Deputado oftalmologista oferece 'tratamento precoce'onabet cnpjtrocaonabet cnpj'like' no YouTube:onabet cnpj

Crédito, Assembleia Legislativa do RN/Divulgação
1. cadastre esse meu número nos seus contatos (Dr Albert Dickson)
2. depois entre no nosso canal do YouTube e se inscrevesse lá. Observe o link abaixo e click.
3. Em seguida, PRINT a foto da inscrição e nos envie a pelo whats App.
4. Depois disso aguarde para contato. Grato."
(*) o texto acima corresponde à reprodução exata da mensagem recebida ao fazermos contato, ou seja, foi mantida a grafia e gramática ali utilizadas.
O próprio deputado não esconde a orientaçãoonabet cnpjseus vídeos: "Como que vocês vão ter direito à consulta? Vocês vão se inscrever no nosso canal, ganhando uma etapa no atendimento. Vocês vão printar e mandar para o meu WhatsApp. Quando você mandar, você já vai começar a ter o acesso à consulta comigo", disseonabet cnpjum vídeo publicado no Facebook no dia 7onabet cnpjmarço. "O segredo é mandar o print."
"Nós temos uma sequência no atendimento. Você precisa ir lá no canal do nosso YouTube, se inscrever lá, printar e mandar mensagem para mim. Essa é a chave, vamos dizer assim, para entrar no nosso atendimento", disseonabet cnpjum vídeo publicado no Instagram no dia 15onabet cnpjmarço.

Crédito, YouTube/Reprodução
Procurado por e-mail pela BBC News Brasil, o deputado respondeu que "sugere" a inscriçãoonabet cnpjseu perfilonabet cnpjInstagram e canal do YouTube porque neles publica "pesquisas atualizadas" e "explica a doençaonabet cnpjforma detalhada e nossa experiência com a mesma, alémonabet cnpjtirar dúvidas ao vivo".
Além disso, diz ele, não é obrigatório se inscrever no canal para ser atendido. "Apenas sugerimos, o que muitos não fazem, e continuamos a atender e responder. A consulta virtual não se paga absolutamente nada, nunca cobrei (e que mesmo se fosse não é proibido no Brasil)", afirmou.
Dickson disse ser também "acimaonabet cnpjtudo médico, e o tratado internacional e o Conselho Federalonabet cnpjMedicina na resolução 04/20 nos dá o direito médicoonabet cnpjmedicar contra o covid e nele prevalece a autonomia médica".
Por e-mail, Dickson também reafirmou ser "defensor do tratamento precoce desde o início da pandemia" e disse que continuará nesta defesa, afirmando haver "várias pesquisas já preconizadas e publicadas". "Outro ponto chama-se observação clínica que tem sido resolutivo nessa pandemia para muitos médicos."
Expondo as recomendações do chamado "tratamento precoce" com vídeos semanais desde março do ano passado e sugerindo inscriçõesonabet cnpjtrocaonabet cnpjatendimentos, Dickson multiplicou o númeroonabet cnpjinscritosonabet cnpjseu canal do YouTube. Quando o canal atingiu 100 mil inscritos, recebeu uma placa comemorativa da empresa. Agora, Dickson tem 201 mil seguidores na rede.
Questionado sobre o conteúdo relacionado a tratamento precoce presente no canal, o YouTube informou que,onabet cnpjacordo com uma nova regra da plataforma, removeu 12 vídeos do canal por conteúdo que disseminava informações médicas incorretas, como afirmar que há uma cura garantida para a covid-19 ou recomendar o usoonabet cnpjivermectina ou hidroxicloroquina. O canal segue no ar, entretanto, porque os vídeos removidos haviam sido publicadosonabet cnpjum período anterior a essa nova regra,onabet cnpj12onabet cnpjabril.
Passado um mês da regra, ou seja, a partir do dia 12onabet cnpjmaio, termina um períodoonabet cnpj"carência", quando o YouTube passará a penalizar usuários que a infrinjam, e não apenas retirar seus vídeos do ar. Três violações da regra farão com que o canal seja encerrado.
Foi uma ação semelhante à das semanas passadas, quando a plataforma removeu, pela primeira vez, cinco vídeos do presidente Jair Bolsonaro com desinformação médica.

Crédito, YouTube/Reprodução
As recomendaçõesonabet cnpjDickson também são vistas por seus 139 mil seguidoresonabet cnpjdois perfis no Instagram. No Facebook, quase 50 mil pessoas o seguem, e há vídeos com maisonabet cnpj200 mil visualizações.
Questionado pela BBC News Brasil, um porta-voz do Facebook, empresa dona do Instagram, disse que "remove alegações comprovadamente falsas sobre a doença", sem responder por que não removeu publicações semelhantes feitas pelo deputado, como aonabet cnpjque a ivermectina teria ação profilática contra a covid-19. Na realidade, não há comprovação científica da eficácia do medicamento para a covid,segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) - veja adiante. A empresa disse também ter anunciado um novo rótulo para publicações que informa que "alguns tratamentos não aprovados podem causar danos graves".
'500 pessoas por dia'
"Eu printei a inscrição no YouTube e ele me mandou a receita", confirma a potiguar Lucia Bezerra,onabet cnpj53 anos.
Para ela, trocar "like" no YouTube por prescriçãoonabet cnpjmedicamentos é "válido" porque "as pessoas têm que ver para entender o que ele está dizendo, pra ver se querem ou não".
"Pode ser que ele queira que o canal cresça. É estratégia dele, mas por mim, tranquilo", afirma.
Bezerra eonabet cnpjmãe,onabet cnpj96 anos, tomam ivermectinaonabet cnpj7onabet cnpj7 dias e vitaminas desde o ano passado seguindo orientação do médico, segundo ela. Não há comprovação científicaonabet cnpjque esses medicamentos protegem contra a covid-19. Ela diz não ter contraído a doença, mas diz também que passa o dia todo dentroonabet cnpjcasa.
Em um dos vídeosonabet cnpjseu canal, Dickson diz que "atende 500 pessoas por dia,onabet cnpjdomingo a domingo,onabet cnpj7h da manhã até 3h da manhã, todos os dias".
Jáonabet cnpjuma reunião da Comissão Externaonabet cnpjEnfrentamento à Covid-19 na Câmara Federalonabet cnpjjulho do ano passadoonabet cnpjque participou como convidado, Dickson afirmou já ter atendido "31 mil pacientes do mundo inteiro" e ter acompanhado, por e-mail, 6.047 pacientes. Destes, segundo ele, dois morreram.
Questionado pela BBC News Brasil sobre o númeroonabet cnpjatendimentos, o deputado afirmou: "Me reservo ao direitoonabet cnpjnão informar por uma questãoonabet cnpjforo interno."
Em seu perfil no Instagram, alguns usuários reclamam da faltaonabet cnpjresposta do deputado depois que mandam o "print" comprovando a inscriçãoonabet cnpjseu canal do YouTube. "Acho que o senhor só tá querendo audiência porque a gente morreonabet cnpjmandar mensagem no seu zap e nunca responde", escreveu um deles.
Quandoonabet cnpjfato recebem uma resposta, os pacientes devem, segundo mensagem do deputado, informar "sintomas, quantos dias está doente, peso, nome e cidade onde está". "Aproveite e conheça nosso Instagram e se inscreva também", finaliza a mensagem enviada por WhatsApp.
Mas pacientes com quem a reportagem conversou disseram que depoisonabet cnpjinformar dados pessoais e sintomas, recebem diretamente um receituário médico. Ou seja, não tiveram uma consulta médica propriamente dita.
A BBC News Brasil teve acesso a três receituários que teriam sido enviados por Dickson, e que, aparentemente, diferem um do outro apenas pelo nome do paciente e pela data.
Para uma suposta "profilaxia" da covid-19, a receita inclui sete medicamentos, incluindo a ivermectina (leia mais no final desta reportagem).

Crédito, Reprodução/YouTube
A BBC News Brasil perguntou a Dickson se o deputado considera como atendimento médico o envioonabet cnpjum receituário sem antes fazer uma consulta. Ele respondeu que "antesonabet cnpjenviar a receita com o nome e data direcionado ao paciente, o paciente nos passa os sintomas solicitados e após isso enviamos a receita".
Os números da pandemiaonabet cnpjtodo o mundo mostram que a maior parte das pessoas que contrai covid-19 se recupera. Por isso, segundo especialistas, remédios apresentados como "cura" acabam "roubando o crédito" do que foi apenas uma melhora natural.
No Brasil, maisonabet cnpj422 mil pessoas já morreram vítimas da covid-19.
Médicos e políticos
Eleito para a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norteonabet cnpj2014 com 37 mil votos e reeleitoonabet cnpj2018 com 31 mil votos, Dickson tem a seu lado nos vídeosonabet cnpjesposa, Carla Dickson. Ela também é oftalmologista e política - foi eleita vereadoraonabet cnpjNatalonabet cnpj2016. No ano passado, por ser suplenteonabet cnpjFábio Faria na Câmara dos Deputados, tomou posse como deputada federal quando Faria assumiu o Ministério das Comunicações do governo Jair Bolsonaro. Agora, ela compõe a bancada evangélica da casa.
O casal tem se projetado como um dos maiores divulgadores do "tratamento precoce" nas redes e na política local.
Em maio do ano passado, por exemplo, Albert Dickson apresentou dois projetosonabet cnpjlei sobre o chamdo "tratamento precoce" na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. Um deles determina a "disponibilização gratuitaonabet cnpjkitsonabet cnpjmedicamentos com os remédios hidroxicloroquina, ivermectina e azitromicina" pelo SUS no Rio Grande do Norte. O outro pede a distribuição dos medicamentos por operadorasonabet cnpjplanosonabet cnpjsaúde - ambos "com as devidas receitas médicas e orientações".
Também apresentou um projetoonabet cnpjlei que classificou o funcionamentoonabet cnpjigrejas como atividade essencial durante a pandemia. No ano passado, o nomeonabet cnpjDickson também foi pararonabet cnpjjornais quando ele propôs propôs criar o "Dia Estadual da Visibilidade Heterossexual" no Rio Grande do Norte.
Multiplicação nas redes
O canal do YouTube "Carla e Albert Dickson" foi criadoonabet cnpj2017. Naquele ano, foram dois vídeos publicados, seguidos por um hiatoonabet cnpjtrês anos.
A movimentação começou mesmoonabet cnpj2020. Em janeiro, o casal publicou um vídeo sobre "como evitar o câncer", que lhe rendeu 1.500 visualizações.
Em fevereiro, fizeram a primeira "live" (vídeo transmitindo ao vivo) sobre o coronavírus, com 6 mil visualizações. No vídeo, dão sugestõesonabet cnpjcomo melhorar a imunidade porque "as pessoas que foram mortas na China tinham imunidade baixa" (não há comprovação científica alguma disso).
O grande salto do canal se deu com a publicaçãoonabet cnpjum vídeo sobre ivermectinaonabet cnpjabrilonabet cnpj2020, que angariou 55 mil visualizações.
"Novidades dessa medicação misteriosa que está sendo uma grande aliada no combate ao coronavírus no mundo", diz a descrição do vídeo.
O vídeo termina com Dickson anunciando o númeroonabet cnpjseu celular, dizendo fornecer "telemedicinaonabet cnpjforma gratuita" para quem entraronabet cnpjcontato com ele.
A partir daí, os vídeos começam a ter maisonabet cnpj100 mil visualizações e,onabet cnpjum caso, 200 mil, sempre divulgando o númeroonabet cnpjcelularonabet cnpjDickson no final do vídeo e pedindo uma capturaonabet cnpjtela como provaonabet cnpjinscrição no canal para receber o atendimento gratuito.
Mais recentemente, Dickson atribuiu à "nova cepa" os pacientesonabet cnpjcovid com problemasonabet cnpjfígado na UTI - algo que outros profissionais associaram ao usoonabet cnpjmedicamentos do chamado "kit covid".
Em uma entrevista a um canal no YouTube publicada no dia 29onabet cnpjmarço, Dickson afirmou, sem apresentar qualquer embasamento científico, que "a nova cepa" do vírus no Brasil atacaonabet cnpjforma mais acentuada o fígado dos pacientes. "A culpa do problema hepático chama-se covid, que se adaptou para matar mais rápido", disse.
Receita com 'coquetelonabet cnpjmedicamentos'
O que o deputado e médico afirmaonabet cnpjsuas lives é reiterado nos receituários para tratamento da covid que distribui por WhatsApp - e que ele inclusive atualizou para a "nova cepa".
Uma receita lista esses medicamentos, por exemplo (a função ou "aplicação recomendada" entre parênteses é da reportagem): ivermectina (vermífugo), azitromicina (antibiótico), prednisona (um corticóide), dutasterida (trata aumentoonabet cnpjpróstata, com ação anti-hormônio masculino), espironolactona (um diurético com ação anti-hormônio masculino), bromexina (xarope expectorante), apixabana (anticoagulante oral), vitamina D.

Crédito, Getty Images
Dos medicamentos no receituário, apenas a azitromicina tem retençãoonabet cnpjreceita, ou seja, faz parte da listaonabet cnpjmedicamentos controlados. Outros, como prednisona e dutasterida, por exemplo, são medicamentosonabet cnpjtarja vermelha, com venda sob prescrição médica mas sem retençãoonabet cnpjreceita. Os suplementos não precisamonabet cnpjreceita, embora o receituário do médico especifique dosagens específicas, que exigem manipulação.
"Não tem comprovaçãoonabet cnpjque nada disso funciona para a covid-19", comenta o professoronabet cnpjFarmacologia da Universidade Federalonabet cnpjRondonópolis André Bacchi, sobre o receituário.
"São muitos medicamentos, muitas substâncias, é um coquetel gigantesco. A ideiaonabet cnpjsuplementar, tomar doses aumentadasonabet cnpjvárias substâncias para fazer com que se tenha uma 'superimunidade' é falaciosa, e infelizmente está disseminada na sociedade geral como também entre especialistas", acrescentou Bacchi.
Para ele, a receita é "genérica demais". Há, por exemplo, uma indicação para tomar um medicamento se o paciente "for do sexo masculino ou se for mulher na menopausa", dando a entender que o médico não direcionou a prescrição para o paciente porque nem a adequou ao sexo.
"Você tem que conhecer seu paciente, no mínimo, para poder saber o que prescrever", diz Bacchi.
A receita médica,onabet cnpjum consultórioonabet cnpjoftalmologia, termina com expressões religiosas. "Deus seja exaltado! Leia a Bíblia", diz, ao lado da assinaturaonabet cnpjDickson.
Estudos
Para que um remédio seja considerado seguro e eficaz contra uma doença, ele precisa passar por pesquisas com rigor metodológico que possam atestar seus reais benefícios e riscos, idealmente com um "padrão-ouro".
Em outras palavras, estudos randomizados (voluntários sorteados para entraronabet cnpjum esquema terapêutico ou no outro), com duplo cego (participantes e cientistas não sabem quem recebeu o quê) e controlados (uma parte do grupo tomou placebo ou a melhor terapia disponível até então).
A hidroxicloroquina para a covid-19, que Dickson propôs distribuir pelo SUS, já é comprovadamente ineficaz para a doença. Há diversos estudos sobre o tema. Um deles é o do Recovery Trial, feito no Reino Unido. Numa análiseonabet cnpjmaisonabet cnpj4.500 pacientes hospitalizados, o usoonabet cnpjhidroxicloroquina e azitromicina não trouxe benefício algum.
Um painelonabet cnpjespecialistas internacionais da Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu,onabet cnpjmarço deste ano, que o medicamento não previne a infecção, fazendo uma "forte recomendação" para que não seja usado. Esta forte recomendação é baseadaonabet cnpjseis estudos clínicos com evidênciasonabet cnpjalto nível que somam maisonabet cnpj6 mil participantes.
Não há evidênciasonabet cnpjque a ivermectina, fármaco usado no tratamentoonabet cnpjparasitas como piolho e sarna, ajude no tratamento da covid-19. Os estudos disponíveis até agora são inconclusivos. Por isso, a Agência Europeiaonabet cnpjMedicamentos é contrária ao usoonabet cnpjivermectina no tratamento da covid-19. Após revisar as publicações sobre o medicamento, a agência considerou que os estudos possuíam limitações, como diferentes regimesonabet cnpjdosagem do medicamento e uso simultâneoonabet cnpjoutros medicamentos.
"Portanto, concluímos que as atuais evidências disponíveis são insuficientes para apoiarmos o usoonabet cnpjivermectina contra a covid-19", concluiu a agência.
Tampouco aprovam o uso do medicamento contra a covid-19 a OMS e a Organização Pan-americanaonabet cnpjSaúde (OPAS). A FDA, órgãoonabet cnpjvigilância sanitária dos Estados Unidos, também não aprovou a ivermectina para prevenção ou tratamento da covid-19 no país
A azitromicina também não apresentou resultados positivosonabet cnpjexperimentos com humanos. Em dezembro, um ensaio clínico randomizadoonabet cnpjgrande escala do Recovery Trial não encontrou nenhum benefício do antibióticoonabet cnpjpacientes hospitalizados com covid-19.
Tampouco há estudos robustos que comprovem que os outros medicamentos recomendados no receituário tenham qualquer eficácia para covid-19.
A apixabana, um anticoagulante, é um fármaco que só deve ser indicado mediante complicações, explica Bacchi. "Você coloca sob riscosonabet cnpjefeitos adversos desnecessários, como o aumentoonabet cnpjriscoonabet cnpjsangramentos. Não é medicamento para ficar usando profilaticamente para qualquer pessoa na população."
A prednisona é um corticóide. Um estudo, do Recovery, mostrou benefícioonabet cnpjoutro corticóide, a dexametasona,onabet cnpjpacientes que precisavamonabet cnpjoxigênio ou ventilação mecânica, mas nãoonabet cnpjfase ambulatorial, como é o caso das pessoas que recebem a receitaonabet cnpjDickson.
"Corticóides tomadosonabet cnpjmaneira precoce podem na verdade provocar o efeito inverso, diminuir até mesmo a imunidade", diz Bacchi.
Há alguns estudos que encontraram associação entre níveis baixosonabet cnpjvitamina D e taxas mais altasonabet cnpjcovid-19 na população. Mas não puderam estabelecer que a deficiência foi a causa das taxas da doença, já que há outras hipóteses que poderiam explicar a relação.
As populações com altas taxasonabet cnpjdeficiênciaonabet cnpjvitamina D podem ser atingidas com mais força pelo coronavírus por outras razões, incluindo menor acesso a cuidadosonabet cnpjsaúde, por exemplo. Então, não há evidências suficientes para recomendar a vitamina D contra a doença.
Punição
Apesaronabet cnpjhaver comprovação da ineficácia da hidroxicloroquina e não haver comprovação da eficáciaonabet cnpjoutros medicamentos para a covid-19, como a ivermectina, o Conselho Federalonabet cnpjMedicina não condenou veementemente a práticaonabet cnpjrecomendar ou prescrever esses medicamentos. Pelo contrário, no ano passado, aprovou parecer que facultou aos médicos a prescriçãoonabet cnpjcloroquina e da hidroxicloroquina para pacientes com covid-19.
À BBC News Brasil, o conselho disse que não comenta casos concretos. Uma resoluçãoonabet cnpj2011 do conselho sobre propaganda na Medicina estabelece que o médico deve "evitar onabet cnpj autopromoção e sensacionalismo, preservando, sempre, o decoro da profissão". Como "autopromoção", diz o texto, entende-se a divulgação com intençãoonabet cnpj"angariar clientela", "pleitear exclusividadeonabet cnpjmétodos diagnósticos e terapêuticos" e "auferir lucrosonabet cnpjqualquer espécie", entre outros.
A Associação Médica Brasileira e a Sociedade Brasileiraonabet cnpjInfectologia, poronabet cnpjvez, divulgaram nota dizendo que "as melhores evidências científicas demonstram que nenhuma medicação tem eficácia na prevenção ou no 'tratamento precoce' para a covid-19 até o presente momento".
Para Sergio Rego, médico, pesquisador da Fiocruz e professoronabet cnpjbioética na Escola Nacionalonabet cnpjSaúde Pública da instituição, "não há respaldo ético normativo para a prescriçãoonabet cnpjalgo que não tenha reconhecimento científico, salvo quando está inserido dentroonabet cnpjum processoonabet cnpjpesquisa aprovado por um comitêonabet cnpjética".
Médicos que prescrevem o suposto tratamento precoce podem ser responsabilizadosonabet cnpjtodas as esferas, diz Rego.
Processosonabet cnpjavaliaçãoonabet cnpjinfrações éticas ocorrem dentro dos conselhos regionaisonabet cnpjmedicina a partironabet cnpjqueixas. Podem aplicar, como pena, a censura reservada, a censura pública, a suspensãoonabet cnpjexercício profissional por um tempo e até a cassação do direitoonabet cnpjexercer a medicina.
No Código Penal, a prática poderia ser enquadrada no artigo 132, diz Rego: "expor a vida ou a saúde e outrem a perigo direto e iminente", com penaonabet cnpjdetençãoonabet cnpjtrês meses a um ano, "se o fato não constitui crime mais grave".
"O médico tem autonomia, mas isso não o exime da responsabilidade pelas consequênciasonabet cnpjseus atos", diz Rego. "Não é uma carta branca."

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