Os motivos por trás dos apelos pela volta do horárioflamengo e universidad católica palpiteverão:flamengo e universidad católica palpite

"O horárioflamengo e universidad católica palpiteverão foi comprovado que não tem ganho financeiro e a maioria é contra porque mexe no relógio biológico", afirmou o presidente a apoiadores, na porta do Palácio da Alvorada.

Ao fimflamengo e universidad católica palpitejunho, empresários dos setoresflamengo e universidad católica palpiteturismo, bares e restaurantes encaminharam ao presidente uma carta reivindicando a volta do horárioflamengo e universidad católica palpiteverão este ano.

No documento, os representantes do setor privado argumentam que a hora a maisflamengo e universidad católica palpiteclaridade no fimflamengo e universidad católica palpitetarde impacta positivamente os negócios e seriaflamengo e universidad católica palpitegrande ajuda após a forte quedaflamengo e universidad católica palpitefaturamento sofrida por esses setores na pandemia.

Especialistasflamengo e universidad católica palpiteenergia e infraestrutura avaliam ainda que a medida seriaflamengo e universidad católica palpitegrande relevância no atual quadroflamengo e universidad católica palpitecrise do setor elétrico, provocada por uma seca histórica, que levou o nível dos reservatórios hidrelétricos ao patamar mais baixoflamengo e universidad católica palpitedécadas.

Diante das múltiplas pressões pela volta do horárioflamengo e universidad católica palpiteverão, cabe a pergunta: valeu a pena acabar com eleflamengo e universidad católica palpite2019?

Os especialistas avaliam que não. E mesmo quem acha que a medida pode ter sido acertadaflamengo e universidad católica palpite2019, defende que agora é horaflamengo e universidad católica palpiterevertê-la.

'O governo errou'

Para o economista Claudio Frischtak, sócio da consultoria Inter.B e especialistaflamengo e universidad católica palpiteinfraestrutura, o governo errou "em dois sentidos" ao acabar com o horárioflamengo e universidad católica palpiteverãoflamengo e universidad católica palpite2019: na forma e no conteúdo.

"Na forma, porque essa foi uma decisão arbitrária, não transparente", avalia Frischtak.

Segundo ele, não se sabeflamengo e universidad católica palpiteque pesquisaflamengo e universidad católica palpiteopinião o presidente se baseia para dizer que a maioria da população é contrária ao horárioflamengo e universidad católica palpiteverão. "Na realidade, sequer faz sentido tomar uma decisão dessas com baseflamengo e universidad católica palpitepesquisaflamengo e universidad católica palpiteopinião, pois uma decisãoflamengo e universidad católica palpitepolítica pública deve ser calcadaflamengo e universidad católica palpiteevidências", afirma o economista.

Conforme o especialista, o governo errou "no conteúdo" ao extinguir o horárioflamengo e universidad católica palpiteverão, pois o horário especial traz três benefícios sociais: economiaflamengo e universidad católica palpiteenergia, impacto positivo sobre a atividade econômica e um terceiro, menos discutido, que é o efeito da luminosidade adicional sobre indicadoresflamengo e universidad católica palpitesegurança pública.

"A evidência empírica sugere que uma hora a maisflamengo e universidad católica palpiteluminosidade reduz homicídios, roubos e acidentesflamengo e universidad católica palpitetrânsito", cita Frischtak, que publicouflamengo e universidad católica palpite2019 um artigo sobre o temaflamengo e universidad católica palpitecoautoria com os pesquisadores Miguel Foguel e Renata Canini.

"E isso não apenas no nosso país, há evidência nos Estados Unidos do mesmo fenômeno. Então, do pontoflamengo e universidad católica palpitevista da segurança, acabar com o horárioflamengo e universidad católica palpiteverão não é uma boa ideia."

Para o sócio da consultoria Inter.B, o argumento utilizadoflamengo e universidad católica palpite2019flamengo e universidad católica palpiteque o horárioflamengo e universidad católica palpiteverão perdeu relevância devido à mudança do picoflamengo e universidad católica palpiteconsumo do fim para o meio da tarde, como resultado do maior usoflamengo e universidad católica palpiteaparelhosflamengo e universidad católica palpitear condicionado, perde relevância num momento como o atual,flamengo e universidad católica palpitegrave crise no setor elétrico.

"O que há atualmente, no verão, é um duplo pico: um no meio da tarde, por causa do ar condicionado, e outro, quando as pessoas chegamflamengo e universidad católica palpitecasa e vão tomar banho e ligar seus eletrodomésticos", diz Frischtak.

"Estima-se que o horárioflamengo e universidad católica palpiteverão pode reduzirflamengo e universidad católica palpiteaté 4,5% o consumoflamengo e universidad católica palpiteenergia nesse segundo pico do fimflamengo e universidad católica palpitetarde. Estamos hoje vivendo no país uma criseflamengo e universidad católica palpiteabastecimentoflamengo e universidad católica palpiteenergia, então tudo que possa ser feito para estimular o consumidor a reduzir o consumoflamengo e universidad católica palpiteenergia deve ser implantado, principalmente se isso for acompanhadoflamengo e universidad católica palpiteuma campanhaflamengo e universidad católica palpiteeducação."

'Horárioflamengo e universidad católica palpiteverão esse ano é imprescindível'

O professor do Institutoflamengo e universidad católica palpiteEconomia da UFRJ e coordenador do Gesel (Grupoflamengo e universidad católica palpiteEstudos do Setor Elétrico), Nivaldeflamengo e universidad católica palpiteCastro, destaca que o contexto do setor elétrico mudouflamengo e universidad católica palpite2019 para este ano.

"Há dois anos, o equilíbrio entre oferta e demandaflamengo e universidad católica palpiteenergia estava tranquilo, então uma economiaflamengo e universidad católica palpite2% a 3% do consumo não era tão imprescindível", diz Castro.

"Mas, atualmente, estamos enfrentando problemas para atender a demandaflamengo e universidad católica palpiteenergia elétrica justamente na horaflamengo e universidad católica palpiteque escurece", afirma, lembrando que o horárioflamengo e universidad católica palpiteverão tem o objetivoflamengo e universidad católica palpite"empurrar" a demanda por energia para mais tarde, aproveitando a luz natural.

"Diante da crise hidrológica deste ano, o horárioflamengo e universidad católica palpiteverão faz todo sentido, porque ele evita um consumo a mais, do que numa situaçãoflamengo e universidad católica palpiteque não haja horárioflamengo e universidad católica palpiteverão."

Tanto Castro como Frischtak citam o aumento do desmatamento da Amazônia como um fator que tem afetado o regime hidrológico do país e a manutenção do nível dos reservatórios hidrelétricos.

"Com as mudanças climáticas e as queimadas que o governo tem permitido, isso está diminuindo o armazenamento dos reservatórios. Então, possivelmente, para os próximos anos, o horárioflamengo e universidad católica palpiteverão deverá ser necessário", diz Castro. "Mas, neste ano, ele é imprescindível."

'Para bares e restaurantes, qualquer real a mais importa'

Paulo Solmucci, presidente da Abrasel (Associação Brasileiraflamengo e universidad católica palpiteBares e Restaurantes), é um dos signatários da carta dos empresários endereçada a Bolsonaro pedindo a volta do horárioflamengo e universidad católica palpiteverão.

O executivo lembra que,flamengo e universidad católica palpite2019, o setor não se manifestou quando o presidente decidiu acabar com o horário diferenciado, mesmo sendo prejudicado pela medida.

"Naquele momento, houve um conjuntoflamengo e universidad católica palpiteargumentos para justificar a decisão: a baixíssima economia [de energia], o fatoflamengo e universidad católica palpiteque uma parcela da sociedade, como as crianças que acordam cedo para ir à escola, encontravam o dia ainda muito escuro", lembra o representante.

"Então, naquela ocasião, não nos manifestamosflamengo e universidad católica palpitecontrário, ainda que estivéssemos perdendo com isso, porque o brasileiro tem baixo hábitoflamengo e universidad católica palpitefazer happy hour, mas quando há horárioflamengo e universidad católica palpiteverão ele tende a ficar muito mais na rua."

Solmucci explica que o setor resolveu trazer esse pleito agora porque, para os bares e restaurantes, "o mundo desabouflamengo e universidad católica palpitelá para cá".

"O nosso setor, mesmoflamengo e universidad católica palpiteportas abertas, tem 77% das empresas ainda operando com prejuízo. Então, na nossa visão, qualquer real que entre a mais vai ser muito importante, e o horárioflamengo e universidad católica palpiteverão sempre trouxe esse faturamento adicional na primeira hora da noite", afirma.

"A gente chega às vezes até a dobrar o que se fatura entre às 18h e às 20h com horárioflamengo e universidad católica palpiteverão. E isso também vale para o pessoal do turismo, como parques, porque estica o dia."

Solmucci avalia ainda que há uma inconsistência na postura do governo, que trabalha para que a indústria reduza o consumoflamengo e universidad católica palpiteenergia entre 18h e 21h.

"Ora, se faz sentido provocar essa economia na indústria, inclusive mexendo naflamengo e universidad católica palpiteestruturaflamengo e universidad católica palpiteprodução, faz sentido ao nosso ver reduzir a demanda dos consumidores nesse horário, ainda que por uma hora, porque uma coisa colabora com a outra."

O porta-voz do setorflamengo e universidad católica palpitebares e restaurantes diz ainda ter esperançaflamengo e universidad católica palpiteque Bolsonaro mudeflamengo e universidad católica palpiteideia.

"Estamos trazendo para a discussão uma ótica socioeconômica, que diz respeito a apoiar um setor que está muito machucado e que gera muitos empregos. Isso além da óticaflamengo e universidad católica palpitereduzir o risco do setor elétrico", afirma Solmucci. "O amigo do presidente, Luciano Hang, já entendeu isso e tem cada vez mais gente entendendo. Acredito que o presidente, se fizer uma análise mais detalhada, também pode evoluir."

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