Os dados que mostram o sério declínio da vida selvagem (e por que a América Latina é a área mais afetada):aposta caixa com pix

  • Alejandra Martins
  • BBC News Mundo
Espécieaposta caixa com pixanfíbio chamado Aromobates zippeli na Venezuela

Crédito, Getty Images

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"A situação dos anfíbios é realmente grave, principalmente nos ecossistemas montanhosos do norte dos Andes", disse Luis Germán Naranjo.

aposta caixa com pix Aconteceaposta caixa com pixdezembro um evento global do interesseaposta caixa com pixmilhõesaposta caixa com pixpessoas.

Não, não é a final da Copa do Mundo no Catar, mas mais um encontro internacional que disputará com o futebol a atenção do público: a Conferência das Partes da Convenção sobre Biodiversidade ou COP15, que aconteceráaposta caixa com pixMontreal, no Canadá.

O objetivo da cúpula é estabelecer metas e mecanismos para proteger a biodiversidadeaposta caixa com pixtodo o mundo, e a urgênciaaposta caixa com pixtomar medidas ficou ainda mais clara com o novo Relatório Planeta Vivo que acabaaposta caixa com pixser divulgado.

Baseadoaposta caixa com pixum índice compilado a cada dois anos pela organização World Wide Fund for Nature (WWF) e o zoológicoaposta caixa com pixLondres, o documento revela um sério declínio na vida selvagem. E a queda mais acentuada foi,aposta caixa com pixlonge, na América Latina e no Caribe.

A equipe da BBC News Mundo, o serviçoaposta caixa com pixespanhol da BBC, selecionou dois pontos centrais do documento e explica abaixo o que significam.

69%: a queda média globalmente

As populações monitoradas e incluídas no relatório foram reduzidas entre 1970 e 2018aposta caixa com pixuma médiaaposta caixa com pix69%aposta caixa com pixtodo o mundo.

Para entender corretamente este fato fundamental, é necessário fazer dois esclarecimentos, explicou à BBC Mundo Luis Germán Naranjo, diretoraposta caixa com pixConservação e Governança da WWF na Colômbia.

Em primeiro lugar, o relatório fala apenasaposta caixa com pixvertebrados. E dentro destes, considera apenas 32 mil populações monitoradas pela ciência e que correspondem a 5.320 espéciesaposta caixa com pixdiferentes partes do mundo.

Gráfico do Relatório Planeta Vivo mostrando a reduçãoaposta caixa com pixanimaisaposta caixa com pixtodo o mundo.

"Para as pessoas terem uma ideia disso, é preciso entender que só as aves, por exemplo, abarcam cercaaposta caixa com pix11 mil espécies no mundo inteiro. Se adicionarmos anfíbios, alémaposta caixa com pixpeixes, mamíferos e répteis, estamos falandoaposta caixa com pixmaisaposta caixa com pixcem mil espécies", disse Naranjo.

"Aqui estamos falandoaposta caixa com pixuma amostra."

Gorilaaposta caixa com pixmontanhaaposta caixa com pixUganda, da espécie Gorilla beringei beringei

Crédito, WWF

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O relatório fala apenasaposta caixa com pix32 mil populações monitoradasaposta caixa com pixvertebrados. E as porcentagensaposta caixa com pixdeclínio referem-se a reduções nas populações, não no númeroaposta caixa com pixindivíduos.

O segundo esclarecimento é que o declínio médioaposta caixa com pix69% globalmente não se refere ao númeroaposta caixa com pixanimais individuais, mas às porcentagens pelas quais as populações monitoradas foram reduzidas.

O relatório explica essa diferença com um exemplo esclarecedor.

Imagine que monitoramos três populações: pássaros, ursos e tubarões. As aves diminuemaposta caixa com pix25 para 5, uma quedaaposta caixa com pix80%. Os ursos caemaposta caixa com pix50 para 45 animais, uma reduçãoaposta caixa com pix10%. E os tubarões caíramaposta caixa com pix20 para 8, um declínioaposta caixa com pix60%.

Neste exemplo, a redução média no tamanho da população é entãoaposta caixa com pix50%. Mas o número totalaposta caixa com pixanimais caiuaposta caixa com pix150 para 92, uma quedaaposta caixa com pixcercaaposta caixa com pix39%.

Desmatamento na Amazônia

Crédito, WWF

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Amazônia: o desmatamento impulsionado pela expansão da pecuária e da agricultura é uma das principais ameaças à biodiversidade.

94%: dados alarmantes da América Latina e Caribe

Quando o declínio é observado não globalmente, mas regionalmente, o maior ocorreu na América Latina e no Caribe: 94%. Esta região é seguida pela África com 66% e Ásia e Pacífico, com 55%.

"O número é alarmante", disse Naranjo. "É claro que é apenas uma pequena fração da biodiversidade, mas se assumirmos que a situação é semelhante para outros organismos não avaliados, é realmente assustador".

O representante da WWF na Colômbia deu à BBC Mundo dois exemplos da crise da biodiversidade na América Latina.

"A situação dos anfíbios é realmente séria, principalmente nos ecossistemas montanhosos do norte dos Andes."

Entre as causas desta crise está, por um lado, a expansão da fronteira agrícola. "E outro fator é a mudança climática que aparentemente contribuiu para a disseminaçãoaposta caixa com pixum fungo que afeta os anfíbios".

Golfinho do rio Amazonas, Inia geoffrensis,aposta caixa com pixNovo Airão, na Amazônia

Crédito, WWW

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Golfinho rosa ou boto na Amazônia. As espécies aquáticas estão seriamente ameaçadas na América Latina

O segundo exemplo são as espéciesaposta caixa com pixpeixesaposta caixa com pixágua doce.

"As espécies migratórias estão sendo muito afetadas na América Latina e isso é grave porque, por exemplo, nas bacias do Orinoco e Amazônica há grandes migraçõesaposta caixa com pixpeixes. Muitos estão sendo afetados pela modificação dos canais dos rios por barragens e também pela poluição, principalmente pela contaminação por mercúrio."

Gráfico do Relatório Planeta Vivo mostrando a reduçãoaposta caixa com pixanimais na América Latina e no Caribe.

Quanto à Amazônia, o relatório Planeta Vivo reúne dados publicadosaposta caixa com pix2021 por um grupoaposta caixa com pixespecialistas do Painel Científico da Amazônia, segundo os quais 17% da bacia amazônica foram desmatados e outros 17% do ecossistema estão degradados.

COP 15 e a buscaaposta caixa com pixsoluções

Jovem na cidade Leticia, na Colômbia, com roupas típicas e uma coroaaposta caixa com pixpenas

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O relatório destaca que as crisesaposta caixa com pixbiodiversidade e mudanças climáticas estão interligadas. E para combatê-los, o papel dos povos indígenas é fundamental.

"A COP 15 é uma enorme oportunidade que temos pela frente para estabelecer metas vinculantes e ambiciosas que levem a investir os recursos necessários para deter a perdaaposta caixa com pixbiodiversidade e começar a recuperá-la", disse Naranjo.

"Isso soa muito romântico, mas há algo que me parece importante. Neste ano, as Nações Unidas reconheceram o direito universal a um ambiente saudável e limpo. Com a pandemiaaposta caixa com pixcovid-19, a humanidade aparentemente começou a perceberaposta caixa com pixdependênciaaposta caixa com pixum ambiente saudável.

"E isso é algo que sempre foi o pilar das cosmogonias dos povos indígenas ao redor do mundo. Parece que estamos finalmente adotando esse tipoaposta caixa com pixpensamento e para mim isso é esperança."

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