Eleições 2020: violência contra políticos ‘perdeu medoituano e chapecoense palpitese mostrar’ neste ano, diz pesquisador:ituano e chapecoense palpite

Crédito, Getty Images
O problema nas eleições gerais tem dimensão bem menor, como mostram os números para 2014 (1 assassinado), 2010 (1), 2006 (1), e 2002 (3).
Embora aponte que o númeroituano e chapecoense palpitecandidatos assassinados nesta eleição seja por enquanto pouco diferente numericamente das anteriores, Borba faz observações preocupantes sobre 2020.
"Esse ano há mais volume (de crimes) e está mais visível. Tivemos alguns casosituano e chapecoense palpitepolíticos que sofreram atentados ao vivo, enquanto faziam transmissões ao vivo — então é uma violência que perdeu o medoituano e chapecoense palpitese mostrar", aponta o professor da Unirio, que já publicou diversos artigos sobre violência eleitoral e política, e também coordena projetosituano e chapecoense palpitepesquisa sobre o assunto.
Um destes casos aconteceu na segunda-feira (9/11)ituano e chapecoense palpiteGuarulhos (SP), onde o candidato a vereador Ricardo Moura (PL) foi baleado por um homem encapuzado enquanto fazia uma transmissão ao vivo nas redes sociais. A BBC News Brasil tentou confirmar seu estadoituano e chapecoense palpitesaúde, mas não conseguiu contato com a campanha. Segundo um boletim do dia 10, porém, Moura estava hospitalizado e passava bem. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.
Jáituano e chapecoense palpite24ituano e chapecoense palpitesetembro, Cássio Remis (PSDB), candidato a vereadorituano e chapecoense palpitePatrocínio (MG), foi assassinado a tirosituano e chapecoense palpiteum ataque que começou enquanto fazia uma transmissão ao vivo verbalizando denúncias contra a Prefeitura. O então secretárioituano e chapecoense palpiteObras da cidade, Jorge Marra, que também é irmão do prefeito, foi preso acusado pelo crime.
"A violência política está muito escancarada, por isso precisa ter controle. E isso só vai acontecer se os responsáveis forem punidos", aponta Borba, sugerindo a criaçãoituano e chapecoense palpitenúcleos e delegacias permanentes e especializadasituano e chapecoense palpitecrimes políticos.

Crédito, Divulgação
Hoje, estes costumam ser investigados por delegaciasituano e chapecoense palpitehomicídios das polícias civis — que, no Brasil, já tentam dar contaituano e chapecoense palpitedezenasituano e chapecoense palpitemilharesituano e chapecoense palpiteassassinatos por ano. Em 2019, foram 41.635 homicídios no país e,ituano e chapecoense palpite2018, 51.558, segundo levantamento do portalituano e chapecoense palpitenotícias G1.
Felipe Borba argumenta que embora o númeroituano e chapecoense palpitevítimas das violência eleitoral não passe da casa das dezenas nas eleições municipais, seus efeitos negativos na democracia brasileira são multiplicados.
Além da dorituano e chapecoense palpiteamigos e familiares das vítimas, crimes contra políticos têm reflexos na desistênciaituano e chapecoense palpitepessoas que poderiam concorrer a algum cargo, mas se sentem ameaçadas; na realizaçãoituano e chapecoense palpiteeventosituano e chapecoense palpitecampanhaituano e chapecoense palpitedeterminados lugares e também na coaçãoituano e chapecoense palpiteeleitores por poderes locais, como pelas milícias no Rioituano e chapecoense palpiteJaneiro.
Para o pleito atual, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recebeu pedidosituano e chapecoense palpitereforço na segurançaituano e chapecoense palpitemaisituano e chapecoense palpite500 municípiosituano e chapecoense palpitetodo o Brasil.
"A criaçãoituano e chapecoense palpitedelegacias especializadas se justifica porque (a violência eleitoral) tem um impacto muito grande na qualidade da democracia. Interfere na qualidade da representação, nas políticas públicas a serem decididas. Afeta da livre escolha dos eleitores à ofertaituano e chapecoense palpitecandidatos e à atuação parlamentar. É preciso dar uma resposta firme a esse problema."
Outra tendência preocupante já observadaituano e chapecoense palpite2020 foi um grande númeroituano e chapecoense palpiteassassinatosituano e chapecoense palpitelideranças políticas (políticos no exercício do mandato, ex-políticos, candidatos, pré-candidatos, ex-candidatos e funcionários da administração pública) no período pré-eleitoral — anterior às convenções partidárias, quando as candidaturas são oficializadas. Neste ano, este marco aconteceuituano e chapecoense palpite16ituano e chapecoense palpitesetembro.
Foram 71 assassinatosituano e chapecoense palpitelideranças políticas no período pré-eleitoral — embora Borba eituano e chapecoense palpiteequipe não fizessem esse cálculo nos anos anteriores, o pesquisador afirma que se trataituano e chapecoense palpiteum número "muito grande". O grupo usa informaçõesituano e chapecoense palpiteóbitosituano e chapecoense palpitecandidatos no sistema DivulgaCand, da Justiça Eleitoral, combinadas com notícias publicadas na internet sobre o assunto, rastreadas com alertas envolvendo cercaituano e chapecoense palpite50 palavras-chave.
Chama também a atenção este ano o númeroituano e chapecoense palpitefamiliaresituano e chapecoense palpitepolíticos assassinados: 20, sete deles no período eleitoral.
Além do período pré-eleitoral — quando a motivaçãoituano e chapecoense palpitecrimes é impedir adversáriosituano e chapecoense palpiteconcorrer — e do período eleitoralituano e chapecoense palpitesi — quando busca-se impedir que um concorrente faça campanha —, a violência pode ocorrer ainda depois da eleição, embora isto seja mais raro. Por isso, Borba defende ações preventivas "permanentes", que considerem todo esse ciclo.
Ainda assim, o pesquisador explica que,ituano e chapecoense palpitecasos individuais, muitas vezes é difícil definir uma causalidade entre a motivação e o crime.
"A pergunta mais difícilituano e chapecoense palpiteser respondida é se o crime tem motivação política ou não — porque existe pouca informação sobre isso. Os inquéritos são sigilosos e a taxaituano e chapecoense palpiteelucidação desses crimes é baixa. Se a gente não sabe quem são os autores dos homicídios ou dos atentados, a gente fica sem saber qual é a motivação: se realmente política ou não."
Perfil das vítimas: homensituano e chapecoense palpitepequenos municípios
Se há lacunas sobre casos individuais, por outro lado há tendências bastante evidentes no conjuntoituano e chapecoense palpitecasosituano e chapecoense palpiteviolência eleitoral no país.
Um artigo que analisou o perfil dos candidatos assassinados entre 1998 e 2016 mostrou que 94% das vítimas eram homens — o que pode ser explicadoituano e chapecoense palpiteparte pela maior presença deles na políticaituano e chapecoense palpitegeral.
Também a grande maioria, 90% dos crimes, aconteceramituano e chapecoense palpitecidades com menosituano e chapecoense palpite200 mil eleitores, onde as eleições têm somente um turno. Os municípios com até 50 mil eleitores foram responsáveis por 66% dos homicídios.
Segundo Felipe Borba, a disputa por recursos a nível local está na base da violência eleitoral no Brasil.
"A Constituiçãoituano e chapecoense palpite1988 promoveu uma descentralização administrativa e política inédita. Progressivamente, os poderes e os recursos concedidos às autoridades locais foram ampliados. Hoje,ituano e chapecoense palpitemuitos dos pequenos municípios, a prefeitura é a principal fonteituano e chapecoense palpiterenda. Ter acesso à prefeitura é praticamente ter o controle econômico e territorial do município."
E isso frequentemente vai ao encontroituano e chapecoense palpiteatividades ilegais.
"A presença nesses espaçosituano e chapecoense palpitedecisão política local — nas prefeituras, câmarasituano e chapecoense palpitevereadores — permite evitar a aprovaçãoituano e chapecoense palpitecertas normas que podem dificultar a ação e aumentar os custosituano e chapecoense palpitecriminosos que vão se infiltrando na política", afirma o pesquisador, dando mais uma vez o exemplo das milícias do Rioituano e chapecoense palpiteJaneiro, que têm como uma fonteituano e chapecoense palpitearrecadação a construçãoituano e chapecoense palpiteimóveisituano e chapecoense palpitelocais proibidos — o que esbarra no zoneamento urbano, uma das funções dos poderes municipais.

Crédito, Tomaz Silva/Agência Brasil
Por isso, Borba diz que a violência contra políticos é predominantemente "alheia a questões ideológicas e a debates sobre políticas públicas" — e, sim, resultadoituano e chapecoense palpitedisputas pelo poder local.
"A violência nas eleições varia muitoituano e chapecoense palpiteacordo com as características regionais dos Estados e municípios. No Rioituano e chapecoense palpiteJaneiro, há a marca do envolvimentoituano e chapecoense palpiteatores políticos no crime organizado; no Pará, das disputas pela posseituano e chapecoense palpiteterra eituano e chapecoense palpiteoutros lugares, das disputas entre elites locais."
No mapeamentoituano e chapecoense palpiteassassinatos entre 1998 e 2016, a violência contra políticos foi considerada um "fenômeno nacional", detectadaituano e chapecoense palpitetodas as regiões do país. Sudeste e Nordeste lideraram com 27 homicídios cada (68% dos casos); seguidos do Centro-Oeste (14%), Norte (11%) e Sul (6%).
Assassinatoituano e chapecoense palpiteMarielle Franco e violência na eleição presidencialituano e chapecoense palpite2018
Há episódios recentes que ganharam visibilidade nacional e até internacional que fogem ao perfil predominanteituano e chapecoense palpiteviolência contra políticos estudado pelo Grupoituano e chapecoense palpiteInvestigação Eleitoral da Unirio (GIEL).
É o caso do assassinatoituano e chapecoense palpiteMarielle Franco, vereadora pelo PSOL no Rioituano e chapecoense palpiteJaneiro,ituano e chapecoense palpite2018.
"Ela tinha uma atuação parlamentar contra grupos milicianos do Rioituano e chapecoense palpiteJaneiro e foi punida por isso — assassinada. Fica muito claro que, nesse caso, a motivação do crime foi a própria atuação política da vítima", aponta Borba, destacando que esta investigação, como muitas outras envolvendo políticos, até hoje não foi solucionada.
E se historicamente as eleições nacionais não são marcadas pela violência como as municipais, foi na campanhaituano e chapecoense palpite2018 que o então candidato do PSL e atual presidente Jair Bolsonaro foi esfaqueado por Adélio Bispoituano e chapecoense palpiteOliveira — que, segundo concluíram investigações da Polícia Federal, agiu sozinho e sem mandantes.
Naquele ano,ituano e chapecoense palpitemarço, dois ônibus da caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foram atingidos por tiros no Paraná — mas ninguém ficou ferido.
"2018 foi um ano atípico: o primeiroituano e chapecoense palpiteque observamos violência contra políticos nacionais. Foi atípicoituano e chapecoense palpitemuitos sentidos, e a polarização política foi um deles. Em 2010, o registro mais violentoituano e chapecoense palpiteque tenho lembrança foi a bolinhaituano e chapecoense palpitepapel atirada no Serra (José Serra, então candidato à presidência pelo PSDB)", brinca Felipe Borba, acrescentando acreditar ser difícil que episódiosituano e chapecoense palpiteviolência a nível nacional se repitamituano e chapecoense palpite2022.
O pesquisador afirma que a violência sempre foi um instrumento político no país e na América Latina — no México e na Colômbia, inclusive, o númeroituano e chapecoense palpitevítimas e a dimensão dos crimes é consideravelmente maior que no Brasil.
Mas, por aqui, o cenário e atoresituano e chapecoense palpitejogo mudaram com o tempo.
"Nos anos 1960 e 1970, a violência política era nacional e ideológica — porque envolvia modelosituano e chapecoense palpiteEstado. Eram ditadurasituano e chapecoense palpitedireita versus grupos guerrilheirosituano e chapecoense palpiteesquerda. Nenhum desses grupos acreditava na eleição como formaituano e chapecoense palpiteresolução pacíficaituano e chapecoense palpiteconflitos", explica o pesquisador.
"Com o processoituano e chapecoense palpiteredemocratização na América Latina nos anos 1980, essa violência a nível nacional foi se deslocando para a política local."

ituano e chapecoense palpite Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube ituano e chapecoense palpite ? Inscreva-se no nosso canal!
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosituano e chapecoense palpiteautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticaituano e chapecoense palpiteusoituano e chapecoense palpitecookies e os termosituano e chapecoense palpiteprivacidade do Google YouTube antesituano e chapecoense palpiteconcordar. Para acessar o conteúdo cliqueituano e chapecoense palpite"aceitar e continuar".
Finalituano e chapecoense palpiteYouTube post, 1
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosituano e chapecoense palpiteautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticaituano e chapecoense palpiteusoituano e chapecoense palpitecookies e os termosituano e chapecoense palpiteprivacidade do Google YouTube antesituano e chapecoense palpiteconcordar. Para acessar o conteúdo cliqueituano e chapecoense palpite"aceitar e continuar".
Finalituano e chapecoense palpiteYouTube post, 2
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosituano e chapecoense palpiteautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticaituano e chapecoense palpiteusoituano e chapecoense palpitecookies e os termosituano e chapecoense palpiteprivacidade do Google YouTube antesituano e chapecoense palpiteconcordar. Para acessar o conteúdo cliqueituano e chapecoense palpite"aceitar e continuar".
Finalituano e chapecoense palpiteYouTube post, 3










