‘Minha sogra não faleceuaposta desportivacovid-19, ela morreu por faltaaposta desportivaar’: o desabafoaposta desportivamulher diante da tragédia da faltaaposta desportivaoxigênioaposta desportivaManaus:aposta desportiva

Crédito, Reuters
Nos últimos dias, conforme Thalita, a sogra havia apresentado melhoras. "Se não fosse a faltaaposta desportivaoxigênio, ela podia ter sobrevivido", diz à BBC News Brasil.
Antes do fim da suplementação no hospital, Thalita comemorava a evolução da sogra. Segundo ela, a idosa atingiu, na madrugadaaposta desportivaquinta-feira, o maior nívelaposta desportivasaturaçãoaposta desportivaoxigênio do sangue desde que contraiu o novo coronavírus: chegou a cercaaposta desportiva99% — o ideal é entre 95% e 100%.
Mas horas depois o oxigênio hospitalar acabou. Em razão disso, diz a psicóloga, a saturação da idosa caiu para 35%. "Essa queda aconteceu com praticamente todos os pacientes", comenta.
Thalita chegou a comprar um cilindroaposta desportivaoxigênio por R$ 3 mil para ajudar a sogra. "O valor estava muito acima da média", diz, apontando que a intensa busca na região fez com que aumentassem o preço do item. Mas mesmo com a ajuda familiar, Maria não apresentou melhoras. "A saturação dela não voltou a se recuperar como antes", diz. Na noiteaposta desportivaquinta, por volta das 22h20, a idosa faleceu.
A históriaaposta desportivaThalita e Maria Auxiliadora ilustra a tragédia da escassezaposta desportivaoxigênioaposta desportivaunidades públicas e privadasaposta desportivaManaus. A falta da suplementação alimentar tem preocupado profissionaisaposta desportivasaúde da região, que têm lidado com hospitais cada vez mais lotados — nas últimas semanas, o Amazonas, que tem maisaposta desportiva5.930 mortes pela covid-19, enfrentou duro aumentoaposta desportivacasos da doença.

Crédito, Arquivo pessoal
Profissionaisaposta desportivasaúde têm relatado que a faltaaposta desportivaoxigênio hospitalaraposta desportivavárias unidadesaposta desportivasaúde da regiãoaposta desportivaManaus tem causado diversas mortes por asfixia.
O Governo do Amazonas e o Ministério da Saúde afirmam que têm tomado as medidas necessárias para solucionar o problema. No entanto, ainda há relatos sobre a dificuldadeaposta desportivadiversas unidadesaposta desportivasaúde da região.
Especialistas criticam o governo do Amazonas e o Ministério da Saúde e afirmam que não houve planejamento adequado para lidar com as dificuldades causadas pela pandemiaaposta desportivacovid-19.
A busca por ajuda
O oxigênio hospitalar acabou por volta das 8h30 na policlínicaaposta desportivaque Maria Auxiliadora estava internada, conta Thalita. "Foi horrível. Não desejo essa situação para ninguém. Foi uma cena catastrófica. Muitos pacientes idosos começaram a passar mal e ficaram roxos", disse à BBC News Brasil, na quinta-feira.
O oxigênio hospitalar é considerado essencial para o tratamentoaposta desportivapacientes que, como Maria Auxiliadora, desenvolvem quadro grave da covid-19, pois o novo coronavírus costuma afetar duramente os pulmões.
Em seu perfil no Instagram, Thalita compartilhou o caos na unidadeaposta desportivasaúde logo que os pacientes ficaram sem a suplementação hospitalar. "Pessoal, peço misericórdia. É uma situação deplorável. Acabou oxigênioaposta desportivatoda a unidadeaposta desportivasaúde. Há muita gente morrendo. Quem tiver disponibilidadeaposta desportivaoxigênio, por favor traga", disse a psicólogaaposta desportivauma sérieaposta desportivavídeos publicados na manhãaposta desportivaquinta.
Ela relatou à BBC News Brasil que decidiu mostrar a situação nas redes ao notar que não havia previsão para que os pacientes voltassem a receber oxigênio hospitalar.
"Os familiares dos pacientes ficaram desesperados. Fui atrás da diretora do hospital, que é uma senhora muito humilde e querida. Vi o desespero nos olhos dela. Ela falou: não tenho o que fazer, infelizmente. Eu respondi: então todo mundo vai morrer", emocionou-se a psicóloga.
Assim como Thalita, muitos familiaresaposta desportivapacientes compraram cilindrosaposta desportivaoxigênio para ajudar os parentes internados. Caso precisassem recarregar o equipamento (cada carga pode durar 12 horas, conforme a intensidade do uso), os parentes teriamaposta desportivapagar cercaaposta desportivaR$ 500 — especialistas estimam que os valoresaposta desportivamuitos produtos relacionados ao oxigênio hospitalaraposta desportivaManaus mais que dobraram no atual período.

Crédito, Reprodução/Instagram
Nem todas as famílias, porém, têm condições para comprar a suplementação. "O problema é que há muitas famílias humildes. Me disseram que alguns vendedores estão cobrando até R$ 5 mil pelo cilindro, mas muitos familiaresaposta desportivapacientes são pessoas que dizem que não têm condições sequer para comprar água", relatou a psicóloga.
Segundo Thalita, diversas pessoas levaram doaçõesaposta desportivaoxigênio ao local após verem o apelo dela eaposta desportivaoutras diversas pessoas nas redes. "Como eram muitos pacientes precisandoaposta desportivaoxigênio, (a suplementação) durou poucas horas", comenta. A psicóloga conta que a Secretariaaposta desportivaSaúde do Amazonas entregou os cilindros na unidadeaposta desportivasaúde somente no período da noiteaposta desportivaquinta.
Mortes por faltaaposta desportivaoxigênio hospitalar
Após ficar sem oxigênio, Maria Auxiliadora piorou, mesmo com o auxílio do cilindro comprado pela família. Na noiteaposta desportivaquinta, pouco após Thalita comemorar que a sogra seria transferida para uma vagaaposta desportivaUTI, a idosa morreu.
Em seu perfil no Instagram, a psicóloga lamentou a perda. "A faltaaposta desportivaoxigênio está acabando com muitas famílias", escreveu.
Ela afirma que houve mais mortes na policlínicaaposta desportivadecorrência da faltaaposta desportivaoxigênio hospitalar. "Mais gente morreu lá, com certeza. Maisaposta desportiva10 idosos foram a óbito", declara,aposta desportivaentrevista por telefone à BBC News Brasil na tarde desta sexta-feira (15/01).
Em Manaus, há relatosaposta desportivamortesaposta desportivadecorrência da faltaaposta desportivaoxigênio hospitalaraposta desportivaoutras unidadesaposta desportivasaúde.
"No plantãoaposta desportivaontem (quinta-feira) à noite, os últimos cilindrosaposta desportivaoxigênio acabaram. Sete pacientes morreram por asfixia naquele plantão noturno. Vi todos morrerem por não ter o oxigênio suplementar. Uma triste e chocante cena", conta o médico Pierre Souza, especializadoaposta desportivapediatria e cirurgia geral, sobre a situação no Serviçoaposta desportivaPronto Atendimento Joventina Dias,aposta desportivaManaus.
Souza afirma ter ouvido, na manhã desta sexta-feira, relatos sobre faltaaposta desportivaoxigênio suplementaraposta desportivaoutras unidadesaposta desportivasaúde da região. "É uma realidadeaposta desportivatodas as unidades. É uma falta absurda. É triste e revoltante!", declara à BBC News Brasil.

Crédito, Arquivo pessoal
O caos na saúde
O governo do Amazonas afirma que as dificuldadesaposta desportivarelação ao oxigênio hospitalar surgiram porque o Estado não tem capacidade suficiente para produzir a suplementação necessária para o atual momento da pandemia.
De acordo com o governo, o Estado atualmente precisaaposta desportiva76,5 mil metros cúbicos diários para abastecer os hospitais públicos e privados, diante do crescimentoaposta desportivacasos da covid-19. No entanto, as três fornecedoras da região têm capacidadeaposta desportivaentrega diária somenteaposta desportiva28,2 mil metros cúbicos.
Para buscar os 48,3 mil metros cúbicos diários que faltam para atender os pacientes, o governo do Amazonas criou nesta semana, junto com o Ministério da Saúde, a "Operação Oxigênio", para pegar insumoaposta desportivaFortaleza e São Paulo e levar a Manaus por meioaposta desportivaaviões da Força Aérea Brasileira (FAB).
Na quinta, a Secretariaaposta desportivaSaúde do Amazonas determinou a requisição administrativaaposta desportiva"eventual estoque ou produçãoaposta desportivaoxigênio"aposta desportiva17 empresas, como montadoras e produtorasaposta desportivaEletrodomésticos.
Diante do caos na saúde, o governo do Amazonas passou a transferir diversos pacientes para outros Estados. Na quinta-feira, 235 pessoas foram levadas para hospitaisaposta desportivaGoiás, Piauí, Maranhão, Brasília, Paraíba e Rio Grande do Norte.
Na noiteaposta desportivaquinta, o governo da Venezuela informou que irá disponibilizar oxigênio para os hospitais do Amazonas. A informação foi dada pelo ministro das Relações Exteriores, Jorge Arreaza, nas redes sociais.
Para especialistas ouvidos pela reportagem, as autoridades brasileiras demoraram para agiraposta desportivarelação à faltaaposta desportivaoxigênio no Amazonas.
O procurador da República Igor da Silva Spindola, do Amazonas, disseaposta desportivaentrevista ao colunista Guilherme Amado, da revista Época, que o Ministério da Saúde foi alertado há, ao menos, quatro dias que faltaria oxigênio nos hospitaisaposta desportivaManaus.
"O Estado não se preparou. E como se não bastasse, a direçãoaposta desportivaLogística do Ministério da Saúde só se reuniu hoje (quinta-feira) para tratar disso após ser avisada há quatro dias", disse o procurador que atua na áreaaposta desportivasaúde no Estado,aposta desportivaentrevista ao colunista Guilherme Amado.
O infectologista Bernardino Albuquerque, professor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), considera que faltou planejamento para a aquisição e entrega desses produtos.
"Se as empresas daqui não tinham condiçõesaposta desportivaentregar uma certa capacidadeaposta desportivaoxigênio, obviamente já deveriam ter buscadoaposta desportivaoutros lugares", criticou,aposta desportivaentrevista à BBC News Brasil.
"A atual situação éaposta desportivacalamidade pública, sem dúvidas. Estamos todos numa grande expectativa sobre o que realmente pode aconteceraposta desportivaManaus. Isso não vai terminar daqui dois, três, quatro ou cinco dias. Serão semanas nessa situação crítica. Dizem que a vacinação pode melhorar, mas para isso leva tempo, porque vai depender da adesão da população e da eficácia da vacina", acrescenta Albuquerque.
Após a morte da sogra, Thalita fez um apelo nas redes sociais. "Por favor, não saiamaposta desportivacasa. Por favor, cuidemaposta desportivasuas famílias eaposta desportivaquem vocês amam. Precisamos fazer alguma coisa e lutar para que esses governantes façam o que tem que ser feito. Temos que nos ajudar", disse.
A angústia dos familiares da psicólogaaposta desportivameio ao caos no sistema públicoaposta desportivasaúdeaposta desportivaManaus continua. Agora, eles aguardam notícias do maridoaposta desportivaMaria Auxiliadora, Paulo Jorge Lima,aposta desportiva66 anos. O idoso, que também teve quadro grave da covid-19, está internado na UTIaposta desportivaum hospital públicoaposta desportivaManaus. Segundo Thalita, ele também teve a situação agravada pela faltaaposta desportivaoxigênio hospitalar.

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