'Já acabou, Jéssica?': jovem abandonou estudo e caiulotofacil gigasenadepressão após virar meme:lotofacil gigasena
- Vinícius Lemos - @oviniciuslemos
- Da BBC News Brasillotofacil gigasenaSão Paulo
Em áudio: 'Já acabou, Jéssica?': o meme que virou pesadelo para jovem
Alerta: Esta reportagem contém imagemlotofacil gigasenaautolesão.
lotofacil gigasena "Já acabou, Jéssica?", perguntou Lara da Silvalotofacil gigasenanovembrolotofacil gigasena2015,lotofacil gigasenameio a uma briga na saída da escola, no pequeno municípiolotofacil gigasenaAlto Jequitibá,lotofacil gigasenaMinas Gerais.
A garotalotofacil gigasena12 anos não imaginava, mas aquilo não acabaria naquele dia e a acompanharia ao longo dos anos seguintes. Até hoje, a situação está presente na vidalotofacil gigasenaLara, por meio dos inúmeros comentários que ela recebe ou até mesmolotofacil gigasenamarcas no corpo da jovem.
O episódio na saída da escola teve grande repercussão após uma filmagem da briga ser compartilhada nas redes sociais. O registro viralizou, a frase "Já acabou, Jéssica?" se tornou meme e mudou completamente a vidalotofacil gigasenaLara, hoje com 18 anos.
"É uma coisa que eu ainda não aceitei totalmente. Se eu parar pra pensar demais nisso, me faz mal. Não é algo que eu goste, mas é uma coisa que aconteceu, não tem como voltar atrás", diz Lara à BBC News Brasil.
Após a repercussão, ela se tornou alvolotofacil gigasenabullying, abandonou a escola, passou a se cortar e começou um tratamento psiquiátrico.
O vídeo virou casolotofacil gigasenaJustiça. Lara, assim como a outra garota que aparece na gravação, movem processos contra emissoraslotofacil gigasenatelevisão e plataformas nas quais a cena foi exibida. As duas jovens pedem que as imagens sejam excluídas e cobram indenização por danos morais e materiais.
Quase seis anos depois, Lara decidiu conceder uma entrevista sobre o assunto. "Ninguém nunca me perguntou como tudo isso me impactou", comenta, ao explicar o motivolotofacil gigasenater aceitado conversar com a BBC News Brasil.
Na saída da escola

Crédito, Arquivo pessoal
Lara, hoje com 18 anos, convive com o impactolotofacil gigasenater ficado famosa na internet contra a própria vontade
Era fimlotofacil gigasenauma manhãlotofacil gigasenameadoslotofacil gigasenanovembrolotofacil gigasena2015. Na saídalotofacil gigasenauma escola estadual da cidade mineiralotofacil gigasenaAlto Jequitibá, município com pouco maislotofacil gigasena8 mil habitantes, diversos adolescentes acompanharam a cena que logo rodaria a internet.
O vídeo mostra Lara caída no chão, enquanto Jéssica estálotofacil gigasenacima dela. As duas trocam agressões. Lara consegue se levantar após a outra garota correr. Ainda desorientada, arruma o cabelo e pergunta: "Já acabou, Jéssica?"
"Quando eu me levantei, pensei: ela me jogou no chão, me bateu enquanto eu estava caída e agora vai correr? Foi quando eu disse a frase, que depois se tornou um inferno na minha vida", desabafa Lara.
As agressões físicas se encerraram ali. O principal motivo da briga teria sido o ciúme que Jéssica tinhalotofacil gigasenaum garoto com quem namorava na época. "A gente nem namora mais, mas ela deulotofacil gigasenacima dele, sim", disse Jéssica,lotofacil gigasenaentrevista ao site Estadolotofacil gigasenaMinaslotofacil gigasena2015, dias após o vídeo viralizar.
Ainda na entrevista ao Estadolotofacil gigasenaMinas, a garota afirmou que a briga também foi motivada porque Lara a irritava e a xingava na escola.
Lara nega que tenha falado mal ou que xingasse a colegalotofacil gigasenaescola. Para ela, o único motivo das agressões foi o ciúme que Jéssica sentia do namorado.
A briga entre as duas garotas era considerada uma situação que logo passaria. Isso se o momento não tivesse sido compartilhado naquele mesmo dia nas redes sociais por um dos jovens que acompanhou o episódio.
Quando soube que a filha havia se envolvidolotofacil gigasenauma briga na saída da escola, a agricultora Deusiana Figueredo, mãelotofacil gigasenaLara, estranhou. "Ela nunca tinha brigado antes, até tinha medolotofacil gigasenabriga. Ela era uma menina muito boba", diz.
No dia seguinte, as mães das garotas foram chamadas para conversar com a diretoria da escola e com o conselho tutelar. Na reunião, as responsáveis pelas jovens assinaram um termo para sinalizar que estavam cientes da situação e se comprometeram a conversar com as filhas para evitar que uma briga ocorresse novamente.
Após a reunião, Deusiana notou que algo incomum estava acontecendo: muitas pessoas na cidade haviam visto o vídeo da briga.
"A gente é muito simples, nunca imaginava que acontecesse o que aconteceu. Começaram a me ligar para falar que ela estava na internet e eu vi que o negócio estava ficando sério. Foi um susto. Foi tudo muito rápido", diz Deusiana.
O retorno à salalotofacil gigasenaaula após o vídeo viralizar foi dramático para Lara. "Não consegui estudar, porque me zoaram muito e eu fiquei muito mal com isso", diz a jovem. Ela comenta que as pessoas a ofendiam e riam da pergunta "já acabou, Jéssica?", que passou a ser repetida massivamentelotofacil gigasenatodo o país. Ali, começou o tormentolotofacil gigasenaLara.
Quando perceberam que a filha estava abalada, os pais tiraram a garota da escola. Lara foi proibida pela mãelotofacil gigasenaacessar a internet ou assistir à televisão, pois Deusiana não queria que a menina corresse o riscolotofacil gigasenaacompanhar comentários sobre a briga.

Crédito, Arquivo pessoal
Deusiana logo procurou ajuda para a filha, ao notar sofrimento da garota após vídeolotofacil gigasenabriga viralizar
"Ficamos uns dias na praia, para sair da muvuca", diz Deusiana. Ela acreditava que quando retornasse para a cidade, dias depois, o vídeo já teria sido esquecido. "Quando voltamos, vi que as pessoas continuavam falando sobre isso. Passava muitas vezes na televisão", diz a agricultora.
A briga das estudantes foi um dos assuntos mais comentados nas redes sociais naquele período. O vídeo alcançou milhõeslotofacil gigasenavisualizações. Siteslotofacil gigasenahumor e perfislotofacil gigasenaFacebook foram alguns dos meios que ajudaram a propagar a cena.
Depressão e lesões no corpo
A rotinalotofacil gigasenaLara após virar meme se resumia a ficarlotofacil gigasenacasa ou ir a lugares próximos, como a residêncialotofacil gigasenaparentes ou mercadinhos na regiãolotofacil gigasenaque morava.
"O que eu mais gostavalotofacil gigasenafazer era dormir e arrumar a casa. Comecei a viverlotofacil gigasenacasa e resolvendo coisas com a minha mãe, que me levava com ela para sair um pouco", diz a jovem.
Nas vezeslotofacil gigasenaque saía nas ruas, ela costumava ser reconhecida e ouvir comentários sobre o vídeo.
O desânimo frequente da adolescente causou preocupação nos pais. A situação se tornou desesperadora para Deusiana quando notou cortes no braço da garota.
Lara conta que começou a se mutilar dias depois do vídeo viralizar nas redes. Ela admite que anteslotofacil gigasenase tornar meme já havia pensadolotofacil gigasenafazer isso,lotofacil gigasenamomentoslotofacil gigasenatristeza, porém nunca havia tido coragem.
"Eu já costumava me culpar por tudolotofacil gigasenaruim que acontecia comigo ou com meus pais. Quando aconteceu isso (o vídeo viralizou), eu não sabia o que era pior: que a minha mãe continuasse me prendendolotofacil gigasenacasa, como ela começou a fazer, ou me deixasse sair na rua", diz.
"Mais ou menos uns quatro dias depois da briga, comecei a me cortar, por causalotofacil gigasenatudo o que estava acontecendo", comenta a jovem.
Os cortes, segundo ela, eram um meiolotofacil gigasenatentar aliviar o momento que estava vivendo. "Depois da primeira vez, virou um vício. Passei a me cortar cada vez mais fundo elotofacil gigasenamais lugares. Quando acontecia alguma coisa, como quando via alguém debochandolotofacil gigasenamim na rua ou acontecia algo que me deixava triste, eu me cortava", relata. Ela fazia marcas nos braços elotofacil gigasenaalgumas partes das pernas.
Como aconteceu com Lara, casoslotofacil gigasenaautolesão não suicida, termo usado por especialistas sobre os cortes que as pessoas fazemlotofacil gigasenasi, geralmente ocorrem quando o indivíduo vive uma situaçãolotofacil gigasenaangústia.

Crédito, Arquivo pessoal
Lara mostra lesões que fezlotofacil gigasenasi. Ela afirma que foi uma formalotofacil gigasenaaliviar a dor que sentiu após vídeo viralizar
"Às vezes, o adolescente está deprimido, não sabe como lidar com aquele sentimento e acaba se machucando para aliviar a desesperança ou a ansiedade", explica a psiquiatra Jackeline Giusti, coordenadora do ambulatóriolotofacil gigasenaadolescentes do Institutolotofacil gigasenaPsiquiatria da Universidadelotofacil gigasenaSão Paulo (USP).
Giusti comenta que essas lesões no próprio corpo são feitas, geralmente, por crianças ou adolescentes com baixa autoestima. Em muitos desses casos, são jovens vítimaslotofacil gigasenabullying.
Os estudos sobre o tema, segundo a especialista, apontam que cercalotofacil gigasena20% dos adolescentes têm algum tipolotofacil gigasenacomportamentolotofacil gigasenaautolesão não suicida.
"Geralmente, são lesões superficiais no corpo sem a intenção suicida. São episódios que costumam ocorrer, pelo menos, cinco vezes ao ano com esses jovens. A intenção do paciente que faz isso não é morrer. Mas há pessoas que estão com um sofrimento tão intenso que também podem tentar o suicídio", explica Giusti à BBC News Brasil.
A psiquiatra ressalta que é fundamental que os responsáveis por esses jovens procurem ajuda especializada logo que notarem as lesões.
"É fundamental tratar esse jovem com respeito, não como vítima ou coitado, e sentar para conversar. É preciso falar que existem outras formaslotofacil gigasenaajudar a resolver esse sofrimento e que irá ajudá-lo a solucionar essa questão (por meiolotofacil gigasenaterapia e acompanhamento psiquiátrico)", diz Giusti.
"Não necessariamente todas as crianças que se machucam vão precisarlotofacil gigasenamedicação. Mas a grande maioria precisará, porque é muito comum ter algum transtorno associado, geralmente depressivo", acrescenta a especialista.
Deusiana buscou tratamento para a filha. Na cidadelotofacil gigasenaque morava, ela não encontrou um psicólogo que aceitasse acompanhar a jovem. "Foi muito triste. Quando eu falava que ela estava se cortando, os psicólogos diziam que era um casolotofacil gigasenadifícil tratamento. Tive que buscar atendimentolotofacil gigasenaoutra cidade", relembra a mulher.
Para conseguir acompanhamento especializado, Lara enfrentava uma viagemlotofacil gigasenacercalotofacil gigasenaduas horaslotofacil gigasenauma ambulância que levava os moradoreslotofacil gigasenaAlto Jequitibá que precisavamlotofacil gigasenaajuda médicalotofacil gigasenaoutro município. "Era isso três vezes por semana (para a jovem ter acompanhamento psicológico). A gente saíalotofacil gigasenacasalotofacil gigasenamanhã e só voltava 17h, que era quando a ambulância voltava para a nossa cidade", diz Deusiana.
Nesse período, Lara foi diagnosticada com problemas como depressão, Transtornolotofacil gigasenaDéficitlotofacil gigasenaAtenção e Hiperatividade (TDAH) e transtornolotofacil gigasenaansiedade. "Cheguei a tomar sete remédios por dia", detalha a jovem.
Vídeo se tornou questão judicial

Crédito, Getty Images
Vídeolotofacil gigasenanovembrolotofacil gigasena2015 se tornou alvolotofacil gigasenaações movidas por garotas que aparecem brigando na saída da escola
O tratamento psiquiátrico é destacado pela defesalotofacil gigasenaLara nas ações movidas na Justiça.
"A autora sofreu e sofre até hoje as consequênciaslotofacil gigasenatamanha exposição, vivelotofacil gigasenaconstante constrangimento que ocasionaram danos psicológicos", pontua a defesa dela, nos processos sobre o caso.
Nessas ações, a defesa diz que Lara teve a honra manchada "injustamente perante o público", por meio do vídeo que viralizou.
Há seis ações movidas por Lara, que têm como alvos: o Google, o Facebook, as emissoraslotofacil gigasenatelevisão SBT, Record e Band e dois rapazes que criaram um game baseado no vídeo da briga.
A defesa da jovem argumenta que o Google e o Facebook foram fundamentais para a rápida propagação do vídeo e aponta que essas plataformas não impediram os compartilhamentos do registro, mesmo envolvendo a exposiçãolotofacil gigasenaadolescentes.
Os processos contra as emissoraslotofacil gigasenatelevisão têm argumentações semelhantes. A defesalotofacil gigasenaLara diz que os canais exibiram o vídeo da briga das garotas ou utilizaram a expressão "já acabou, Jéssica?", ajudando a propagar o caso, sem qualquer autorização dos responsáveis.
A ação contra os dois criadores do jogo chamado "Já acabou, Jéssica?", lançadolotofacil gigasenanovembrolotofacil gigasena2015, menciona que eles usaram a briga entre as jovens para lucrar, sem qualquer tipolotofacil gigasenaautorização dos responsáveis por Lara.
Nas ações, a defesalotofacil gigasenaLara afirma que a exibição do vídeo ou qualquer tipolotofacil gigasenamenção feita por uma empresa à brigalotofacil gigasena2015 fere o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
"O ECA é muito claro sobre a inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral do adolescente, abrangendo a preservação da identidade, autonomia, valores e crenças desses jovens", justifica a advogada Tatiane Hott, responsável pela defesa da jovem.
"A partir do momentolotofacil gigasenaque divulgaram a imagem sem qualquer sentido jornalístico, apenas para mostrar como chacota, isso vai contra o que diz o ECA", completa ela, que cuida da defesa da jovem junto com o advogado José Paulo Hott.
Entre os pedidos das ações está a retirada do vídeo das redes elotofacil gigasenatodos os conteúdos relacionados a ele, feitos sem qualquer tipolotofacil gigasenaautorização dos responsáveis por Lara.
No iníciolotofacil gigasena2021, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o direito ao esquecimento, que poderia auxiliar nas exclusõeslotofacil gigasenaconteúdos na internet, é incompatível com a Constituição Federal, porque apontou que impedir a divulgaçãolotofacil gigasenafatos ou dados verídicos pode ferir a liberdadelotofacil gigasenaexpressão.
Mas o STF destacou também que possíveis excessos ou abusos no exercício da liberdadelotofacil gigasenaexpressão elotofacil gigasenainformação devem ser analisados caso a caso, com baselotofacil gigasenaparâmetros constitucionais e na legislação penal e civil. A expectativa dos advogadoslotofacil gigasenaLara élotofacil gigasenaque a Justiça entenda que o caso dela é um desses nos quais os registros precisam ser excluídos da rede.
As ações também pedem indenização por danos morais,lotofacil gigasenarazão do impacto que causou para a menina, e materiais,lotofacil gigasenavirtude dos valores que os pais tiveramlotofacil gigasenagastar com os tratamentos que ela precisou fazer após a exposição.
Em nota, o Facebook afirma que não irá comentar o caso. O Google também não fala especificamente sobre a ação movida por Lara, porém diz,lotofacil gigasenacomunicado, que remove vídeos do YouTube, plataforma da qual é responsável, que violem suas diretrizes.
"Caso um vídeo não siga essas regras, ele pode ser removido da plataforma. Além disso, o YouTube cumpre as decisões judiciais que determinam a remoçãolotofacil gigasenaconteúdo devidamente especificado por meio da indicação das URLs, conforme estabelecido pelo Marco Civil da Internet e reconhecido pela jurisprudência", diz nota encaminhada pelo Google à BBC News Brasil.
O SBT afirma,lotofacil gigasenanota, que não exibiu a imagemlotofacil gigasenaLaralotofacil gigasenanenhum momento. A emissora argumenta que usou "apenas o jargão para anunciar a novela da tarde, pois na trama existia uma personagem com o mesmo nome (Jéssica)", diz a emissora.
Os rapazes que desenvolveram o jogo não comentaram o caso. "Prefiro não me posicionar enquanto aguardo julgamento da ação", diz Filipe Barbosa, que é alvo da ação junto com Guilherme Castilho.
A Band informa que não faz comentários "sobre os desdobramentoslotofacil gigasenaações judiciais nas quais é parte, limitando-se a se manifestar nos autos dos processos".
A Record afirma,lotofacil gigasenanota à BBC News Brasil, que não comenta sobre ações judiciais.
Os processos tramitam na comarcalotofacil gigasenaManhumirim (MG). Na semana passada, Lara conseguiu a primeira medida favorável na Justiça.
Na quarta-feira (25/08), a juíza Rafaella Amaral determinou que a Record TV exclua vídeos publicados na internet pela emissora, fotos e montagens que tenham algum tipolotofacil gigasenarelação com o meme, sob a penalotofacil gigasenamulta diárialotofacil gigasenaR$ 500, que pode chegar até o limitelotofacil gigasenaR$ 30 mil.
Jéssica também move ações na Justiça mineira. A defesa dela destaca que a jovem sofreu "danos psicológicos irreversíveis" e aponta que até hoje ela "vem sofrendo com o ocorrido". No fim do ano passado, ela teve uma decisão judicial favorável.
Em 19lotofacil gigasenanovembrolotofacil gigasena2020, a juíza Rafaella Amaral condenou a Bandeiranteslotofacil gigasenaMinas Gerais a pagar R$ 50 mil por danos morais, R$ 20 mil por danos materiais (referentes aos valores gastos pela família dela com acompanhamento psicológico nos últimos anos) e determinou que a emissora pague o tratamento psicológicolotofacil gigasenaJéssica.
No processo contra a Band Minas, a defesalotofacil gigasenaJéssica apontou que a emissora expôs a garotalotofacil gigasenaforma vexatória, por meio do vídeo que viralizou,lotofacil gigasenaprogramaslotofacil gigasenatelevisão como o extinto Pânico na Band e lucroulotofacil gigasenacima da imagem da jovem, que não recebeu nada por isso.

Crédito, Getty Images
Propagação do vídeo da briga causou danos psicológicos às garotas envolvidas na briga, alegam defesaslotofacil gigasenajovens
Na ação, a Band Minas alegou que não cometeu irregularidade ao usar o vídeo e apontou que autoridades policiaislotofacil gigasenaMinas Gerais rechaçaram a briga entre as jovens. A juíza, porém, frisou que apesarlotofacil gigasenaa condutalotofacil gigasenaJéssica no vídeo não ter sido correta, a ação trata dos danos que a jovem sofreu pela propagação massiva do vídeo.
"O programa Pânico na Band era nacionalmente conhecido pelo humor polêmico e infame que, indubitavelmente, contribui diretamente para a disseminação da conduta da requerentelotofacil gigasenaforma irresponsável e com fins estritamente lucrativos. Friso que a responsabilidade não se recai, apenas, sob o indivíduo que gravou o vídeo e publicou, mas sim também sobre aqueles que divulgaram", destacou a juíza. A Band Minas recorreu da decisão.
Nas últimas semanas, a reportagem entroulotofacil gigasenacontato com a defesalotofacil gigasenaJéssica, que não respondeu aos pedidoslotofacil gigasenaentrevista.
'Se tivesse como excluir (o vídeo), eu gostaria'
As ações judiciais representam a busca por reparação por tudo o que viveu nos últimos anos, avalia Lara. É o capítulo fundamentallotofacil gigasenauma história que dificilmente será apagada da vida dela. "Se tivesse como excluir (qualquer publicação do vídeo na internet), eu gostaria. Mas acredito que não tenha mais jeito (pela proporção que a cena teve na época)", diz a jovem.
Enquanto o vídeo permanece na rede, ao menos um fato traz alívio para Lara: as abordagens ofensivas ou jocosas sobre a situação reduziram cada vez mais nos últimos anos. A esperança dela élotofacil gigasenaque,lotofacil gigasenaalgum momento, parelotofacil gigasenaser alvolotofacil gigasenapiadas por causa da situação.
O lugarlotofacil gigasenaque mais se depara com comentários sobre o episódiolotofacil gigasenanovembrolotofacil gigasena2015 é o Instagram, onde acumula maislotofacil gigasena40 mil seguidores — a imensa maioria composta por desconhecidos, curiosos para acompanhar o que aconteceu com ela.
"Quando publico alguma foto, muitos comentam: já acabou, Jéssica? Eu fecho os comentários por isso. Não faz sentido ler esses comentários. Vai acabar alguma coisa? Por que estão perguntando se já acabou, Jéssica? Não faz sentido", desabafa.
Sobre Jéssica, Lara comenta que elas não mantêm contato, porém explica que os problemas entre elas foram superados.
Hoje, Lara trabalha como auxiliarlotofacil gigasenalimpeza e cuidadoralotofacil gigasenaidosos. No futuro, planeja cursar farmácia ou enfermagem. "Gostolotofacil gigasenacuidarlotofacil gigasenapessoas doentes", diz.

Crédito, Arquivo pessoal
"Hoje vivo intensamente", diz Lara, após ficar reclusa depois que se tornou meme
Além do trabalho, ela também está concluindo o ensino médio. Ela explica que já deveria ter se formado, se não tivesse passado cercalotofacil gigasenaum ano longe da salalotofacil gigasenaaula, após a repercussão do vídeo.
Recentemente, Lara se mudou para Palma (MG) junto com a mãe, que se separou do pai da jovem no ano passado.
'Hoje tenho marcas'
Semanas atrás, os impactos da repercussão do vídeo da filha voltou intensamente às recordaçõeslotofacil gigasenaDeusiana, após a agricultora ler sobre a morte do adolescente Lucas Santos,lotofacil gigasena16 anos. A mãe do jovem, a cantora Walkyria Santos, disse que os comentárioslotofacil gigasenaum vídeo publicado pelo jovem foram um gatilho para que Lucas se suicidasse.
"Fiquei toda arrepiada com esse caso da cantora. As pessoas não veem o mal que fazem para as outras (na internet), elas não têm noção disso enquanto não acontece na casa delas", declara Deusiana.
Justamente por todos os problemas que Lara vivenciou com a repercussão do vídeo, Deusiana nunca quis que a filha lucrasse com a fama. "Na época (no fimlotofacil gigasena2015), ofereceram R$ 5 mil pra ela participarlotofacil gigasenauma propaganda (de uma operadoralotofacil gigasenatelefonia), mas eu não quis. Se a minha filha tivesse ficado famosa por uma coisa boa, que somasse, tudo bem. Mas não foi isso", diz Deusiana.
"Já me falaram: nossa, você tá com a faca e o queijo na mão (para lucrar com a fama) e é só cortar. Mas eu nunca gosteilotofacil gigasenabriga, como vou querer ficar famosa por causalotofacil gigasenauma briga? É uma coisa que não me fez bem e que não engulo até hoje", acrescenta Lara.
Quando a questionam sobre o que ter se tornado meme trouxe para ela, Lara é enfática: muito bullying, depressão e faltalotofacil gigasenaconfiançalotofacil gigasenasi e nas pessoas.
"Eu tenho marcas que não mudaramlotofacil gigasenanada a minha vida. Não fiquei rica ou pobre. Só tenho marca", afirma Lara.
"Mas hoje vivo intensamente", diz a jovem, que nos últimos anos passou a sairlotofacil gigasenacasa sem muita preocupação com olhares ou comentários. "É raro que eu seja reconhecida nas ruas atualmente, mas se isso acontecer e se fizerem comentários ruins, tento ignorar", afirma.
A jovem conta que paroulotofacil gigasenase cortar há cercalotofacil gigasenaum ano. Ela continualotofacil gigasenatratamento para a depressão.

lotofacil gigasena Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube lotofacil gigasena ? Inscreva-se no nosso canal!
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimoslotofacil gigasenaautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticalotofacil gigasenausolotofacil gigasenacookies e os termoslotofacil gigasenaprivacidade do Google YouTube anteslotofacil gigasenaconcordar. Para acessar o conteúdo cliquelotofacil gigasena"aceitar e continuar".
Finallotofacil gigasenaYouTube post, 1
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimoslotofacil gigasenaautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticalotofacil gigasenausolotofacil gigasenacookies e os termoslotofacil gigasenaprivacidade do Google YouTube anteslotofacil gigasenaconcordar. Para acessar o conteúdo cliquelotofacil gigasena"aceitar e continuar".
Finallotofacil gigasenaYouTube post, 2
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimoslotofacil gigasenaautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticalotofacil gigasenausolotofacil gigasenacookies e os termoslotofacil gigasenaprivacidade do Google YouTube anteslotofacil gigasenaconcordar. Para acessar o conteúdo cliquelotofacil gigasena"aceitar e continuar".
Finallotofacil gigasenaYouTube post, 3







