Covid: testes insuficientes e desorganizados deixam Brasil no escuro para controlar a pandemia:roleta de itens

Quando o número está alto, pode indicar descontrole da epidemia ou baixa capacidaderoleta de itenstestagem. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que uma taxaroleta de itenspositividade inferior a 5% indica que a epidemia está sob controle.

No Brasil, nenhum Estado, desde o início da pandemia, apresentou valores tão baixos, segundo levantamento da Fiocruz.

"Até hoje o Brasil continua testando casos nos quais há quase certezaroleta de itensque é covid. Entre os assintomáticos, que a gente sabe que transmitem covid-19, a gente não está testando praticamente ninguém. Se a pessoa chega numa unidaderoleta de itenssaúde sem sintoma, ou dizendo que só teve contato com alguém que teve covid, é difícil que consiga fazer esse teste, porque a oferta é pequena", diz Diego Xavier, epidemiologista da Fiocruz e responsável pelo Monitora Covid.

'Testagem não é prioridade no Brasil'

A testagemroleta de itensmassa, ao apontar as tendências da epidemia, deveria ser o instrumento para embasar a formulaçãoroleta de itenspolíticas das autoridadesroleta de itenssaúde para controlar a propagação da doença. Sem isso, o poder público pode agir atrasado ou antecipar medidas drásticas que poderiam não ser necessárias.

Esse é o alerta que epidemiologistas fazem desde a chegada do coronavírus. A diferença é que, no começo da pandemia, a baixa disponibilidaderoleta de itenstestes fazia com que muitos países tivessem que guardá-los para situações específicas.

Mesmo assim, alguns países conseguiram controlar a pandemia mesmo antes da vacinação, com testes e rastreamentoroleta de itenscontatos eficiente.

Aindaroleta de itensmaioroleta de itens2020, o Vietnã foi um dos países que conseguiram controlar o coronavírus — mesmo com sistemaroleta de itenssaúde precário —, ao concentrar esforços na realizaçãoroleta de itenstestesroleta de itensmassa e no rastreamento agressivoroleta de itenscontatosroleta de itensdoentes.

Hoje, países com a vacinação avançada, como o Reino Unido, usam a testagem para planejar os próximos passos do relaxamento do lockdown e monitorar os riscosroleta de itensnovas variantes. Segundo dadosroleta de itensmaio, foram feitos até agora maisroleta de itens2.300 testes por mil habitantes no Reino Unido.

No Brasil, a testagem não vem sendo usada para guiar as políticas, afirma o epidemiologista Pedro Hallal, da Universidade Federalroleta de itensPelotas (RS).

"A testagem não é prioridade porque o Ministério da Saúde nunca entendeu por que que se testa. Parece que o Ministério sempre achou que testagem é para contar casos, quando, na verdade, testagem é uma políticaroleta de itenssaúde para identificar precocemente os casos e evitar a transmissão da doença", disse à BBC News Brasil.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmouroleta de itensmaioroleta de itens2021 que o Brasil estuda uma campanharoleta de itenstestagem contra covid. Procurada pela reportagem, a assessoriaroleta de itensimprensa disse apenas que o programaroleta de itenstestagem estároleta de itenselaboração e não informou uma data para lançamento.

Brasil atrásroleta de itensmaisroleta de itens80 países

Segundo boletim epidemiológico (de período até 8roleta de itensmaio) do Ministério da Saúde, o Brasil faz 7.857 exames por 100 mil habitantes, o que significa pouco maisroleta de itens16,5 milhõesroleta de itensexames realizados até o inícioroleta de itensmaio.

Comparada a dadosroleta de itensoutros países até a mesma data, a taxa oficialroleta de itens78,57 exames por mil habitantes do Brasil é semelhante à da Zâmbia (78,13), que fica na posição 88 entre 11 paísesroleta de itensranking da plataforma Our World in Data, da Universidaderoleta de itensOxford.

Isso deixa o Brasil atrás da Índia (217), alémroleta de itensoutros países da América do Sul, como Argentina (200), Uruguai (546) e Chile (705). A plataforma não tem dadosroleta de itenstestagem do Brasil desde o segundo semestreroleta de itens2020.

Ao mesmo tempo, levantamentos alternativos ao do Ministério da Saúde, com baseroleta de itensdados divulgados pelos Estados, apontam números maioresroleta de itenstestagem. Segundo o Painel Covid-19 - Estatísticas do Coronavírus, plataforma criada pelo analistaroleta de itenssistemas e matemático Giscard Stephanou, que explicou que reúne dados das 27 secretarias estaduaisroleta de itenssaúde sobre diferentes tiposroleta de itenstestes, o total até meadosroleta de itensmaio chega a 48 milhões.

Um dos reflexos da faltaroleta de itensuma coordenação nacionalroleta de itensrelação à testagem está na dificuldade para compilação dos dados sobre a quantidaderoleta de itenstestes aplicados no país.

A Fiocruz apontou que no Brasil "as testagens são feitas com pouco ou nenhum planejamento" e sequer há "um indicador confiável sobre seus resultados".

Pesquisadores da Fiocruz avaliaram três sistemasroleta de itensinformação diferentes sobre o tema — Sistema Gerenciadorroleta de itensAmbiente Laboratorial (GAL), eSUS-VE e SIVEP-Gripe — e concluíram que eles têm sobreposições e inconsistências. entre si.

Entre os problemas apontados, estão atraso e perdas no fluxoroleta de itensdadosroleta de itenstestagem, faltaroleta de itensinformações e existênciaroleta de itenscampos não preenchidos ou mal preenchidos, além da notificação exclusivaroleta de itenscasos positivos já confirmados por teste.

Mesmo com essas limitações, no entanto, os pesquisadores apontam que os dados disponíveis sobre testes no Brasil podem contribuir para o monitoramento mais preciso da ocorrênciaroleta de itenscovid-19 no país.

Xavier diz que os Estados tiveram que agir sem uma coordenação, o que dificultou o controle da testagem e, consequentemente, dos dados sobre os testes pelo governo central. "Foi a transferênciaroleta de itensresponsabilidade: o governo federal jogou para o governador, que jogou para o prefeito, que jogou para a população."

"Erramos muito nessa parteroleta de itenstestagem. Há um ano, países controlaram a doença sem vacina na Ásia, testando e rastreando. No Brasil, a gente não consegue nem confiar na informaçãoroleta de itenstestagem, porque é desestruturada", disse Xavier, um dos pesquisadores da Fiocruz responsáveis pelo trabalho.

Ele aponta que, no Brasil, o indicador que vem sendo usado para embasar decisões locais sobre restrições para tentar conter o vírus é a ocupaçãoroleta de itensleitosroleta de itensUTI,roleta de itensvez da testagem. Não deveria ser assim, diz Xavier. "Esse indicador (UTI) já mostra pra gente quando a situação está extremamente grave."

Outro sintoma da faltaroleta de itenscoordenação, a perdaroleta de itenstestes devido ao vencimento sem uso também é um problema no Brasil. O Ministério da Saúde admitiu ao Ministério Público Federal que existe o riscoroleta de itensperder milhõesroleta de itenstestesroleta de itenscovid-19, segundo a Folharoleta de itensS.Paulo.

No documento, segundo o jornal, o ministério afirma que guardavaroleta de itensabril 4,3 milhõesroleta de itensexamesroleta de itensGuarulhos (SP), dos quais havia estimativaroleta de itensperdaroleta de itenspelo menos 2,3 milhões por causa do vencimento.

Procurado pela BBC News Brasil para comentar a baixa testagem no Brasil e a faltaroleta de itenscoordenação, o Ministério da Saúde disse que "a testagem para diagnóstico da covid-19 cresce constantemente no país" e que,roleta de itensjaneiro a maio deste ano, a pasta registrou 7,9 milhõesroleta de itenstestes RT-PCR realizados.

A pasta disse, ainda, que a distribuição é realizadaroleta de itensacordo com as demandas dos Estados, e que o número subiuroleta de itensuma média diáriaroleta de itensexamesroleta de itens1.148roleta de itensmarçoroleta de itens2020 para 63.982 testes diáriosroleta de itensabrilroleta de itens2021.

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