Ditadura no Brasil: EUA previam que Figueiredo poderia renunciar à Presidência, revelam documentos inéditos:entrar blazer

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Elaborados dentro do próprio governo nos Estados Unidos, são relatóriosentrar blazerinteligência, análise e comunicados dos serviços diplomáticos no Brasil, do Departamentoentrar blazerDefesa e da CIA (Central Intelligency Agency).

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Chegam a citar "omissão frente à ondaentrar blazerterrorismo" perpetrado por militares nos anos 1970 e 1980.
"Vai minar a autoridade do presidente Figueiredo e enfraquecer seriamenteentrar blazerposição política geral", diz relatórioentrar blazer12entrar blazerjunhoentrar blazer1981 escrito pela Embaixada americanaentrar blazerBrasília, com o título "Brasil: terrorismo trará problemas para Figueiredo".
Um exemplo desses atos foi um atentado a bomba frustrado na noiteentrar blazer30entrar blazerabrilentrar blazer1981 no Centroentrar blazerConvenções do Riocentro, no Rioentrar blazerJaneiro.
No local, estava sendo realizado um showentrar blazermúsica popular brasileiraentrar blazercomemoração ao Dia do Trabalhador com a participaçãoentrar blazermilharesentrar blazerpessoas.
A bomba explodiu dentroentrar blazerum carro, no colo do sargento Guilherme Pereira do Rosário, que morreu na hora. O capitão Wilson Dias Machado, que estava ao ladoentrar blazerRosário, ficou gravemente ferido.
Ambos integram o DOI-CODI, órgão da ditadura ligado à repressão.

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Os portões do Riocentro foram trancados, e o objetivo com as explosões era provocar pânico, o que poderia culminarentrar blazermuitas mortes. Havia bombasentrar blazeroutros pontos do centroentrar blazerexposições, que não explodiram.
Cercadaentrar blazersegredos e informações desencontradas, a investigação oficial do Exército não deuentrar blazernada.
O Serviço Nacionalentrar blazerInformações (SNI), órgãoentrar blazerinteligência do governo federal brasileiro, jogou a culpa na oposição, com o objetivoentrar blazerretomar a repressão violenta aos partidosentrar blazeresquerda.
Mas os argumentos não se sustentaram, e acabou-se descobrindo o envolvimentoentrar blazermilitares contrários ao processoentrar blazerabertura política que estavaentrar blazercurso.
Figueiredo tentou encobrir a autoria do atentado. Pressionados, os militares chegaram a dizer que ninguém seria punido.
A Comissão Nacional da Verdade,entrar blazer2014, mostrouentrar blazerseu relatório que o atentado foi articulado pelo governo brasileiro.
"Se Figueiredo tolerar mais violência e aceitar um encobrimento contínuo do envolvimentoentrar blazermilitares, crescerão as suspeitasentrar blazerque ele não tem autoridade para agir ou que tolera as ações", revela um dos comunicados enviados a Washington.

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Possibilidadeentrar blazerrenúncia
Naquele ano, o Departamentoentrar blazerEstado dos Estados Unidos trabalhou com a hipóteseentrar blazerFigueiredo renunciar para evitar o aumento dos problemas políticos, alémentrar blazertentar preservar o processoentrar blazerabertura, que vinha sendo questionado por parte dos militares.
Outra situação aventada pelos americanos seria que a culpa dos atentados seria jogada sobre um grupoentrar blazerneonazistas que seria capturado pelo governo, fato que receberia ampla cobertura da imprensa, na análise dos militares brasileiros.

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Mas os Estados Unidos tinham outra posição. "Foi mencionado, reservadamente, que se não houver uma solução satisfatória, o presidente poderá renunciar para preservar a administração do governo e da 'abertura', o que parece ser bem pouco provável", diz um documento recebido pela Agênciaentrar blazerInteligência da Defesa (DIA,entrar blazeringlês),entrar blazermaioentrar blazer1981.
No Brasil, também havia comentários sobre uma possível saídaentrar blazerFigueiredo do cargo.
De acordo com Bernardo Braga Pasqualette, biógrafo do ex-presidente e autorentrar blazerMe esqueçam - a biografiaentrar blazeruma presidência, o general Ernesto Geisel,entrar blazervirtude das consequências originadas a partir do atentado no Riocentro, defendia a renúncia.
"Em setembroentrar blazer1981, após o caso Riocentro e o primeiro enfarteentrar blazerFigueiredo, Geisel passou a defenderentrar blazermaneira discreta e reservada aentrar blazerrenúncia, usando como argumento a saúde delicada do presidente. Nos bastidores, no entanto, já se falavaentrar blazeruma suposta faltaentrar blazervontadeentrar blazerFigueiredoentrar blazergovernar o Brasil", escreveu Pasqualette.

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O biógrafo afirmou à BBC News Brasil desconhecer os documentos do Departamentoentrar blazerEstado dos Estados Unidos citados nesta reportagem.
Geisel já havia tratado destaentrar blazerdefesa à renúnciaentrar blazerFigueiredoentrar blazerentrevista aos professores Celso Castro e Maria Celina D'Araujo, do Centroentrar blazerPesquisa e Documentaçãoentrar blazerHistória Contemporânea do Brasil da Fundação Getúlio Vargas (FGV), publicada no livro Ernesto Geiselentrar blazer1997.
"Depois do enfarte (Figueiredo) passou a ser outro homem. Naquela ocasião, eu preconizava que ele deveria renunciar. Um homem enfartado, mesmo que vá curar esse enfarte, vá se operar como ele foi, não é a mesma pessoa. Por isso, eu achava que ele deveria ter renunciado. Mas não! Ao contrário, resolveu continuar. A realidade é que depois do enfarte ele se tornou outro homem, se desinteressouentrar blazermuitas coisas do governo", disse Geiselentrar blazer1997.
Sobre culpar supostos grupos neonazistas pelo atentado do Riocentro, a diplomacia dos Estados Unidos foi clara ao dizer que esta poderia ser uma forma crível do governo Figueiredo desviar a atenção dos militares envolvidos no crime.

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"Pode haver uma possibilidade que vem à luz, com a recente capturaentrar blazervários integrantesentrar blazergrupos neonazistas, com a cobertura da mídia para o caso e especulação da atividade neonazista no país. O governo poderia implicá-los nas ações terroristas com as bombas - não associando grupos militares à orquestração dos atentados a bomba contra a esquerda, embora talvez a esquerda possa ter ações e oportunidades que levassem o governo a acusá-losentrar blazerpúblico por tais atos. Apesarentrar blazerser pouco crível, essa poderia ser a oportunidadeentrar blazeruma solução para o governo que poderia usá-la e ser aceita pela população."
Ao mesmo tempo, a Embaixada americana destacouentrar blazerdocumentoentrar blazer12entrar blazerjunhoentrar blazer1981 o problema da faltaentrar blazercredibilidade do então presidente da República para lidar com as questões nacionais.
Para os Estados Unidos, se Figueiredo não chegasse aos culpados pelos atentados terroristas, "sua posição política e credibilidade entre os principais políticos e gruposentrar blazerinteresse, bem como com o públicoentrar blazergeral, sofreria danos irreparáveis".
"(Haveria) Dúvidas sobreentrar blazerhabilidade para realizar o processoentrar blazerliberalização iriam proliferar, apesarentrar blazersuas garantias e passos positivos que já tomou."

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