Cientistas temem que projetomas8 online casinolei europeu incentive desmatamento no Brasil:mas8 online casino

Entre as fontes consideradas como energias renováveis se inclui a madeira,mas8 online casinomaneira genérica, o que permite que indústrias e centrais elétricas que abatem árvores para produzir calor ou eletricidade se beneficiemmas8 online casinoincentivos e subsídios europeus para a produçãomas8 online casinoenergias limpas.

Preferência

Resíduos resultantes da fabricaçãomas8 online casinopapel ou móveis, por exemplo, são amplamente utilizados como biomassa na produçãomas8 online casinoenergia na UE há anos, uma prática aprovada pelos cientistas.

No entanto, eles temem que a maior demanda por energias renováveis incentivaria a indústria a cortar árvores especificamente para produzir biomassa,mas8 online casinolugarmas8 online casinousar apenas madeira residual.

Mais barata e simples que a produçãomas8 online casinoenergia eólica ou solar, a energia a partirmas8 online casinobiomassa também é uma alternativa para as centrais elétricas movidas a carvão, alvomas8 online casinouma campanhamas8 online casinoextinção na UE, que podem se beneficiarmas8 online casinoajudas públicas para reconversão e usar suas instalações para produzir energia com a queimamas8 online casinomadeira.

A preferência europeia pela biomassa na produçãomas8 online casinoenergia renovável está relatadamas8 online casinoum estudo realizado pela própria Comissão Europeiamas8 online casino2016 sobre o impacto ambiental dessa demanda sobre os Estados Unidos, principal fornecedormas8 online casinomadeira granulada para o bloco.

Segundo o documento, as importações europeias dessa matéria procedentes dos EUA crescerammas8 online casino530 mil toneladasmas8 online casino2009 para 3,89 milhõesmas8 online casinotoneladasmas8 online casino2014.

Bruxelas estima quemas8 online casino2020 a biomassa responderá por 42% das energias limpas consumidas na UE.

"Estima-se que a bioenergia será, sozinha, a maior fontemas8 online casinonovas demandas por madeira no futuro próximo, e isso deverá causar um aumento nas plantaçõesmas8 online casinopinos,mas8 online casinodetrimento das áreas agrícolas emas8 online casinoflorestas naturais", agrega o estudo. "A conversãomas8 online casinoflorestas naturaismas8 online casinoflorestas plantadas é uma preocupação e a demanda projetadamas8 online casinoexportaçãomas8 online casinomadeira granulada e bioenergia doméstica sugere que a prática continuará".

Desmatamento

A nova demanda europeia superaria a capacidade das florestas locais e causaria um "grande impacto sobre as florestas mundiais e a biodiversidade", afirmou à BBC Brasil Jean-Pascal van Ypersele, professor da Universidade Católicamas8 online casinoLovaina (Bélgica), co-presidente do IPCC entre 2008 e 2015.

"Para fornecer só um terço da energia renovável adicional exigidamas8 online casino2030 a UE teria que queimar uma quantidademas8 online casinomadeira muito superior amas8 online casinoprodução total atual. As importações europeiasmas8 online casinomadeira aumentariam consideravelmente, ameaçando as florestas brasileiras."

Segundo o professor, "só a demanda europeia por madeira já degradaria as florestas mundiais, mas se outros países decidirem seguir o exemplo da UE e também começarem a usar madeira para produzir energia o impacto seria catastrófico".

Se 3% do consumo mundialmas8 online casinoenergia fosse gerado a partirmas8 online casinomadeira, o volumemas8 online casinoárvores abatidas comercialmente duplicaria, exemplifica.

"Em lugarmas8 online casinoincentivar Indonésia e Brasil a preservar suas florestas tropicais, o que esse projetomas8 online casinolei está dizendo é basicamente 'está bem cortar suas florestas se for para produzir energia'."

Sustentabilidade

O Executivo europeu afirma que "o argumentomas8 online casinoque a bioenergia sólida na Europa incentiva o desmatamentomas8 online casinopaíses como o Brasil não tem base", já que atualmente 95% da energia desse tipo consumida no bloco é produzida a partirmas8 online casinomatéria-prima local.

Também destaca que a propostamas8 online casinolei inclui uma sériemas8 online casinocritériosmas8 online casinosustentabilidade para o usomas8 online casinobiomassa com o propósitomas8 online casinoproteger a biodiversidade e prevenir o desmatamento global.

Entre eles, determina que a energia produzida a partirmas8 online casinobiomassa deve gerar emissões pelo menos 80% inferiores àsmas8 online casinocombustíveis fósseis e usar matéria-prima fornecida por florestas com modelosmas8 online casinoadministração sustentável.

Van Ypersele considera essas salvaguardas insuficientes. Na carta enviada aos deputados europeus, ele e seus colegas pediram que o projetomas8 online casinolei seja emendadomas8 online casinomaneira que a definiçãomas8 online casinobiomassa sólida que pode ser usada na produçãomas8 online casinoenergia renovável seja limitada a "resíduosmas8 online casinomadeira", uma proposta também defendida por organizações ambientalistas.

"Ninguém está contra este projetomas8 online casinolei. O que queremos é que fique claro que não se pode cortar árvores para produzir energia. Isso é um absurdo e vai contra a própria noçãomas8 online casinoluta contra a mudança climática", afirmou à BBC Brasil Alex Mason, especialistamas8 online casinoenergias renováveis na WWF.

No entanto, a emenda defendida pelos ambientalistas e cientistas, apresentada pelo grupo Verde do PE, foi rejeitada na votação desta quarta-feira,mas8 online casinoum movimento que Mason atribui ao "lobby pesado" da indústria florestal europeia.

Lobby

A Associação Europeiamas8 online casinoBiomassa (AEBIOM), que representa 120 associações e empresas ligadas à produçãomas8 online casinobiomassa, argumenta que a produção europeiamas8 online casinomadeira aumentoumas8 online casino5 bilhõesmas8 online casinometros cúbicos nos últimos 25 anos e que a indústria não utiliza mais que 63 por cento do aumento anual, apesarmas8 online casinoo consumomas8 online casinoenergias renováveis na UE ter dobradomas8 online casinovolume nos últimos quinze anos.

Ademais, assegura que as centrais europeiasmas8 online casinoenergiamas8 online casinobiomassa não utilizam madeiras inteiras e não poderiam competir com os preços oferecidos para essa matéria pelas indústriasmas8 online casinomóveis e construção.

"Afirmar que o desenvolvimentomas8 online casinobioenergia sólida na Europa incentiva o desmatamentomas8 online casinopaíses como Indonésia ou Brasil é incorreto. As importaçõesmas8 online casinobioenergia são estáveis e limitadas", defende a associação,mas8 online casinoum artigo assinado por seu secretário geral, Jean-Marc Jossart.

Eficiência

Além da ameaça para as florestas mundiais, os cientistas afirmam que a produçãomas8 online casinoenergia a partirmas8 online casinomadeira é também ineficiente e contraprodutiva para a luta contra o aquecimento global.

"A madeira que é queimada emite mais carbono que o carvão por cada unidademas8 online casinoenergia gerada e queima a uma temperatura inferior, produzindo menos eletricidade. Transformar a madeiramas8 online casinogrânulos aumenta a eficiência, mas é um processo que usa energia e gera emissões adicionais", explica Van Ypersele.

Segundo os cientistas, as emissõesmas8 online casinoCO2mas8 online casinouma central elétrica à basemas8 online casinomadeira granualada sãomas8 online casinomédia 50% superiores àmas8 online casinouma central à basemas8 online casinocarvão e pelo menos 3 vezes superiores àmas8 online casinouma central à basemas8 online casinogás natural.

"Nossa estimativa conservadora émas8 online casinoque o usomas8 online casinomadeira deliberadamente abatida (para produzir energia) no lugarmas8 online casinocombustíveis fósseis emitiria pelo menos duas vezes mais CO2 por kw/hmas8 online casino2050", advertem os cientistas na carta enviada aos deputados europeus.

Levaria "décadas ou séculos" para que o crescimentomas8 online casinonovas florestas e a redução no usomas8 online casinocombustíveis fósseis fossem capazesmas8 online casinozerar o saldomas8 online casinoCO2 na atmosfera.