O que acontece depois da erupçãoresultadodasloteriasum vulcão:resultadodasloterias

Mas há outros fatores que também pesam nessa conta. Por exemplo, a localização do vulcão, ou seja, se está num limiteresultadodasloteriasplaca tectônica ou no meioresultadodasloteriasuma delas.

"Normalmente não influencia, mas há um impacto na imagem a forma do vulcão, ou seja, se é cônico, simétrico, causa um tiporesultadodasloteriaserupção; se é uma fissura no chão, a forma como o magma é expelido é diferente", comenta Barreto. Ela faz uma analogia: quando a erupção começa, é como uma garrafaresultadodasloteriasrefrigerante sendo aberta. "Causa uma pequena explosão e, depois, saem as lavas", diz a pesquisadora.

"É muito difícil dizer isso [quanto tempo dura uma erupção]. Alguns ficam por anos, décadas, centenasresultadodasloteriasanos, até dois milênios…", comenta a geóloga, astrônoma e vulcanóloga Rosaly Lopes-Gautier, cientista da Nasa, a agência espacial americana.

"No caso das Ilhas Canárias, a probabilidade é que não seja uma erupção ativa por muito tempo. Deve durar questãoresultadodasloteriassemanas, talvez meses. Não anos." Ela explica que para estimar isso é preciso olhar para "erupções do passado" e comparar as características.

É o que faz o pesquisador Ben Ireland, vulcanólogo pela UniversidaderesultadodasloteriasBristol, na Inglaterra, e autor do perfil @BensVolcanology no Twitter. Para estimar o temporesultadodasloteriasduração da atual erupção, ele recorre a 1971.

"A última erupçãoresultadodasloteriasLa Palma durou 20 dias. No entanto, a atual erupção já parece que será muito maior do que a anterior e, portanto, deve durar mais tempo. Normalmente, esse estiloresultadodasloteriaserupção se arrasta,resultadodasloteriasuma escalaresultadodasloteriastempo, por semanas a meses", pontua.

O vulcanólogo Pacheco crava algo semelhante. "A maioria das erupções à superfície do planeta dura entre um e seis meses. No casoresultadodasloteriasLa Palma, as últimas erupções tiveram durações entre três semanas e três meses. Nesta, éresultadodasloteriasse esperar comportamento semelhante", diz.

Há outras nuances que precisam ser observadas, como salienta o geólogo Hugo Cássio Rocha, professor na Universidade Presbiteriana Mackenzie. "Não é uma tarefa simples prever a erupçãoresultadodasloteriasum vulcão com grande antecedência e nem o tempo que durará. Em geral, isso é feito analisando o aumentoresultadodasloteriasfrequência das atividades sísmica, os tremores. À medida que ficam mais frequentes, indicam aumentoresultadodasloteriasmovimento e pressõesresultadodasloteriasprofundidade e movimentaçõesresultadodasloteriasmagma", afirma ele.

"Depende também da composição do magma", completa. Isso porque magmas mais ácidos ou graníticos, ou seja, com maior teorresultadodasloteriassilício, tendem a se comportarresultadodasloteriasforma que os eventos sejam mais rápidos e violentos — porque a lava flui menos. "Já vulcõesresultadodasloteriasmagma basáltico têm a lava mais fluida e esta corre com mais facilidade. São típicosresultadodasloteriasassoalho oceânico e menos violentos, a erupção tende a ser mais longa", pontua Rocha.

Terra devastada

Mas as imagens sãoresultadodasloteriasdestruição nas Ilhas Canárias. Casas foram arrasadas e milharesresultadodasloteriashabitantes precisaram ser evacuados. E os tais riosresultadodasloteriaslava — que fluem a temperaturas na casaresultadodasloterias1 mil graus — avançam por toda parte.

"Quando ocorre uma erupçãoresultadodasloteriasuma região já habitada, é importante começar dizendo que as lavas sempre vão ter a tendênciaresultadodasloteriasir para os locais mais baixos. Elas se deslocam como que seguindo o fluxoresultadodasloteriasum rio", explica a vulcanóloga Barreto. E o que está no caminho, não tem jeito, acaba destruído. "A lava invade as casas, queima a vegetação, destrói tudo o que tem", enumera a especialista.

"Após a erupção, a região afetada pela lava fica como rocha, como o ambiente 'lunar'. Toda a vegetação é queimada, as estruturas, destruídas", diz o professor Rocha. "A curto prazo, o local fica, sim, inutilizado. Com o passar do tempo, a rocha [de formação vulcânica], que é muito porosa, sofre intemperismo, 'apodrece' e vira solo. O tempo que isso ocorre depende da temperatura ambiente e da pluviosidade local."

"A área coberta pela lava fica inutilizável para a agricultura ou pecuária, pois não há solo. Demorará muito até que se desenvolva um novo solo sobre a lava", pontua Pacheco. Ele explica que, para a volta da ocupação humana, tudo depende da espessura das lavas. "No casoresultadodasloteriaslavas espessas como as da erupção do vulcãoresultadodasloteriasLa Palma, que têmresultadodasloterias10 a 12 metros, será muito difícil voltar a reconstruir sobre elas", completa ele.

Haveria problemasresultadodasloteriasestabilidade nas construções,resultadodasloteriasfunções do solo e até mesmo para a ligação a infraestruturas como água, luz e esgoto — enumera o especialista. "No entanto, é possível reconstruir infraestruturas como a rede viária, a partir do momentoresultadodasloteriasque a escoada esteja já suficientemente fria para permitir uma intervenção", diz.

O vulcanólogo Ireland frisa que esse resfriamento pode "levar meses, se os fluxos forem intensos". "Muitas vezes, quando a erupção termina, as pessoas não têm como voltar para suas casas. Elas foram queimadas, arrasadas. Elas não têm para onde voltar", acrescenta Barreto.

Nesses casos, o mais comum é que novos assentamentos sejam construídosresultadodasloteriasoutros lugares, dadas as dificuldadesresultadodasloteriasreocupar o mesmo espaço. "O solo [banhado pela lava] fica completamente arrasado e leva muito tempo para que novas habitações sejam construídas ali", pontua Barreto. "O relevo fica todo irregular e aplainar não é fácil, pois é rocha."

Riscos

Mas além desses inconvenientes, digamos, estruturais, há outros fatores que dificultam a volta da população a uma região afetada por uma erupção vulcânica. Principalmente porque a área fica repletaresultadodasloteriasgases tóxicos.

"São toneladasresultadodasloteriasgases expelidos pelo vulcão, dentre eles dióxidoresultadodasloteriascarbono e dióxidoresultadodasloteriasenxofre", explica Barreto. "Em quantidade acima do limite aceitável na atmosfera, eles se tornam nocivos às pessoas dessas regiões, causando efeitos físicos e mentais." A pesquisadora conta que esses gases também contaminam a vegetação e, por cadeia alimentar, os animais que comem essas plantas. Segundo ela, essa alta concentraçãoresultadodasloteriasgases pode durar anos.

Lopes-Gautier acrescenta que há outro fatorresultadodasloteriasrisco: muitas vezes, mesmo que o vulcão tenha cessadoresultadodasloteriasexpelir lava, ele continua soltando gases. E isso precisa ser monitorado, antesresultadodasloteriasuma reocupação segura da região. Uma vez cessada essa emissãoresultadodasloteriasgases, eles tendem a se dissipar, principalmente pela ação das chuvas.

É preciso também aguardar a limpeza das cinzas. "As partículas mais finas poderão ficarresultadodasloteriassuspensão no ar", lembra Pacheco. "Elas são irritantes para os olhos e mucosas do sistema respiratório e, se forem suficientemente pequenas, poderão ser inspiradas até aos brônquios ou aos alvéolos pulmonares, onde poderão desencadear problemasresultadodasloteriassaúde."

Mas o maior perigo é que haja uma nova erupção. Por isso, uma autorizaçãoresultadodasloteriasretorno dos habitantes precisa ser dada depoisresultadodasloteriascuidadosas análises. "Antes da população voltar, é preciso ter a certezaresultadodasloteriasque realmente o vulcão não está maisresultadodasloteriasatividade", ressalta Lopes-Gautier. "É necessário fazer muito monitoramento da atividade sísmica para saber se ele não está só dando uma soneca e vai começar [a expelir lava]resultadodasloteriasnovo."

Tremoresresultadodasloteriasterra também não são raros, nos meses subsequentes à atividade vulcânica. E isso precisa ser acompanhado por pesquisadores e órgãosresultadodasloteriasdefesa civil.

"O principal risco é outra erupção", concorda Ireland. Mas ele mesmo lembra que embora as erupções "sejam muito destrutivas", elas acabam sendo "rapidamente esquecidas pela população". "Muitas casasresultadodasloteriastorno da área afetada costumam ser construídas anos após a erupção". E isso é o que aconteceu nas próprias Ilhas Canárias,resultadodasloteriasoutras ocasiões.

Barreto conta que,resultadodasloteriasregiões onde ocorreram erupções vulcânicas recentes, tem-se buscado orientar que sejam evitadas novas casasresultadodasloteriasregiõesresultadodasloteriasrelevo mais baixo, justamente para que as populações fiquem protegidasresultadodasloteriasfuturos jorrosresultadodasloteriaslava.

Fertilidade

Um soloresultadodasloteriasorigem vulcânica costuma ser muito fértil. Isso porque o material expelido acaba trazendo uma farta riquezaresultadodasloteriassais minerais,resultadodasloteriasum processoresultadodasloterias"reabastecimento naturalresultadodasloteriasnutrientes do solo", como pontua a professora Barreto.

Mas se efeito colateral positivo dos vulcões pode ser resultado das cinzas e pequenas partículas que se espalham mesmoresultadodasloteriasregiões que não foram coberto por lava, a transformação das rochas decorrentes do ressecamento da lavaresultadodasloteriassolo fértil é um processo que pode levar muito tempo.

É uma degradação que varia caso a caso. "Os solos nas regiões vulcânicas são ricosresultadodasloteriasminerais e, portanto, podem ser muito férteis", comenta Ireland. "Leva milharesresultadodasloteriasanos para os fluxosresultadodasloteriaslava erodirem e formarem um solo fino. Para as cinzas, esse processo é muito mais rápido."

"A taxaresultadodasloteriasconversão do solo é muito variável e depende do clima, da composição das cinzas e da espessura. Por exemplo, uma camada muito finaresultadodasloteriascinzas sobre um solo existente [sem coberturaresultadodasloteriaslava] pode se tornar solo reconstruídoresultadodasloteriasquestãoresultadodasloteriasanos", exemplifica o pesquisador.

Essa fertilidade, contudo, é o principal motivo que faz com que muitas populações humanas estejam vivendoresultadodasloteriasregiões onde no passado houve atividade vulcânica.

"Os elementos químicos importantes para as plantas, nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, sódio, entre outros, são muito solúveis e vão sendo levados pela água da chuva. O vulcão renova o estoque deles no solo, trazendo-os das profundezas", contextualiza o professor Rocha. "Exemplos são as grandes produçõesresultadodasloteriasoliva e pistache na Sicília [na Itália] e na explosão e renovaçãoresultadodasloteriasvida que ocorremresultadodasloteriasilhas oceânicas do Pacífico [de origem vulcânica] que, pouco tempo após atividades vulcânicas, se recuperam rapidamente e com exuberância."

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