A 'multa'sport betbooUS$ 15 bi que a Irlanda não quer cobrar - e que opôs a Apple à União Europeia:sport betboo

Logo da Apple

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Comissão Europeia determinou que Irlanda cobre US$ 15 bi da Apple por 'impostos atrasados'

sport betboo Ao fimsport betboouma investigação que durou três anos, a Comissão Europeia determinou que a Irlanda cobre cercasport betbooUS$ 15 bilhões ─ ou R$ 50 bilhões ─ da gigantesport betbootecnologia Applesport betbooimpostos atrasados.

Mas tanto Irlanda quanto a Apple discordam da multa recorde e dizem que vão apelar contra a decisão.

Por quê?

Segundo a Comissão Europeia, órgão executivo da União Europeia, os benefícios fiscais concedidos pela Irlanda à Apple são ilegais.

O organismo alega que a Irlanda possibilitou à empresa americana pagar substancialmente menos que outras instaladas no país, ferindo as regras do bloco econômico europeu.

Margrethe Vestager

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Comissária Europeia para assuntossport betbooconcorrência, dinamarquesa Margrethe Vestager diz que benefícios fiscais à Apple são 'ilegais'

"Estados-membros não podem conceder benefícios fiscais a companhias específicas ─ isso é ilegalsport betbooacordo com as regras da União Europeia", disse a dinamarquesa Margrethe Vestager, comissária europeia para assuntossport betbooconcorrência.

"A investigação da Comissão concluiu que a Irlanda concedeu benefícios fiscais ilegais à Apple, que lhe permitiram pagar substancialmente menos do que outras empresas por muitos anos", acrescentou ela.

A alíquota padrão dos impostos sobre pessoas jurídicas na Irlanda ésport betboo12,5% - uma das mais baixas do mundo desenvolvido, o que lhe dá vantagenssport betbooatrair empresas estrangeiras. Mas, segundo a Comissão Europeia, a Apple pagou apenas 1% sobre os lucros registrados na Europasport betboo2003. Em 2014, a taxa foi ainda menor: 0,005%.

'Efeito profundo e nocivo'

A Apple afirmou que a decisão teria um impacto negativo na criaçãosport betbooempregos e nos investimentos.

"A Comissão Europeia lançou um esforço para rescrever a história da Apple na Europa, ignorando as leis fiscais da Irlanda e virandosport betboocabeça para baixo o sistema tributário internacional nesse processo", informou a Applesport betboocomunicado.

"O caso da Comissão não é sobre quanto a Apple pagasport betbooimpostos, mas sobre o quanto o governo recolhe o dinheiro. (A decisão) terá um efeito profundo e nocivo nos investimentos e na criaçãosport betbooempregos na Europa. A Apple segue a lei e paga todos os impostos que deve onde opera. Vamos apelar e estamos confiantessport betbooque a decisão será revertida".

O governo da Irlanda também criticou a decisão da Comissão Europeia.

"Discordamos profundamente da Comissão", disse o ministro das Finanças irlandês, Michael Noonan,sport betboonota.

"A decisão me deixa sem alternativa senão buscar a aprovação do ministério para entrar com recurso. Isso é necessário para defender a integridadesport betboonosso sistema tributário, possibilitar a segurança tributária para empresas e contestar a intromissão da União Europeiasport betbooassuntos tributáriossport betboocada Estado-membro soberano", acrescentou.

Para a Irlanda, aparentemente a multa bilionária não compensaria eventuais perdassport betbooseu podersport betbooatraçãosport betbooinvestimentos estrangeiros, alémsport betbooconsiderarem indevida a interferência do bloco europeu.

Mas o americano Joseph Stiglitz, prêmio Nobelsport betbooeconomiasport betboo2001, avalia a decisãosport betboomaneira diferente. Segundo ele, a isenção fiscal -sport betbooque empresas buscam pagar menos impostos dentro da lei ─ vem "minando o sistema financeiro internacional".

"Trata-se do lado escuro da globalização. Essas multinacionais buscam locais onde podem evitar pagar impostos e onde há um conjuntosport betbooleis do qual podem se beneficiar", afirmou elesport betbooentrevista à BBC, elogiando a decisão da União Europeia.

Ao mesmo tempo, o episódio fomenta o debate sobre como taxar gigantessport betbootecnologia que conseguem movimentar facilmente seus lucros e suas operações - alémsport betbooseus bens, muitas vezes digitais - entre fronteiras nacionais.

A multa recorde pode não ser um problema para a Apple, cujo lucro líquido (auferido depoissport betbooimpostos) no ano financeirosport betboo2015 foisport betbooUS$ 53 bilhões (R$ 172 bilhões).

Logo da Apple

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Lucro da Apple foisport betbooUS$ 53 bi no ano financeirosport betboo2015

'Investimento prejudicado'

"A Apple vem se beneficiandosport betbooriossport betboodinheiro e, embora a decisão (da UE) não sejasport betboocurto prazo, investidores terãosport betbooavaliar se a contasport betbooimpostos mais alta terá um impacto sobre o lucro líquido da companhia", afirmou Neil Wilson, analistasport betboomercado da ETX Capital.

O Departamentosport betbooTesouro dos Estados Unidos, que na semana passada disse que a Comissão Europeia corria o riscosport betboose tornar uma "autoridade fiscal supranacional", afirmou que a decisão mais recente do órgão poderia "prejudicar o investimento estrangeiro, o ambientesport betboonegócios na Europa e o importante espíritosport betbooparceria econômica entre os Estados Unidos e a União Europeia".

"Vamos continuar a monitorar esses casos na medidasport betbooque eles avançam, e continuaremos a trabalhar com a Comissãosport betboodireção a um objetivosport betboocomumsport betbooevitar a erosãosport betboonossas bases fiscais das empresas", disse um porta-voz do Tesouro americano.

A Apple não é a única companhia acusadasport betbooreceber benefícios fiscais na União Europeia.

No ano passado, a Comissão Europeia determinou que a Holanda cobrasse 30 milhõessport betbooeuros (R$ 108,6 milhões) da redesport betboocafés americana Starbucks, enquanto o principadosport betbooLuxemburgo foi obrigado a recolher quantia semelhante da montadora italiana Fiat.