção contra a maioria dos sinais clínicos na reinfecção, mas é necessário entender melhor a importância disso quanto à transmissão", diz Spilki, doutorfreebet de aniversáriogenética e biologia molecular.

Há tratamento específico para o vírus?

Além da discussão sobre os pacientes "curados" ou recuperados, está o fatofreebet de aniversárioque médicos e cientistas consideram que, hoje, não há uma cura para a covid-19 — ou seja, um tratamento específico para a doença. O que existe é o cuidadofreebet de aniversárioseus sintomas.

"Embora alguns remédios da medicina ocidental, tradicionais ou domésticos possam proporcionar conforto e aliviar os sintomas da covid-19, não há evidênciasfreebet de aniversárioque a medicina atual possa prevenir ou curar a doença", diz o site informativo da OMS.

"A OMS não recomenda a automedicação com nenhum medicamento, incluindo antibióticos, como prevenção ou cura para o COVID-19. No entanto, existem vários ensaios clínicosfreebet de aniversárioandamento que incluem tratamentos ocidentais e tradicionais", reconhece a organização.

A organização reforça ainda que "maioria das pessoas que são infectadas com a doença consegue se recuperar e eliminar o vírusfreebet de aniversárioseus corpos".

Hoje, a estimativa da OMS é que 3,4% das pessoas infectadas pelo vírus morrem, mas alguns cientistas estimam que esse índice girefreebet de aniversáriotornofreebet de aniversário1%.

*Com informações da BBC News Mundo

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