Planetas que orbitam estrelas 'gêmeas' do Sol podem ter vida, apontam cientistas brasileiros:grupo de aposta betnacional

Embora o tório não seja o único elemento determinante, esse químico radioativo é um dos requisitos para o surgimento, evolução e manutenção da vida num determinado mundo. Para que isso ocorra, além da presença dele, é necessário que a órbita do planeta esteja na zona habitável ao redor da estrela, ou seja, a uma distância delagrupo de aposta betnacionalque água possa se manter líquida.

Segundo o pesquisador Andrégrupo de aposta betnacionalCastro Milone, da Divisãogrupo de aposta betnacionalAstrofísica do Inpe, orientador do doutorando Rafael Botelho, primeiro autor do artigo, outros requisitos para o surgimento da vida num planeta é a existênciagrupo de aposta betnacionaluma atmosfera presa pela gravidade egrupo de aposta betnacionalum campo magnético para protegê-lo do fluxogrupo de aposta betnacionalpartículas energéticas e nocivas aos seres vivos emitidas porgrupo de aposta betnacionalestrela hospedeira.

"Também é fundamental que ele seja geologicamente ativo, como a Terra, com terremotos e vulcões, que proporcionam o chamado ciclo do carbono, que mantém a temperatura do nosso mundo adequada à vida." Isso só é possível graças ao tectonismogrupo de aposta betnacionalplacas.

O globo terrestre é feitogrupo de aposta betnacionalcamadas como, a grosso modo, uma cebola. No centro fica o núcleo, cujo ponto central está a uma profundidadegrupo de aposta betnacionalcercagrupo de aposta betnacional6.370 quilômetros, com uma temperaturagrupo de aposta betnacional6.000 ºC, semelhante a da superfície do Sol. Acima dele vem o manto,grupo de aposta betnacionalconsistência pastosa, parecida com agrupo de aposta betnacionalum asfalto quente, com uma espessuragrupo de aposta betnacionalcercagrupo de aposta betnacional2.950 km e 100 ºC emgrupo de aposta betnacionalparte superior e 3.500 ºC na mais profunda, na interface com o núcleo. Trata-se do magma, que pode ser visto quando expelido por vulcões.

Ele é recoberto pela crosta, a camada mais superficial e menos espessa do planeta, na qual vivemos, com uma médiagrupo de aposta betnacional40 kmgrupo de aposta betnacionalprofundidade. Junto com a parte superior do manto, sólida, ela forma a litosfera, com 100 kmgrupo de aposta betnacionalespessura, que, porgrupo de aposta betnacionalvez, está divididagrupo de aposta betnacionalgigantescas placas rochosas, chamadas tectônicas, que flutuam sobre o mantogrupo de aposta betnacionalmagma, carregando oceanos e continentes.

Existem 10 dessas grandes jangadasgrupo de aposta betnacionalpedra - Africana, Antártica, Arábica, Eurasiática, das Filipinas, Indo-Australiana,grupo de aposta betnacionalNazca, Norte-Americana e do Caribe, do Pacífico e Sul-Americana, - e várias outras menores. São essas estruturas que modelam a superfície da Terra, erguendo montanhas e causando terremotos e tsunamis, quando se chocam. O que faz essas placas flutuarem e se movimentarem sobre o manto é um fenômeno chamado convecção, que é um movimento ascendente ou descendentegrupo de aposta betnacionalmatéria num fluído devido ao calor.

É aí que entra o tório. "Trata-segrupo de aposta betnacionalum elemento instável, cujo decaimento radioativo (transformando-segrupo de aposta betnacionaloutro elemento - no caso, rádio - e liberando energia no processo), junto com o urânio (U) e o potássio (K), que tem fornecido e fornecerá para o interior da Terra por bilhõesgrupo de aposta betnacionalanos metade da energia (a outra metade vem do resfriamento seculargrupo de aposta betnacionaltodas as camadas internas do planeta) necessária para manter a convecção do manto e o tectonismo das placas continentais", explica Milone.

Isso induz o ciclogrupo de aposta betnacionalcarbono, por meio da liberaçãogrupo de aposta betnacionalCO2 (dióxidogrupo de aposta betnacionalcarbono)grupo de aposta betnacionalgrandes quantidades e metano (CH4)grupo de aposta betnacionalbem menores, que tornam possível a estabilidade térmica na atmosfera do globo, dando condições naturais para o aparecimento e evolução da vidagrupo de aposta betnacionalescalagrupo de aposta betnacionalbilhõesgrupo de aposta betnacionalanos.

"Portanto, as concentrações iniciais desses elementos num planeta rochoso contribuemgrupo de aposta betnacionalmodo indireto para a habitabilidade emgrupo de aposta betnacionalsuperfície, especialmente devido aos seus tempos longosgrupo de aposta betnacionaldecaimento (escalasgrupo de aposta betnacionalbilhõesgrupo de aposta betnacionalanos)", diz Milone.

As gêmeas solares estudadas pela equipe do Inpe têm diferentes idades bem determinadas desde 500 milhões a 8,6 bilhõesgrupo de aposta betnacionalanos. "Por isso, podemos acompanhar a abundância do tório ao longo do tempogrupo de aposta betnacionalevolução da Galáxia, como tambémgrupo de aposta betnacionalestrelas similares ao Sol", explica Milone.

"Outro trabalho, realizado por pesquisadores americanos, já havia observado que nosso astro é ligeiramente deficientegrupo de aposta betnacionaltóriogrupo de aposta betnacionalcomparação com 13 gêmeas suas (setegrupo de aposta betnacionalcomum com nosso estudo), mostrando que tais astros, caso possuam planetas rochosos, proporcionariam reservatóriosgrupo de aposta betnacionalenergia interna a eles suficientes pra o surgimento da vida."

Em outras palavras, a pesquisa mostrou que há uma grande quantidadegrupo de aposta betnacionalenergia disponível devido ao decaimentogrupo de aposta betnacionaltório para manter a convecção do manto e o tectonismogrupo de aposta betnacionalpotenciais planetas rochosos que possam existirgrupo de aposta betnacionaltornogrupo de aposta betnacionalgêmeas solares.

"O mais empolgante é que parece que esse elemento também é abundantegrupo de aposta betnacionalgêmeas solares velhas, significando que a Galáxia pode estar repletogrupo de aposta betnacionalvida, tanto no espaço quanto no tempo", diz Botelho.

Além disso,grupo de aposta betnacionalacordo com estimativasgrupo de aposta betnacionalMilone egrupo de aposta betnacionalJorge Luis Melendez Moreno, do Departamentogrupo de aposta betnacionalAstronomia do Institutogrupo de aposta betnacionalAstronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG), da Universidadegrupo de aposta betnacionalSão Paulo (USP), devem existir cercagrupo de aposta betnacional100 milhões a 1 bilhãogrupo de aposta betnacionalestrelas relativamente parecidas ao Sol na Galáxia.

"Isso é apenas uma ordemgrupo de aposta betnacionalgrandeza, baseadogrupo de aposta betnacionaluma extrapolação do que conhecemos a partirgrupo de aposta betnacionalestudos da vizinhança solar", ressalva Melandez.

Outra estimativa do grupo égrupo de aposta betnacionalque cerca 5% das gêmeas solares poderiam ter sistemas planetários parecidos com o nosso (planetas rochosos relativamente próximos ao Sol e gigantes gasosos distantes).

"Assim, 'chutamos' que existam entre 5 milhões e 50 milhõesgrupo de aposta betnacionalsistemas planetários similares ao solar na nossa galáxia", diz Milone. "Parece que não estamos sós nela e consequentemente no Universo. Contudo, é bom ressalvar que os resultados do nosso trabalho abrem apenas possibilidades para existência e manutenção da vida, e não detecçãogrupo de aposta betnacionalvida extraterrestregrupo de aposta betnacionalsi."

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