Crise e pandemia forçam jovens a buscar trabalho e prejudicam estudos:m realsbet com

Camila Gonçalves

Crédito, Arquivo pessoa;

Legenda da foto, Camila Gonçalves tenta uma vaga no cursom realsbet commedicina da Universidade Federalm realsbet comRondônia. Mas, com redução da renda da família na pandemia, ela teve que deixar a dedicação exclusiva aos estudos para trabalhar.

A crise econômica agravada pela pandemia tem efeitos perversos sobre a juventude. Entre 2020 e 2021, caiu o númerom realsbet comestudantes que não trabalhavam nem procuravam trabalho. Ao mesmo tempo, cresceu o percentualm realsbet comalunos que estão procurando emprego. No ensino médio eram 33% no ano passado e,m realsbet comabril deste ano, já são 42%. Entre eles, a maioria (44%) está na rede pública e 29% no ensino privado.

Camila Gon

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Ao todo, 6 a cada 10 estudantes dizem que estãom realsbet combusca do primeiro emprego devido ao impacto da crise econômica na renda familiar, agravada pela pandemia. Negóciom realsbet comvendam realsbet comdoces da famíliam realsbet comCamila Gonçalves passou a render menos

Ao todo, 6 a cada 10 estudantes dizem que estãom realsbet combusca do primeiro emprego devido ao impacto da crise econômica na renda familiar, agravada pela pandemia.

Os dados são da pesquisa Juventude e Pandemia, que ouviu 68 mil jovensm realsbet com15 a 29 anos entre março e abril deste ano. Ela foi divulgada nesta quarta-feira (11), no Dia do Estudante, pelo Conselho Nacionalm realsbet comJuventude (Conjuve),m realsbet comparceria com instituições como Em Movimento, Fundação Roberto Marinho, Mapa Educação, Porvir, Rede Conhecimento Social, Visão Mundial e Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).

"O que a gente enxerga são sonhos desconstruídos, sonhos deixadosm realsbet comlado, e a manutenção da condição socialm realsbet comtoda uma geração, que terá desafios maiores para crescer", afirma Marcus Brandão, presidente da Conjuve.

Acesso ao ensino superior

A dificuldadem realsbet comconcluir os estudos, agravada pela antecipação da entrada destes jovens no mercadom realsbet comtrabalho, pode impactar no futuro desta geração.

A pesquisa aponta que 11% dos estudantes matriculados no ensino médio declaram não estar acompanhando as aulas remotas, seja por faltam realsbet comconectividade, ou por questõesm realsbet comtrabalho.

Outro dado que chama a atenção é que 70% dos jovens declaram que não estão conseguindo se preparar como gostariam para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021. A prova é considerada o maior vestibular do país, porque as notas permitem disputar vagasm realsbet comuniversidades públicas pelo Sistemam realsbet comSeleção Unificada (Sisu), alémm realsbet comserem aceitasm realsbet comalgumas instituições privadas.

Com isso, 80% dos estudantes dizem ter medo do desempenho na prova;m realsbet com2020 eram 63%.

A insegurança levou 50% dos jovens a declararem que estão pensandom realsbet comdesistir do Enem neste ano. Em 2020, eram 47%.

O cenário revelado pela pesquisa também pode ser percebido nos números oficiais do Enem. Em 2021, o totalm realsbet cominscritos confirmados foim realsbet com3.109.762, o menor índice desde 2005, quando o exame ainda não tinha o formatom realsbet comvestibular e contou com a participaçãom realsbet com3.004.491 candidatos.

Na ediçãom realsbet com2020, já tomada pelos efeitos da pandemia, foram 5.783.357 inscritos e o maior registrom realsbet comabstenção da história: 55% dos candidatos não compareceram às provas.

Trabalho e estudo

A pressão do emprego sobre o estudo também atingiu Rafaela Ribeiro dos Santos,m realsbet com18 anos, que moram realsbet comNatal (RN).

Ela está conciliando a conclusão do ensino médio no Instituto Federal Tecnológico do Rio Grande do Norte (IFRN) com um trabalho na áream realsbet comtecnologia da informação.

Rafaela dos Santos

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Rafaela está conciliando a conclusão do ensino médio com um trabalho na áream realsbet comtecnologia da informação. 'Sem pandemia, estaria me dedicando 100% ao Enem', diz.

"Sem a pandemia, eu não estaria trabalhando. O plano era me dedicar 100% ao Enem", avalia.

"Agora, o ritmom realsbet comestudos diminuiu. Saiom realsbet comcasa às 7h30 e chego às 15h30. Aí, é difícil ver a aula, entender o que está passando. O Enem vai ficandom realsbet comlado", revela a jovem.

Se antes Rafaela se dedicava todos os dias aos estudos, incluindo sábado e domingo, agora são dois dias por semana.

"A gente vai perdendo aquela vontadem realsbet comestudar e correr atrás", admite.

"Dá medo do futuro, do que vai acontecer lá na frente. Tiveram muitos cortes na educação, principalmentem realsbet comverba para institutos federais, onde estudo. É essa incerteza do futuro,m realsbet comnão saber exatamente como será o dia amanhã, que desanima", afirma.

Custos da educação

A dificuldade atual dos jovensm realsbet compermanecer estudando afeta sonhos pessoais, e também a economia do país.

"A pandemia tem acirrado desigualdades", avalia Rosalina Soares, assessoram realsbet compesquisa e avaliação da Fundação Roberto Marinho.

"Em 2020, 27% dos jovens do ensino médico pensavamm realsbet comabandonar os estudos. Neste ano, já são 36%", destaca. "É um risco grande, não só para a juventude, mas para todo o Brasil sem realsbet comfato perdemos os jovens que podem deixar as escolas", afirma Rosalina.

A estimativa é que o Brasil poderá perder, ao ano, R$ 220 bilhões com a faltam realsbet comescolaridade dos jovens. O cálculo é do estudo Consequências da Violação do Direito à Educação, da Fundação Roberto Marinho e do Insper, divulgado neste ano. Ele levam realsbet comconta a baixa produtividade dos jovens com formação não-qualificada no mercadom realsbet comtrabalho. Ou seja, quanto menos estudo, menor o salário.

"A educação é um meiom realsbet commobilidade social importante. Estudos indicam que a cada 100 pontosm realsbet comevolução no Pisa [prova internacionalm realsbet comavaliação dos estudantes], há um aumentom realsbet comdois pontos percentuais no PIB [Produto Interno Bruto]. Isso demonstra que a educação tem valor muito grande para o desenvolvimento econômico do país", analisa.

Universidade 'para poucos'

Em meio ao desafio dos jovensm realsbet comseguirem seus estudos, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, declaroum realsbet comentrevista à TV Brasil nesta segunda-feira (9) que a universidade deveria ser "para poucos".

protesto pela educação

Crédito, UNE

Legenda da foto, Em meio ao desafio dos jovensm realsbet comseguirem seus estudos, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, declarou que a universidade deveria ser 'para poucos'.

"Os institutos federais serão a grande vedete no futuro, não tem outro comentário. Você está cansadom realsbet compegar, com todo respeito que tenho aos motoristas, profissão muito digna, mas tem muito engenheiro, advogado, dirigindo Uber, porque não consegue a colocação devida. Mas, se fosse um técnicom realsbet cominformática, estaria empregado porque há uma demanda muito grande. Então, o futuro são institutos federais, como é na Alemanha, hoje. A Alemanha dá atenção a..., são poucos os que fazem universidade. A universidade, na verdade, deveria ser para poucos, neste sentidom realsbet comser útil à sociedade", afirmou Milton Ribeiro, ministro da Educação.

Em entrevista à CNN nesta quarta (11), Ribeiro reafirmou a declaração, destacando que ela se inserem realsbet comum contextom realsbet comvalorização da educação técnica.

"Universidade pressupõe pesquisa. Não quero tirar da população brasileira o acesso ao ensino superior. Pelo contrário,m realsbet comoutubro teremos novidades, que gostariam realsbet comdeixar à mesa, mas quero deixar claro que a declaração foi feita neste contexto", afirmou.

Ribeiro ainda citou que a maioria das vagas do ensino superior estãom realsbet cominstituições privadas, mas não relacionou o dado à iniciativam realsbet comampliar o acesso ao ensino superior público. Para o ministro, o foco deve ser a educação básica.

"Ao lado do ensino público brasileiro superior, nós temos a iniciativa privada, que hoje responde por 76% das vagas oferecidas. Creio que a nossa ênfase deveria serm realsbet compolítica pública para a educação básica. Essa sim, que carecem realsbet comrecurso, essa sim que carecem realsbet comatenção maior da sociedade brasileira, e ensino profissionalizante", afirmou.

Alunos buscam acesso

Rafaela, que estudam realsbet comum instituto federal, comentou que o ensino técnico ainda é muito restrito no país e que a universidade acaba sendo a chancem realsbet comestudantes melhorarem a formação, além da educação básica.

"Achei um completo absurdo falar que a universidade é para poucos quando, na verdade, é uma porta para muitos que não tiveram acesso ao instituto federal, que ainda tem poucas vagas se comparado ao ensino médio geral. Queria que muitos estudantes tivessem o privilégio que eu tive, mas não é possível. A universidade acaba sendo a portam realsbet comentrada para uma formação mais qualificada, e cabe aos estudantes decidirem se vão fazer universidade ou não", analisa.

Para Camila, a declaração também não foi animadora. "A universidade já não é para todo mundo. Mas, quando o governo deixa claro isso, só piora a situação porque vão cortar bolsasm realsbet comestudo, auxílio permanência, como já tem ocorrido. É mais uma dificuldade. A sensação que dá é que a gente tem que lidar não só com os concorrentes, mas também com o governo", diz.

Investimentos

Para Rosalina, a saída é pensarm realsbet compolíticas públicas integradas, que alinhem educação e desenvolvimento.

"A população que estám realsbet comidadem realsbet comensino médio está correndo riscom realsbet comabandonar a escolam realsbet comfunçãom realsbet comtudo que a gente viveu durante a pandemia, com fechamentom realsbet comescolas, desafios econômicos, e emocionais. Eles precisam ser enfrentados com políticas sistêmicas, integradas. Não dá para pensar sóm realsbet comprojetom realsbet comeducação, tem que pensarm realsbet comprojetom realsbet comeducação relacionado à inclusão produtiva, e a projetos que cuidem da saúde física e emocional deste jovem, para que a gente tenham realsbet comfato sucesso com as políticas públicas", defende.

Para Marcus Barão, o foco deve ser a volta às aulas presenciais.

"Fomos um dos países que mais demorou para retomar atividades escolares, por conta da pandemia, e a forma como foi conduzida a gestão da crise também trouxe consequências severas para economia e sociedade", avalia.

"O sinal vermelho está aceso há algum tempo, temos que tratar a educação com prioridade e sensom realsbet comurgência. A prioridade máxima é a volta às aulas aliada a medidas para combater um possível agravamento do quadro social com a evasão e abandono dos estudos", pondera.

Línea

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