Ondaesportes da sorte é boacalor na América do Sul pode elevar temperaturas a quase 50 graus:esportes da sorte é boa

A expectativa é que o calor só cresça nos próximos dias. Os locais mais quentes da Argentina devem registrar entre 45ºC e 47ºC,esportes da sorte é boaacordo com previsões feitas pela MetSul, empresaesportes da sorte é boameteorologia gaúcha. Os termômetros uruguaios devem ficar entre 41ºC e 43ºC.

Já no Brasil, as temperaturas mais altas no Rio Grande do Sul devem ser marcadas no oeste do estado, com máximas entre 10ºC e 15ºC acima da média para esta época do ano. O Instituto Nacionalesportes da sorte é boaMeteorologia (Inmet) emitiu avisoesportes da sorte é boaperigo para 216 municípios do RSesportes da sorte é boarazão da ondaesportes da sorte é boacalor.

De acordo com o modelo feito pela MetSul, a área da cidadeesportes da sorte é boaUruguaiana pode ver uma escaladaesportes da sorte é boacalor com máximasesportes da sorte é boa41ºC e 42ºC nos próximos dias. Até regiões mais frias, como a Serra Gaúcha, podem ter marcas extremas no final da semana, com máximasesportes da sorte é boaaté 37ºCesportes da sorte é boaCaxias do Sul e ao redor dos 40ºC nos valesesportes da sorte é boaFarroupilha e Bento Gonçalves.

Em Porto Alegre e região, o calor será maior no final da semana e no próximo fimesportes da sorte é boasemana, com marcas ao redor ou acima dos 40ºC e índicesesportes da sorte é boaradiação ultravioleta entre 11 e 16. A Defesa Civil do município pede cuidado extremo e recomenda que a população se proteja do sol, mantenha a hidratação constante e evite exercícios entre 10h e 16h.

A maior temperatura já registrada no Rio Grande do Sul,esportes da sorte é boaacordo com os dados oficiais contabilizados desde 1910, foiesportes da sorte é boa42,6ºC, nos verõesesportes da sorte é boa1917,esportes da sorte é boaAlegrete, eesportes da sorte é boa1943,esportes da sorte é boaJaguarão.

Prejuízos no campo e cortesesportes da sorte é boaenergia

O impacto das condições climáticas extremas deve ser sentido especialmente pelos agricultores. A região que engloba o sul do Brasil, o Uruguai e a Argentina sofreu perdas significativas no cultivo com uma profunda seca que marcou o ano que passou, e as temperaturas elevadas podem agravar ainda mais a situação.

No Rio Grande do Sul, 159 municípios já estãoesportes da sorte é boasituaçãoesportes da sorte é boaemergência devido à estiagem que começouesportes da sorte é boanovembro. Os prejuízos registrados até o momento estão espalhados pela produçãoesportes da sorte é boagrãos, frutas, hortigranjeiros e leite.

Já no sul da Argentina, onde as chuvas não acumularam nem 200 milímetrosesportes da sorte é boatodo o anoesportes da sorte é boa2021, a seca atinge especialmente o polo portuárioesportes da sorte é boaRosário, onde cercaesportes da sorte é boa80% das exportações agrícolas do país são carregadas.

"O setor agropecuário que já vinha sofrendo com a faltaesportes da sorte é boachuva deve ser ainda mais castigado pelas altas temperaturas. O caloresportes da sorte é boaexcesso afeta diretamente o desenvolvimento das plantas e pode queimar as plantações", diz Olivio Bahia, meteorologista do Inmet.

Há ainda riscoesportes da sorte é boaincêndios florestais e quedasesportes da sorte é boaenergia. No Uruguai, os primeiros diasesportes da sorte é boa2022 já foram marcados por imagens assustadoras do fogo no oeste do país. Cercaesportes da sorte é boa37 mil hectares foram arrasados nas regiõesesportes da sorte é boaPaysandú e Río Negro, marcando a maior queimada da história do país.

Enquanto isso, as autoridades argentinas já alertavam desde a semana passada para a possibilidadeesportes da sorte é boauma criseesportes da sorte é boaabastecimentoesportes da sorte é boaluz com cortesesportes da sorte é boaenergiaesportes da sorte é boaBuenos Aires e outras cidades do país. Só nesta terça-feira, 11 bairros e 700 mil usuários ficaram sem luz na capital.

A faltaesportes da sorte é boaenergia está associada à alta demanda e ao baixo nível dos rios que abastecem as usinas hidrelétricas do país.

O cenário preocupante levou o governo argentino a reunir vários ministérios e organismos para coordenar ações que possam amenizar os riscos provocados pelas altas temperaturas.

No encontro realizado na segunda-feira, as autoridades discutiram a ampliação da ofertaesportes da sorte é boaunidadesesportes da sorte é boaterapia intensiva, centrosesportes da sorte é boadiálise e neonatologia para acompanhar a população mais vulnerável e buscaram soluções para manter o fornecimentoesportes da sorte é boaenergia e água.

"Fizemos contato com governadores e prefeitos para unir forças e responder a esta difícil situação excepcional", disse à imprensa o ministro chefe da Casa Civil, Juan Manzur.

O que está causando o calor extremo?

Segundo Éder Maier, especialistaesportes da sorte é boaclimatologia da América do Sul e membro do Centro Polar e Climático da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a ondaesportes da sorte é boacalor atual é consequência da massaesportes da sorte é boaar quente e seca instalada entre a Argentina e o Brasil. O fenômeno é favorecido pela áreaesportes da sorte é boaalta pressão atmosférica que está atuando sobre o Rio Grande do Sul, inibindo a formaçãoesportes da sorte é boanebulosidade e, consequentemente, elevando as temperaturas e reduzindo a umidade do ar.

"A baixa coberturaesportes da sorte é boanuvens e o tempo seco causam maior eficiência do sistema ambientalesportes da sorte é boaconverter a radiação solaresportes da sorte é boacalor", diz o especialista.

O que se observa atualmente também pode ser classificado como um "extremo climático composto". O termo é utilizado pelos meteorologistas para descrever eventos climáticos extremos simultâneos, concorrentes ou coincidentes, que podem levar a impactos ainda maiores para o meio ambiente e a população.

Atualmente na América do Sul, a poderosa ondaesportes da sorte é boacalor é acompanhada por um quadroesportes da sorte é boaestiagem forte a severa - enquanto a seca favorece as altas temperaturas, o calor também piora a estiagem.

Segundo o climatologista e professoresportes da sorte é boaciências atmosféricas da USP, Pedro Leite da Silva Dias, a ondaesportes da sorte é boacalor está ainda associada às fortes chuvas registradas na Bahia eesportes da sorte é boaMinas Gerais nas últimas semanas. O bloqueioesportes da sorte é boaalta pressão atmosférica impede que as chuvas se desloquem para o sul, fazendo com que elas fiquem retidas sobre as regiões nordeste e sudeste do Brasil.

"Funciona como uma gangorra: enquanto o centro da América Latina experimenta seca e calor, o nordeste e sudeste brasileiros sofrem com a chuva", diz.

Há ainda uma relação com o fenômeno climático La Niña, que se desenvolve quando ventos que sopram sobre o Pacífico empurram as águas quentes da superfície para o oeste,esportes da sorte é boadireção à Indonésia. Isso causa grandes mudanças climáticasesportes da sorte é boadiferentes partes do mundo, inclusive na América do Sul.

"A atmosfera está toda conectada e um fenômeno anômalo nunca aconteceesportes da sorte é boaforma isolada", explica o climatologista e professoresportes da sorte é boaciências atmosféricas da USP, Pedro Leite da Silva Dias. "O La Ninã contribui não só para potencializar a intensidade da atual ondaesportes da sorte é boacalor, como também pode fazer com que ela demore a passar".

Há registrosesportes da sorte é boaeventos extremos associados ao La Ninã há pelo menos 2 milhõesesportes da sorte é boaanos, mas já se sabe que seus efeitos negativos estão se tornando cada vez mais intensos.

Cientistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC, na siglaesportes da sorte é boainglês) atribuem essa e outras mudanças do comportamento natural do planeta às mudanças climáticas. O estudo, feito por centenasesportes da sorte é boacientistas que analisam milharesesportes da sorte é boaevidências coletadas ao redor do planeta, alerta para o aumentoesportes da sorte é boaondasesportes da sorte é boacalor, secas, alagamentos e outros eventos climáticos extremos nos próximos dez anos.

"As temperaturas máximas aumentaram significativamente nos últimos 60 anos e o aquecimento global é, sem dúvidas, um potencial candidato para explicar o aumento da intensidade das ondasesportes da sorte é boacalor", diz Silva Dias.

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