'Somos todos racistas?': o testev1 ou v2 + total 1xbetHarvard que promete revelar preconceito implícito:v1 ou v2 + total 1xbet

Crédito, Getty Images
Segue uma breve descriçãov1 ou v2 + total 1xbetcomo é um teste IAT, com base nov1 ou v2 + total 1xbetraça: aparecem palavras e rostos. As palavras podem ser positivas (como "maravilha", "amizade", "feliz" e "comemore") ou negativas (como "dor", "desprezo", "sujo" e "desastre"). Em uma parte do processo, é preciso pressionar uma tecla toda vezv1 ou v2 + total 1xbetque você vir um rostov1 ou v2 + total 1xbetuma pessoa negra ou uma palavra ruim e pressionar outra tecla quando aparecer um rostov1 ou v2 + total 1xbetuma pessoa branca ou uma palavra boa.
Em seguida, o jogo vira: uma tecla para rostos negros e palavras boas e outra para rostos brancos e palavras ruins. É muita coisa para guardar na cabeça. E aí está a questão. Você precisa pressionar a tecla apropriada o mais rápido possível. O computador mede av1 ou v2 + total 1xbetvelocidade.

Você pode fazer o teste aqui.
A ideia por trás do IAT é que alguns conceitos e categorias podem estar mais conectados nas nossas mentes do que outros. Podemos achar mais fácil, e portanto mais rápido, ligar rostosv1 ou v2 + total 1xbetpessoas negras a palavras ruins do quev1 ou v2 + total 1xbetpessoas brancas.

Nas últimas décadas, as estatísticas sobre preconceito explícito têm mudado rapidamente. Por exemplo, na Inglaterra dos anos 1980, 50% da população se dizia contra casamentos interraciais. Essa taxa caiu para 15%v1 ou v2 + total 1xbet2011. Os Estados Unidos experimentaram uma mudança parecida. Em 1958, 94% dos americanos disseram desaprovar casamentos entre pessoas brancas e negras. Esse número caiu para 11%v1 ou v2 + total 1xbet2013.
O Brasil, apesar da famav1 ou v2 + total 1xbetmiscigenação, tem poucos casamentos interraciais, segundo o Censo Demográficov1 ou v2 + total 1xbet2010 do IBGE. Cercav1 ou v2 + total 1xbet75% das pessoas que se identificam como brancas casam com outras brancas, 69% dos pardos vivem com pardos e 50% dos negros se casam com outras pessoas negras. Os homens que se identificamv1 ou v2 + total 1xbet"cor amarela" são os que mais se unem com mulheresv1 ou v2 + total 1xbetoutra cor - 38% se casam com asiáticas, 29,2% com pardas, 22% com brancas e 9,8% com mulheres negras.
Mas o preconceito implícito - visões que alimentamos sem intenção - é muito mais aderente e difícilv1 ou v2 + total 1xbeterradicar. Ao menos esse é o preceito do teste.
O IAT, introduzido há duas décadas como uma maneirav1 ou v2 + total 1xbetmedir o preconceito implícito, agora é usadov1 ou v2 + total 1xbetlaboratórios no mundo inteiro. No site do Projeto Implícitov1 ou v2 + total 1xbetHarvard, o teste foi realizado quase 18 milhõesv1 ou v2 + total 1xbetvezes. E há um padrão. O meu resultado não é único. No testev1 ou v2 + total 1xbetraça, a maioria das pessoas demonstrou alguma inclinação a favorv1 ou v2 + total 1xbetbrancos e contra negros. Elas conectam mais rapidamente rostosv1 ou v2 + total 1xbetpessoas negras a conceitos ruins do que rostos brancos - e mesmo as pessoas negras não são imunes a esse fenômeno.
O preconceito implícito foi usado para explicar, ao menos parcialmente, tudo, desde a eleição do presidente Donald Trump (preconceito implícito contrav1 ou v2 + total 1xbetoponente mulher) até o número desproporcionalv1 ou v2 + total 1xbethomens negros que são baleados pela polícia sem estar armados nos Estados Unidos.
A ideiav1 ou v2 + total 1xbetque a maioriav1 ou v2 + total 1xbetnós temos várias formasv1 ou v2 + total 1xbetpreconceito implícito se tornou tão comum que foi até mencionada por Hillary Clinton durante um debate na campanha presidencial com Trump. "Eu acho que o preconceito implícito é um problema para todos", disse ela.

Crédito, Getty Images
Trump respondeu à frase uma semana depois. "No nosso debate na semana passada, ela acusou o país inteiro, sugerindo que absolutamente todo mundo, inclusive a polícia, é racista e tem preconceito. É algo ruimv1 ou v2 + total 1xbetse dizer".
Poucos experimentos na psicologia social tiveram um impacto tão grande. Jules Holroyd, especialista no tema na Universidadev1 ou v2 + total 1xbetSheffield, vê uma conexão entre o sucesso do teste e av1 ou v2 + total 1xbetexplicação dos "motivos pelos quais várias formasv1 ou v2 + total 1xbetdiscriminação e exclusão persistem".
Na última década, usar testesv1 ou v2 + total 1xbetassociação implícitav1 ou v2 + total 1xbettreinamentosv1 ou v2 + total 1xbetdiversidade virou rotinav1 ou v2 + total 1xbetgrandes empresas. O objetivo é mostar à equipe, especialmente aqueles com o poderv1 ou v2 + total 1xbetcontratar e promover, que mesmo sem saber, e apesarv1 ou v2 + total 1xbetsuas melhores intenções, eles podem ter preconceitos.
Há um interesse óbvio por parte das empresas para eliminar o preconceito. Se você consegue impedirv1 ou v2 + total 1xbetequipev1 ou v2 + total 1xbetse comportar com preconceito e irracionalmente, você consegue contratar e promover o melhor talento. Menos preconceito implícito = mais lucros.
No entanto, praticamente tudo que sabemos sobre preconceito implícito é incerto, inclusive questões bastante fundamentais. Por exemplo, há um dissenso sobre quão inconscientes são esses estados da mente. Alguns psicólogos acreditam que temos consciênciav1 ou v2 + total 1xbetnossos próprios preconceitosv1 ou v2 + total 1xbetalguma medida.
E há o próprio IAT. Há dois problemas com ele. O primeiro é o que os cientistas chamamv1 ou v2 + total 1xbetreplicabilidade. Idealmente, um estudo que produz um certo resultadov1 ou v2 + total 1xbetuma segunda-feira deveria produzir o mesmo na terça. Mas, segundo Greg Mitchell, professorv1 ou v2 + total 1xbetDireito da Universidadev1 ou v2 + total 1xbetVirgínia, a replicabilidade do IAT é extremamente baixa.
Se o teste sugere que você tem um preconceito forte contra pessoas negras e "você o repete uma hora depois, você vai ter uma pontuação bem diferente", diz ela. Um dos motivos para isso é que o seu resultado é sensível às circunstânciasv1 ou v2 + total 1xbetque você se encontra quando o faz. É possível que seu resultado varie dependendo se você o fez antes ou depoisv1 ou v2 + total 1xbetum almoço saudável, por exemplo.
Também parece existir uma relação entre IAT e comportamento. Por exemplo, se o seu colega, Pessoa A, vai pior no IAT que outro colega, Pessoa B, seria imprudente concluir que a Pessoa A demonstrará um comportamento mais discriminatório no localv1 ou v2 + total 1xbettrabalho. Se há uma linha entre IAT e compotamentov1 ou v2 + total 1xbetgeral, ela é tênue.
Defensores dizem que há uma correlação entre IAT e questõesv1 ou v2 + total 1xbetcomportamento. Naturalmente, o comportamento humano é bastante complexo, e somos influenciados por vários fatores, incluindo clima, humor e nívelv1 ou v2 + total 1xbetaçúcar no sangue. Mas todo dia milhõesv1 ou v2 + total 1xbetdecisões relacionadas a emprego, questões judiciais e qualificaçõesv1 ou v2 + total 1xbetalunos são tomadas. Mesmo que poucas dessas decisões tenham sido afetadas por preconceito implícito, os númerosv1 ou v2 + total 1xbetgeral seriam significativos.

Crédito, Getty Images
Nos últimos anos, especialistas contra e a favor do IAT competiram entre si com várias pesquisas. Um estudo observou pacientes brancos e negros com sintomas cardiovasculares: a questão era por que médicos frequentemente tratavam esses pacientesv1 ou v2 + total 1xbetmaneira diferente. Pesquisadores descobriram uma relação entre o númerov1 ou v2 + total 1xbetvezesv1 ou v2 + total 1xbetque médicos tratam pacientes diferentementev1 ou v2 + total 1xbetrelação a raça ev1 ou v2 + total 1xbetpontução no IAT.
Outro estudo mostrou aos participantes imagensv1 ou v2 + total 1xbetrostos brancos e negros ev1 ou v2 + total 1xbetseguida imagensv1 ou v2 + total 1xbetarmas ou outros objetos. A tarefa era identificar o mais rapidamente possível se o objeto mostrado era uma arma. E no fim das contas, as pessoas tendiam a identificar um objeto qualquer como uma arma quando haviam visto um rosto negro antes. E isso estava ligado ao teste: paticipantes com IAT baixo tendiam a cometer mais erros.
Mas os céticosv1 ou v2 + total 1xbetrelação à ligação entre comportamento e o IAT citam outros estudos. Um experimento mostrou que policiais com performance ruim no IAT não tinham uma tendência maior a atirar contra suspeitos negros desarmadosv1 ou v2 + total 1xbetrelação a brancos, por exemplo.
Além disso, não há consenso quanto a se a solução é ter plena consciência dos seus preconceitos - ou se isso seria ainda pior.
É um quadro confuso. Mas muitos acadêmicos dizem que há outras formasv1 ou v2 + total 1xbetidentificar preconceito implícito.
"O IAT não é o único paradigmav1 ou v2 + total 1xbetque observamos preconceitos não intencionais, então mesmo que achemos que o IAT é uma medição ruim do preconceito implícito, isso não significa que o fenômeno não seja real", diz Sophie Stammers, professora da Universidadev1 ou v2 + total 1xbetBirmingham.
Há estudos que mostram, por exemplo, que empregadores responderam mais positivamente a currículos com nomes masculinos do que femininos ou com nomes tipicamente brancosv1 ou v2 + total 1xbetrelação a negros.
Enquanto isso, Sarah Jane Leslie, professorav1 ou v2 + total 1xbetFilosofia da Universidadev1 ou v2 + total 1xbetPrinceton, fez algumas pesquisas fascinantes sobre por que algumas disciplinas acadêmicas - como matemática, física ev1 ou v2 + total 1xbetprópria área (filosofia) têm tão poucas mulheres.
Av1 ou v2 + total 1xbetexplicação é que algumas disciplinas - como a filosofia - enfatizam a necessidadev1 ou v2 + total 1xbetgenialidade bruta para ser bem-sucedido, enquanto outras - como história - tendem a dar mais importância a dedicação e trabalho duro.
"Já que há estereótipos culturais que ligam mais homens que mulheres à genialidade bruta, previmos ev1 ou v2 + total 1xbetfato descobrimos que essas disciplinas que enfatizam a genialidade tinham muito menos mulheres", diz Leslie. Na cultura popular, é difícil pensarv1 ou v2 + total 1xbetuma equivalente a Sherlock Holmes, por exemplo, já que as deduções impressionantes do detetitve seriam um produtov1 ou v2 + total 1xbetsua genialidade singular.
Quão cedov1 ou v2 + total 1xbetnossas vidas absorvemos esses estereótipos culturais? Sarah Jane Leslie conduziu um estudo fascinante com crianças.
Os pesquisadores comentam, com meninos e meninas, a respeitov1 ou v2 + total 1xbetuma pessoa muito inteligente sem dar nenhuma pista do gênero dela. Em seguida, quatro fotos são apresentadas,v1 ou v2 + total 1xbetdois homens e duas mulheres, e as crianças têm que adivinhar quem é a pessoa inteligente. Aos cinco anos, tanto meninos quanto meninas demonstraram uma tendência maior a escolher um homem do que uma mulher.

Crédito, Getty Images
"Com seis anos, as garotas têm uma tendência bem menorv1 ou v2 + total 1xbetrelação aos garotos a pensar que uma pessoa do seu gênero pode ser alguém tão, tão inteligente", diz Leslie.
A afirmaçãov1 ou v2 + total 1xbetque a maioriav1 ou v2 + total 1xbetnós temos vários preconceitos implícitos é partev1 ou v2 + total 1xbetuma explosãov1 ou v2 + total 1xbetpesquisas sobre a irracionalidade nos nossos pensamentos, decisões e crenças. Nós não somos as criaturas lógicas e sistemáticas que imaginamos.
As descobertas do IAT, ev1 ou v2 + total 1xbetpesquisasv1 ou v2 + total 1xbetpreconceito implícitov1 ou v2 + total 1xbetgeral, são sem sombrav1 ou v2 + total 1xbetdúvidas importantes. Mas ainda há muitas coisas que não sabemos. Ainda precisamosv1 ou v2 + total 1xbetmuitas pesquisas rigorosas sobre como preconceitos implícitos interagem com comportamentos e como eles podem ser superados.
Duas semanas após fazer o teste IAT pela primeira vez, eu o refiz. O resultado mais uma vez apontou para uma inclinação, mas dessa vez a favorv1 ou v2 + total 1xbetpessoas negras. Então fiquei ainda mais confuso. Ainda não sei se sou racista ou não.




