Novo ensino médio: 7 novidades na educação dos jovens:investigação apostas esportivas
- Giulia Granchi e Paula Adamo Idoeta
- Da BBC News Brasilinvestigação apostas esportivasSão Paulo

Crédito, Tania Rego - Ag Brasil
investigação apostas esportivas Esta volta às aulas já está sendo diferente para uma parte dos estudantes do ensino médio, nas redes pública e privada, e não só por causa das medidas sanitárias relacionadas à pandemia.
Começou a ser implementado neste ano o chamado novo ensino médio, uma mudança que tenta fazer frente a antigos desafios dessa etapainvestigação apostas esportivasensino: a desconexão e o desinteresseinvestigação apostas esportivasuma parcela significativa dos jovens, problemas que se intensificaram na pandemia e que resultaminvestigação apostas esportivasaltos índicesinvestigação apostas esportivasevasão e atraso escolar.
Em 2018, uma estimativa do movimento Todos Pela Educação apontou que quatroinvestigação apostas esportivascada dez jovens brasileirosinvestigação apostas esportivas19 anos não haviam completado o ensino médio.
Na pesquisa Pnad Covid, o Instituto Brasileiroinvestigação apostas esportivasGeografia e Estatística (IBGE) estimou que 407,4 mil brasileirosinvestigação apostas esportivas15 a 17 anos não estavam matriculados na escola no segundo trimestre do ano passado.
Neste ano, o novo ensino médio começa apenas para os alunos do primeiro ano, segundo cronograma definido pelo Ministério da Educação. Para o segundo ano, a mudança começará no ano que vem e, para o terceiro ano,investigação apostas esportivas2024.
Até o momento, 22 Estados já têm referenciais curriculares aprovados e homologados para começar a colocar o novo ensino médioinvestigação apostas esportivasprática nas redes estaduaisinvestigação apostas esportivasensino, segundo o Movimento Pela Base Nacional Curricular.
São eles: Amazonas, Amapá, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pará, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rioinvestigação apostas esportivasJaneiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo.
Outros cinco (Acre, Tocantins, Alagoas, Bahia e Rondônia) ainda aguardam aprovação ou homologação.
Confira a seguir o que começa a mudar no ensino médio, como essas mudanças vão impactar o dia a dia - e o futuro - dos alunos e quais as pendências e polêmicas envolvendo essa implementação.
1 - O que os alunos vão estudar no novo ensino médio?

Crédito, Getty Images
Até agora, o ensino médio do país tinha, ao longoinvestigação apostas esportivastrês anos, um único itinerário igual para todos os alunos, organizadoinvestigação apostas esportivas11 disciplinas (Língua Portuguesa, Matemática, etc).
Com o novo ensino médio, essas disciplinas passam a ser organizadasinvestigação apostas esportivasquatro áreasinvestigação apostas esportivasconhecimento, previstas na Base Nacional Comum Curricular:
- Linguagens
- Ciências da natureza
- Ciências humanas e sociais
- Matemática
Uma parte desse ensino (ou 60% do total da carga horária do ensino médio) será igual para todos os alunos, na expectativainvestigação apostas esportivasque todos desenvolvam as competências básicas esperadas para jovens dessa idade.
Mas uma outra parte do tempo do estudo (ou 40% da carga horária) seráinvestigação apostas esportivasacordo com a escolha do aluno, a partir do seu interesse. São os chamados itinerários formativos.
2 - O que são os itinerários formativos?
Os itinerários formativos são a parte flexível do currículo do ensino médio, ou seja, a parteinvestigação apostas esportivasque o estudante poderá estudar uma áreainvestigação apostas esportivasconhecimento que tenha a ver com seus interesses.
Ele poderá escolher,investigação apostas esportivastese, entre itinerários nas quatro áreasinvestigação apostas esportivasconhecimento mencionadas acima (linguagens, ciências da natureza, ciências humanas e sociais e matemática) ou um ensino técnico, ou ainda um modelo integrado, que combine maisinvestigação apostas esportivasuma área.
Mas tudo dependeráinvestigação apostas esportivasquantos itinerários cada escola ou cada rede poderá ofertar. A preocupação é que escolas menores ou redes com menos estrutura não sejam capazesinvestigação apostas esportivasoferecer mais do que o mínimoinvestigação apostas esportivasdois itinerários formativos para seus alunos escolherem.
Na prática, então, é possível que o alunoinvestigação apostas esportivasuma rede menos estruturada não tenha,investigação apostas esportivasfato, tanta opção.
E especialistas temem que isso (einvestigação apostas esportivasoutros pontos que detalharemos a seguir) aumente as desigualdades entre redes mais ou menos estruturadas, e também entre as redes privada e pública.
"Existem muitos municípios que têm uma única escolainvestigação apostas esportivasensino médio, que não vão poder oferecer tanta escolha assim para seus alunos", diz à BBC News Brasil Anna Helena Altenfelder, presidente do Cenpec, organização da sociedade civil que trabalha pela equidade e qualidade na educação básica pública do país.
Por outro lado, Estados que fizeram investimentos maiores na implementação do novo modelo, como São Paulo, oferecem dez opçõesinvestigação apostas esportivasitinerários.
"A preocupação é que o novo ensino médio possa acirrar desigualdades não pela reformainvestigação apostas esportivassi, mas pelos desafiosinvestigação apostas esportivassua implementação, que afetam as escolas mais vulneráveis", agrega Altenfelder.
Além disso, diz ela, as redes precisarãoinvestigação apostas esportivasapoio para formular itinerários que sejaminvestigação apostas esportivasfato ricos e interdisciplinares: "Se ficar tudo na mão das escolas, pode ser um fatorinvestigação apostas esportivasprecarização (do projeto)".

Crédito, Luis Fortes/MEC
3 - Quais disciplinas são obrigatórias no novo ensino médio?
Somente as disciplinasinvestigação apostas esportivasLíngua Portuguesa e Matemática serão obrigatórias nos três anosinvestigação apostas esportivasensino médio. No entanto, como a escolha dos itinerários só é exigida a partir do segundo ano, a tendência é que o primeiro ano tenha aulas similares à base do modelo antigo.
Ao mesmo tempo, os itinerários contam não só com disciplinas novas, mas também com planosinvestigação apostas esportivasestudoinvestigação apostas esportivasHistória, Química, Biologia, Artes, entre outros assuntos.
"A escola também pode oferecer as eletivas - mais aulasinvestigação apostas esportivasalgum desses assuntos ouinvestigação apostas esportivastemas diversos como debate público, tecnologia e educação financeira. Assim os alunos já podem ter experiências que os ajudam a determinar seus interesses" diz Katia Smole, diretora do Instituto Reúna e presidente do Conselho Estadualinvestigação apostas esportivasEducaçãoinvestigação apostas esportivasSão Paulo (CEB).
4 - O que é o Projetoinvestigação apostas esportivasVida?
O novo ensino médio também amplia para todos os alunos algo que estudantesinvestigação apostas esportivasescolasinvestigação apostas esportivastempo integral já aplicavam: o chamado Projetoinvestigação apostas esportivasVida.
O objetivo é que o aluno possa conversar com seu educador a respeitoinvestigação apostas esportivascomo se enxerga no futuro, quais são seus interesses e sonhos e formas possíveisinvestigação apostas esportivasalcançá-los. Isso deve, inclusive, ajudar os jovens na escolhainvestigação apostas esportivasseus itinerários.
"Sendo um espaço organizadoinvestigação apostas esportivasreflexão, é algo bem importante para essa faixa etária, para que ela possa pensarinvestigação apostas esportivasseu papel social e no mundo do trabalho", afirma Altenfelder, fazendo uma ressalva: "Essa reflexão não pode servir apenas para moldar o aluno ao mercadoinvestigação apostas esportivastrabalho, mas sim para ajudá-lo a fazer uma reflexão críticainvestigação apostas esportivasseu projetoinvestigação apostas esportivasvida próprio. É preciso que a autoria sejainvestigação apostas esportivasfato do aluno".
5 - O tempoinvestigação apostas esportivasaula vai aumentar?
Sim: haverá ao menos uma hora por dia a maisinvestigação apostas esportivasaula. Antes, a carga horária erainvestigação apostas esportivas800 horas/aula por cada ano do ensino médio, ou seja, 4 horas por dia.
Agora, a carga horária aumenta para mil horasinvestigação apostas esportivasaula por ano, ou 5 horas por dia.

Crédito, Rovena Rosa - Ag Brasil
6 - Como fica o Enem com o novo ensino médio?
Ainda não se sabe quais serão as mudanças na prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
De acordo com Smole, a tendência é ter um primeiro diainvestigação apostas esportivasavaliaçãoinvestigação apostas esportivasformação geral básica e que no segundo, a avaliação seja focadainvestigação apostas esportivasdiferentes áreasinvestigação apostas esportivasconhecimento. Assim, existiriam modelosinvestigação apostas esportivasprova distintos a serem escolhidos.
"Temos que esperar, porque a discussão ainda estáinvestigação apostas esportivascurso, mas a mudança efetiva no Enem só vai ocorrerinvestigação apostas esportivas2024. No entanto, o novo modelo deve, por lei, ser adotado agora. O que não pode acontecer é que as escolas deixem para mudar somenteinvestigação apostas esportivas2024, porque não terão tempoinvestigação apostas esportivasimplementar todas as mudanças."
7 - Como vai ser o ensino técnico?
Ao finalizar o ensino médio, o aluno que escolher o ensino técnico receberá, além do certificadoinvestigação apostas esportivasestudo regular, também o diploma técnico ou profissionalizante.
Na teoria, o intuito é que esse modelo contribua para combater os altos índicesinvestigação apostas esportivasdesemprego entre jovens e sirvainvestigação apostas esportivasportainvestigação apostas esportivasentrada para o mercadoinvestigação apostas esportivastrabalho.
No entanto, o principal problema, na opiniãoinvestigação apostas esportivasFernando Cássio, professorinvestigação apostas esportivaspolíticas educacionais na Universidade Federal do ABC (UFABC), será a qualidade do ensino proposto, que ele considera precária.
"Se olharmos para os alunos do ensino superior público hoje, encontraremos uma grande parcela que passou pela escola técnica", diz ele, que também integra a Rede Escola Pública e Universidade (REPU) e o comitê diretivo da Campanha Nacional pelo Direito à Educação..
"O que acontece é que a escola técnica no Brasil, com processo seletivo e vagas limitadas, já é para poucos, e o que está se propondo (com o novo ensino médio) não é uma formação técnica, mas uma formação profissional precarizada."
"Em São Paulo, o curso terá duraçãoinvestigação apostas esportivas900 horas - 300 no 2º ano e 600 no 3º ano. Já um curso técnico como conhecemos tem cercainvestigação apostas esportivas1800 horas. Essas (do novo ensino médio) são versões reduzidas que imitam o modelo original, mas sem recursos, já que são feitas na própria escola."
Sobre a intençãoinvestigação apostas esportivasque os alunos façam atividades práticas dentro das empresas einvestigação apostas esportivaslaboratórios externos, Cássio avalia que não há estrutura para atender a todos. "Isso só vai acontecer com pequenos grupos, é inviável oferecer para todos os alunos. Só no ensino médio do estadoinvestigação apostas esportivasSão Paulo há 1 milhão e 100 mil estudantes."
A reformainvestigação apostas esportivascurso, do pontoinvestigação apostas esportivasvista do educador, não é ideal para manter os jovens estudando e engajados.
"O que o tira da escola não é a faltainvestigação apostas esportivasinteresse nas aulas. É a pobreza, são os problemas estruturais da educação. É muito fácil apontar o dedo para a escola e dizer que ela é ultrapassada, enquanto na rede privada tudo segue igual. Para os alunos mais ricos, as eletivas já são opções como atividades extracurriculares, mas eles continuam estudando todas as disciplinas."

Crédito, Marcos Santos/USP Imagens
Uma das preocupações é se, com esses empecilhosinvestigação apostas esportivaspotencial e com a ênfase no ensino técnico, o novo ensino médio pode acabar afastando ainda mais os alunos mais pobres do ensino superior, deixando este ainda mais elitizado.
Katia Smole acha que não. "Nossa escola atual já é muito excludente e, para mim, é impossível ficarem mais distantes (do ensino superior) do que já estão. No Brasil, 25% dos jovensinvestigação apostas esportivasidade produtiva que não estudam nem trabalham. Mesmo antes da pandemia, 40% dos estudantes da rede pública não acham que conseguiriam fazer o vestibular", diz ela, reforçando que a ideia não é que os jovens deixeminvestigação apostas esportivasentrar na faculdade, mas, que entre outros benefícios, mantenham-se interessados no ensino, sem desistirinvestigação apostas esportivasir à escola.
Para a presidente do CEB, é natural que os pais questionem e se sintam inseguros diante do novo modelo. "Afinal, nenhuminvestigação apostas esportivasnós vivenciou uma escola parecida no Brasil, embora já existam modelos similaresinvestigação apostas esportivasoutros lugares do mundo. Só que não acho que devemos deixarinvestigação apostas esportivasimplementar. É preciso ousar, o jovem do século 21 precisainvestigação apostas esportivasuma escola nova."
Capacidade financeira, infraestrutura e mãoinvestigação apostas esportivasobra qualificada são principais desafios
A mudança exige investimento. "O protagonismo do Ministério da Educação precisa ser grande, repassando apoio para os estados por meio do acordo financeiro feito com o Banco Mundial entre 2017 e 2018. Há Estados que têm investido muito, como São Paulo, Pernambuco e Mato Grosso do Sul. Outros precisarãoinvestigação apostas esportivasmaisinvestigação apostas esportivasajuda", afirma Smole.
Para os professores e gestoresinvestigação apostas esportivasescolas, o MEC disponibilizou um site com guiasinvestigação apostas esportivasformação. Alguns Estados também têm oferecido parcerias com universidades como um meioinvestigação apostas esportivascomplementação do currículo dos profissionais.
Mas a formação adequadainvestigação apostas esportivasprofessores para dar containvestigação apostas esportivasitineráriosinvestigação apostas esportivasensino potencialmente bastante distintos entre si também é uma preocupaçãoinvestigação apostas esportivascríticos quanto às desigualdades no ensino médio. Afinal, redes particulares ou mais estruturadas poderão,investigação apostas esportivastese, contar com mãoinvestigação apostas esportivasobra mais capacitada, o que enriqueceria muito mais a experiência educativa dos alunos -investigação apostas esportivascomparação com redes e escolas com menos ofertainvestigação apostas esportivasmãoinvestigação apostas esportivasobra.
Para Anna Helena Altenfelder, do Cenpec, há ainda mais desafios pela frente: primeiro, o fatoinvestigação apostas esportivaso novo ensino médio começar a ser implementado justamenteinvestigação apostas esportivasum ano eleitoral, o que pode resultarinvestigação apostas esportivastrocas não sóinvestigação apostas esportivasgovernadores, mas tambéminvestigação apostas esportivassecretários da Educação.
Em segundo lugar, haverá dificuldadeinvestigação apostas esportivasimplementação porque "não foi feito um diálogo com todos os atores envolvidos (no novo ensino médio), como professores, gestores e também os alunos. Então falta consenso entre os diferentes setores. (...) É uma mudança muito grande -investigação apostas esportivaslógica,investigação apostas esportivascondições einvestigação apostas esportivasculturainvestigação apostas esportivasensino, e isso não é fácilinvestigação apostas esportivasse implementar."

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