Por que a bandeirapix bet brasilIsraelpix bet brasilatos pró-Bolsonaro 'racha' comunidade judaica:pix bet brasil

  • Luis Barrucho - @luisbarrucho
  • Da BBC News Brasilpix bet brasilLondres
Ato pró-Bolsonaro

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Bandeirapix bet brasilIsrael aparece com frequênciapix bet brasilatos pró-governo

pix bet brasil O uso da bandeirapix bet brasilIsrael por manifestantes pró-Bolsonaropix bet brasilum ato contra o Supremo Tribunal Federal (STF), o Congresso Nacional e o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro no último domingo (3pix bet brasilmaio)pix bet brasilBrasília expôs um racha e gerou até preocupações sobre antissemitismo dentro da comunidade judaica brasileira, segundo apurou a BBC News Brasil.

Bolsonaro prestigiou o protesto da rampa do Palácio do Planalto. Bandeiras do Brasil e dos Estados Unidos também foram empunhadas por manifestantes.

Parte da comunidade judaica critica a presença frequente da bandeirapix bet brasilIsraelpix bet brasilatos pró-Bolsonaro, pois teme que o uso do símbolo passe uma imagempix bet brasilapoio incondicional dos judeus ao presidente. A preocupação é ainda mais forte agora, por causa do posicionamentopix bet brasilBolsonaro sobre o combate à pandemia do coronavírus. O presidente vem minimizando os riscos da doença, enquanto o premiê israelense, Benjamin Netanyahu,pix bet brasilquem Bolsonaro é próximo e com o qual compartilha clara afinidade ideológica, decretou duras medidaspix bet brasilisolamento social - Israel foi um dos primeiros países a fechar fronteiras e promover o confinamentopix bet brasilsua população.

Há ainda outro importante elemento que não deve ser ignorado, segundo uma fonte afirmou à BBC News Brasil: o temor com o antissemitismo, que vem crescendo no mundo. Episódiospix bet brasilviolência contra judeus têm sido registradospix bet brasilvários países. Sendo assim, a associação da bandeirapix bet brasilIsrael a manifestações com forte coloração ideológicapix bet brasilum ambiente político já altamente polarizado poderia se tornar combustível para ataquespix bet brasilódio contra integrantes da comunidade.

Bandeiras brasileira e israelense na Embaixada do Brasilpix bet brasilTel Aviv

Crédito, AFP

Legenda da foto, Aproximação entre Brasil e Israel também é vista como acenopix bet brasilBolsonaro a eleitorado evangélico, que é pró-Israel

Em nota divulgada na última segunda-feira (4pix bet brasilmaio), a Confederação Israelita do Brasil (Conib) fez um alerta sobre o usopix bet brasilbandeiraspix bet brasilIsraelpix bet brasilmanifestações.

"A comunidade judaica brasileira é plural. Há judeus e judiaspix bet brasiltodos os campos do espectro político, da direita à esquerda,pix bet brasilcentro, apoiadores e opositores do governo. Também entre apoiadorespix bet brasilIsrael há uma grande diversidade. O uso constantepix bet brasilbandeiraspix bet brasilIsrael,pix bet brasilmanifestações como aspix bet brasilontem (domingo), pode passar uma mensagem errada sobre a composição pluralista da comunidade judaica brasileira e representarpix bet brasilmaneira equivocada nossa posiçãopix bet brasilrelação à agenda dos manifestantes e do governo", diz o comunicado, assinado por Fernando Lottenberg, presidente da entidade.

"A Conib tem um firme compromisso com a democracia e com as liberdades públicas e lamenta a presençapix bet brasilbandeiraspix bet brasilIsrael, uma democracia vibrante,pix bet brasilatospix bet brasilque ocorrem ataques às instituições democráticas", acrescenta a nota.

Para o Instituto Brasil-Israel, "o governo brasileiro e os setores que ainda o apoiam têm feito uso dessas bandeiras, mas elas não pertencem a eles". No Twitter, a entidade lembrou que a bandeirapix bet brasilIsrael não aparece apenas nos protestos favoráveis ao governo. O símbolo também foi usadopix bet brasilmanifestações contrárias a Bolsonaro, incluindo o movimento conhecido como #EleNão.

Já o grupo Judeus pela Democracia, que reúne judeuspix bet brasilesquerda no Brasil, afirmou nas redes sociais que "a bandeirapix bet brasilIsrael numa manifestação contra a democracia não representa os valores judaicos".

"Que patriotismo é esse que tremula bandeiras e ignora milharespix bet brasilmortos? Basta do sequestropix bet brasilsímbolos nacionais!", publicou o grupo no Facebook.

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Mas Luiz Mairovitch, presidente do Clube A Hebraica, no Riopix bet brasilJaneiro, pensa diferente.

"Não vejo nenhum motivo para ser prejudicial (uso da bandeira). Pelo contrário. A gente nunca viu tanta bandeirapix bet brasilIsrael aparecerpix bet brasilum governo como opix bet brasilBolsonaro, independentementepix bet brasilacertos e erros dele. Não estou julgando as atitudes do presidente; me refiro estritamente ao uso da bandeira. Para um judeu, é sempre bem-vindo, um motivopix bet brasilalegria saber que tem gente com a gente, nos apoiando, seja cristão, evangélico ou judeu, seja o que for", diz ele à BBC News Brasil.

Em 2017, Mairovitch convidou Bolsonaro, na época deputado federal e já autodeclarado pré-candidato à Presidência, para fazer uma palestra no clube, fechada a convidados. Bolsonaro havia sido vetadopix bet brasilevento similar no clubepix bet brasilSão Paulo. Grupos favoráveis e contra o atual presidente chegaram a criar abaixo-assinado na internet para defender e condenar a iniciativa. Do ladopix bet brasilfora, 150 pessoas, muitas das quais judeus mais progressistas, protestaram.

Durante o evento, que lotou o auditório do clube, com capacidade para 500 pessoas, Bolsonaro fez declarações controversas, ao afirmar que quem tem "cinco filhos, quatro são homens, no quinto eu dei uma fraquejada, veio uma mulher". Também criticou a presençapix bet brasilrefugiados no país e disse que quilombola "não serve nem para procriar".

"Nós somos a maioria, acreditamospix bet brasilDeus. A cultura judaico-cristã estápix bet brasilnosso meio", afirmou.

Foi aplaudido várias vezes e chamadopix bet brasil"mito".

Primeiro-ministro israelensepix bet brasilJerusalém, Setembropix bet brasil2018

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Premiê israelense Benjamin Netanyahu é próximo a Bolsonaro

Aproximação com Israel

Por inúmeras vezes desde o iníciopix bet brasilseu governo, Bolsonaro destacou a importânciapix bet brasilIsrael para o Brasil, defendendo que os dois países, cuja relação esfriou durante o governopix bet brasilDilma Rousseff, se reaproximassem.

Ele chegou a prometer transferir a embaixada brasileira no paíspix bet brasilTel Aviv para Jerusalém, cidade considerada sagrada para judeus, cristãos e muçulmanos e reivindicada também como capital pelos palestinos, na esteira do que fizeram os Estados Unidospix bet brasilDonald Trump.

A promessa não se concretizou -pix bet brasildezembro do ano passado, o Brasil acabou abrindo um escritório comercialpix bet brasilJerusalém, mas os laços com o atual governo israelense mantêm-se fortes desde então. O embaixadorpix bet brasilIsrael no Brasil, Yossi Shelley, é um dos diplomatas com maior trânsito dentro do Planalto, já tendo aparecido ao ladopix bet brasilBolsonaropix bet brasilvários eventos públicos.

Na prática, a reaproximaçãopix bet brasilBolsonaro com Israel atende a demandapix bet brasiluma parcelapix bet brasilseu importante eleitorado evangélico, para quem "a promessa bíblicapix bet brasilDeus da Terra Santa ao povo judeu é literal e eterna", disse à BBC News Brasil Elizabeth Oldmixon, estudiosa da relação entre política e religião e professora da Universidade do Norte do Texas Elizabeth Oldmixon,pix bet brasilentrevista no ano passado.

Para esses cristãos, adeptos do "dispensacionalismo", o retorno dos Judeus à Terra Santa - ou seja, o estabelecimentopix bet brasilIsrael - é necessário para a voltapix bet brasilCristo.

No entanto, existe também um componentepix bet brasilalinhamento ideológico, destaca Oliver Stuenkel, professor-adjuntopix bet brasilRelações Internacionais da FGV (Fundação Getúlio Vargas)pix bet brasilSão Paulo.

"Nas relações internacionais, chamamos issopix bet brasilcriaçãopix bet brasilalianças por alinhamento ideológico. Isso acontece quando um chefepix bet brasilEstado busca meios para consolidar, projetar e fortalecer suas convicções ideológicas. Brasil, Estados Unidos e Israel têm lideranças que transformaram suas respectivas relações com o resto do mundo. Bolsonaro segue a mesma estratégiapix bet brasilTrump e politizou as relações exteriores", diz Stuenkel à BBC News Brasil.

"Esse processopix bet brasilpolitização com os EUA e com Israel é feito para animar a base sem levarpix bet brasilconsideração que uma boa relação entre países não deve dependerpix bet brasilsua liderança, mas sim estar baseadapix bet brasilinteresses nacionais", acrescenta.

No ano passado, Netanyahu surpreendeu ao comparecer à possepix bet brasilBolsonaro. Foi a primeira visitapix bet brasilum premiê israelense ao Brasil. Bolsonaro retribuiu a visita indo a Israel meses depois,pix bet brasilabril.

Bolsonaro no Muro das Lamentações, nesta segunda-feira

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Bolsonaro no Muro das Lamentaçõe, ele fez visita a Israelpix bet brasilabrilpix bet brasil2019

Riscos

Stuenkel vê riscos para o Brasil nessa aproximação que Bolsonaro promove.

"A aproximação que o Bolsonaro promove não é com os países, mas com os governos. O que torna essa aproximação muito perigosa. Tanto Trump quanto Netanyahu podem deixar seus cargos", assinala.

Ele lembra que a diplomacia brasileira sempre se baseou na "continuidade, estabilidade e previsibilidade".

"É muito raro que uma mudançapix bet brasilgovernopix bet brasiloutro país afete a relação bilateral com o Brasil. Bolsonaro abandonou essa prática, que deixoupix bet brasilser com Israel e muito mais com Netanyahu", completa.

"Aqueles para quem não está tão clara a diferença entre Israel e o judaísmo, essa associação pode afetar a maneira como elas enxergam Israel e portanto também o judaísmo."

Stuenkel ressalva que o mesmo não ocorre com a bandeira dos Estados Unidos, também presente nos protestospix bet brasildomingo.

"Conversei com um diplomata americano e ele está menos preocupadopix bet brasilrelação a isso (uso da bandeira americana) nos atos pró-governo. Os Estados Unidos estão muito mais acostumados a despertar paixões partidárias, a favor ou contra o país. Já Israel é um país menor e com nuances bem diferentes das americanas", argumenta.

Ernesto Araújo

Crédito, Alan Santos/PR

Legenda da foto, Ernesto Araújo foi acusadopix bet brasilcomparar o isolamento social para enfrentar o coronavírus aos campospix bet brasilconcentração nazistas que mataram milhõespix bet brasiljudeus; ele alegou ter sido vítima "de uma crítica injusta e completamente equivocada"

Outras polêmicas

O uso da bandeirapix bet brasilIsrael nos atos pró-governo no último domingo não foi o único episódio a despertar polêmica recentemente.

Na semana passada,pix bet brasilartigopix bet brasilseu blog pessoal, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, foi acusadopix bet brasilcomparar o isolamento social para enfrentar o coronavírus aos campospix bet brasilconcentração nazistas que mataram milhõespix bet brasiljudeus.

No trecho que causou controvérsia junto a parte da comunidade judaica, o chanceler escreveu que "os comunistas não repetirão o erro dos nazistas e desta vez farão o uso correto. Como? Talvez convencendo as pessoaspix bet brasilque é pelo seu próprio bem que elas estarão presas nesse campopix bet brasilconcentração, desprovidaspix bet brasildignidade e liberdade. Ocorre-me propor uma definição: o nazista é um comunista que não se deu ao trabalhopix bet brasilenganar as suas vítimas".

O jornal israelense Times of Israel criticou o ministropix bet brasilreportagem. Várias entidades judaicas, incluindo o Comitê Judeu Americano, também repudiaram as declaraçõespix bet brasilAraújo e pediram que o chanceler se retratasse. Ele não pediu desculpas.

Logo após o episódio, em uma sériepix bet brasilpublicações empix bet brasilconta oficial no Twitter, Araújo alegou ter sido vítima "de uma crítica injusta e completamente equivocada do jornal Times of Israel, baseadapix bet brasilleitura distorcidapix bet brasilartigo que publiquei recentemente, no qual comentei um livro do autor comunista Slavoj Zizek".

"Orgulho-mepix bet brasilminha posturapix bet brasildenunciar e combater o antissemitismo epix bet brasilmeu trabalho pela construção da relaçãopix bet brasilprofunda amizade e parceria desejada pelos povos do Brasil epix bet brasilIsrael", escreveu o ministro.

Em entrevista à BBC News Brasil na semana passada, o embaixador israelense Yossi Shelley disse ter conversado com Araújo sobre a polêmica. Segundo ele, o chanceler está "comprometido com a preservação da memória do Holocausto e com as lições que devem ser aprendidas com essa tragédia extraordinária".

"Nos últimos dias, o chanceler forneceu esclarecimentospix bet brasilseu post, inclusive empix bet brasilpáginapix bet brasilmídia social, demonstrando que está comprometido com a preservação da memória do Holocausto e com as lições que devem ser aprendidas com essa tragédia extraordináriapix bet brasilque 6 milhõespix bet brasiljudeus foram assassinados apenas por causa do judaísmo", disse Shelley.

No Twitter, Shelley também demonstrou apoio a Araújo ao compartilhar uma mensagempix bet brasilsolidariedade ao chanceler escrita pelo secretáriopix bet brasilComunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, também judeu.

Contatado pela BBC News Brasil novamente nesta semana, Shelley não retornou aos pedidospix bet brasilcomentários sobre o uso da bandeirapix bet brasilIsrael nos atos pró-Bolsonaro.

Especialistas temem que o apoiopix bet brasilBolsonaro a Israel acabe afastando o Brasilpix bet brasilimportantes aliados do mundo árabe e cause atritos diplomáticos. No ano passado, houve ameaçaspix bet brasilsanções a produtos brasileiros.

Apesar disso, os países árabes passaram a ser o terceiro maior destino das exportações brasileiras no ano passado, segundo dados da Câmarapix bet brasilComércio Árabe Brasileira, atrás apenas da China e dos EUA.

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