Demoramelhores odds para apostar hojetestemelhores odds para apostar hojecovid-19 impede mãemelhores odds para apostar hojevelar filho com microcefalia: 'Nem pude ver sendo postomelhores odds para apostar hojecaixão':melhores odds para apostar hoje
- Ligia Guimarães
- Da BBC News Brasilmelhores odds para apostar hojeSão Paulo

Crédito, Arquivo Pessoal
Inamá e Arthur, que nasceu com a síndrome da zika e morreumelhores odds para apostar hojepneumonia aos três anosmelhores odds para apostar hojeidade
melhores odds para apostar hoje Faz pouco maismelhores odds para apostar hojeuma semana que o maior pesadelo da cearense Maria Inamá Araújo Santiago, 32 anos, virou realidade. Seu filho caçula, Arthur, faleceu aos três anos e dois mesesmelhores odds para apostar hojeidade com suspeitamelhores odds para apostar hojecovid-19 na noitemelhores odds para apostar hoje31melhores odds para apostar hojemarço, após 8 diasmelhores odds para apostar hojeinternaçãomelhores odds para apostar hojeum hospitalmelhores odds para apostar hojeFortaleza, no Ceará.
Um dia após enterrar o filho com todas as restrições do protocolo funerário para pacientes mortos pela doença - à distância,melhores odds para apostar hojecaixão fechado, sem velório e sem roupas, já que ninguém pôde tocarmelhores odds para apostar hojeseu corpo depois que saiu da UTI - , veio o resultado do teste: negativo. O laudo apontou que foi uma pneumonia, e não o novo coronavírus, a causa da morte do menino.
A notícia, ainda que tardiamente, trouxe algum alívio para a família, segundo a mãe. "Fiquei aliviada pelo fato de, graças a Deus, ele não ter sido acometido por mais um vírus", diz ela, acrescentando que o medomelhores odds para apostar hojeinfectar o menino pressionou toda a família.
"Minha filha mais velha foi a que apresentou os primeiros sintomas, e ficou todo mundomelhores odds para apostar hojecima, com medomelhores odds para apostar hojeque ela passasse para o Arthur, para ela usar máscara, para não entrarmelhores odds para apostar hojecontato com ele. Fico feliz que ela não vai precisar carregar essa culpa."
A históriamelhores odds para apostar hojeInamá e Arthur tinha sido marcada por uma outra epidemia global: a do vírus da zika, doença cujos sintomas a mãe identificou ainda durante a gravidez na cidademelhores odds para apostar hojeMaracanaú, municípiomelhores odds para apostar hoje209 mil habitantes na região metropolitana da capital cearense, onde mora com o marido e três filhas. A cidade tem 20 casos confirmados da covid-19, segundo a Secretariamelhores odds para apostar hojeSaúde do Estado do Ceará (Sesa).
Arthur nasceu com microcefalia e outras alterações causadas pela síndrome congênita da zika que limitavam o desenvolvimento da criança, tanto física quanto intelectualmente. O mais grave e constante eram os problemas respiratórios: a pneumonia que matou Arthur, a mais fortemelhores odds para apostar hojetodas, foi a sétima que o menino tevemelhores odds para apostar hojevida, lembra a mãe.
A notíciamelhores odds para apostar hojeque não era covid-19 a causa da morte do menino, veio tarde demais para evitar o que, para a mãe, é uma das lembranças mais traumáticas relacionadas à perda. Depoismelhores odds para apostar hojeseis dias sem ter tocadomelhores odds para apostar hojeum fiomelhores odds para apostar hojecabelo sequer do filho e vendo-o apenas uma hora por dia atravésmelhores odds para apostar hojeuma vidraça, internado na UTI, Arthur foi enterrado também à distância da família, sem velório e sem roupas, já que a funerária recusou-se a vesti-lo. Ele foi colocado nu no pequeno caixão, sob riscomelhores odds para apostar hojeinfecção.
A última imagem que a mãe teve do filho, ainda que sem tocá-lo, foi a do seu corpo sem vida levadomelhores odds para apostar hojeuma maca para a capela do hospital, quarta-feira (1).
"Vim para casa na terça-feira (31) já sabendo que ele poderia morrer a qualquer momento, a pressãozinha dele estava baixa e os órgãos estavam entrandomelhores odds para apostar hojefalência. Os médicos sempre foram muito sinceros comigo. Quando foi umas 23h30 me ligarammelhores odds para apostar hojelá, dizendo 'mãe, venha pra cá, que a notícia não é boa'. Fui para lá rapidamente e, infelizmente, era a notícia que eu já esperava", lembra.
"Às 7h da manhã fomos pegar o corpinho dele, e eu levei uma roupinha. Falaram não, a gente não vai poder vestir a roupa no seu filho, a gente não pode tocar o corpo dele. Ele vai para o caixão do jeito que ele está lá. O corpo estava na capela trancado e eu não pude nem ver o pessoal colocando o corpo dele no caixão".
Inamá diz entender que as restrições fazem parte do protocolomelhores odds para apostar hojesaúde relacionado à doença. Ele foi internado com febre e faltamelhores odds para apostar hojeoxigênio. Mas ela defende que medidas simples por parte dos médicos e técnicos que trabalham no atendimento podem poupar outras famílias do mesmo sofrimento.
"Eu disse 'poxa, porque vocês não me pediram para eu levar roupa na UTI, porque a partir do momento que ele saísse da UTI ninguém poderia tocar mais no corpo dele mais'? Meu inocente foi enterrado peladinho", lamenta a mãe, que diz que temeu pelo pior quando viu que o estado do menino só piorava.
"Me foi dito que o resultado do exame saíamelhores odds para apostar hoje48 horas. Eu dizia 'doutor, pelo amormelhores odds para apostar hojeDeus, o meu filho está indo embora. Vamos dar prioridade nesse exame, não porque ele é uma criança especial, mas porque ele está morrendo'", conta. "Eu sou uma mãe, eu cuidava dessa criança 24 horas por dia, ele era o ar que eu respirava. Nos últimos 6 dias da vida dele (a partir do momentomelhores odds para apostar hojeque ele foi internado na UTI) eu não pude tocarmelhores odds para apostar hojenenhum fiomelhores odds para apostar hojecabelo do meu filho."

Crédito, Arquivo pessoal
Inamá diz que demora no teste tirou seu direitomelhores odds para apostar hojeenterrar o filho: "Ele era muito amado".
"Por isso eu aceitei falar sobre isso. Para mostrar e evitar que isso aconteça com outras pessoas. Que esses laboratórios entendam que não são só númerosmelhores odds para apostar hojedemanda, são pessoas", diz. "Foram nove dias para sair o resultado."
Procurada pela reportagem, a Sesa, por meio do Laboratório Centralmelhores odds para apostar hojeSaúde Pública do Ceará (Lacen) informou que, desde o primeiro casomelhores odds para apostar hojecovid-19, o Lacen trabalha para emitirmelhores odds para apostar hojetempo hábil os laudos dos casos suspeitos da patologia.
"Inicialmente, a demanda eramelhores odds para apostar hojeaté 100 exames por dia, subindo para 500 no dia 18melhores odds para apostar hojemarço", explica,melhores odds para apostar hojenota. "O empréstimomelhores odds para apostar hojedois equipamentos da Unidade Federal do Ceará permitiu que o númeromelhores odds para apostar hojeexames aumentasse para 320 por dia, incluindo os testes inconclusivos, que chegam a 10% e precisam ser repetidos."
A Sesa estima que, entre 30 a 60 dias, a capacidade para realizaçãomelhores odds para apostar hojeexames laboratoriais será triplicada, e serão priorizados os examesmelhores odds para apostar hojepacientes internadosmelhores odds para apostar hojeUTIs e enfermaria,melhores odds para apostar hojeprofissionaismelhores odds para apostar hojesaúde emelhores odds para apostar hojepessoas que vieram a óbito com suspeita da doença. O Ceará tem, até o dia 9melhores odds para apostar hojeabril, 1387 casos confirmados do novo coronavírus, com 53 mortos. Além do novo coronavírus, o Ceará também passa por um surtomelhores odds para apostar hojeH1N1.
Coronavírus causa medo e preocupaçãomelhores odds para apostar hojemãesmelhores odds para apostar hojefilhos com síndrome da zika
Considerada uma epidemia global pela Organização Mundialmelhores odds para apostar hojeSaúde (OMS)melhores odds para apostar hoje2016, a zika atingiu predominantemente famíliasmelhores odds para apostar hojebaixa renda, que trabalham na informalidade e moram nas periferias do Nordeste,melhores odds para apostar hojeregiões com saneamento precário e grande presençamelhores odds para apostar hojemosquitos.
Os cuidados com o filho vítima da síndrome congênita do vírus Zika transformam-semelhores odds para apostar hojeatividademelhores odds para apostar hojetempo integral da maioria das mães, que precisam deixarmelhores odds para apostar hojetrabalhar. Para monitorar a saúdemelhores odds para apostar hojeArthur, Inamá operavamelhores odds para apostar hojecasa aparelhos como uma profissionalmelhores odds para apostar hojeenfermagem: oxímetro para medir a taxamelhores odds para apostar hojesaturação no sangue, oxigênio quando faltava ar para o filho e aspirador, quando ele engasgava.
O maridomelhores odds para apostar hojeInamá tem 46 anos e trabalha como motoristamelhores odds para apostar hojeônibus fretado, atividade que não parou durante o isolamento social. "Todo dia ele chegavamelhores odds para apostar hojecasa e já tirava as roupas e deixava no quintal, com medomelhores odds para apostar hojepassar alguma coisa para o filho. Redobramos os cuidados para que não atingisse o Arthur."
A notícia sobre a morte do pequeno Arthur se espalhou rapidamente pelos gruposmelhores odds para apostar hojeWhatsApp que reúnem mãesmelhores odds para apostar hojecrianças com a síndrome da zikamelhores odds para apostar hojediversos Estados do Nordeste, aumentando o medomelhores odds para apostar hojeque uma nova doença coloque as vidasmelhores odds para apostar hojeseus filhosmelhores odds para apostar hojerisco. As notícias sobre a nova doença causaram grande preocupação e medo.
E esse medo se justifica, na opinião do neurologista infantil André Pessoa, do hospital Albert Sabin, que considera que as crianças com a síndrome da zika são, sim, um grupomelhores odds para apostar hojerisco também para a covid-19, principalmentemelhores odds para apostar hojerazão dos muitos problemas respiratórios, dificuldade para engolir e desnutrição, características comuns às crianças com a síndrome.
"Eu não tenho dúvidamelhores odds para apostar hojeque eles são populaçãomelhores odds para apostar hojerisco para uma evolução grave da covid-19", afirma Pessoa, pesquisador com uma sériemelhores odds para apostar hojeartigos publicados a respeito da zika, inclusivemelhores odds para apostar hojeparcerias com o Centromelhores odds para apostar hojeControle e Prevençãomelhores odds para apostar hojeDoenças dos Estados Unidos.

Crédito, Arquivo pessoal
Luciana, da associaçãomelhores odds para apostar hojemães, e os cuidados com a filha Ana Lis: "Não saiomelhores odds para apostar hojecasa"
"A principal causamelhores odds para apostar hojemortalidade entre essas crianças é a pneumonia aspirativa, porque todos os pacientes avaliados até o momento tem disfagia, dificuldademelhores odds para apostar hojedeglutição. A comida entra mas vai para o caminho errado: a comida entra, masmelhores odds para apostar hojevezmelhores odds para apostar hojeir para o estômago, vai para o pulmão".
Rotina rígida para proteger criança
Luciana Arraes, da Associação Filhosmelhores odds para apostar hojeBênçãos, que reúne mãesmelhores odds para apostar hojecrianças com a síndrome da zika no Ceará, mora com marido, mãe e filhamelhores odds para apostar hojeApuiarés, no interior do Ceará. Todos adotaram uma rotina muito rígidamelhores odds para apostar hojeisolamento e higienização para proteger a pequena Ana Lis,melhores odds para apostar hoje4 anos.
"Eu estava há 14 dias sem sairmelhores odds para apostar hojecasa, só quem saía era meu esposo e, quando saía, fazia toda a higienização, lavava todas as embalagens, frutas e verduras para entrarmelhores odds para apostar hojecasa, e ia direto para o banho. Só tive que retornar ao trabalho por um dia", afirma ela, que trabalha como agentemelhores odds para apostar hojemicrocrédito urbano e entroumelhores odds para apostar hojeférias. "Nem no quintal a gente vai. Aqui não tem casos confirmados, mas os testes demoram tanto para sair que pode ter e a gente não sabe".
"Da minha família, só uma pessoa saimelhores odds para apostar hojecasa quando é estritamente necessário e, quando chegam, realiza todo o processomelhores odds para apostar hojehigienização". Arraes diz que outro temor das mães é que, diante da escassezmelhores odds para apostar hojeequipamentos e recursos para atendimento, seus filhos sejam preteridosmelhores odds para apostar hojefavormelhores odds para apostar hojeadultos mais saudáveis.
Pessoa destaca o fatomelhores odds para apostar hojeque a experiênciamelhores odds para apostar hojeser uma família atingida pela zika e lutar pelo tratamento dos filhos com pouco dinheiro e muitas dificuldades deixa sequelas emocionais que, agora, são agravadas pela covid-19. "São famílias muito traumatizadas, carregam consigo um trauma. Mãesmelhores odds para apostar hojecrianças com zika têm mais depressão e ansiedade, tudo muito legítimo."
A presidente da Associação Famíliamelhores odds para apostar hojeAnjos do Estadomelhores odds para apostar hojeAlagoas (Afaeal )melhores odds para apostar hojeMaceió, Alessandra Hora, já oficializou diversos pedidos às secretarias estadual e municipaismelhores odds para apostar hojesaúde para que as crianças com a síndrome congênita sejam priorizadas nas vacinas contra a H1N1, junto com os idosos.
"Mas até agora, nenhuma criança tomou a vacina. Esse público é um públicomelhores odds para apostar hojerisco. E émelhores odds para apostar hojecompetência do presidente, do ministro, do governador e do prefeito. Acordem, são 45 milhõesmelhores odds para apostar hojepessoas com deficiência no Brasil e esse público não está sendo citado nas medidasmelhores odds para apostar hojeprevenção", diz Hora.

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