Mesmo após crise gerada por pandemia, Brasil terá 10 milhõesrealsbet cnpjdesempregados, dizem economistas:realsbet cnpj
- Thais Carrança
- Da BBC News Brasilrealsbet cnpjSão Paulo

Crédito, Marcelo Camargo/Agência Brasil
Desemprego estrutural do Brasil é mais alto que orealsbet cnpjpaíses desenvolvidos; baixo nívelrealsbet cnpjformação da mãorealsbet cnpjobra e elevado custorealsbet cnpjcontratação estão entre o motivos, segundo analistas
realsbet cnpj Com a aceleração da vacinação na maior parte do país, os brasileiros já começam a vislumbrar uma luz no fim do túnel da pandemia do coronavírus.
Diante da perspectivarealsbet cnpjgradual volta à normalidade, espera-se que a taxarealsbet cnpjdesemprego - que se manteve no trimestre encerradorealsbet cnpjabril no nível recorderealsbet cnpj14,7% - possa voltar a cair, e parte dos 14,8 milhõesrealsbet cnpjdesempregados e 6 milhõesrealsbet cnpjdesalentados (pessoas que desistiramrealsbet cnpjprocurar emprego) consigam se recolocar no mercadorealsbet cnpjtrabalho.
No entanto, mesmo quando a crise passar e a economia voltar à normalidade, o Brasil não deve registrar uma taxarealsbet cnpjdesemprego inferior a cercarealsbet cnpj10%, avaliam analistas, o que significa que aproximadamente 10 milhõesrealsbet cnpjpessoas seguirão desocupadas.
Isso porque essa seria a chamada taxarealsbet cnpjdesempregorealsbet cnpjequilíbrio do país, pelas contas dos economistas.
Nosso desemprego "natural" é mais alto do que orealsbet cnpjpaíses desenvolvidos,realsbet cnpjgrande medida devido ao baixo nívelrealsbet cnpjformação da mãorealsbet cnpjobra, alto índicerealsbet cnpjrotatividade e informalidade, e elevado custorealsbet cnpjcontratação dos trabalhadores, dizem os especialistas.
"Nossa infeliz realidade érealsbet cnpjum pleno empregorealsbet cnpjque quase 10% da população tem que estar desempregada para que a situação seja considerada estável ao longo do tempo", observa Braulio Borges, economista sênior da LCA Consultores e pesquisador do Ibre-FGV (Instituto Brasileirorealsbet cnpjEconomia da Fundação Getulio Vargas).
"E essa taxarealsbet cnpjequilíbrio não quer dizer que a economia vai naturalmente, quase que por inércia, convergir para lá. Pode demorar muito tempo, se a gente deixar os mercados agirem. É preciso política econômica ativa [para reduzir o desemprego]", defende.

Crédito, Roberto Parizotti/CUT
A taxarealsbet cnpjdesempregorealsbet cnpjequilíbriorealsbet cnpjum país é aquelarealsbet cnpjque o nívelrealsbet cnpjemprego não contribui para acelerar a inflação, segundo definição usada pelos economistas
Desempregorealsbet cnpjequilíbrio
Os economistas consideram que a taxarealsbet cnpjdesempregorealsbet cnpjequilíbriorealsbet cnpjum país é aquelarealsbet cnpjque o nívelrealsbet cnpjemprego não contribui para acelerar a inflação. Ela é chamada no jargão econômicorealsbet cnpjNairu (non-accelerating inflation rate of unemployment,realsbet cnpjinglês).
"Quando a taxarealsbet cnpjdesemprego está acima do nívelrealsbet cnpjequilíbrio, isso significa que o mercadorealsbet cnpjtrabalho está num momento ruim e há menor pressão no custorealsbet cnpjtrabalho", explica Victor Kayo, economista da MCM Consultores.
"Num mercadorealsbet cnpjtrabalho deteriorado, os trabalhadores têm menor poderrealsbet cnpjbarganha e menos capacidade para exigir salários melhores. Com essa menor pressãorealsbet cnpjcustos para as empresas, é menor a pressão inflacionária", acrescenta.
Na situação contrária, quando a taxarealsbet cnpjdesemprego fica abaixo do nívelrealsbet cnpjequilíbrio, os trabalhadores têm mais força para pressionar por melhores salários. Com maior renda, demandam mais produtos e serviços. Já os empresários repassam o aumentorealsbet cnpjcusto com salários aos preços. Os dois movimentos contribuem para acelerar a inflação.
O leitor deve estar se perguntando: mas então o que diabos está acontecendo no Brasil nesse momento? Por que, com um recorderealsbet cnpj14,8 milhõesrealsbet cnpjdesempregados, os preços no supermercado não paramrealsbet cnpjsubir?
É que a inflação no país atualmente não está sendo puxada por uma demanda aquecida por parte dos consumidores, mas por questões que afetam a oferta dos produtos, como a alta do preço das commodities, a desvalorização do realrealsbet cnpjrelação ao dólar e, mais recentemente, a faltarealsbet cnpjchuvas que puxou para cima o preço da energia elétrica.
Assim, o Brasil vive atualmente o pior cenário possível: desemprego alto e inflação também.

Crédito, Agência sindical
Estimativas para a taxarealsbet cnpjdesempregorealsbet cnpjequilíbrio do Brasil variam entre 9% e 11%
Como pode um 'pleno emprego' com 10%realsbet cnpjdesempregados?
"Quando a gente falarealsbet cnpj'pleno emprego', as pessoas naturalmente pensam numa taxarealsbet cnpjdesemprego igual a zero. Não é isso", explica Borges. "Na maior parte dos países, essa é uma taxa positiva, porquerealsbet cnpjqualquer momento do tempo há pessoas procurando emprego."
O economista da LCA estima que, no Brasil, essa taxa esteja atualmenterealsbet cnpj9,5%, mesma estimativa da gestorarealsbet cnpjrecursos Mauá Capital. Já o Itaú Unibanco calcula que a taxa esteja próximarealsbet cnpj10% e a MCM Consultores,realsbet cnpj10,7%.
Mas o que explica esse "pleno emprego" com um nível tão altorealsbet cnpjdesempregados?
"A qualificação média da mãorealsbet cnpjobra no Brasil é muito baixa, não sórealsbet cnpjtermosrealsbet cnpjanosrealsbet cnpjestudo - onde o país evoluiu muito nas últimas décadas -, mas na qualidade do ensino", diz o economista da LCA e pesquisador do Ibre-FGV.
"Além disso, como há muita rotatividade no mercadorealsbet cnpjtrabalho, isso atrapalha o acúmulorealsbet cnpjcapital humano no ambienterealsbet cnpjtrabalho, porque capital humano não é só estudo na escola e na universidade, mas se adquire também trabalhando, interagindo com outras pessoas e executando tarefas mais específicas."
Borges cita ainda o elevado índicerealsbet cnpjinformalidade da mãorealsbet cnpjobra e a ausênciarealsbet cnpjuma política ativarealsbet cnpjrequalificaçãorealsbet cnpjtrabalhadores no Brasil.
"Países nórdicos, por exemplo, gastam 1,5%, 2% do PIB [Produto Interno Bruto] todos os anos para requalificar mãorealsbet cnpjobra, pois eles estão conscientesrealsbet cnpjque as tarefas exigidas pelas empresas estão mudando o tempo todo e é preciso adaptar a mãorealsbet cnpjobra para isso", afirma.
Mercadorealsbet cnpjtrabalho 'engessado'
Para Marco Antônio Cavalcanti, diretor adjunto do Ipea (Institutorealsbet cnpjPesquisa Econômica Aplicada), um outro fator que pesa para que o desemprego estrutural do país seja tão elevado é a rigidez da legislação trabalhista brasileira.
"Temos um mercadorealsbet cnpjtrabalho muito engessado. Apesarrealsbet cnpjtermos tido uma reforma trabalhista recente, que tentou flexibilizar as relaçõesrealsbet cnpjtrabalho, elas continuam muito rígidas, isso por si só tende a gerar uma taxarealsbet cnpjdesemprego maior", opina o economista.
"Isso tudo se reflete no nívelrealsbet cnpjempregorealsbet cnpjequilíbrio. O custo do trabalho é muito alto no Brasil, somando o salário e todas as contribuições que o empregador tem que pagar."
Luka Barbosa, economista do Itaú, porrealsbet cnpjvez, avalia que tanto o baixo nível educacional, como o alto custo do trabalho explicam nosso desemprego estrutural elevado.
"Se você tem um nívelrealsbet cnpjeducação melhor na sociedade como um todo, você tem mais pessoas que estão aptas a serem incorporadas no mercadorealsbet cnpjtrabalho, então o desempregorealsbet cnpjequilíbrio tende a ser mais baixo", afirma.
"Por outro lado, se o salário mínimo é muito próximo do salário médio da economia, isso tende a gerar uma taxarealsbet cnpjdesemprego mais alta, porque é possível contratar mais gente se o salário mínimo for mais baixo", acredita.

Crédito, NurPhoto/Getty Images
Economistas diziam que a reforma trabalhista do governo Michel Temer (MDB) reduziria o desemprego estrutural do Brasil; passados quatro anos, dizem que 'ainda é cedo' para captar os efeitos nas estatísticas
Por que a reforma trabalhistarealsbet cnpj2018 não reduziu o desemprego estrutural?
Em 2018, após a entradarealsbet cnpjvigor da reforma trabalhista aprovada durante o governo Michel Temer (MDB), diversos economistas diziam que a mudança contribuiria para reduzir a taxarealsbet cnpjdesemprego estrutural do Brasil.
A reforma, que entrourealsbet cnpjvigorrealsbet cnpjnovembro do ano anterior, trouxe mudanças como a regulamentação do trabalho temporário e intermitente, e ampliou as possiblidadesrealsbet cnpjterceirizaçãorealsbet cnpjatividades.
No entanto, passados quase quatro anos da alteração da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), as estimativas dos economistas para a taxarealsbet cnpjdesempregorealsbet cnpjequilíbrio do Brasilrealsbet cnpjquase nada mudaram. Questionados sobre isso, os analistas argumentam que "ainda é cedo" para avaliar os efeitos da reforma.
"É muito cedo ainda para concluir algo", diz Barbosa, do Itaú. "A reforma trabalhista vai sim na direçãorealsbet cnpjreduzir a taxarealsbet cnpjdesempregorealsbet cnpjequilíbrio, mas é muito difícil precisar o quanto ela reduziu. É uma coisa que a gente vai ver depois do fato ocorrer", argumenta.
'Minirreforma' trabalhistarealsbet cnpjdiscussão na Câmara
No momento atual, a Câmara dos Deputados analisa um projetorealsbet cnpjincentivo ao primeiro emprego para jovensrealsbet cnpj18 a 29 anos erealsbet cnpjestímulo à contrataçãorealsbet cnpjmaioresrealsbet cnpj55 anos desempregados há maisrealsbet cnpj12 meses.
O Priore (Programa Primeira Oportunidade e Reinserção no Emprego) foi incluído pelo deputado Christino Áureo (PP-RJ) na medida provisória que recriou o BEmrealsbet cnpj2021 - benefício emergencial para quem teve jornada reduzida durante a pandemia.
Pelo projeto, o governo pagaria um bônus no salário, mas o empregado receberia um FGTS (Fundorealsbet cnpjGarantia do Temporealsbet cnpjServiço) menor. A alíquota mensal, que normalmente érealsbet cnpj8%, cairia para 2% (para microempresas), 4% (empresasrealsbet cnpjpequeno porte) e 6% (demais empresas). O objetivo é reduzir o custorealsbet cnpjcontratação para os empresários.
As mudanças incluídas pelo deputado Áureo estão sendo consideradas uma "minirreforma" trabalhista e vão na linha da propostarealsbet cnpjestímulo ao emprego para jovens apresentada pelo ministro da Economia Paulo Guedesrealsbet cnpj2019, que perdeu a validade no Congresso.
Novamente, os economistas argumentam que a medida pode contribuir para reduzir a taxarealsbet cnpjdesempregorealsbet cnpjequilíbrio do país.
"Se conseguirmos avançar na direçãorealsbet cnpjum mercadorealsbet cnpjtrabalho mais flexível e reduzir o custo do trabalho, a tendência é termos um desemprego menor", diz Cavalcanti, do Ipea.
Já a oposição vê no projeto uma tentativarealsbet cnpjretirar direitos dos trabalhadores.
"É como se essas trabalhadoras e trabalhadores fossem uma parcela inferior da sociedade que não faz jus aos direitos trabalhistas do restante. Inadmissível nesse momento", afirmou a líder do PSOL na Câmara, Talíria Petrone (RJ), à Folharealsbet cnpjS. Paulo.
"Não bastassem todas as restrições e prejuízos temporários impostos pela pandemia, a base do governo Bolsonaro ainda quer se aproveitar desse momentorealsbet cnpjelevado desemprego e fragilidade dos trabalhadores para fazer uma nova reforma trabalhista, que retirarealsbet cnpjforma permanente ainda mais direitos", disse Alessandro Molon (PSB-RJ), ao mesmo jornal.

Crédito, Anamatra
'Educação é o principal fator para conseguir melhorar a capacidade das pessoas no mercadorealsbet cnpjtrabalho e conseguir uma taxarealsbet cnpjequilíbrio melhor', diz Vitor Kayo, da MCM Consultores
O Brasil pode reduzir seu desemprego estrutural?
Segundo os economistas sim, mas não será tarefa fácil - e a pandemia pode atrapalhar.
"O desemprego estrutural elevado está ligado a problemasrealsbet cnpjlongo prazo que só podem ser enfrentados com reformas estruturais", diz Vitor Kayo, da MCM Consultores. "Educação é o principal fator para conseguir melhorar a capacidade das pessoas no mercadorealsbet cnpjtrabalho e conseguir uma taxarealsbet cnpjequilíbrio melhor."
Nesse sentido, a pandemia pode atrasar ainda mais esse processo, já que ela provocou uma evasão escolar significativa -realsbet cnpjoutubro do ano passado, 1,38 milhãorealsbet cnpjestudantes com idadesrealsbet cnpj6 a 17 anos (3,8% do total) estavam fora da escola, segundo estudo da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), quase o dobro da médiarealsbet cnpj2019 (2%).
A crise sanitária também levou muitos jovens a desistir do Ensino Superior, o que fica evidente na quedarealsbet cnpj31% nas inscrições para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) este ano. Com 4 milhõesrealsbet cnpjinscritos, o principal examerealsbet cnpjacesso à universidade do país atraiu o menor númerorealsbet cnpjinteressados desde 2007.
Além da melhora da qualificação da mão da obra, Braulio Borges, da LCA, defende a necessidaderealsbet cnpjuma política industrial, a exemplo do que tem sido discutidorealsbet cnpjâmbito internacional por economistas como Daron Acemoglu e Dani Rodrik.
"Eles defendem que só com política industrial serão gerados 'good jobs', bons empregos. Porque não adianta só a economia gerar emprego. Não é uma situação muito estável todo mundo trabalharrealsbet cnpjUber e entregadorrealsbet cnpjaplicativo", diz Borges.
"É preciso gerar empregos que remuneram bem, que tenham uma certa estabilidaderealsbet cnpjrenda. Esse debate econômico recente coloca que a política pública deve se preocupar não sórealsbet cnpjgerar mais empregos, mas também com a qualidade desses empregos gerados", afirma.
O economista da LCA e do Ibre-FGV cita a proposta que tem sido chamada nos Estados Unidosrealsbet cnpj"Green New Deal", que é a ideia, defendida por uma parcela do partido Democrata,realsbet cnpjse usar a transição para uma economiarealsbet cnpjbaixo carbono,realsbet cnpjresposta às mudanças climáticas, como uma oportunidade para gerar empregosrealsbet cnpjqualidade.

Crédito, Getty Images
Nos Estados Unidos, parte do partido Democrata defende um 'Green New Deal': usar a transição para uma economiarealsbet cnpjbaixo carbono para gerar empregosrealsbet cnpjqualidade
Em outra direção, Luiz Fernando Figueiredo, sócio da Mauá Capital e ex-diretor do Banco Central, defende que, para reduzir o desemprego estrutural do país, é preciso diminuir o Estado brasileiro.
"Hoje, no Brasil, o Estado é grande demais e ele acaba pesando muito sobre o resto do país. Uma das razões do desemprego é que um funcionário custa para a empresarealsbet cnpjtornorealsbet cnpjduas vezes o que ele recebe, então é claro que a empresa vai empregar menos pessoas."
Na mesma linha, Marco Antônio Cavalcanti, do Ipea, defende um aprofundamento da reforma trabalhista iniciadarealsbet cnpj2018 por Temer.
"É melhor o trabalhador ter emprego com uma sérierealsbet cnpjbenefícios, mas isso ficar tão caro que ele não seja contratado, ou ter um emprego com menos direitos, mas ter um salário?", questiona o diretor adjunto do Ipea.
Argumento semelhante foi usado por Bolsonarorealsbet cnpj2018. "Aos poucos, a população vai entendendo que é melhor menos direitos e [mais] emprego do que todos os direitos e desemprego", disse o presidente à época, defendendo a flexibilização das leis trabalhistas como formarealsbet cnpjreduzir o desemprego.

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