Covid: Variante acelera intubaçãobet xjovens e SP orienta procurar ajuda no 1º diabet xsintomas:bet x

Profissionais da saúde fazem intubaçãobet xpaciente internado

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Segundo secretário municipalbet xsaúdebet xSP, jovens estão chegando aos hospitais e sendo intubadosbet xmenosbet x24 horas

Essa variante do coronavírus é mais contagiosa, entre outros motivos, por causabet xmutações que facilitaram a invasãobet xcélulas humanas. Essa característica pode estar ligada a outras duas hipóteses que estão próximasbet xserem confirmadas por cientistas: agravamento mais rápido do quadrobet xsaúde e maior letalidade.

Até agora há diversos relatosbet xprofissionaisbet xsaúde da linhabet xfrente que reforçam essas possibilidades, mas os estudos conclusivos só devem ficar prontos nas próximas semanas. Um levantamento da Associaçãobet xMedicina Intensiva Brasileira (Amib), baseadobet xquase metade dos 55 mil leitosbet xUTI do país, apontou na onda atual um aumentobet x40% no númerobet xpacientes que precisaram ser intubados e receber ventilação mecânica.

"A preocupaçãobet xSão Paulo se justifica diantebet xtudo que temos vistobet xdiversas partes do país. A evolução mais rápida, um alastramento muito maior e mudança no perfilbet xcasos, atingindo também pessoas mais jovens. A evolução mais rápida do quadrobet xsaúde é um fato registradobet xdiferentes localidades", disse o virologista Fernando Spilki, professor da universidade Feevale e da rede Corona-ômica BR MCTIC/Finep, projetobet xsequenciamento do Sars-CoV-2.

Mas se o sistemabet xsaúde estábet xcolapso pelo país, com milharesbet xpessoas nas filas à esperabet xUTI e faltabet xinsumos e profissionaisbet xsaúde, por que São Paulo passou a recomendar que ainda mais pessoas busquem atendimento médico logo no início dos sintomas?

E o que dizer das cidades menores? Elas teriam capacidadebet xabsorver essa demanda ainda maior por atendimento? Dificilmente, afirmam especialistas ouvidos pela reportagem.

Jovens e o atendimento tardio

Uma das principais características associadas à nova variante é a maior incidência entre os mais jovens. A maioria dos casos registradosbet x2021bet xSão Paulo, por exemplo, se concentra entre pessoasbet x20 a 54 anos.

Dados do governo paulista apontam que na primeira onda da pandemia maisbet x80% dos leitos UTIs eram ocupados por idosos e portadoresbet xdoenças crônicas, e agora 60% das vagas são ocupadas por pessoasbet x30 a 50 anos, a maioria sem doença prévia. Dados da Associaçãobet xMedicina Intensiva Brasileira (Amib) apontam altabet x17% nos pacientesbet xaté 40 anosbet xUTIs.

A principal hipótese para isso é epidemiológica, e não uma predileção do vírus por mucosas mais jovens. Há uma exposição grandebet xhomens dessa faixa etária, por exemplo, que não podem deixarbet xsair para trabalhar oubet xcircularbet xtransportes públicos lotados. Há também aqueles, minoritários, que não deixarambet xfrequentar festas.

Mas o que o aumentobet xcasos entre os mais jovens tem a ver com o agravamento da doença mais rápido?

Bem, a linhagem do coronavírus identificadabet xManaus apresenta mutações nos genes que codificam a espícula, a proteína que permite a entrada do vírus nas células humanas e, portanto, pode facilitar a infecção pelo Sars-CoV-2.

Gráfico sobre variantes do coronavírus

Dados divulgados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no fimbet xfevereirobet x2021 indicam que adultos infectados com essa variante têm carga viral até 10 vezes maior, o que reforça a teoriabet xque ela aumenta a transmissibilidade. Quanto mais vírus dentro do corpo, mais vírus disponível para ser espalhado.

Mas isso não leva necessariamente a uma doença mais grave.

"A carga viral é ao mesmo tempo uma consequência e causa. O coronavírus invade mais células, aumenta a carga viral, é mais transmissível. Mas não há correlação entre a carga viral e a gravidade da doença. Na covid-19, as diferenças entre um sintomático e assintomático ou um grave são pequenas. Há tendênciabet xcarga viral maior, mas não é determinante para a gravidade da doença. O aspectobet xinfectar células com mais facilidade, no entanto, pode estar ligado a uma pneumonia mais grave porque pode atingir uma área maior do pulmão", explica o virologista José Eduardo Levi, pesquisador do Institutobet xMedicina Tropical da Universidadebet xSão Paulo (USP) e coordenadorbet xpesquisa e desenvolvimento da Dasa (redebet xlaboratórios).

Assim como a P.1, as variantes B.1.1.7 (identificada no Reino Unido) e a 501Y.V2 (descoberta na África do Sul) têm mutações na espícula que facilitam essa conexão com a célula humana. Duas mutaçõesbet xparticular chamam a atenção: a N501Y, presente nas três variantes, e a E484K, encontrada na da África do Sul e na que circula no Brasil.

No caso da N501Y, há indicativobet xque ela possa tornar o Sars-CoV-2 mais transmissível — mais contagioso, o vírus poderia levar mais pessoas ao hospital e elevar o númerobet xmortes.

No caso da E484K, estudos têm demonstrado que ela pode dificultar a açãobet xanticorpos, o que gera uma preocupaçãobet xdois momentos: no combate do sistema imunológico contra o vírusbet xinfecções ou reinfecções, e na eficácia das vacinas.

Um estudo liderado por pesquisadores brasileiros que foi publicado na revista Sciencebet x14bet xabril apontou que, munida dessas mutações, a variante P.1 surgidabet xmeadosbet xnovembrobet x2020 pode ser até 2,4 vezes mais contagiosa.

A mudança no protocolo da Prefeiturabet xSão Paulo mira principalmente os mais jovens porque esse grupo tende a procurar atendimento mais tardiamente, quando a doença está bastante agravada, muitas vezesbet xforma silenciosa.

De que modo o atendimento antecipado ajuda o paciente?

É importante deixar claro que não há um tratamento precoce contra o coronavírus que tenha se mostrado eficaz. E a recomendaçãobet xbuscar atendimento logo nos primeiros diasbet xsintomas não inclui medicamentos capazesbet xevitar o agravamentobet xalguma forma, mas sim um acompanhamento especializado da evolução dos sintomas, com consultas e exames.

Há dois objetivos principais, segundo o secretário municipalbet xsaúdebet xSão Paulo. Primeiro, é evitar que um eventual tratamento ocorra tarde demais (como oxigênio e corticoides, apenas quando o caso é considerado grave). Segundo, tentar gerenciar melhor a ofertabet xleitos e evitar um colapso ainda maior.

"Normalmente, quando a pessoa ficabet xcasa, sobretudo o jovem, que acha que resiste mais à doença ou nem percebe, e demora um pouco maisbet xtempo para procurar o sistemabet xsaúde e na hora que procura já tem um quadro respiratório mais problemático, com o pulmão mais comprometido", explica Aparecido.

Suzana Lobo, diretora-presidente da Associaçãobet xMedicina Intensiva Brasileira (Amib), explica que essa demorabet xprocurar atendimento médico pode estar ligada ao modo com que os sintomas se apresentam nos mais jovens.

"Não podemos afirmar com certeza por que isso acontece, mas podemos especular. Esses pacientes mais jovens têm uma reserva cardiorrespiratória melhor. Eles não têm a apresentação dos sintomas tão rapidamente ou tão importante quanto os pacientes mais idosos. Eles subestimam os sintomas. Ou talvez os sintomas nem se manifestem tanto. Quando eles procuram o hospital, o quadro já estava grave", dissebet xentrevista à BBC News Brasil.

Segundo ela,bet xcasos graves (que necessitambet xoxigênio) e críticos, o atendimento antecipado é fundamental. "Cada hora conta, cada hora que precisabet xuma UTI,bet xintubação,bet xum tratamento mais adequado e ele não está na UTI, vai agravar. E é isso que tem acontecido no Brasil. Como as UTIs estão lotadas, eles vão piorando e quando chegam na UTI, eles já esperaram 12h, um, até três dias. Às vezes até já intubado fora da UTI. É um problema sério porque cada hora é importante para o paciente grave que estábet xfranca deterioração clínica."

homem intubadobet xPorto Alegre

Crédito, REUTERS/Diego Vara

Legenda da foto, Decisão sobre o momentobet xintubar é crucial. Se uso da ventilação mecânica for retardada demais, paciente pode lesionar o pulmão só pelo esforço para respirar, dizem médicos ouvidos pela BBC News Brasil

Como explica o secretário municipalbet xsaúdebet xSão Paulo, a mudança no protocolo visa também uma previsibilidade maior da ocupaçãobet xcamas hospitalares.

Atualmente, quase 88% dos leitos UTI da cidade estão ocupados. Antes da pandemia, São Paulo tinha 575 leitos UTI SUS, e hoje conta com 1.430. Havia quase 2.000 leitosbet xenfermaria, e hoje são maisbet x3.600. "Mas o que a gente abre ocupa rapidamente", afirma Aparecido.

Além disso, eles ficam ocupados por mais tempo. No Estadobet xSão Paulo, a médiabet xocupaçãobet xUTIs passoubet x7 a 10 dias por paciente, para 14 a 17 dias, pelo menos, segundo o governo estadual.

"Isso tudo são formas e mecanismosbet xtratamento clínico e acompanhamento para que ele (o paciente) não tenha um agravamento, que não precise do leitobet xUTI e não venha eventualmente a um óbito. Na medida que você faz isso, conseguimos controlar melhor o fluxo da ocupação dos leitosbet xUTIbet xtoda a rede pública. A gente planejabet xfunção da demanda que pode vir a ocorrer", afirma ele.

A ofertabet xleitos no Brasil é uma das maiores do mundo, mas é bastante desigual ao redor do país. Especialistas ouvidos pela reportagem concordam com o monitoramento dos pacientes ou políticasbet xalerta para os riscosbet xse buscar tratamento tardiamente, mas veem sérios obstáculosbet xrepetir essa estratégiabet xoutras localidades.

"Eu não acredito que quem tem sintoma vai conseguir atendimento médico, porque é muita gente. Muita gente. Como é que todo mundo que tem sintoma no Brasil vai conseguir um médico hoje? Não sei se há capacidade do sistema para isso", diz Lobo, diretora-presidente da Amib.

Ainda assim, é importante lembrar que a chegada a uma UTI não é uma garantiabet xque o paciente vai sobreviver. Cercabet x80% dos intubados por covid-19 morreram no Brasilbet x2020, sendo que a média global ébet x50%.

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